Catequistas de Conquista

domingo, 8 de maio de 2016

SER, SABER E SABER FAZER: Três Qualidades do Catequista

SER, SABER E SABER FAZER: Três Qualidades do Catequista

O povo de Deus recebeu a vocação e a consagração de anunciar e testemunhar o Evangelho. Nesta vocação comum, o Senhor escolhe alguns para o serviço da catequese. Portanto, os catequistas são convocados por Deus mediante a Igreja, para desempenhar a missão evangelizadora da educação na fé.
A fim de que estes agentes pastorais possam desempenhar de maneira responsável e qualitativa o seu ministério, devem prestar uma particular atenção às suas competências, entre as quais está o serviço à Palavra de Deus e à Igreja.

A formação 

A formação integral dos catequistas, delineada no Diretório Geral para a Catequese numa tríplice dimensão: ser, saber e saber fazer, procura tornar os catequistas capazes de desempenhar de forma mais consciente a sua tarefa na comunidade eclesial.
A finalidade destas três características educativas consiste em acompanhar progressiva e permanentemente o agente pastoral da catequese, a fim de que ele possa desenvolver a própria personalidade cristã, aonde confluem os valores e a sabedoria humana, a síntese da fé e o compromisso pastoral.
Este programa didascálico comporta o conhecimento da Bíblia e da teologia, da pedagogia e da comunicação, da liturgia e da espiritualidade. Tudo isto não diz respeito de maneira exclusiva a um simples saber intelectual, mas sim a um conhecimento a nível de testemunho, ou seja, a uma profunda experiência de comunhão, de misericórdia e de certeza do amor de Deus, que consiga fazer do catequista um autorizado educador na fé.

Servidor da Palavra 

A atitude típica do cristão consiste em praticar na sua própria existência o projeto de vida do Mestre, expresso de forma categórica, com as seguintes expressões: Com efeito, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mc 10, 45). Por conseguinte, é mediante a participação no Mistério pascal de Cristo que cada um dos batizados se une à vontade do Pai, mas de maneira ainda mais específica aqueles que desempenham um determinado ministério no seio da comunidade eclesial.
Conseqüentemente, a espiritualidade do catequista impõe uma escuta participativa da Palavra em ordem a uma interiorização, a um confronto e a uma resposta existencial. Consciente do seu papel a desempenhar na Igreja, ele tem necessidade de uma familiaridade com a Sagrada Escritura para acompanhar os irmãos na intimidade com o Verbo do Pai.
Da meditação fiel da Bíblia, como uma conseqüência lógica, o catequista poderá iluminar, encorajar e instruir os catequizandos a não se deixarem desanimar pelas dificuldades, a não se submeterem aos critérios secularizadores, hoje predominantes na sociedade, e a não venderem a sua dignidade de filhos de Deus.
Os livros sagrados forjam a mente e o coração do catequista, tornando-o capaz do martírio, ou seja, de dar testemunho da fé, onde se manifesta a sabedoria bíblica, porque conquista o domínio da Sagrada Escritura; inquietude missionária, porque adquire a consciência do incansável zelo missionário evangelizador de Jesus, caminha no seguimento dos seus passos para alcançar todas as pessoas com amor salvífico; caridade veemente, porque segundo o exemplo do Senhor se inclina diante do sofrimento do homem para dar alívio e infundir esperança, sinais evidentes de que o seu agir constitui um eco do novo mandamento: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro manda mento. O segundo é semelhante a este: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas» (Mt 22, 37-40).
Da recepção humilde e obediente da Palavra revelada, o catequista dispõe-se a servir a comunidade eclesial para a edificar na comunhão, na diaconia e na missionariedade.

Servidor da Igreja 

O ministério do catequista nasce, vive e realiza-se no seio da Igreja; por isso, ele pode ser considerado plena e justamente animador da comunidade eclesial, promotor da educação, da alimentação e do amadurecimento da sua fé, além de testemunha daquilo em que o povo de Deus acredita, daquilo que o mesmo celebra, vive e reza.
Uma das finalidades específicas da catequese consiste em iniciar os catecúmenos na vida comum, onde se vive a experiência de amar e louvar a Deus, de se ajudarem uns aos outros e de se aperfeiçoarem fraternamente, de com partilharem as tribulações e as alegrias, de oferecerem a própria disponibilidade, tolerância, paciência e prudência nos relacionamentos interpessoais, de tal maneira que, em qualquer situação, a Igreja se apresente como ícone da Santíssima Trindade.
Nesta altura, é necessário relevar a importância do relacionamento de colaboração entre os catequistas e os pastores, em vista de realizar conjuntamente a programação pastoral da catequese, para que ela possa corresponder de maneira constante à sua natureza no contexto da missão evangelizado ra da Igreja.
Por sua vez, os pastores que se interessam sinceramente pela preparação dos catequistas, cuidam da sua competência doutrinal e metodológica, enquanto se dedicam à orientação espiritual e virtuosa destes agentes pastorais. E tudo isto, sempre para servir e edificar a Igreja de Deus, na certeza de que cada um dos ministérios encontra a sua gênese na confiante chamada divina. "Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi a vós e que vos destinei para irdes e dardes fruto, e que o vosso fruto permaneça" (Jo 15, 16).

O serviço eclesial à Palavra

Através de uma análise da realidade social contemporânea, evidencia-se o afastamento de tantos batizados da Igreja, porque os valores que no passado orientavam o comportamento humano, atualmente são ameaçados por uma mentalidade ateia; por conseguinte, é necessária uma séria e qualificada catequese em que a Palavra de Deus seja apresentada orgânica e unitariamente, mediante a sua linguagem narrativa dos acontecimentos salvíficos e através do seu impetuoso poder de redenção.
Não com menos urgência, é necessário demonstrar a identidade apostólica da igreja, onde o catequista desempenha o seu serviço em particular sintonia e comunhão com ela. Quanto mais forem evidenciados o amor e a responsabilidade em relação à comunidade eclesial, tanto mais os catequizandos se sentirão como verdadeiros filhos da igreja, orientados pelas Sagradas Escrituras.               
 (L'Osservatore Romano)

Fonte: http://www.buscandonovasaguas.com/?noticia=10
http://www.diocesedejiparana.org.br/noticias-det.php?cod=1262

Catequista, você é especial para Deus!

Sua VOCAÇÃO foi gestada no coração do Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da VIDA: Jesus Cristo. O último domingo de agosto é o DIA DO CATEQUISTA. É com admiração, reconhecimento e gratidão que a Igreja celebra essa festividade. Celebrar o DIA DO CATEQUISTA é sempre uma GRAÇA, motivo de alegria e de reflexão mais profunda sobre o SER DO CATEQUISTA, sua vocação e missão na Igreja e sociedade.
Sentimos ainda os “ECOS” e a chama da esperança que ardeu em nosso coração com a realização da Terceira Semana Brasileira de Catequese.

Sentimo‐nos movidos pela força do Espírito, que nos chama e envia, pelas intuições e propostas do tema da Terceira Semana Brasileira de Catequese: “Iniciação à Vida Cristã”.  Nesse Espírito, celebrar o dia do Catequista tem um significado especial, pois são vocês, catequistas, os protagonistas, aqueles que fazem com que o processo de um NOVO JEITO DE FAZER CATEQUESE seja possível. Portanto, confiamos em cada um de vocês, com seus dons partilhados, junto com as forças vivas de toda a Igreja, as comunidades, as pastorais, os movimentos, para que a iniciação à vida cristã seja possível.

Ao celebrar o DIA DO CATEQUISTA queremos refletir sobre a vocação do catequista, que é a vocação do Profeta ‐ aquele/la que fala em nome de Deus e da comunidade a que pertence. A iniciativa sempre parte de Deus. O chamado a ser catequista não é algo pessoal, mas obra divina, graça. A missão do catequista está na raiz da palavra CATEQUESE, que vem do grego Katechein e quer dizer (fazer eco). Logo, catequista é aquele/la que se coloca a serviço da Palavra, que se faz instrumento para que a Palavra ecoe. O Senhor chama você para que, através da sua vida, da sua pessoa, da sua comunicação, a Palavra seja proclamada, Jesus Cristo seja anunciado e testemunhado.

Catequista, você não é só transmissor de idéias, conhecimentos, doutrina, pois sua experiência fundamente está no ENCONTRO PESSOAL com a pessoa de Jesus Cristo. Essa experiência é comunicada pelo SER, SABER e SABER FAZER em comunidade (DNC 261).O ser e o saber do catequista sustentam‐se numa espiritualidade da gratuidade, da confiança, da entrega, da certeza de que o SENHOR está presente, é fiel.

Catequista, você é especial para Deus! Sua VOCAÇÃO foi gestada no coração do Pai, para que pudesse chegar aos corações dos seus filhos e filhas com a mensagem da VIDA: Jesus Cristo.

Sabemos das dificuldades que enfrenta para realizar a sua missão, mesmo assim teimosa e dedicadamente prossegue neste peregrinar de partilha, de despojamento e aprendizagens. Isso demonstra que você cultiva uma profunda espiritualidade alicerçada na Palavra, nos sacramentos, na vida em comunidade. É a experiência do discípulo missionário que vai se configurando na sua trajetória de avanços, desafios e alegrias. É a pedagogia divina, que se concretiza na sua vida permeada de fragilidades e grandeza, medos e coragem, HUMANA e HUMANIZADORA.

É com a certeza da ação amorosa do Deus da Vida que você assume a missão de profeta que ouve o chamado de Deus: “Levanta‐te e Vai à Grande Cidade (Jn 1,2). Seu anúncio é traduzido em atitudes proféticas que testemunham os valores evangélicos, é o SER DO CATEQUISTA partilhado na sua inteireza, no serviço generoso, para que o REINO aconteça.

Catequista, que a experiência do encontro com Jesus Cristo seja a força motivadora capaz de lhe trazer o encantamento por esse fascinante caminho de discipulado, cheio de desafios que o fazem crescer e acabam gerando profundas alegrias.

Catequista, nesse dia acolha o abraço de gratidão de milhares de pessoas, vidas agradecidas, pela sua presença na educação da fé de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Em sua ação se traduz de uma forma única e original a vocação da Igreja‐Mãe que cuida maternalmente dos filhos que gerou na fé pela ação do Espírito.

Querido/a Catequista, PARABÉNS! Que a Força da Palavra, continue a suscitar‐lhe a fé e o compromisso missionário !

Que os sacramentos sejam a fonte inesgotável da misericórdia, da reconciliação, da justiça e do REENCANTAMENTO.

Que a comunidade continue sendo o referencial da experiência do Enconto com Cristo naqueles que sofrem, naqueles que buscam acolhida e necessitam ser “CUIDADOS”.

A benção amorosa do PAI, que cuida com carinho dos seus filhos e filhas, que um dia nos chamou a viver com alegria a vocação do discípulo missionário, esteja na sua vida, na vida da sua comunidade hoje e sempre.

Fraternalmente,
Dom Eugênio Rixen
Presidente da Comissão Para Animação Bíblico‐Catequética
Fonte:http://www.catequista.com.br/component/k2/item/26-catequista-voce-e-especial-para-deus









Que Maria Mãe de Jesus e nossa Mãe interceda pelas mães do mundo inteiro


















MAIO, MÊS DE MARIA E MÊS DAS MÃES



As Mães que Deus escolheu para nos gerar, criar, educar, proteger e amar. Não foi por mero acaso.

É o Mês de MARIA, a Mãe de Jesus .

Maria, através de seu semblante deixa transparecer a divindade de seu Filho muito amado, Jesus. Ela é a Mãe do Puro Amor.

Maria é promessa e esperança, é ternura e solidariedade, é bondade e amor. É o veículo direto que nos comunica com Seu Filho. É nossa intercessora.

A ela, confiamos nossas fraquezas, nossos sofrimentos, nossas limitações. Maria é nosso HELP!

O colo de Maria é maternal. Nele, encontramos abrigo e consolo. Ela nos conforta, nos acalenta. A presença da Virgem Maria em nossas vidas é real. Maria nos guia a cada momento. É mãe cuidadosa e amorosa com seus filhos. Assim, também, devemos ser com nossos filhos, semelhantes à Maria. Tratá-los com carinho sob nossa orientação e cuidados, mesmo que tenhamos que nos esforçar em certas ocasiões.

Devemos ser fiéis à Mãe de Deus, oferecendo nossas orações, aflições, angústias e tendo-a em lugar especial e respeitoso em nossas vidas.

Ela, não se esquece de nós. Precisamos ser Mães como Maria, acalentando nossos filhos, educando-os e amando-os, dentro dos princípios morais, éticos e religiosos. Sejamos mães comprometidas com nossos filhos, até as últimas conseqüências. Isso, alegrará o Coração de Maria.

Maria supervisiona nossa maternidade. Ela é Mãe Celeste das Mães.

Ela nos abençoa e solidifica nossa fé em seu Filho amado.

Com Maria firmamos nosso elo de união com Jesus Cristo seu FILHO.

O profundo mistério de ser Mãe de Deus a coloca numa posição privilegiada na história da salvação, elevando-a acima de todas as criaturas. Porém, não podemos esquecer que sua vida foi de ser humano normal semelhante à nossa, com as devidas diferenças da época.

Mas, as preocupações, sofrimentos, trabalhos, exatamente, como nós.

Estamos acostumados a vê-la nos altares, merecidamente, envolta em vestes douradas, mãos postas, glorificada.

Mas... Nos esforcemos para também vê-la de avental, cozinhando e lavando como nós.

Nossa relação com Nossa Senhora é uma relação de infinita igualdade e ao mesmo tempo de grandezas diferentes.

E o SIM de Maria? É o SIM do verdadeiro e Santo Amor.

Queremos pedir um pouco da sua coragem, para darmos o “SIM” necessário à realização do Plano de Deus em nós.

O Sim da Virgem Maria a coloca em plena disponibilidade ao Criador. Sem pensar nas conseqüências, faz a sua entrega, entrega total de prova de amor.

Maria foi o maior exemplo de fé, de certeza, fidelidade ao Pai.

Renuncia sua própria vida de jovem comum e assume o principal papel na História Universal, o de Mãe de Deus.

Sejamos como Maria, Mães amáveis, mães responsáveis, mães em regime integral.

O nosso culto à Virgem Santíssima, Mãe de Deus, Rainha de Todos os Anjos e Santos é de SUMA VENERAÇÃO-HIPERDULIA.

A Igreja estabeleceu duas festas de preceito e honra à Virgem Maria.

A Festa da Imaculada Conceição no dia oito de dezembro e a Festa da Assunção de Maria em quinze de Agosto.

As demais festas celebram os Privilégios de Maria. E são muitas, pois ela tem muitos títulos.

No segundo domingo do mês de maio, comemoramos o Dia da Mãe, que na verdade, é todo dia. Mãe não tem férias, assim como não tiramos férias de Deus. A Mãe exerce sua maternidade até o fim.

São Bernardo, devoto mariano, dizia que o Coração de Maria Santíssima é como um quadro onde estão pintados todos os atrozes sofrimentos de seu Filho. Para conhecê-los, não é preciso fitar a cruz, basta observar o coração da Mãe Dolorosa.Os espinhos que ferem a cabeça de Jesus, os pregos que transpassam os pés, as mãos, as feridas que lhe cobrem os ombros, os insultos, as angustias, tudo isso está visivelmente esculpido no coração da Santíssima Virgem.

No Coração das mães, também estão cravados os sofrimentos de seus diletos filhos.

Como a Virgem Maria, as Mães têm seus sofrimentos e suas dificuldades. Confiemos nossas tribulações à Maria.

Nas suas freqüentes aparições ela repete: “Orai, orai muito pela conversão dos pecadores! Fazei penitência!”

Devemos fazer o que ela nos pede.

São vários seus títulos e muitos tratamentos especiais. Podemos e devemos tratá-la com respeito e dignidade. Entre muitos, Santíssima Virgem Maria, Nossa Senhora, Mãe de Deus ou simplesmente MARIA.

A exemplo de Maria, mulheres, sejamos Mães com docilidade, paciência e serviço, tudo temperado com fartas doses de Amor para exercermos o dom nobre desta linda e especialíssima missão: MÃE!
Lourdinha Salles e Passos    

Poema escrito por Ir. Fabiana, para presentear você mamãe!
Pedimos que neste domingo muitas graças sejam derramadas sobre você e sua família.

MÃE, a senhora é o sorriso de Deus
Sua ternura é fruto do puro amor
Em seus braços encontro abrigo seguro
No seu coração não falta espaço para acolher.

Seu olhar é o espelho da esperança
Sua vida é modelo de caridade
Sua oração é confirmada pela fé.

Suas palavras são doces como o mel dos favos
O seu ensinamento me faz crescer
A sua correção me faz aprender a
escolher o caminho certo.

A sua existência alegra meu coração
Deus a recompense pela sua dedicação
Que Maria, nossa MÃE possa presenteá-la
com o tesouro da fidelidade, da paciência e da serenidade.

Sou fruto de seu ventre
O seu sim me tornou realidade
Mostra-me a luz da vida
direcione meus passos.

Com estas palavras quero
demonstrar a minha gratidão
através da simplicidade do
meu coração.
Fonte:http://www.universocatolico.com.br/index.php?/maio-mes-de-maria-e-mes-das-maes.html



A Solenidade de "Corpus Christi"


Nesta quinta-feira, celebra-se a solenidade de “Corpus Christi”. De tradição antiqüíssima, esta festa, comemorada de modo solene e pública, manifesta a centralidade da Santa Eucaristia, sacramento do Corpo e Sangue de Cristo: o mistério instituído na última Ceia e comemorado todos os anos na Quinta-Feira Santa, após a solenidade da Santíssima Trindade.

Neste dia, manifesta-se a todos, circundado pelo fervor de fé e de devoção da comunidade de todos os batizados, o Mistério de Amor que nos foi legado por Cristo, para memorial eterno de sua Paixão. A Eucaristia, realmente, é o maior tesouro da Igreja, a preciosa herança que o Senhor Jesus lhe deixou. E, assim, a Igreja conserva a Eucaristia com o máximo empenho e cuidado, celebrando-a diariamente na Santa Missa, bem como adorando-a nas igrejas e nas capelas, levando-a como viático aos doentes que partem para a vida eterna.

A Eucaristia transcende a Igreja: Ela é o Senhor que se doa “pela vida do mundo” (Jo 6,51). Ontem, hoje e sempre, em todos os tempos e lugares, Jesus quer encontrar o homem e levar-lhe a vida de Deus. Por isso, a transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo constituiu o princípio da divinização da mesma criação. Nasce, deste modo, o gesto sugestivo e oportuno de levar Jesus em procissão pelas ruas e estradas de nossas cidades e comunidades. Levando a Santíssima Eucaristia pelas vias públicas, queremos imergir o Pão que desceu do céu na vida quotidiana da nossa vida; queremos que Jesus caminhe onde nós caminhamos, que viva onde nós vivemos.

O nosso mundo, as nossas existências devem tornar-se templo da Eucaristia. Somos conclamados a viver em santidade. Na intimidade com Nosso Senhor Jesus Cristo, presente em corpo, sangue, alma e divindade nas sagradas espécies de pão e vinho, seremos testemunhas vivas de seu amor, de sua misericórdia, a partir do momento em que vivermos por ele e com ele, sendo luz do mundo e sal da terra. Com grande entusiasmo, este momento sagrado, em que Cristo Eucarístico passa pelas ruas de nossa cidade a nos abençoar, somos soldados perfilados fazendo sua guarda de honra, somos crentes convictos da fé que professamos, fazendo-o publicamente, somos filhos amados por Deus que desejamos, mais e mais, viver mais unidos a Ele, tanto na participação da Eucaristia, quanto na vida exemplar de lídimos cristãos.

Neste dia santo, a Eucaristia é tudo para ela, é a sua própria vida, a fonte do amor que vence a morte. Da comunhão com Cristo Eucaristia brota a caridade que transforma a nossa existência e ampara-nos no caminho rumo à Pátria Celeste.

Neste préstito solene que se forma nesta solenidade tão cara à vida espiritual da Igreja, Cristo ressuscitado percorre os caminhos da humanidade e continua a oferecer a sua “carne” aos homens, como autêntico “pão da vida” (Jo 6,48,51). Hoje “esta linguagem é dura” (Jo 6, 50) para a inteligência humana, que permanecem como que esmagadas pelo mistério. Para explorar as fascinantes profundidades desta presença de Cristo sob os “sinais” do pão e do vinho, é necessária a fé, ou melhor, é necessária a fé vivificada pelo amor. Só aquele que acredita e ama pode compreender alguma coisa deste inefável mistério, graças ao qual Deus se faz próximo da nossa pequenez, procura a nossa enfermidade, revela-se por aquilo que é infinito, o amor que salva.

Precisamente por isso, a Eucaristia é o centro palpitante da comunidade. Desde o início, na primitiva comunidade de Jerusalém, os cristãos reuniam-se no Dia do Senhor (Dies Domini) para renovar na Santa Missa o memorial da morte e ressurreição de Cristo. O domingo é o dia do repouso e do louvor, mas sem Eucaristia perde-se o seu verdadeiro significado.

Celebrando Corpus Christi, queremos renovar nosso autêntico compromisso de batizados, um compromisso pastoral prioritário da revalorização do domingo e, com ela, da celebração eucarística: “um compromisso irrenunciável, abraçado não só para obedecer a um preceito, mas como necessidade para uma vida cristã verdadeiramente consciente e coerente” (João Paulo II, “Novo Millennio Ineunte”, 36).

Adorando a Eucaristia, não podemos deixar de pensar com reconhecimento na Virgem Maria. Sugere-o o célebre hino eucarístico que cantamos muitas vezes: “Ave, verum Corpus, natum de Maria Virgine” (“Ave, ó verdadeiro Corpo, nascido da Virgem Maria). Peçamos hoje à Mãe do Senhor que todos os homens possam saborear a doçura da comunhão com Jesus e tornar-se, graças ao pão de vida eterna, participantes do seu mistério de salvação e de santidade.

Por isso cantemos: “Glória a Jesus...” 

Qual a origem da festa de Corpus Christi?

A Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas. Nesta festa os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.

A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.

Aconteceu que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.

O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.

Em 11/08/1264 o Papa aprovou a Bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que na 5ª feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata Cornilon e havia percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.

Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de “Lírio das Catedrais”. Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.

Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.

Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo.

Começaram assim as grandes procissões eucarísticas, as adorações solenes, a Bênção com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos. Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico.

Eucaristia: Presença real de Jesus no pão e no vinho consagrados

Todos os católicos reconhecem o valor da Eucaristia. Podemos encontrar vários testemunhos da crença da real presença de Jesus no pão e vinho consagrados na missa desde os primórdios da Igreja.

Mas, certa vez, no século VIII, na freguesia de Lanciano (Itália), um dos monges de São Basílio foi tomado de grande descrença e duvidou da presença de Cristo na Eucaristia. Para seu espanto, e para benefício de toda a humanidade, na mesma hora a Hóstia consagrada transformou-se em carne e o Vinho consagrado transformou-se em sangue. Esse milagre tornou-se objeto de muitas pesquisas e estudos nos séculos seguintes, mas o estudo mais sério foi feito em nossa era, entre 1970/71 e revelou ao mundo resultados impressionantes:

A Carne e o Sangue continuam frescos e incorruptos, como se tivessem sido recolhidos no presente dia, apesar dos doze séculos transcorridos.

O Sangue encontra-se coagulado externamente em cinco partes; internamente o sangue continua líquido.

Cada porção coagulada de sangue possui tamanhos diferentes, mas todas possuem exatamente o mesmo peso, não importando se pesadas juntas, combinadas ou separadas.

São Carne e Sangue humanos, ambos do grupo sanguíneo AB, raro na população do mundo, mas característico de 95% dos judeus.

Todas as células e glóbulos continuam vivos.

A carne pertence ao miocárdio, que se encontra no coração (e o coração sempre foi símbolo de amor!).

Mesmo com esse milagre, entre os séculos IX e XIII surgiram grandes controvérsias sobre a presença real de Cristo na Eucaristia; alguns afirmavam que a ceia se tratava apenas de um memorial que simbolizava a presença de Cristo. Foi somente em junho de 1246 que a festa de Corpus Christi foi instituída, após vários apelos de Santa Juliana que tinha visões que solicitavam a instituição de uma festa em honra ao Santíssimo Sacramento. Em outubro de 1264 o papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja. Nessa festa, o maior dos sacramentos deixados à Igreja mostra a sua realidade: a Redenção.

A Eucaristia é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos de Jesus por nós. Mesmo separando seu Corpo e seu Sangue, Jesus se conserva por inteiro em cada uma das espécies. É pela Eucaristia, especialmente pelo Pão, sinal do alimento que fortifica a alma, que tomamos parte na vida divina, nos unindo a Jesus e, por Ele, ao Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida divina aqui na terra mostra-nos claramente a vida que receberemos no Céu, quando nos for apresentado, sem véus, o banquete da eternidade.

O centro da missa será sempre a Eucaristia e, por ela, o melhor e o mais eficaz meio de participação no divino ofício. Aumentando a nossa devoção ao Corpo e Sangue de Jesus, como ele próprio estabeleceu, alcançaremos mais facilmente os frutos da Redenção!
Prof. Felipe Aquino
Fontes:http://www.catequisar.com.br/texto/colunas/pewagner/20.htm
http://cleofas.com.br/qual-a-origem-da-festa-de-corpus-christi/






O mistério da Santíssima Trindade



As três pessoas da Santíssima Trindade é um só Deus em Três Pessoas distintas. O Pai, o Filho e o Espírito Santo, possuem a mesma natureza divina, a mesma grandeza, bondade e santidade. Apesar disso, através da história, a Igreja tem observado que certas atividades são mais apropriadas a uma pessoa que a outra. A Criação do mundo é mais apropriada ao Pai, a redenção ao Filho e a Santificação, ao Espírito Santo. Nenhuma das Três pessoas Trinitárias exerce mais ou menos poder sobre as outras. Cada uma delas tem toda a divindade, todo poder e toda a sabedoria. E justamente, nesta breve dissertação, constatamos a profundidade do mistério da Santíssima Trindade, ante a complexidade em assimilar a magnitude de Três pessoas distintas formando um só Deus. Trata-se, portanto, de um grande mistério, central da fé cristã. As Escrituras são claras a respeito da Santíssima Tindade, desde o antigo, até o novo Testamento. 

A festa da Santíssima Trindade é um dos dias mais importantes do ano litúrgico. Nós, como cristãos a celebramos convictos pelos ensinamentos da Igreja, que possui a plenitude das verdades reveladas por Cristo. É dogma de fé estabelecido, a essência de um só Deus em Três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. É um mistério de difícil interpretação, impossível, de ser assimilado pelas limitações humanas.

Há séculos a Santa Igreja ensina o mistério de Três Pessoas em um só Deus, baseada nas claras e explícitas citações bíblicas. Mas desaconselha a investigação no sentido de decifrar tão grande mistério, dada a complexidade natural que avança e se eleva para as coisas sobrenaturais. 

Santo Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou exaustivamente compreender este inefável mistério. Certa vez, passeava ele pela praia, completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse desvendar o enigma. Até que deparou-se com uma criança brincando na areia. Fazia ela um trajeto curto, mas repetitivo. Corria com um copo na mão até um pequeno buraco feito na areia, e ali despejava a água do mar; sucessivamente voltava, enchia o copo e o despejava novamente. Curioso, perguntou à criança o que ela pretendia fazer. A criança lhe disse que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho. No que o Santo lhe explicou ser impossível realizar o intento. Aí a criança lhe disse: “É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco, do que compreender-se o mistério da Santíssima Trindade”. E a criança, que era um anjo, desapareceu... 

Santo Agostinho concluiu que a mente humana é extremante limitada para poder assimilar a dimensão de Deus e, por mais que se esforce, jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio. Só o compreenderemos plenamente, na eternidade, quando nos encontrarmos no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 

Ao participarmos da Santa Missa observamos que, desde o início, quando nos benzemos, até o momento da bênção trinitária final, constantemente o sacerdote invoca a Santíssima Trindade, particularmente durante a pregação eucarística. As orações que o padre pronuncia após a consagração, que por certo são dignas de serem ouvidas com atenção e recolhimento, são dirigidas a Deus Pai, por mediação de Jesus Cristo, em unidade com o Espírito Santo. E é na missa onde o cristão logra vislumbrar, pela graça do Espírito Santo, o mistério da Santíssima Trindade. Devemos, neste momento, invocar a Deus Trino, que aumente nossa fé, porque sem ela, será impossível crer neste mistério, mistério de fé no sentido estrito. Mesmo sem conseguir penetrar na sua essência o cristão deverá, simplesmente, crer nele. 

O mistério da Santíssima Trindade é uma das maiores revelações feita por Nosso Senhor Jesus Cristo. Os judeus adoram a unicidade de Deus e desconhecem a pluralidade de pessoas e a sua unidade substancial. Os demais povos adoram a multiplicidade de deuses. O cristianismo é a única religião que, por revelação de Jesus, prega ser Deus uno em três pessoas distintas: 

DEUS PAI – Não foi criado e nem gerado. É o “princípio e o fim, princípio sem princípio”; por si só, é Princípio de Vida, de quem tudo procede; possui absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo. Atribui-se ao Pai a Criação do mundo. 

DEUS FILHO – Procede eternamente do Pai, por quem foi gerado, não criado. Gerado pelo Pai porque assumiu no tempo Sua natureza humana, para nossa Salvação. É Ele Eterno e consubstancial ao Pai (da mesma natureza e substância). Atribui-se ao Filho a Redenção do Mundo. 

DEUS ESPÍRITO SANTO – Procede do Pai e do Filho; é como uma expiração, sopro de amor consubstancial entre o Pai e o Filho; pode-se dizer que Deus em sua vida íntima é amor, que se personaliza no Espírito Santo. Manifestou-se primeiramente no Batismo e na Transfiguração de Jesus; depois no dia de Pentecostes sobre os discípulos. Habita nos corações dos fiéis com o dom da caridade. Atribui-se ao Espírito Santo a Santificação do mundo.

O Pai é pura Paternidade, o filho é pura Filiação e o Espírito Santo, puro nexo de Amor. São relações subsistentes, que em virtude de seu impulso vital, saem um ao encontro do outro em perfeita comunhão, onde a totalidade da Pessoa está aberta à outra distintamente. Este é o paradigma supremo da sinceridade e liberdade espiritual a que devem ter as relações interpessoais humanas, num perfeito modelo transcendente, só assim, compreensível ao entendimento humano. É desta forma que devemos conhecer a mensagem a Santíssima Trindade, mesmo sem alcançar os segredos do seu mistério. Desta maneira, devemos nos comprometer a adquirir certas atitudes nas nossas relações humanas. A Igreja nos convida a “glorificar a Santíssima Trindade”, como manifestação da celebração. Não há melhor forma de fazê-lo, senão revisando as relações com nossos irmãos, para melhorá-las e assim viver a unidade querida por Jesus: “Que todos sejam um”.
Fonte:http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/trindade/08.htm


A Solenidade do Pentecostes



No dia de Pentecostes o Espírito Santo desceu com poder sobre os Apóstolos; teve assim início a missão da Igreja no mundo. O próprio Jesus tinha preparado os Onze para esta missão aparecendo-lhes várias vezes depois da sua ressurreição (cf. Act 1, 3). Antes da ascensão ao Céu, ordenou que "não se afastassem de Jerusalém, mas que aguardassem que se cumprisse a promessa do Pai" (cf. Act 1, 4-5); isto é, pediu que permanecessem juntos para se prepararem para receber o dom do Espírito Santo. E eles reuniram-se em oração com Maria no Cenáculo à espera do acontecimento prometido (cf. Act 1,14). 

Permanecer juntos foi a condição exigida por Jesus para receber o dom do Espírito Santo; pressuposto da sua concórdia foi uma oração prolongada. Desta forma, encontramos delineada uma formidável lição para cada comunidade cristã. Por vezes pensa-se que a eficiência missionária dependa principalmente de uma programação atenta e da sucessiva inteligente realização mediante um empenho concreto. 

Sem dúvida, o Senhor pede a nossa colaboração, mas antes de qualquer resposta nossa é necessária a sua iniciativa: é o seu Espírito o verdadeiro protagonista da Igreja. As raízes do nosso ser e do nosso agir estão no silêncio sábio e providente de Deus. 

As imagens que São Lucas usa para indicar o irromper do Espírito Santo o vento e o fogo recordam o Sinai, onde Deus se tinha revelado ao povo de Israel e lhe tinha concedido a sua aliança (cf. Êx 19, 3ss). A festa do Sinai, que Israel celebrava cinquenta dias depois da Páscoa, era a festa do Pacto. Falando de línguas de fogo (cf. Act 2, 3), São Lucas quer representar o Pentecostes como um novo Sinai, como a festa do novo Pacto, na qual a Aliança com Israel se alarga a todos os povos da Terra. A Igreja é católica e missionária desde a sua origem. A universalidade da salvação é significativamente evidenciada pelo elenco das numerosas etnias a que pertencem todos os que ouvem o primeiro anúncio dos Apóstolos (cf. Act 2, 9-11). 

O Povo de Deus, que tinha encontrado no Sinai a sua primeira configuração, hoje é ampliado a ponto de não conhecer qualquer fronteira de raça, cultura, espaço ou tempo. Diferentemente do que tinha acontecido com a torre de Babel (cf. Jo 11, 1-9), quando os homens, intencionados a construir com as suas mãos um caminho para o céu, tinham acabado por destruir a sua própria capacidade de se compreenderem reciprocamente. No Pentecostes o Espírito, com o dom das línguas, mostra que a sua presença une e transforma a confusão em comunhão. O orgulho e o egoísmo do homem geram sempre divisões, erguem muros de indiferença, de ódio e de violência. 

O Espírito Santo, ao contrário, torna os corações capazes de compreender as línguas de todos, porque restabelece a ponte da comunicação autêntica entre a Terra e o Céu. O Espírito Santo é Amor. 

Mas como entrar no mistério do Espírito Santo, como compreender o segredo do Amor? A página evangélica conduz-nos hoje ao Cenáculo onde, tendo terminado a última Ceia, um sentido de desorientação entristece os Apóstolos. A razão é que as palavras de Jesus suscitam interrogativos preocupantes: Ele fala do ódio do mundo para com Ele e para com os seus, fala de uma sua misteriosa partida e há muitas outras coisas ainda para dizer, mas no momento os Apóstolos não são capazes de carrregar o seu peso (cf. Jo 16, 12). Para os confortar explica o significado do seu afastamento: irá mas voltará; entretanto não os abandonará, não os deixará órfãos. 

Enviará o Consolador, o Espírito do Pai, e será o Espírito que dará a conhecer que a obra de Cristo é obra de amor: amor d'Ele que se ofereceu, amor do Pai que o concedeu. 

É este o mistério do Pentecostes: o Espírito Santo ilumina o espírito humano e, revelando Cristo crucificado e ressuscitado, indica o caminho para se tornar mais semelhantes a Ele, isto é, ser "expressão e instrumento do amor que d'Ele promana" (Deus caritas est 33). 

Reunida com Maria, como na sua origem, a Igreja hoje reza: "Veni Sancte Spiritus! Vem, Espírito Santo, enche os corações dos teus fiéis e acende neles o fogo do teu amor!".  Amém.
Fonte:http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/pentecostes/e_03.htm




Solenidade da Ascensão do Senhor



Depois de quarenta dias após a solenidade da Páscoa, temos a graça de celebrar a Solenidade da Ascensão do Senhor. A Igreja convida-nos a ter os olhos postos no Céu, a Pátria definitiva a que o Senhor nos chama.

No Credo, encontramos a afirmação de que Jesus “subiu aos céus e está sentado à direita do Pai”. A vida terrena de Jesus culmina no evento da Ascensão, quando Ele passa desse mundo ao Pai e é elevado à sua direita. Qual é o significado deste acontecimento? Quais são as consequências para a nossa vida? O que significa contemplar Jesus sentado à direita do Pai? Sobre isto, deixemo-nos guiar pelo evangelista Lucas.

São Lucas anota: “Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado desse mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém” (Lc 9, 51). Enquanto “ascende” à Cidade Santa, onde se cumprirá o seu “êxodo” dessa vida, Jesus vê já a meta, o Céu, mas sabe bem que o caminho que o leva de volta à glória do Pai passa pela Cruz, pela obediência ao desígnio divino de amor pela humanidade. O Catecismo da Igreja Católica afirma que “a elevação sobre a cruz significa e anuncia a elevação da ascensão ao céu” (n. 661). Também nós devemos ter claro, na nossa vida cristã, que o entrar na glória de Deus exige a fidelidade cotidiana à Sua vontade, mesmo quando requer sacrifício, requer às vezes mudar os nossos programas. A Ascensão de Jesus, segundo os Atos dos Apóstolos, acontece concretamente no Monte das Oliveiras, próximo ao lugar onde havia se retirado em oração antes da paixão para permanecer em profunda união com o Pai: mais uma vez vemos que a oração nos dá a graça de viver fiéis ao projeto de Deus.

A elevação de Jesus na Cruz significa e anuncia a elevação da Ascensão ao céu. Jesus Cristo, o único Sacerdote da nova e eterna Aliança, não “entrou em um santuário feito por mão de homem… e sim no próprio céu, a fim de comparecer agora diante da face de Deus a nosso favor” (Hb 9,24). No céu, Cristo exerce em caráter permanente seu sacerdócio, “por isso é capaz de salvar totalmente aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus, visto que ele vive eternamente para interceder por eles” (Hb 7,25). Como “sumo sacerdote dos bens vindouros” (Hb 9,11), ele é o centro e o ator principal da liturgia que honra o Pai nos Céus. (cf. Cat. §662)

Por “estar sentado à direita do Pai”, entendemos a glória e a honra da divindade, onde aquele que existia como Filho de Deus antes de todos os séculos, se sentou corporalmente junto do Pai, como homem também, com a sua carne glorificada. Assim, através de Jesus, a humanidade, outrora expulsa do Paraíso, agora volta para o convívio de Deus. Daí, Cristo glorioso vai derramar o Espírito Santo sobre a Igreja para que ela cumpra a sua missão de resgatar os filhos de Deus.

O sentar-se à direita do Pai significa também “a inauguração do Reino do Messias, realização da visão do profeta Daniel no tocante ao Filho do Homem: “A Ele foram outorgados o império, a honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é um império eterno, que jamais passará, e seu reino jamais será destruído” (Dn 7,14). A partir desse momento, os Apóstolos se tornaram as testemunhas do “Reino que não terá fim”. (Cat. §664)

Na Carta aos efésios, São Paulo diz: “Deus manifestou a sua força em Cristo quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita no céu, bem acima de toda autoridade, poder, potência, soberania ou qualquer título que se possa nomear não somente neste mundo, mas ainda no futuro. Sim, ele pôs tudo sob os seus pés e fez dele, que está acima de tudo, a Cabeça da Igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que possui a plenitude universal” (Ef 1, 20-23).

A Igreja ensina que “Jesus, rei da glória, subiu ante os anjos maravilhados ao mais alto dos Céus, e tornou-se o mediador entre Deus e a humanidade redimida, juiz do mundo e Senhor do universo. Ele, nossa Cabeça e princípio, subiu aos Céus não para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade… Ele, após a ressurreição, apareceu aos discípulos e, à vista deles, subiu aos céus, a fim de nos tornar participantes da sua divindade”. (Prefácio da Ascensão I, II)

Por isso, na Solenidade da Ascensão do Senhor a Igreja reza: “Ó Deus todo poderoso, a Ascensão do vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros do seu corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória”. Assim, a Ascensão de Jesus é uma preparação e antecipação da glorificação também de cada cristão que O segue fielmente. Significa que o cristão deve viver com os pés na terra, mas com o coração no céu, a nossa pátria definitiva e verdadeira, como São Paulo lembrou aos filipenses: “nós somos cidadãos do Céu” (Fl 3, 30).

Em vista da Ascensão de Jesus ao Céu, São Paulo nos exorta: “Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo, em Deus… Mortificai, pois, os vossos membros no que têm de terreno: a devassidão, a impureza, as paixões, os maus desejos, a cobiça, que é uma idolatria” (Col 3, 1-3). O cristão vive neste mundo sem ser do mundo, caminha entre as coisas que passam abraçando somente as que não passam.

A Ascensão não indica a ausência de Jesus, mas nos diz que Ele está vivo em meio a nós de modo novo; não está mais em um lugar preciso no mundo como o era antes da Ascensão; agora está no senhorio de Deus, presente em cada espaço e tempo, próximo a cada um de nós. Na nossa vida nunca estamos sozinhos: temos este advogado que nos espera, que nos defende. Nunca estamos sozinhos: o Senhor crucificado e ressuscitado nos guia; conosco há tantos irmãos e irmãs que no silêncio e na ocultação, em sua vida de família e de trabalho, em seus problemas e dificuldades, em suas alegrias e esperanças vivem cotidianamente a fé e levam, junto a nós, ao mundo, o senhorio do amor de Deus, em Cristo Jesus ressuscitado. Por isso, devemos dar graças a Deus!
Fonte: http://arqrio.org/formacao/detalhes/447/ascensao-do-senhor