Catequistas de Conquista

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

AOS CATEQUISTAS

A você catequista.
Ou talvez possa me expressar a nós catequistas, pois também tive o privilegio de ser chamada a esta sublime missão.
 Quero aqui manifestar o meu agradecimento a Deus por ter me concedido tamanha graça, e essa grande oportunidade para distribuir entre os meus irmãos, os dons que Dele mesmo recebi.
Ao longo deste texto, quero por muitas vezes, me dirigir na primeira pessoa, pois esta não é uma reflexão somente para você, mas também é para mim mesma, enquanto catequista.


 “Certa vez, perguntaram a Madre Tereza de Calcutá,” Madre, se a senhora pudesse mudar algo na igreja, o que a senhora mudaria? Cheia da sabedoria de Deus ela respondeu: eu mudaria a mim mesma.
 É, no entanto com esse principio que pretendo falar para você, mas não quero falar somente para você “o outro”, mas, sim falar para mim também, confesso que muitas vezes me sinto pequena demais diante do grandioso chamado, pequena demais perante a importante missão de evangelizar o povo de Deus; porém, confiante na Palavra de Jesus, tenho a garantia de que é Ele mesmo quem escolhe os menos capacitados e os capacita  para que possam florescer na Sua Obra Santa e, assim, vou seguindo o meu chamado, com esta firme confiança, que é Nele, com Ele, e para Ele, que aceito o santo convite, e digo o meu sim.
Mas, esse sim precisa ser consciente. Consciente de que em meio a tantas outras pessoas, fui eu a escolhida, portanto, e para tanto, não posso responder um sim de qualquer jeito, preciso tomar consciência, e ser agradecida a Deus por Ele ter derramado em mim tantas bênçãos, bem sei que não sou merecedora, e nem possuo condições tais de assumir a grande missão, mas, Ele por amor e por misericórdia quis que junto com Ele eu me colocasse a disposição neste serviço de amor e doação, na catequese.
Então, que eu saiba olhar para o alto e reconhecer assim como Maria, e dizer que: “O Senhor fez em mim maravilhas.”


 Alguém escreveu que: “A humildade não é se declarar pequeno, humildade é reconhecer suas forças e suas fraquezas, e perante, isso buscar o seu melhor.”.
          As perguntas hoje para mim, e para você, são mais ou menos assim: Como estamos sendo enquanto catequistas? Estou, estamos buscando o meu, o nosso melhor? O que estou, estamos levando para os nossos catequizando? Qual é o meu, o nosso testemunho pessoal? Estou, estamos dando testemunho de vida? Sou, somos humildes o bastante para reconhecer minhas, nossas fraquezas? E será que estamos dispostos e temos a coragem para mudar aquilo que necessita de mudança, em mim, em nós?
 É assim, nessas condições que me dirijo a todos os catequistas do nosso Vicariato São Lucas, de nossa Arquidiocese de Vitória da Conquista, ou ainda a todos aqueles quantos possam ser alcançados através destes escritos e dessas reflexões.
Que o bom Deus possa abençoar a todos nós, e que o Espírito Santo, nos conduza a abrir o coração para o acolhimento daquilo que for necessário, para o meu, o nosso amadurecimento espiritual, para que possamos estar à frente da Catequese e assumindo a missão confiada a mim, a nós, pelo próprio Jesus.
Não podemos brincar de catequizar, ou assumimos para valer o nosso chamado e o nosso ser missionário neste serviço, ou então, deixemos que o próprio Jesus leve outros a ocuparem o nosso lugar nesta missão de catequizar.
 É muito sério! Talvez mais sério do que podemos imaginar. A nossa Igreja nos tempos atuais, nos tempos de hoje mais do que nunca, precisa estar plantando bons e edificantes frutos para que sejam colhidos amanha nesta mesma Igreja.
Muitas vezes nós não estamos sendo um bom fruto e não estamos dando um bom testemunho; não estamos nem vivendo os Sacramentos, o pecado muitas vezes nos impede de vivenciar a santidade desejada por Jesus, até ensinamos isto aos nossos catequizando, mas, nos agarramos tanto, naquele nosso jeito de pecador e ao mesmo tempo gostamos tanto de ser catequista, que mesmo não dando testemunho queremos continuar na Catequese; “ninguém sabe dos meus pecados, vou continuando aqui quietinho (a) catequizando do meu jeito”. Mas, Deus sabe. Deus tudo vê.
Não temos mais tempo para ficarmos em cima do muro, ou assumimos que queremos e podemos continuar catequizando, ou assumimos que não podemos, apesar de querer.
Faremos então uma reflexão interior, um questionamento interior.


Jesus conta com pessoas sérias e comprometidas, é certo que a Sagrada Escritura nos diz que: “Grande é a messe, poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe”. (Lc, 10-2-3).
Mas, precisamos do discernimento, é perigoso continuar nesse método, pois o próprio Jesus nos diz através da sua Palavra Santa, que: “O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será acoitado com numerosos golpes”. Mas aquele que ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será acoitado com poucos golpes. Porque, há quem muito se deu muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir. (Lc 12, 47-48).
 Nós somos testemunhas de Jesus, nós somos a voz do Evangelho para nossos catequizando e para nossos irmãos de caminhada, é tempo de aprender a viver e a conviver como irmãos na mesma fraternidade e na mesma profissão de fé. Que possamos fazer o nosso propósito; que haja entre nós mais respeito e amor uns para com os outros, que procuramos ouvir mais um ao outro, tentar entender mais o outro, poder ajudar o outro, saber acolher o outro e não competir com ele, como se fossemos adversários, que saibamos perdoar e pedir perdão, trabalhar com mais amor e dedicação, com um espírito desprendido e totalmente entregue a Deus. Enfim, se ajudando mutuamente, para que cresça cada vez mais o amor de Cristo em nós e que possamos testemunhá-lo ao mundo.
Sobretudo para catequizar nós precisamos ser catequizados também, e devemos reconhecer nossas limitações e não deixemos que o inimigo ache em nós uma brecha para agir na nossa Igreja, não deixemos porta aberta para que ele possa entrar, melhor é que deixemos de catequizar do que catequizar de uma forma errada, ou inconveniente.
Precisamos ser bem formados, estar bem preparados para podermos também preparar bem e formar bem, se hoje somos catequistas, com certeza é porque tivemos uma boa Catequese, à base recebida dos nossos pais e familiares, dos nossos catequistas, da Igreja, foram muito boas e hoje estão colhendo os frutos.
Mas, a Catequese na família como base solida, é também um assunto sério a ser tratado e quem sabe num próximo texto, onde quero me dedicar especialmente a uma reflexão voltada para os pais, por ora a reflexão de hoje se limita a nós mesmos, os Catequistas.
É importante por demais termos a humildade de acolher o que vem até nós como embasamento e para o crescimento da nossa fé, louvemos a Deus rico em misericórdia, que nos dá sempre uma oportunidade para aproveitar e particularmente onde somos chamados a refletir e aprofundar mais a nossa fé. Somos ainda, convocados a transmitir de uma maneira correta e verdadeira esta fé que professamos.
O Catecismo da Igreja Católica, no seu Prólogo nos diz sobre a transmissão da fé – a Catequese.
4- Bem cedo passou – se a chamar de catequese o conjunto de esforços empreendidos na Igreja para fazer discípulos, para ajudar os homens a crerem que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que, por meio da fé, tenham a vida em nome dele, para educá-los e instruí-los nesta vida, e assim construir o Corpo de Cristo.
5 – A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de iniciá-los na plenitude da vida crista.
6 – sem confundir –se com eles, a catequese se articula em torno de determinado número de elementos da missão pastoral da Igreja que têm um aspecto catequético e que preparam a catequese ou dela derivam: primeiro anúncio do Evangelho ou pregação missionária para suscitar a fé; busca das razoes de crer; experiência de vida cristã; celebração dos sacramentos; integração na comunidade eclesial; testemunho apostólico e missionário.
7 – A catequese anda intimamente ligada com toda a vida da Igreja. Não é somente a extensão geográfica e o aumento numérico, mas também e mais ainda o crescimento interior da Igreja, sua correspondência ao desígnio de Deus que dependem da catequese mesma.
8 – os períodos de renovação da Igreja são também tempos fortes da catequese. Eis por que, na grande época dos Padres da Igreja, vemos Santos Bispos dedicarem uma parte importante de seu ministério á catequese. É a época de S. Cirilo de Jerusalém e de S. João Crisóstomo, de Sto. Ambrosio e de Sto. Agostinho, e de muitos outros Padres cujas obras catequéticas permanecem como modelos.
O Catecismo ainda nos ensina nos seus artigos:
2039 – os ministérios a (catequese) devem ser exercidos em um espírito de serviço fraterno e dedicação à Igreja, em nome do Senhor. Ao mesmo tempo, a consciência de cada fiel, em seu julgamento moral sobre seus atos pessoais, deve evitar encerrar-se em uma consideração individual. Do melhor modo possível ela deve abrir-se à consideração do bem de todos, tal como ele se exprime na lei moral, natural e revelada, e, por conseguinte na lei da Igreja e no ensino autorizado do magistério sobre as questões morais. Não convém opor a consciência pessoal e a razão à lei moral ou ao magistério da Igreja.
2044 – A fidelidade dos batizados é condição primordial para o anúncio do Evangelho e para a missão da Igreja no mundo. Para manifestar diante dos homens sua força de verdade e de irradiação, a mensagem da salvação der ser autenticada pelo testemunho de vida dos cristãos: “O próprio testemunho de vida cristã e as boas obras feitas em espírito sobrenatural possuem a força de atrair os homens para a fé e para Deus.
Prezadas catequistas, minhas irmãs (os) em Cristo Jesus, vejamos ai às grandezas de nossa missão, sintamos a importância do nosso desempenho e da nossa dedicação, este texto foi escrito com o único propósito de nos esforçamos mais; de nos empenharmos mais; de nos dedicarmos mais a nossa catequese e a nossa Igreja, que nos doemos mais; que amemos mais a nossa missão, que aprendamos a colocar mais amor naquilo que desempenhamos que aprendamos mais sobre a missão de catequizar; que procuremos estudar mais as Sagradas Escrituras, o Catecismo da Igreja Católica; que procuremos leituras edificantes para nos formar cada vez melhor; e, sobretudo que saibamos caminhar como família de Deus. Como herança da porção escolhida, e que, portanto, não podemos servir de qualquer jeito, e nem servir do nosso jeito.
Que o Bom Deus toque nos nossos corações, e que sejamos humildes o bastante ao ponto de reconhecer se estamos ou não frutificando com a nossa doação neste serviço.
A todos eu desejo um feliz retorno a catequese neste ano de 2014.


Oração do Catequista

Senhor,
chamaste-me a ser Catequista
na Tua Igreja;
e na minha paróquia.
Confiaste – me a missão
de anunciar a Tua Palavra;
de denunciar o pecado,
de testemunhar, com a minha vida,
os valores do Evangelho.
É pesado, Senhor,
a minha responsabilidade,
mas confio na Tua graça.
Faz – me Teu Instrumento
para que venha o Teu Reino.
Reino de amor e de paz;
De Fraternidade e Justiça.
Amém!


Sônia Querino Soares – OFS
Catequista da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias – Catedral.
Janeiro/fevereiro de 2014.
Paz e Bem!

domingo, 26 de janeiro de 2014

Como portar-se na Igreja?

Foto: Como portar-se na Igreja?

Por Dom Henrique Soares da Costa. 

Caro Amigo de Facebook, deseja portar-se na Igreja como verdadeiro católico?

Ao entrar, observe se há a pia de água benta. Se houver, persigne-se com ela, recordando o seu Batismo, pelo qual você, marcado para sempre pela cruz do Redentor, entrou na Igreja. Entrar na igreja-casa deve sempre nos recordar a graça de quando entramos na Igreja-Povo de Deus Pai, Corpo de Cristo e Templo do Espírito!

Depois, vá até o seu lugar. Antes de entrar na fileira dos bancos, faça a genuflexão ao Santíssimo Sacramento, se Ele estiver à vista: dobre até o solo seu joelho direito. Os católicos orientais em geral rezam de pé para recordarem que são humanidade nova e gloriosa em Cristo; rezam, pois, de pé, numa posição gloriosa. Belíssimo! Nós, católicos latinos, ajoelhamo-os em várias ocasiões, como ato de humildade ante o Senhor e, sobretudo, recordando o senhorio de Cristo Jesus, diante de Quem deve dobrar-se todo joelho no céu, na terra e nos abismos. Assim, recordamos também que ainda não somos plenamente glorificados, ainda estamos a caminho! Belíssimo também!

Depois, já no seu lugar, ajoelhe-se e reze; derrame seu coração ante o Senhor em louvor, adoração e amoroso silêncio. Se não estiver inspirado, basta saudar o Santíssimo Sacramento, rezar o Pai-nosso, um Glória ao Pai, uma Ave-Maria... Somente depois sente-se e, calma e silenciosamente, pensando nas coisas de Deus, nas coisas da vida e nas coisas do céu, espere o início da santa Liturgia!

Se necessitar realmente falar com seu vizinho, faça-o com voz muito baixa e com discrição. É importante preservar o ambiente de sacralidade, respeito e religioso silêncio: "O lugar em que pisas é santo"; foi especialmente consagrado a Deus!

É assim que um verdadeiro católico, consciente e educado na fé, se porta!

Fonte: https://www.facebook.com/DomHenriqueSoaresDaCosta
Por Dom Henrique Soares da Costa.

Caro Amigo de Facebook, deseja portar-se na Igreja como verdadeiro católico?

Ao entrar, observe se há a pia de água benta. Se houver, persigne-se com ela, recordando o seu Batismo, pelo qual você, marcado para sempre pela cruz do Redentor, entrou na Igreja. Entrar na igreja-casa deve sempre nos recordar a graça de quando entramos na Igreja-Povo de Deus Pai, Corpo de Cristo e Templo do Espírito!

Depois, vá até o seu lugar. Antes de entrar na fileira dos bancos, faça a genuflexão ao Santíssimo Sacramento, se Ele estiver à vista: dobre até o solo seu joelho direito. Os católicos orientais em geral rezam de pé para recordarem que são humanidade nova e gloriosa em Cristo; rezam, pois, de pé, numa posição gloriosa. Belíssimo! Nós, católicos latinos, ajoelhamo-os em várias ocasiões, como ato de humildade ante o Senhor e, sobretudo, recordando o senhorio de Cristo Jesus, diante de Quem deve dobrar-se todo joelho no céu, na terra e nos abismos. Assim, recordamos também que ainda não somos plenamente glorificados, ainda estamos a caminho! Belíssimo também!

Depois, já no seu lugar, ajoelhe-se e reze; derrame seu coração ante o Senhor em louvor, adoração e amoroso silêncio. Se não estiver inspirado, basta saudar o Santíssimo Sacramento, rezar o Pai-nosso, um Glória ao Pai, uma Ave-Maria... Somente depois sente-se e, calma e silenciosamente, pensando nas coisas de Deus, nas coisas da vida e nas coisas do céu, espere o início da santa Liturgia!

Se necessitar realmente falar com seu vizinho, faça-o com voz muito baixa e com discrição. É importante preservar o ambiente de sacralidade, respeito e religioso silêncio: "O lugar em que pisas é santo"; foi especialmente consagrado a Deus!

É assim que um verdadeiro católico, consciente e educado na fé, se porta!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Catequista Pedra Viva - Pe. Zezinho


A Pessoa do Catequista


O catequista perfeito não existe. Como todo cristão, precisa de formação permanente. O perfil de catequista é moldado na formação e na prática que vai adquirindo na caminhada, assumindo a vocação do batismo de anunciar o Reino de Deus, lembrando que, antes de evangelizar, deve se deixar evangelizar.

O catequista deve ser consciente da missão e, ao assumir a catequese na comunidade, sentir-se pessoa integrada na comunidade, caminhar com ela, estar sensível aos seus problemas, desenvolvendo a consciência crítica diante de fatos e acontecimentos, que levem a comunidade à reflexão sobre a sua realidade, a partir de uma espiritualidade profunda de adesão a Jesus Cristo e à Igreja.

Deve ser uma pessoa de oração e alimentar sua vida com a Palavra de Deus e com a Eucaristia para ajudar a si mesmo e à comunidade a libertar-se do egoísmo, do pecado, e levá-la à celebração da vida na Liturgia.

O catequista precisa ser uma pessoa psicologicamente equilibrada, que sabe trabalhar em equipe, seja criativo, responsável, pontual, perseverante e tenha uma certa liderança.

Deve ter amor aos catequizandos e ter algumas noções de psicologia, didática, metodologia e técnica de grupo, e sentir dentro de si o ardor da vocação. Sem essa vocação, logo desanimará diante das exigências da ação catequética.

Nunca pode dizer que está pronto para sua tarefa, planejando e programando com o grupo de catequistas; participar de encontros na própria comunidade, paróquia ou fora; atualizar-se sempre, estudando os documentos orientativos da Igreja sobre catequese e outros assuntos atuais.

São desafios para a catequese não infantilizar a evangelização, reconhecer a experiência rica e diversificada da caminhada do Povo de Deus, reconhecer o catequizando como interlocutor e propor uma catequese vivencial, personalizada, que busca respostas de fé.

(Manuel Freixo dos Santos - Coordenação de Catequese do Regional Oeste I - MS)

Oração
Pai, permita que meu trabalho transmita a sua Palavra, e minha conduta seja guiada pela ação, em nome do Verbo. Que a infinita sabedoria e inocência de sua criação me envolvam, tornando-me um instrumento a seu serviço. Que eu saiba comunicar seu Evangelho, transformando-me em exemplo e testemunho de seu eterno amor, nesta imensa vida.
Concedei-me, Senhor, o dom da sabedoria que provém do vosso Santo Espírito. Dai-me o entendimento de vossa verdade para que eu possa vivê-la e comunicá-la a tantas pessoas que desejam conhecê-la. Iluminai-me com a luz da verdadeira fé para que eu possa transmiti-la aos corações sedentos de autenticidade.
Jesus, Mestre Divino, que formastes os apóstolos segundo os princípios do vosso Evangelho, conduzi-me sempre pelos caminhos de vossa verdadeira ciência.
Ajudai-me, Senhor, a assumir o compromisso de minha missão de catequista e fazei que eu me torne capaz de orientar muitos outros no caminho da verdadeira felicidade.
Que eu me deixe envolver profundamente pelo amor do Pai e possa comunicar esse amor aos meus irmãos e irmãs. Amém!

Fonte: http://semeandocatequese.blogspot.com.br/2012/07/a-pessoa-do-catequista.html#.UuMC2hBTu1s

Minha Catequista


Minha Catequista
(Por Fabricio Carpinejar )

Intelectual traz o ateísmo como pré-requisito. Confiar em Deus é sinônimo de ingenuidade, de burrice, de falta de conhecimento histórico.

Parece que estamos sendo enganados, no fundo do poço e nos agarramos no desespero da reza. Entre os amigos incrédulos, é previsível que pintará Darwin na discussão para mostrar que a Bíblia não aconteceu. Concordo que a Bíblia não aconteceu, é uma parábola, ela está acontecendo sempre. Agora, por exemplo.

Eu acredito em Deus, posso perder os leitores antes do sermão. ACREDITO. Porque tive uma catequista, Ester, que acreditou em mim.

Só acredita em Deus quem um dia foi acreditado.

Ester não me obrigou a colocar agulha no coração de Jesus, a purgar confissões de joelhos, não dobrou a culpa pelos meus pecados, não retorquiu minhas distrações, não censurou minha liberdade de ação, não me pediu para não morder a hóstia, nem me coibiu a não pensar bobagens. Ela me aceitou inteiramente, como sou e não sou. Ela me convenceu com uma única virtude (e tinha várias): o senso de humor.

Nunca conheci alguém com tamanha gentileza. Ela falava baixinho e sorria para explicar passagens dos evangelhos. Eu me aproximava para ouvi-la melhor. Ouvir mais o riso do que a voz. Seus olhos se apequenavam, chineses, cordiais, antecipando a gola branca da primeira comunhão.

Não era inquisidora. Não abria inquéritos dos defeitos. Havia uma leveza que não existe no moralista.

Eis o grande problema do moralista: ele não ri. Repare. É azedo, carrancudo, quer nos passar a limpo, não se duvida em nenhum momento, age como um exterminador dos erros, um desfragmentador de disco. Quem não ri não inspira confiança, sugere uma vida mesquinha e ingrata, com as escolhas decididas pelo medo.

E Ester é feliz. Feliz com os filhos e netos. Feliz com as suas amizades. Feliz à toa como um grão de mostarda tingindo o bico de um pássaro. E não disputava para ser mais certa do que uma criança de sete anos. Não me inferiorizava com sua sabedoria e suas metáforas, ela me incluía em sua fé.

Preservo a inocência auditiva daquela época, não duvido do invisível da infância.

No momento em que uma criança diz enxergar fantasmas, duendes, gnomos e amigos imaginários, os pais têm o hábito de duvidar da veracidade, caçar ajuda médica, recorrer à assistência escolar, não dormir jurando que é um problema de personalidade. Além de alegar que essas coisas não existem, questionam o valor da própria imaginação.

O ceticismo adulto desestimula que o pequeno supere as aparências, que enriqueça o cotidiano com mistérios e poesia. Bloqueia a fantasia logo no esplendor de sua espontaneidade, como a provar que somente importa o que é real e o que pode ser comprado.

Evidente que o filho não vai acreditar em Deus, o grave é que não vai acreditar em si.


Publicado na coluna "Primeiras Intenções"
Revista Crescer, São Paulo, P. 60, Número 193, Dezembro de 2009

Fonte: http://semeandocatequese.blogspot.com.br/2012/11/minha-catequista.html#.UuMENhBTu1t

Como ser Catequista de Iniciação Cristã?

O catequista deve ser pessoa convertida, evangelizada, entusiasmada. Pessoa de oração diária, que fez a experiência do amor de Deus e dá catequese como um ato de amor. O catequista reflete em seu rosto a alegria, o entusiasmo, o encantamento por Jesus Cristo, seu reino e sua Igreja. Transmite uma experiência de vida, não uma teoria, nem uma doutrina racional e vazia.

O Catequista deve dar catequese com alegria. Os catequizandos são tocados pela alegria do catequista. Esta alegria toca, convence, inflama, atrai as pessoas ao seguimento de Jesus. Quanto mais alegria, tanto mais a catequese será agradável e convincente. A alegria é sinal da fé, manifesta a experiência feita do amor de Deus e o desejo de comunicá-la. O bom catequista tem fé, competência e metodologia, mas transmite tudo isso através da alegria.

O catequista que tem Iniciação Cristã fez a experiência do amor de Deus e quer mostrar, ensinar, divulgar a experiência do amor de Deus. Este amor vivido desperta o coração dos ouvintes. Quanto mais o catequista ama sua sala, seus catequizandos, tanto mais vai cativá-los no amor de Deus. Assim, os catequizandos sentirão a alegria de descobrir que são amados por Deus.

A catequese de Iniciação Cristã começa mostrando quanto amor Deus tem por nós, dando-nos Jesus na manjedoura, na cruz e no sacrário. A morte e ressurreição de Jesus são grandes provas do seu amor. O centro da catequese é mistério pascal, a morte e ressurreição de Jesus, por amor de nós. Assim toda a Escritura Sagrada é uma carta de amor. Os sacramentos são gestos, abraços e beijos do amor de Deus. Até o sofrimento, enquanto chance de conversão e crescimento, é também amor de Deus, advertência e providência de Deus para o nosso bem. A Igreja é mãe amorosa que nos acolhe, batiza, crisma, perdoa, alimenta e reza por nós. A catequese é um ato de amor de Deus e da Igreja para nossa felicidade e salvação.

Uma catequese dada com amor e por amor e dada com alegria, suscita no coração do ouvinte a esperança de ser melhor, o desejo de mudar, a aspiração de se converter e se salvar e de ajudar os outros a descobrir este amor.

O catequista da Iniciação Cristã faz diariamente a meditação da Palavra de Deus, tem seu ritmo de silêncio, de escuta, de oração pessoal, precisa permanecer na “escola da Palavra” para interiorizar a mensagem e comunicá-la com ardor. É um contemplativo que transmite o que armazena em seu coração. A boca fala do que vem do coração. Na iniciação Cristã acontece a catequese apostólica: “Chamou-os, para estar com Ele e enviou-os a evangelizar” (Mc 3, 14-15).

O Catequista da Iniciação Cristã tem quatro pilares nos quais se afirma:
1) Oração diária, vida de oração que brota da fé. Deve ser mestre de oração.
2) Competência: é uma pessoa que estuda, faz cursos, tem o hábito de leitura, procura cultivar-se.
3) É humano, isto é, tem cuidado, carinho, amor, ternura e responsabilidade pelos catequizandos. Tem um amor exigente que leva a sério sua missão.
4) Tem pedagogia e metodologia de ensino.

Fonte:http://semeandocatequese.blogspot.com.br/2012/03/como-ser-catequista-de-iniciacao-crista.html#.UuL0xxBTu1s

A FÉ MAL EXPLICADA


O amor é tanto que comemoramos anúncio, concepção, nascimento, momentos da vida, morte e ressurreição de Jesus. Também comemoramos concepção, nascimento, momentos de vida e morte de Maria, a mãe dele. Amor suscita memórias!

Quando tive chance de explicar a um desses irmãos aguerridos de outra igreja, expus o porquê desses nomes e dessas datas. Se ele se satisfez, não sei, mas parou de discordar. Aceito ouvir as explicações deles, mas quero o direito de explicar os meus porquês. Não sou um crente visceral; sou crente cristão católico que estuda. Por isso celebramos os mistérios e vivências de ontem e neles, nossos mistérios e nossas vivências.

1-Anunciação, a 25 de março, por conta do anúncio feito pelo anjo a Maria. Ela seria mãe de alguém especial. Está nos evangelhos.

2-Imaculada Conceição a 8 de dezembro, porque, para nós, o primeiro instante de uma vida é sagrado. O primeiro instante da vida da mãe de Jesus para nós e motivo de festa. Está na Tradição.

3-Natal a 25 de dezembro porque o nascimento de Jesus fez a diferença no mundo. Está nos evangelhos.

4-Natividade de Maria a 8 de setembro porque, se o menino que dela não foi um menino qualquer, ela também não foi menina qualquer. Está na Tradição. Além de festejarmos sua concepção imaculada festejamos seu nascimento.

5-Nossa Senhora das Luzes ou da Candelária no dia 2 de fevereiro; das Dores, dia 15 de setembro, um dia depois do dia da Santa Cruz porque ela estava lá aos pés do filho que morria.
A iluminada é também iluminadora. Por isso, oramos a ela para que ore por nós durante nossa vida e na hora em que estivermos morrendo. Ela viveu isso com o Filho!

Durante o ano temos mais de 40 dias especiais, nos quais lembramos algum mistério da vida de Jesus ou da vida de Maria associada à de Jesus.

6-Ascensão alguns dias depois da Páscoa porque ali Jesus se despediu prometendo que voltaria, mas nunca mais foi visto com os olhos da carne.

7-Assunção, porque seremos todos levados para o céu, para onde não podemos ir por nossas próprias forças, mas lembrando que Maria morreu de morte bem mais serena do que a nossa e que, para ela o céu não trazia dúvidas. Foi passagem serena. Já tinha tido o céu no ventre. Nossa assunção é bem menos festiva. Morrer ainda nos assusta, isto porque não temos a correta dimensão de céu em nós.

Assim, as doutrinas e dogmas que cercam Jesus e seus santos, sobretudo Maria, para nós são festas maiores ou menores, a depender do enfoque devocional desta ou daquela cidade ou paróquia.

Pergunte a um católico devidamente instruído na fé e ele saberá responder porque ora, a quem ora, como ora e porque celebra algum dogma ou acontecimento. Os que lêem menos sabem menos. Mas está tudo lá nos livros oficiais da Igreja. Creio e sei porque creio, celebro e sei o que celebro.

***
Perguntei a um grupo de católicos atuantes qual a diferença entre Ascensão e Assunção e entre Nossa Senhora da Conceição e Natividade de Nossa Senhora. Tiveram dificuldade de responder. Em algum lugar de sua formação alguém se esqueceu de mergulhar nos porquês de nossa devoção.

Agiu coerentemente o pároco de uma ativa comunidade católica, quando escalou uma equipe de jovens para explicar em letras grandes num painel à entrada do templo, a cada festa, o que ela significava e, se fosse a vida de algum santo, o resumo de sua vida, atuação e pensamentos. A mesma equipe foi encarregada de colocar uma breve placa de explicação diante de cada imagem que havia no templo, com a corresponde citação bíblica. Resgatou conceitos e fundamentou suas celebrações.

Deixa a desejar a paróquia ou templo que por anos a fio apenas mostra imagens e celebra festas sem jamais explicar a catequese que elas expressam. Resultado: temos sido uma igreja mal vivida porque é mal explicada!
Fonte: http://catequeseebiblia.blogspot.com.br/2011/09/fe-mal-explicada.html

Uma oração em cada dedo


(Papa Francisco)

1. O Polegar é o mais próximo de você. Então comece a orar por aqueles que lhe são mais próximos. ...Eles são os mais facilmente lembrados. Orar por nossos entes queridos é "uma doce obrigação"!

2. O seguinte é o dedo indicador. Ore por aqueles que ensinam, instruem e curam.Isso inclui mestres, professores, médicos e padres. Eles necessitam de apoio e sabedoria para indicar a direção correta aos outros. Mantenha-os em suas orações sempre presentes.

3. O próximo dedo é o mais alto. Ela nos lembra dos nossos líderes. Ore para que os presidentes, congressistas, empresários e gestores. Essas pessoas dirigem os destinos de nossa nação e orientam a opinião pública. Eles precisam da orientação de Deus.

4. O quarto dedo é o nosso dedo anelar. Embora muitos fiquem surpresos, é o nosso dedo mais fraco, como pode dizer qualquer professor de piano. Ele deve lembrar-nos a rezar para os fracos, com muitos problemas ou prostrados pela doença. Eles precisam da sua oração dia e noite. Nunca é demais para orar por eles. Você também deve se lembrar de orar pelos casamentos.

5. E finalmente o nosso dedo mindinho, o dedo menor de todos, que é a forma como devemos nos ver diante de Deus e dos outros. Como a Bíblia diz que "os últimos serão os primeiros". Seu dedo mindinho deve lembrá-lo de orar por você. Quando você estiver orado para os outros quatro grupos, suas próprias necessidades estarão na perspectiva correta, e você poderá rezar melhor pelas suas necessidades.

(Livre tradução: Pe. Helder José, C.Ss.R.)

Fonte: http://semeandocatequese.blogspot.com.br/2013/04/uma-oracao-em-cada-dedo.html#.UuL1XxBTu1s

Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?


Qual a diferença da Bíblia Católica e a protestante?

A bíblia protestante tem apenas 66 livros porque Lutero e, principalmente os seus seguidores, rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14. A razão disso vem de longe.

No ano 100 da era cristã os rabinos judeus se reuniram no Sínodo de Jâmnia (ou Jabnes), no sul da Palestina, a fim de definirem a Bíblia Judaica. Isto porque nesta época começava a surgir o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos, que os Judeus não aceitaram.

Nesse Sínodo os rabinos definiram como critérios para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte:

(1) deveria ter sido escrito na Terra Santa;


(2) escrito somente em hebraico, nem aramaico e nem grego;


(3) escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);


(4) sem contradição com a Torá ou lei de Moisés.

Esses critérios eram nacionalistas, mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia judaica da Palestina os livros que hoje não constam na Bíblia protestante, citados antes.

Acontece que em Alexandria no Egito, cerca de 200 anos antes de Cristo, já havia uma forte colônia de judeus, vivendo em terra estrangeira e falando o grego. Os judeus de Alexandria, através de 70 sábios judeus, traduziram os livros sagrados hebraicos para o grego, entre os anos 250 e 100 a.C, antes do Sínodo de Jâmnia (100 d.C). Surgiu assim a versão grega chamada Alexandrina ou dos Setenta. E essa versão dos Setenta, incluiu os livros que os judeus de Jâmnia, por critérios nacionalistas, rejeitaram.

Havia então no início do Cristianismo duas Bíblias judaicas: uma da Palestina (restrita) e a Alexandrina (completa – Versão dos LXX). Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando canônicos os livros rejeitados em Jâmnia. Ao escreverem o Novo Testamento usaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico.

O texto grego “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto, o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passou para o uso dos cristãos.

Das 350 citações do Antigo Testamento que há no Novo, 300 são tiradas da Versão dos Setenta, o que mostra o uso da Bíblia completa pelos apóstolos. Verificamos também que nos livros do Novo Testamento há citações dos livros que os judeus nacionalistas da Palestina rejeitaram. Por exemplo: Rom 1,12-32 se refere a Sb 13,1-9;  Rom 13,1 a  Sb 6,3;  Mt 27,43 a Sb 2, 13.18; Tg 1,19 a Eclo 5,11;  Mt 11,29s a Eclo 51,23-30;  Hb 11,34 a 2 Mac 6,18; 7,42;  Ap 8,2 a Tb 12,15.

Nos séculos II a IV houve dúvidas na Igreja sobre os sete livros por causa da dificuldade do diálogo com os judeus. Finalmente a Igreja, ficou com a Bíblia completa da Versão dos Setenta, incluindo os sete livros.

Por outro lado, é importante saber também que muitos outros livros que todos os cristãos têm como canônicos, não são citados nem mesmo implicitamente no Novo Testamento. Por exemplo: Eclesiastes, Ester, Cântico dos Cânticos, Esdras, Neemias, Abdias, Naum, Rute.

Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos santos Padres da Igreja (Patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deutero-canônicos) são citados como Sagrada Escritura. Assim, São Clemente de Roma, o quarto Papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes.

Ora, será que o Papa S. Clemente se enganou, e com ele a Igreja? É claro que não. Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico, e do 2 Macabeus; Santo Hipólito (†234), comenta o Livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes, e cita como Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, 1 e 2 Macabeus.

Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo.

Vários Concílios confirmaram isto: os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870) confirmaram a escolha.

No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) para contestar a Igreja, e para facilitar a defesa das suas teses, adotou o cânon da Palestina e deixou de lado os sete livros conhecidos, com os fragmentos de Esdras e Daniel.

Sabemos que é o Espírito Santo quem guia a Igreja e fez com que na hesitação dos séculos II a IV a Igreja optasse pela Bíblia completa, a versão dos Setenta de Alexandria, o que vale até hoje para nós católicos.

Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Biblícas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia.

Neste fato fundamental para a vida da Igreja (a Bíblia completa) vemos a importância da Tradição da Igreja, que nos legou a Bíblia como a temos hoje. Disse o último Concílio: “Pela Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nelas cada vez mais profundamente compreendidas e se fazem sem cessar, atuantes. Assim o Deus que outrora falou, mantém um permanente diálogo com a Esposa de seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do Evangelho ressoa na Igreja e através da Igreja no mundo, leva os fiéis à verdade toda e faz habitar neles copiosamente a Palavra de Cristo” (DV,8).

Por fim, é preciso compreender que a Bíblia não define, ela mesma, o seu catálogo; isto é, não há um livro da Bíblia que diga qual é o Índice dela. Assim, este só pôde ter sido feito pela Tradição Apostólica oral que de geração em geração chegou até nós.

Se negarmos o valor indispensável da Tradição, negaremos a autenticidade da própria Bíblia.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2012/11/24/por-que-a-biblia-catolica-e-diferente-da-protestante/#more-3671

Os Tempos Litúrgicos

Os tempos litúrgicos são as divisões existentes no Ano Litúrgico da Igreja Católica. Estes tempos existem em toda a Igreja Católica, apenas há algumas diferenças entre os vários ritos. Os tempos constantes abaixo são referentes ao rito romano.

                                                                                Advento
 

O Advento (do latim Adventus: "chegada", do verbo Advenire: "chegar a") é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria, de expectativa, onde os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus Cristo, vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a Paz. No calendário religioso este tempo corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal. O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã.
É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.
Esse tempo possui duas características: Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de Dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa.
A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão.


                                                                           Tempo do Natal
 

Após a celebração anual da Páscoa, a comemoração mais venerável para a Igreja é o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, pois o Natal é um tempo de fé, alegria e acolhimento do Filho de Deus que se fez Homem.
O tempo do Natal vai da véspera do Natal de Nosso Senhor até o domingo depois da festa da aparição divina, em que se comemora o Batismo de Jesus. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada Família, de Maria, mãe de Jesus e do Batismo de Jesus.

 
Tempo da Quaresma

Quaresma, palavra que vem do latim quadragésima, é o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa.
O Tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de preparação para a Páscoa do Senhor, e dura cerca de quarenta dias. Neste período não se diz o "Aleluia", nem se colocam flores na Igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o "Glória a Deus nas alturas", para que as manifestações de alegria sejam expressadas de forma mais intensa no tempo que se segue, a Páscoa. A Quaresma inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, e termina na manhã de Quinta-feira Santa.
A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja Católica marcam para preparar os fiéis para a grande festa da Páscoa. Durante este período, os seus fiéis são convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da esmola e da oração. Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo, é feito um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como filhos de Deus.
A Igreja Católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na Quarta-feira de Cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma consequência da penitência.

Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal é um conjunto de três dias celebrado no Cristianismo (católico romano), composto pela Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Vigília Pascal, véspera do Domingo da Ressurreição ou Domingo de Páscoa. Este último dia já não faz parte do Tríduo Pascal.
O Tríduo Pascal começa com a Missa da Santa Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa. Neste dia, é celebrada a Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, e comemora-se o gesto de humildade de Jesus ao lavar os pés dos discípulos.
Na Sexta-Feira Santa celebra-se a Paixão e Morte de Jesus Cristo. É o único dia do ano que não tem Missa, acontece apenas uma Celebração da Palavra chamada de "Ação ou Ato Litúrgico".
Durante o Sábado Santo, a Igreja não exerce qualquer acto litúrgico, permanecendo em contemplação de Jesus morto e sepultado.Na noite de Sábado Santo, já pertencente ao Domingo de Páscoa, acontece a solene Vigília pascal. Conclui-se, então, o Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-Feira, Sexta-Feira e o Sábado Santo, que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição.
 
Tempo Pascal

A Festa da Páscoa ou da Ressurreição do Senhor, se estende por cinqüenta dias entre o domingo de Páscoa e o domingo de Pentecostes, comemorando a volta de Cristo ao Pai na Ascensão, e o envio do Espírito Santo. Estas sete semanas devem ser celebradas com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou, melhor ainda, como se fossem um grande domingo, vivendo uma espiritualidade de alegria no Cristo Ressuscitado e crendo firmemente na vida eterna.
O tempo pascal é o mais forte de todo o ano, inaugurado na Vigília Pascal e celebrado durante sete semanas até Pentecostes. É a Páscoa (passagem) de Cristo, do Senhor, que passou da morte à vida, a sua existência definitiva e gloriosa. É a páscoa também da Igreja, seu Corpo, que é introduzida na Vida Nova de seu Senhor por meio do Espírito que Cristo lhe deu no dia do primeiro Pentecostes. A origem desta cinquentena remonta-se às origens do Ano litúrgico.

 
Tempo Comum
Além dos tempos que têm características próprias, restam no ciclo anual trinta e três ou trinta e quatro semanas nas quais são celebrados, na sua globalidade os Mistérios de Cristo. Comemora-se o próprio Mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos. É um período sem grandes acontecimentos, mas que nos mostra que Deus se faz presente nas coisas mais simples. 
É um tempo de esperança acolhimento da Palavra de Deus. Este tempo é chamado de Tempo Comum, mas não tem nada de vazio.
É o tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e no trabalho pelo Reino. O Tempo Comum é dividido em duas partes: a primeira fica compreendida entre os tempos do Natal e da Quaresma, e é um momento de esperança e de escuta da Palavra onde devemos anunciar o Reino de Deus; a segunda parte fica entre os tempos da Páscoa e do Advento, e é o momento do cristão colocar em prática a vivência do reino e ser sinal de Cristo no mundo, ou como o mesmo Jesus disse, ser sal da terra e luz do mundo.
Não se podem contrapor os chamados "tempos fortes" ao Tempo Comum, como se este tempo fosse um tempo fraco ou inferior. É o tecido concreto da vida normal do cristão, fora das festas, e pode ver-se nele a comemoração da presença de Cristo na vida quotidiana e nos momentos simples da vida dos cristãos.
Duas fontes são importantes para a espiritualidade e força do Tempo Comum: Os Domingos e os tempos fortes. O Tempo Comum pode ser vivido como prolongamento do respectivo tempo forte. Vejamos: a primeira parte do Tempo Comum, iniciada após a Epifania e o Batismo de Jesus, constitui tempo de crescimento da vida nascida no Natal e manifestada na Epifania.
Esta vida para crescer e manifestar-se em plenitude e produzir frutos, necessita da ação do Espírito Santo que age no Batismo do Senhor. A partir daqui Jesus começa a exercer seu poder messiânico. Também a Igreja: fecundada pelo Espírito ela produz frutos de boas obras;
No Tempo Comum temos algo semelhante ao recomeçar por volta do 9º Domingo, imediatamente depois de Pentecostes: a vida renasce na Páscoa e desenvolve-se através do Tempo Comum, depois de fecundado pelo Espírito em Pentecostes. A força do Mistério Pascal é vivida pela Igreja através dos Domingos durante o ano que amadurece os frutos de boas obras, preparando a vinda do Senhor.
O Tempo Comum é ainda tempo privilegiado para celebrar as memórias da Virgem Maria e dos Santos.

Fonte: http://www.paroquianossasenhoradocarmo.com/liturgia/tempos_liturgicos.htm

sábado, 11 de janeiro de 2014

Batismo de Jesus


Com o batismo do Senhor, passamos do tempo do Natal ao tempo litúrgico comum. Tempo que vai nos revelar a missão de Jesus e o chamado feito a cada um de nós no dia do nosso batismo: sermos anunciadores da boa-nova do reino.

Enquanto João Batista prega a conversão dos pecados, Jesus vem e entra no rio Jordão, como todo o povo, para ser batizado. Mesmo sem precisar da remissão dos pecados, Jesus busca o batismo e se solidariza com o povo, une-se com quem deve ser salvo. Ao mesmo tempo, é revelado como o Filho amado do Pai celeste e recebe o Espírito que o investe da missão de profeta, sacerdote e rei.
Ao celebrar a festa de hoje, somos levados a refletir também sobre o nosso batismo. A exemplo de Jesus, ao sermos ungidos com o óleo batismal, desce sobre cada um o Espírito e somos proclamados filhos e filhas amados do Pai. Isso constitui grande alegria e nos leva a reconhecer no batismo, mais do que um peso sobre as costas, um dom, predileção de Deus, vocação à fé comprometida com o projeto de Jesus.
Recebendo o Espírito no batismo, fomos habilitados para a missão. Unidos a Jesus e a exemplo dele, tornamo-nos sacerdotes (servidores do culto), profetas (servidores da Palavra) e reis (servidores do povo de Deus).
Batizados em nome da Santíssima Trindade, entramos a fazer parte da comunidade, a grande Família de Deus. É aí que alimentamos nossa fé e fortalecemos nosso compromisso com Jesus e com os irmãos.
Nosso principal compromisso é seguir o caminho de Jesus, procurando viver uma vida nova, passando da solidariedade no pecado à solidariedade no amor e assumindo o projeto de uma vida livre da injustiça e da corrupção. Jesus passou a vida fazendo o bem; somos convidados a imitá-lo.
(Fonte: O Domingo)

Batismo


O Batismo para o Povo

Quando chegamos muito cedo à Igreja, esta amanhecendo e a porta esta fechada. Não podemos entrar. Somente mais tarde, quando chegar o porteiro com a chave, a porta pode ser aberta. Aí sim, podemos entrar. No amanhecer de nossa vida, estamos fora da Igreja de Cristo. O batismo é a chave que abre a porta para que possamos entrar e fazer parte como pessoas, com deveres e direitos.

O batismo, ao mesmo tempo que nos introduz na Igreja, nos incorpora ao Corpo místico de Cristo, nos toma seus membros, fazendo de nós templos do Espírito Santo...

Neste trabalho, não pretendemos trazer tudo o que se ensina a respeito do batismo. Traremos apenas o essencial, o suficiente. O batismo é um gesto amoroso de Jesus Cristo. O seu efeito é invisível aos olhos. Mas a fé nos diz que ele devolve a vida divina que os primeiros pais haviam perdido. Também dá o perdão de todos os pecados atuais, se por acaso alguém os tiver, na hora do batismo. Desta maneira, nos toma filhos queridos de Deus, aptos para receber a herança que nos preparou e ao mesmo tempo nos toma irmãos uns dos outros.

No batismo, Jesus nos convoca para uma missão: continuar a obra dele, com os dons e os meios que deixou à nossa disposição. E necessário que cada um conheça sua dignidade e sua missão para poder empregar bem o seu tempo, dando sentido à vida.



Jesus fala do batismo

Quando Nicodemos, membro do Sinédrio, se encontrou com Jesus ã noite, disse: "Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus, pois ninguém, se Deus não estiver com ele, pode fazer os prodígios que tu fazes" (Jo 3,2). Jesus respondeu: "Em verdade te digo: Ninguém, se não nascer de novo, pode ver o reino de Deus" (Jo 3,3). Diante da perplexidade de Nicodemos, Jesus continuou: "Em verdade, te digo: Ninguém, se não nascer pela água e pelo Espirito Santo, pode entrar no reino de Deus. Aquilo que é gerado pela carne é carne, e aquilo que é gerado pelo Espírito é espirito. Não te ad-mires de eu te haver dito: E necessário que vós sejais gerados de novo" (Jo 3,5-7). Assim, Jesus ensinava que as condições necessárias para o reino de Deus é a vida nova que se recebe por intermédio do batismo.


As purificações

Jesus anuncia a Nicodemos a necessidade do batismo para ter uma nova vida.

A palavra batismo é de origem grega e significa: imergir, afundar, afogar. Mas tem o sentido também de: purificar, destruir, lavar.

O ser humano tem uma tendência natural de purificar seu corpo com banhos e de purificar sua consciência dos pecados que julga ter cometido. Para conseguir isso, muitas vezes usa a água como rito de purificação. Muitos povos antigos como os egípcios (no Nilo), babilônicos (no Eufrates), hindus (no Ganges), essênios (em Qumrã), e muitos outros povos, ainda hoje, usam banhos e abluções como ritos de purificação interior.

No Antigo Testamento havia a convicção de que a impureza se transmitia pelo contato. Por isso, se usava a água para a purificação. Mas as abluções tinham um significado mais profundo: buscar a santidade das pessoas. Deus queria que os membros de seu povo fossem santos: "Vocês foram santificados e se tornaram santos, porque eu sou santo. Portanto, não se tornem impuros" (Lc 11,44). Deus não queria que esses banhos fossem apenas formalidades externas. Mas que fossem acompanhados de uma vida de justiça. E, quando isso não acontecia, por meio dos profetas, como Isaias, admoestava: "As vossas mãos estão cheias de sangue: lavai-vos, purificai-vos! Tirai de minha vista vossas más ações! Cessai de praticar o mal, aprendei a fazer o bem! Fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva" (Is 1,15-17).

Batismo dos prosélitos

O nome prosélito vem do grego e significa "aquele que se aproxima, que se agrega" a uma comunidade.

Todos os descendentes de Abraão eram membros do povo de Deus. Mas, se algum estrangeiro quisesse fazer parte deste povo, era aceito. Para tanto, devia ser circuncidado, uma vez que a circuncisão era o sinal da participação na Aliança (Gn 17,11) e da integração ao povo de Deus. Também recebia o batismo para se purificar. O batismo era um banho, feito diante de pelo menos duas testemunhas judaicas (rabinos). Depois disso, era considerado membro do povo de Deus.

Também entre os essênios se usavam os banhos para a purificação. Em Oumrã, perto do mar Morto, as escavações trouxeram ã luz uma grande construção, com piscinas para banhos. Nos textos, descobertos (1947-48) nas grutas, neste local, se percebe que a purificação se reveste de grande importância. Para os essênios, a purificação devia ser uma conseqüência da conversão do coração. O manual de disciplina deles diz: "O ímpio não será purificado pelas águas de expiação, nem será jamais purificado com águas lustrais; não se santificará entrando nos banhos e nos rios, e não se purificará, absolutamente, em água. É impuro e assim permanecerá, enquanto continuar a menosprezar os mandamentos de Deus, sem corrigir-se na comunidade de sua eleição".

Para o povo de Deus, mediante os ritos de purificação, é Deus mesmo quem purifica.



Batismo de João Batista

Antes de João Batista havia o autobatismo. Era um banho que se repetia de acordo com a necessidade. Com a chegada do Batista há uma mudança radical. Agora, ele batiza os outros e seu batismo não é renovado, já que sua mensagem tem caráter messiânico. Ele insiste na mudança de vida, pois "João percorria toda a região do rio Jordão, pregando um batismo de conversão para o per-dão dos pecados" (Lc 3,3). 0 batismo de João é provisório, mas anuncia o definitivo.

Todo o povo dos arredores do Jordão e de Jerusalém vai a João para ser batizado. Também Jesus que acaba de chegar de Nazaré da Galiléia. João aponta para ele, dizendo: "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o peca-do do mundo" (Jo 1,29). Jesus, no entanto, entra na fila para ser batizado. João recusa. Mas depois concorda.

Ao ser batizado, Jesus quis pôr em evidência a solidariedade para com os homens. Também assumir a missão para a qual o Pai o havia enviado. As palavras do Pai: "Tu és o meu Filho amado, em ti encontro o meu agrado" (Mc 1,11), constitui a consagração pública de sua missão. O reconhecimento de seu Filho Eterno no homem Jesus, o verdadeiro Messias. Jesus recebe também o Espírito Santo em plenitude.

Jesus não necessitava receber o batismo de conversão que João Batista administrava, no entanto, entrando no rio Jordão, deu a força santificadora para toda a água que se utilizaria no sacramento do batismo.

O batismo de João era diferente daquele que Jesus instituiria. Aos enviados das autoridades de Jerusalém responde: "Eu batizo vocês com água. Mas chegará alguém mais forte do que eu. Eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo" (Lc 3,16).

Batismo de Jesus

Antes de subir ao céu, Jesus dissera a seus discípulos: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem não crer, será condenado" (Mc 16,15-16).

No dia de Pentecostes, São Pedro diz: "Esse Jesus, Deus o ressuscitou, e disso nós todos somos testemunhas" (At 2,32). "A ele justamente Deus constituiu Senhor e Messias, esse Jesus que vós crucificastes" (At 2,36). "Quando ouviram isso, todos ficaram de coração aflito e perguntaram a Pedro e aos outros discípulos: Irmãos, o que devemos fazer? Pedro respondeu: Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos pecados; depois receberão do Pai o dom do Espirito Santo" (At 2,37-38).

Ser batizado significava incorporar-se à comunidade dos discípulos de Cristo. Para isso, se necessitava que houvesse:

1°- A pregação da boa nova.

2°- A fé dos ouvintes, suscitada pela pregação.

3°- A recepção do batismo.

Dizia-se batizar em "nome de Jesus" para diferenciar de outros batismos existentes, com os quais não devia ser confundido.


Pertencemos a Cristo

O batismo devolve a vida divina que os primeiros pais haviam perdido, nos toma "homens novos" (Ef 4,24). Também perdoa qualquer outro pecado que alguém haja cometido.

O Pai, com o batismo, por obra do Espirito Santo, nos une a Cristo para podermos ter condições de ingressar na comunidade Divina. São Paulo diz: "Estejam certos de que receberão do Senhor a herança como recompensa. O Senhor a quem vocês servem é Cristo" (Cl 3,24).

Pelo batismo o Pai nos entrega a Jesus: e Jesus torna-se nosso Senhor. Por isso, na última ceia, ele reza: "Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que estejam comigo onde eu estiver, para que contemplem a minha glória que me deste, pois me amaste antes da criação do mundo" (Jo 17,24).

Como taças, de diversos tamanhos, em que cada uma aparece plenamente "satisfeita", quando cheia, cada um de nós gozará a plena felicidade de Deus. A taça da felicidade terá o tamanho do amor que cada um vivenciou nesta vida.


Caráter (marca batismal)

O batismo deixa em nós uma marca indelével (o selo). Uma marca que não se apaga mais. Por isso, ele é recebido apenas uma vez.

Em 1963, numa paróquia de Caxias do Sul, certo domingo, vieram os pais para batizar o filho de quase dois anos de idade. No dia seguinte, uma senhora comunicou que aquela criança já fora batizada e ela havia sido a madrinha. Quando se perguntou o motivo do novo batismo, respondeu: os pais brigaram comigo e quiseram arranjar outra comadre. Para esta criança apenas o primeiro batismo foi válido. O segundo não teve efeito nenhum. O mesmo se pode dizer daqueles que, deixando a Igreja católica, vão se fazer batizar em alguma comunidade não católica.

Quando a gente nasce, nasceu para sempre. Com o batismo, recebemos a vida divina. Por isso, novos batismos não mais têm efeito sobre o batizado.

A marca que o batismo deixa em nós diz que somos propriedade do Pai, do Filho e do Espirito Santo e somos destinados a cumprir uma missão em prol dos semelhantes.

Quando percorria a campanha, numa paróquia da serra gaúcha, muitas vezes, encontrava numeroso gado que, saindo das invemadas, andava pela estrada. Pertencia a diversos proprietários. Perguntei a um jovem: "Como é possível descobrir o proprietário entre tanto gado?". "E. fácil", respondeu. "Cada animal traz na paleta as iniciais do nome do dono, feito com ferro em brasa. É uma marca que não se apaga mais. Por ela se sabe a quem pertence". Pelo batismo recebemos uma marca indelével pela qual somos identificados como filhos de Deus, propriedade da Trindade. É uma marca que imprime em nós certas características que nos torna semelhantes a Cristo. Quando Deus Pai olha para um batizado, vê nele a imagem de Jesus Cristo e o ama com o mesmo amor que ama a ele.

Juliano, o apóstata, foi imperador por pouco tempo. Era cristão, havia sido batizado. Depois apostatou. Queria tirar de si a marca do batismo. Para isso, tomava banho em sangue de animais. No entanto, apesar desta sua ação, jamais poderia arrancar de sua alma os efeitos do batismo. A imagem da Trindade, impressa nele, era indelével, mesmo sendo deformada com sua apostasia.

Tanto no céu como no inferno o batizado leva consigo a marca de filho de Deus. No céu, para sua glória. No inferno, para sua desonra e desgraça.

Templos do Espírito Santo

O batismo nos transforma em templos do Espirito Santo, em morada da Santissima Trindade. Por isso, Leonidas, que viveu nos primeiros séculos, depois do batismo do filhinho Origens, diariamente, antes de dormir, beijava-lhe o peito e adorava o Deus presente nele. De quem aprendeu para acreditar nesta verdade? De São Paulo, que diz: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Ora, se alguém maltrata o templo de Deus, Deus maltratá-lo-á, porque é o templo de Deus, e tal templo sois vós"" (1Cor 3,16-17).

Três tipos de batismo

De acordo com os santos Padres e a doutrina da Igreja, existem três tipos de batismo que podem levar a salvação:

1°- Batismo de desejo: Neste, Deus olha o desejo e o amor da pessoa. Jesus disse: "Quem me ama será amado por meu Pai, e eu amá-lo-ei e manifestar-me-ei a ele" (Jo 14,21).

Na Idade média, os teólogos acreditavam que os povos do Novo Mundo estavam na mesma situação dos povos que viviam antes da encarnação de Jesus Cristo. A fé em um Deus que governa o mundo devia ser interpretada como batismo de desejo. Aliás, Pio XII, numa carta ao cardeal Cushing, em 1949, dizia: "Em certas circunstâncias, que estão especificadas, basta, para salvar-se, um desejo implícito do batismo, com ele, um desejo implícito da Igreja, uma vez que este desejo é inspirado pela fé sobrenatural e, sobretudo, pelo amor a Deus".

O Vaticano II afirma: "Aqueles, portanto, que, sem culpa, ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir, por obras, a sua vontade, conhecida através do ditame da consciência, podem conseguir a salvação eterna" (LG 16).

2°- Batismo de sangue: Trata-se daquele que derrama seu sangue por Jesus Cristo, antes de ser batizado. No tempo das perseguições romanas, pessoas que estavam se preparando para receber o batismo (catecúmenos) eram mortas por defender sua opção por Cristo. Ninguém negava que se salvariam. Baseavam esta verdade nas pa-lavras de Jesus: "Quem quiser salvar sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la" (Mc 8,35). Alias, a Igreja celebra anualmente a festa dos Santos inocentes. São as crianças que Herodes mandou matar. Não receberam o batismo de água porque ainda não havia sido instituído. No entanto, são veneradas como santas, pela Igreja, em sua liturgia.

3°- Batismo de agua: É o sacramento que nos toma filhos de Deus. São Jerônimo, falando deste batismo, diz: "Jesus, quando entra nas águas do rio Jordão ,emerge a humanidade inteira". Nesta hora, toda a água recebe a força de purificar as almas. O Pai atesta que o homem Jesus é o seu Filho amado, e o Espírito Santo unge Jesus para a missão para a qual o Pai o enviara. Mas o verdadeiro batismo de Jesus é a Páscoa: imersão na morte e ressurreição dos mortos. Pois Jesus havia perguntado aos discípulos: "Por acaso, vocês podem beber o cálice que eu vou beber? Podem ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?" (Mc 10,38). Jesus falava da doação da vida que, a exemplo dele, os após-tolos deviam dar.

São Paulo diz: "Vocês não sabem que todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Pelo batismo fomos sepultados com ele na mor-te, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos por meio da glória do Pai, assim também nós possamos caminhar numa vida nova" (Am 6,3-4).

A Igreja tem seu início com o anúncio da morte e ressurreição de Jesus Cristo e como batismo (At 2,14ss). A primeira leva de cristãos foi toda de adultos. No dia de Pentecostes foram batizados três mil. Em seguida, mais dois mil. Depois, o número foi aumentando.


O batismo na história

Do século II ao VI

Nos primeiros séculos, devido aos perigos das heresias e apostasias provocadas pelas perseguições, se começou a fazer maiores exigências com os que desejas-sem tornar-se cristãos. Somente se admitia um candidato mediante a apresentação de um padrinho. Este, depois, o acompanhava durante os anos de preparação (três ou quatro anos), observando seu comportamento. Os candidatos, aos domingos, participavam da celebração da palavra. Depois, se retiravam, enquanto os cristãos continuavam a celebração eucarística.

No período de preparação à Páscoa, o catecúmeno participava mais intensamente da preparação. Ao aproximar-se da festa, o padrinho apresentava o catecúmeno ao bispo, que o recebia em nome do Senhor. Em seguida, o instruía sobre a Sagrada Escritura e as verdades do Creio.

Na noite que precedia a Páscoa, rezavam o Creio e o pai-nosso, recebiam a unção pré-batismal e depois eram batizados. Em Nazaré, ainda se encontram as ruínas de uma piscina deste tempo. Pode-se ver que o catecúmeno descia três degraus que o levava ao fundo. Ficava com água até o peito. Neste momento o celebrante o batizava, apoiando a mão na cabeça do catecúmeno e fazendo-o imergir por três vezes, dizendo: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Em seguida, o recém-batizado subia pelo outro lado da piscina. Assim podia se entender melhor que o batismo era uma imersão na morte de Jesus (morte ao pecado) e uma ressurreição (subia um homem novo, sem pecado). Ou, podia ser uma passagem semelhante àquela dos hebreus, através do mar Vermelho, quando saíram do Egito. O batismo se apresentava como um novo êxodo, rumo à liberdade. Uma passagem da morte para a vida. Do pecado para a graça.

O batismo não é uma chegada. É uma partida que nos leva pelo caminho da verdadeira liberdade. São Pau-lo nos diz: "Irmãos, vocês foram chamados para ser livres" (GI 5,13), pois "Cristo nos libertou para que seja-mos verdadeiramente livres. Portanto, fiquem firmes e não se submetam de novo ao jugo da escravidão" (GI 5,1). Quanto ao batismo, "não se trata de limpeza da sujeira corporal, mas de compromisso solene de uma boa consciência diante de Deus, mediante a ressurreição de Jesus Cristo" (1Pd 3,21). Na verdade, nossa vida se desenvolve entre dois batismos: aquele da água e aquele da nossa morte. Entre os dois existe o tempo do deserto, através do qual, a exemplo do povo de Deus, caminhamos para a terra prometida. Neste tempo, Deus nos acompanha com sua palavra, nos alimenta com a eucaristia, nos guia pelo Espírito Santo e nos pede que caminhemos de mãos da-das com nossos semelhantes.

Do século VI ao XII

Nestes séculos, se reduz o tempo de preparação ao batismo (catecumenato). Toma-se normal o batismo de crianças. Por isso, o papel do padrinho muda. Agora, é aquele que representa e fala em nome daquele que será batizado.

Do século XII ao Vaticano II

A alta mortalidade infantil da Idade média faz com que se batize a criança quanto antes. E por comodidade, aos poucos, se abandona o batismo por imersão e se passa a batizar por infusão (se derrama água sobre a cabeça). No século XIV, praticamente, não existe mais batismo por imersão.

No início do século X, o batismo começa a ser administrado também fora da Páscoa.

E no século XII, em geral, existe somente batismo de crianças. Então, o catecumenato desaparece. Este costume chega até o Vaticano II. Depois do Concílio surgem cursos para pais e padrinhos, preparando o batismo.

Sacerdócio dos fiéis

Pelo batismo, o cristão toma-se membro do Corpo de Cristo, participante do seu sacerdócio. Pode, por isso, oferecer ao Pai a vitima Divina presente na Eucaristia. Também pode oferecer a Deus a criação e a atividade humana, transformando tudo num hino de louvor ao Criador.

São Pedro diz: "Vocês são raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus, para pro-clamar as obras maravilhosas daqueles que chamou vocês das trevas para a sua luz maravilhosa. Vocês que antes não eram povo, agora são povo de Deus" (1 Pd 2, 9-10).


Batismo de crianças

O batismo de crianças existiu desde o início da Igreja. Pelo ano 200 se batizavam as crianças das famílias cristãs, sem contestação de praticamente ninguém.

Muitas vezes se ouve dizer que se deveria esperar para batizar quando o indivíduo pudesse escolher por si mesmo.

Mas, por que a Igreja não espera para batizar? Porque Deus também não espera para nos amar quando podemos entender o seu amor. Tornar-nos seus filhos é a maior prova de amor que Deus poderia ter para conosco. Nenhuma criança escolheu os pais, a Pátria, a família, mas ela existe. Então, é necessário dar-lhe aquilo que é melhor para ela, embora ainda não seja capaz de escolher. Ora, a vida divina, dada por meio do batismo, é a maior graça que alguém pode receber. Por isso, ela não pode ser privada. E quando crescer deverá ser ajudada a assumir o compromisso com Cristo.

Não se pode esperar que a criança cresça para que possa escolher o nome que deseja, a língua que quer fa-lar, a família com quem deseja viver. Sabe-se que estas coisas são um bem para ela, por isso, lhes são dadas antes que entenda. Também a vida divina é um bem. Por isso, lhe é dada na flor da idade, antes que entenda. Uma criança nasce numa família da qual recebe o nome, a raça, a língua, os hábitos. E, quando os pais vivem a experiência da fé, desejam que os filhos façam o mesmo. Depois, quando chegam ao uso da razão, poderão decidir e assumir livremente por si.

Quando há uma garantia de que a criança será educada na fé cristã, deve-se batizar. Se não houver esta garantia, é necessário adiar o batismo. Em perigo de morte deve ser batizada, mesmo contra a vontade dos pais.

As crianças não têm condição de fazer o ato de fé. Mas, conforme Santo Agostinho, elas são batizadas na fé da Igreja. A Igreja o faz por elas.

Nas observações preliminares do rito de batismo — Conferência Nacional dos Bispos do Brasil —, promulgado pela CNBB, consta que "a Igreja desde os primeiros séculos batizava não só adultos, mas também as crianças. A Igreja sempre entendeu que não se devia privar do batismo as crianças, uma vez que são batizadas na fé da mesma Igreja, que é proclamada pelos pais, padrinhos e todos os presentes. Neles está representada a Igreja local e toda a assembléia dos santos e dos fiéis: a mãe Igreja que gera todos e cada um".

E as crianças que morrem sem batismo, se salvam? Os teólogos dizem que Deus olha a fé e o desejo dos pais. Também da Igreja. Ele não condenaria crianças inocentes.

Escolha dos padrinhos

O padrinho não existe como se fosse um enfeite de presépio. Ele é escolhido para uma missão: ajudar os pais na educação cristã do filho. Por isso, todo o padrinho deve ser escolhido em função do batizando, e não por-que é amigo de pescaria do pai. Ou porque é rico e pode dar um gordo presente ao afilhado. A missão principal dos padrinhos é ajudar o afilhado a ser um coerente discípulo de Cristo. E o fará por meio da palavra e, principalmente, do testemunho.

O padrinho deve ser uma pessoa batizada, crisma-da, católica, para que possa exercer sua missão, se não vive a vida cristã, não participa da comunidade, é amasiado, infiel, blasfemador, injusto, como pode exercer sua missão? Se é de outra religião, merece todo o respeito, mas como poderá dar ao batizado aquilo que não tem? Um peixe jamais poderá ensinar um pássaro a voar. A Igreja aceita alguém de outra religião, não como padrinho, mas como testemunha, junto com um padrinho católico. Por quê? Porque deseja que os padrinhos sejam coerentes. Não o seriam se não tivessem condições de ajudar o batizando com palavras e exemplos a ser autêntico cristão.

Quanto ao número de padrinhos: pode ser um padrinho, ou uma madrinha. Ou um padrinho e uma madrinha. Não devem ser meia dúzia porque depois ninguém assume. Também para que se possa dar à criança uma orientação uniforme. Se são muitos, cada um tem seu modo de ser que, em vez de ajudar, atrapalha a formação cristã da criança.

Os pais terão escolhido bons padrinhos se puderem dizer: "Filho, siga o exemplo de seu padrinho, de sua madrinha, que será um bom cristão". Se não puderem dizer isso, não fizeram boa escolha.

Dia do batismo

As mães devem alimentar bem as crianças antes de sair de casa. Preocupem-se com o batismo, e não com o fotógrafo ou se a criança chora ou não enquanto é batizada. Convidem toda a familia a participar. Expliquem aos filhos que podem entender que não se batiza para afastar mau olhado, para fazer a criança dormir, para ela ficar boa, para ela ter sorte, ou para não ficar feio diante da comunidade. Mas se batiza para tomar a criança filha de Deus.



Cerimônias do batismo

a) Unção com óleo dos catecúmenos: Antigamente, quando os gladiadores lutavam na arena, ungiam-se com óleo para mais facilmente poderem livrar-se do adversário.

Ungir o batizando no peito simboliza a luta que o batizado deve enfrentar para livrar-se dos vícios, do pecado, que estão sempre prontos para escravizá-lo.

b) Renúncia ao mal: Já nos primeiros séculos, antes do batismo, o catecúmeno rezava o Creio que continha as verdades da fé. Também o pai-nosso, a oração dos filhos de Deus. Renunciava ao demônio, isto é, a tudo o que pudesse desviá-lo de seguir Jesus Cristo, como a desunião, o pecado. Atualmente, continuam a existir estas promessas que são feitas pelos pais e padrinhos de um modo personalizado, não coletivo. Por isso, respondem no singular: "renuncio", depois de cada pergunta do celebrante. Com isto, renovam as promessas de seu batismo para que tenham condições de orientar o novo batizado. E, ao renovar a fé, respondem: "Creio".

c) O batismo pode ser feito:

1° Mergulhando a criança parcialmente ou totalmente na água.

2° Derramando água sobre a cabeça e deixando-a escorrer sobre todo o corpo.

3° Derramando água somente sobre a cabeça. Convém que a água seja abundante.

Para a validade do batismo, a água não necessita ser benta. Qualquer água serve para batizar.

Basta que o celebrante tenha a intenção de batizar como faz a Igreja e enquanto derrama a água sobre o batizando, diga: NN (diz o nome), EU TE BATIZO EM NOME DO PAI, E DO FILHO, E DO ESPÍRITO SANTO.

d) Unção depois do batismo: O batizado pode ser ungido com óleo do crisma. Significa a nova missão que ele assume como filho de Deus. Enquanto não tiver o uso da razão, esta missão exercem-na os pais e padrinhos. Depois, nas pegadas deles, ele continuará a exercê-la durante toda a vida.

e) Veste nova: Em geral, a criança vai à Igreja com veste nova. Significa a vida nova que recebe no batismo. Torna-se uma nova criatura, à semelhança de Cristo.

f) Vela acesa Uma vela nova, quando acesa, se ninguém a apagar, fica iluminando até se consumir toda. E o exemplo do cristão que, a partir do batismo, deve iluminar com seu testemunho, até o fim da vida.

g) Sal: (optativo) no novo rito do batismo. Sugere que a mãe seja convidada a colocar um pouco de sal na boca da criança. Recorda que o batizado deve ser sal, ajudado, principalmente, pela família.

h) "Effeta"—(abre-te) (optativo): O celebrante toca os ouvidos e a boca da criança significando que deve es-tar de ouvidos abertos para ouvir a Palavra de Deus e estar sempre pronta a professar a fé, louvando a Deus.

No fim da cerimônia, se reza o pai-nosso juntos por-que os batizados tornaram-se filhos do mesmo Pai, Deus. Em seguida, o celebrante pede a bênção sobre os pais e todos os presentes. Depois, os batizados são consagra-dos a Nossa Senhora. Pede-se a ela que cuide deles como cuidou de Jesus, seu Filho.

Qualquer pessoa pode batizar, ainda que não seja católica ou batizada. Basta que tenha a intenção de batizar de acordo com a praxe da Igreja.

Em caso de necessidade (perigo de morte), qualquer pessoa tem a obrigação de batizar. Por isso, é necessário que todos aprendam a batizar corretamente. Fora disso, o batismo deve ser administrado na Igreja da comunidade onde residem os pais, pois é nesta que o batizado vai se incorporar. Para batizar fora da comunidade paroquial se necessita da autorização escrita do pároco.

E importante que pais e padrinhos se preparem para o batismo, participando do curso que se faz na comunidade. Não é perder tempo. O curso ajuda a recordar certas verdades que serão úteis para ajudar o novo batizado.

O nome do filho seja escolhido pelos pais (familiares). Seja nome que mais tarde não envergonhe a criança diante dos colegas.

Fácil de ser pronunciado para que não seja trocado por apelido.

O nome mais belo que alguém possa ouvir é o nome de batismo. Então, não vamos trocá-lo por outro.