Catequistas de Conquista

sexta-feira, 13 de julho de 2012

VI – Os Milagres Eucarísticos

















Uma antiga tradição, que vai desde a origem do Cristianismo até os nossos dias, atesta a existência de milagres Eucarísticos. De modo geral, revelam a presença de Cristo no Sacramento e manifestam a natureza e os efeitos da mesma. Há tempos, foi traçado um "Mapa Eucarístico", que registra o local e a data de mais de 130 milagres, metade dos quais ocorridos na Itália.
Escolhemos dentre estes dois milagres verificados entre 700 e 1700. Selecionamo-los dentre os mais bem documentados e os mais eloqüentes, visto que não há para todos, como se compreende, um abono de provas históricas e científicas igualmente rigoroso e persuasivo.
I– em Turim - em 1453, houve a queda do Império Romano do Oriente. Renato (Duque de Anjou e de Lorena – Itália) foi vencido em batalha muito sangrenta após a qual os Piemonteses saquearam todas as residências da cidade; ao chegarem a Igreja, forçaram o Tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no qual se guardava o corpo de cristo ocultando-no dentro de uma carruagem juntamente com os outros objetos roubados, e dirigiram-se para Turim. Crônicas antigas relatam que, na altura da Igreja de São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a carruagem – o que ocasionou a queda, por terra, do ostensório – dizem que então o ostensório se levantou nos ares "com grande esplendor e com raios que pareciam os do sol". Os espectadores chamaram o Bispo da cidade, Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local do prodígio. Quando chegou, "O ostensório caiu por terra, ficando o corpo de Cristo nos ares a emitir raios refulgentes". O Bispo, diante dos fatos, pediu que lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu a hóstia, que foi levada para a catedral com grande solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem testemunhos contemporâneos do acontecimento (Atti Capitolari de 1454 a 1456). No século seguinte, a Câmara Municipal mandou construir uma Capela ou Oratório sobre o lugar do milagre. O oratório foi destruído para ceder à construção da Igreja de "Corpus Domini" (1609), que até hoje atesta o prodígio.
II – Em Lanciano – Estamos em data não claramente definida do séc. VIII. Um monge da ordem de São Basílio estava celebrando na Igreja dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a Consagração, que ele realizara provavelmente em estado de dúvidas interiores, senão de incredulidade, a hóstia transformou-se em carne e o vinho em sangue depositado dentro do cálice. Ao ver isto, o monge, perturbado e atônito, procurou ocultar o fato; mas depois, reagindo à emoção, manifestou-o aos fiéis, que, feitos testemunhas do milagre, espalharam a notícia pela cidade. – O exame das relíquias, segundo critérios rigorosamente científicos, ocorrido pela última vez em 1970, levou aos seguintes resultados muito significativos:
A) A hóstia, que a tradição diz ter-se transformado em carne, é realmente constituída por fibras musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio. Acrescente-se que a massa sutil de carne humana que foi retirada dos bordos, deixando amplo vazio no centro é totalmente homogênea. Com outras palavras: não apresenta lesões, como os apresentaria se se tratasse de um pedaço de carne cortada com uma lâmina.
B) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que pertencem os vestígios de sangue, o sangue contido na carne e o sangue do cálice revelam tratar-se sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’ (sangue comum aos Judeus). Este é também o grupo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da universidade de Turim, identificou na Sagrada Mortalha (Santo Sudário).
C) Apesar da sua antigüidade, a carne e o sangue se apresentam com uma estrutura de base intacta e sem sinais de alterações substanciais; este fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou outros fatores aptos a conservar a matéria humana, mas, ao contrário, apesar da ação dos mais variados agentes físicos, atmosféricos, ambientais e biológicos. A linguagem das relíquias de Lanciano é clara e fascinante: verdadeira carne e verdadeiro sangue humano, na sua inalterada composição que desafia os tempos; trata-se mesmo da carne do coração, daquele coração do qual, conforme a fé, jorrou o sangue que dá a vida.

VII – Conclusão
A Eucaristia é a maneira que Jesus escolheu para permanecer conosco e nos alimentar de sua própria vida. Deus quer que todos os homens tenham alimento para o sustento do corpo e busquem a Eucaristia para alimento espiritual. Alimento este para reforçar a vida daquele que participa deste banquete, a fim de poder realizar em nós, aqui na terra, as boas obras e um testemunho vivo da presença de nosso Senhor Jesus Cristo na Santa Eucaristia.

Dom Estêvão Bittencourt

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