Catequistas de Conquista

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Missas com crianças

















2. Missas com crianças

Se à catequese compete aproximar as crianças da Eucaristia, é fundamental também o esforço de aproximar a celebração da Eucaristia das crianças, com escolhas e opções que as ajudem a celebrar melhor, de forma mais plena. Falemos, pois, das “Missas com crianças”.

É fundamental ter bem claras as ideias, quando se fala de “Missas com crianças”. E eventualmente corrigir princípios errados, que nos afastam do mais importante, que é permitir às crianças uma verdadeira iniciação à vivência da Eucaristia.

Adaptar a celebração às crianças não é nunca infantilizar a celebração. A Eucaristia não é nunca uma “brincadeira de crianças”; pelo que, mesmo para as crianças, deve ser momento de encontro com Deus e de encontro festivo com os outros para louvar e agradecer... Tem é que ter em conta os níveis de fé das crianças e as suas capacidades cognitivas.

Além disso, falamos de “Missa com crianças” e não de “Missa para crianças” ou “Missa de crianças”. Nada disto é inocente! Não há Missas para crianças ou de crianças! Há Missas com crianças!

– Significa que há sempre adultos nestas celebrações e que estes têm um papel fundamental para a participação das crianças. Não estão lá para fazer celebrar as crianças, nem para as entreter; não são assistentes, mas pessoas que “participam verdadeiramente na Missa como membros de uma assembleia de oração” e que “ajudam as crianças tanto quanto seja necessário” (Directório, n.º 24). Aos adultos presentes é pedido, sobretudo, que celebrem e participem realmente. A autenticidade da sua participação é a melhor ajuda, pois as crianças percebem intuitivamente se a pessoas está ou não a fazer algo com sinceridade e autenticidade, ou não...

– O ideal, tendo em conta o que disse logo no início, é que as crianças participem na Eucaristia acompanhadas pelos pais. A excepção é uma celebração com crianças num grupo pequeno, em dias da semana (não ao Domingo). A ausência dos pais e um grupo grande de crianças torna a celebração um calvário para os adultos presentes (nomeadamente os catequistas e o padre que preside) e para as próprias crianças... Por isso, estas celebrações são pensadas para pequenos grupos. “Sempre que o número de crianças que celebram conjuntamente a Eucaristia for muito grande (...) formem-se vários grupos constituídos não de forma rígida segundo a idade, mas tendo em atenção o progresso da formação religiosa e a preparação catequética” (Directório, n.º 28).

– O objectivo das Missas com crianças é só e sempre ajudar as crianças a participar na celebração eucarística da comunidade cristã! O Directório para as Missas com crianças prevê que a participação das crianças na Eucaristia se possa fazer de diversos modos: 1. Na celebração comunitária, sobretudo aos Domingos; 2. Em celebrações especiais pensadas especificamente para as crianças, com poucos adultos, sobretudo nos dias feriais. Esta segunda possibilidade é provisória e pedagógica: visa iniciar as crianças, para poderem celebrar com toda a comunidade cristã a que pertencem. Neste sentido, as Missas com crianças podem ter efeitos perversos: criar nas crianças a ideia de que aquela é a sua Eucaristia, uma coisa de crianças, portanto, que se abandonará quando se crescer; nessas condições, em vez de iniciar à Eucaristia de toda a comunidade, incapacita-as de nela participar... Se a comunidade for viva e participativa, e se a celebração for festiva, se na celebração se tiver em conta a presença das crianças, facilmente as crianças se sentirão envolvidas e motivadas. Se a criança vir os adultos, nomeadamente os pais e catequistas, a cantar, escutar, rezar, comungar, está feita a melhor e mais necessária iniciação à Eucaristia. Quando parece oportuna a opção por Missas com crianças em pequeno grupo, é imprescindível manter o contacto com a celebração da comunidade cristã. Perder de vista o objectivo das Missas com crianças significa inviabilizar a sua capacidade de ser iniciação e poderá levar-nos precisamente ao que queremos evitar: o afastamento e desafeição das crianças (adolescentes e jovens) da celebração eucarística. É claro que isto implica a comunidade cristã e responsabiliza-a (e faltam-nos essas comunidades cristãs...). Contudo, tentar prescindir desse contributo fundamental é tentar “fazer omeletes sem ovos”; e pedir à catequese e à Eucaristia que tentem remediar o que delas não depende e que lhes não compete... Não se peça à catequese o que aos pais e à comunidade compete. Nem se peça à celebração eucarística o que à catequese compete!

Olhemos então para o que nos diz o Directório das Missas com Crianças. Este documento distingue as “Missas de adultos nas quais também participam crianças” e as “Missas com crianças em que participam só alguns adultos”. Esta distinção é muito importante. Vejamos cada uma destas situações.

A.) Missas de adultos nas quais também participam crianças (capítulo II). “Em muitas localidades, sobretudo aos Domingos e dias santos, celebram-se missas paroquiais em que participam algumas crianças com grande número de adultos” (n.º 16: EDREL 2776). Esta é a situação da maior parte das nossas missas dominicais: porque a catequese a antecede ou a precede, as celebrações eucarísticas dominicais contam com a presença de um número significativo de crianças. Não é a situação típica das chamadas missas com crianças. “No entanto, nas missas deste género, deve evitar-se cuidadosamente que as crianças se sintam desprezadas pela sua incapacidade de participar e compreender o que se faz e o que se proclama” (n.º 17: EDREL 2776). O que fazer, então, para que as crianças não se sintam a mais? O Directório faz algumas sugestões:
– que as admonições interpelem directamente as crianças;
– que o presidente se dirija directamente a elas na homilia;
– que elas exerçam alguma actividade, como levar os dons ao altar ou cantar um cântico;
– há ainda a possibilidade de celebrar a Liturgia da Palavra com as crianças, num lugar diferente do da assembleia adulta, juntando-se todos, de novo, para a Liturgia Eucarística;
– podem ainda fazer-se algumas adaptações, pensadas para as Missas com crianças, descritas no capítulo seguinte.

B.) Missas com crianças em que participam só alguns adultos (capítulo III). “Além das missas em que as crianças participam com os pais e outras pessoas de família, (...) recomenda-se, sobretudo durante a semana, celebrar algumas missas só para crianças, participando nelas apenas um pequeno número de adultos” (n.º 20: EDREL 2779). Trata-se de pequenos grupos de crianças (cf. n.º 28: EDREL 2787). Estas celebrações podem ser da máxima importância para uma autêntica participação das crianças na Eucaristia, nomeadamente na Eucaristia dominical da comunidade cristã. No entanto, é importante nunca perder de vista o objectivo final desta prática: “Tenha-se sempre presente que tais celebrações eucarísticas devem orientar as crianças para as missas de adultos, sobretudo aquelas em que a comunidade cristã se deve reunir ao Domingo” (n.º 21: EDREL 2780).

– Funções e ministérios. Na Eucaristia, é fundamental que as crianças participem activamente e se sintam protagonistas e actores daquilo que se está a realizar. Contudo, mais uma vez, é preciso clarificar: participação activa não é estar sempre a mexer! Participar é rezar, escutar, cantar, dar graças, oferecer, comer, comprometer-se, fazer silêncio... As atitudes interiores são o mais importante. Não se entenda por participação activa fazer com que todas as crianças tenham algum ofício específico. Contudo, há um conjunto de funções que as crianças podem desempenhar, como seja a preparação do lugar da celebração, cantar como solistas ou em coro, tocar um instrumento, ler uma leitura (desde que seja narrativa ou facilmente compreensível), responder durante a homilia, ler as preces da oração universal, levar os dons ao altar... É possível também inserir aditamentos na celebração: o Directório dá um exemplo (n.º 22), que infelizmente é sistematicamente ignorado: preparar alguns motivos de acção de graças antes do sacerdote começar o diálogo do prefácio (normalmente faz-se isto no fim da comunhão, em vez de se fazer no lugar próprio, o prefácio, que é clara e declaradamente acção de graças...).

– Particular responsabilidade cabe ao presidente da celebração: deve ter “a preocupação de tornar a celebração festiva, fraterna, meditativa” (n.º 23), mais ainda do que nas celebrações em que só estão adultos; “deverá exprimir-se de maneira a ser facilmente compreendido, mas evitando uma linguagem demasiado infantil” (n.º 23). É sobretudo ao Presidente que cabe motivar as crianças para as diversas atitudes e formas de participação, no decorrer da celebração. E aqui há uma permanente tentação para o padre que preside a uma Missa com crianças: quando se percebe a impaciência das crianças, tende-se a abreviar o tempo da celebração, rezando a correr as orações... Nada de mais errado pedagogicamente: essa pressa impossibilita a atenção das crianças e elas “desligam”. Por isso, recomenda o Directório: “Deve procurar-se que os textos litúrgicos sejam pronunciados sem pressa e de forma inteligível, fazendo as pausas necessárias” (n.º 37).

– Os adultos presentes ajudam as crianças a participar activa e correctamente, antes de mais pelo seu testemunho. Mas não só. Podem prepara admonições, que devem contudo evitar a tentação de explicar tudo, tornando-se um discurso deslocado. A este propósito, algumas admonições que acompanham símbolos são o exemplo do que se deve evitar: não se trata de explicar o símbolo (nada melhor para o “matar”, pois se reduz a um mero sinal), mas de torná-lo significativo...

Elementos a valorizar especialmente:

* Preparação da celebração. “Qualquer celebração eucarística com crianças, seja preparada cuidadosamente e em devido tempo, sobretudo no que diz respeito às orações, cânticos, leituras, intenções da oração universal, reunindo as opiniões dos adultos e das crianças que desempenham um ministério específico nessas Missas” (n.º 29). Empenhar as crianças na preparação do lugar e das coisas necessárias à celebração (o que dá bem mais trabalho do que se for o sacristão a fazê-lo sozinho...), bem como na redacção das intenções da oração universal, admonições, etc.

* Gestos. Toda a liturgia é um “fazer” e não um “dizer”. Pelo que é particularmente importante e significativo valorizar os gestos e atitudes corporais. Valorizar as procissões e movimentos, inserindo crianças na procissão de entrada, na procissão com o Evangeliário, na procissão com os dons; por vezes, propor às crianças um gesto concreto, ou o associar-se a um gesto do presidente, como por exemplo, rezar o Pai-Nosso de mão erguidas (mas com cuidado e muito discernimento...).

* Elementos visuais. Ao longo do ano litúrgico, há uma série de elementos visuais que é importante valorizar: o círio pascal, no tempo pascal; a cruz na semana da paixão, as vestes litúrgicas, etc. É claro que aqui põe-se o problema da riqueza ou pobreza dos nossas igrejas: pedagogicamente, é importantíssimo o programa iconográfico, a qualidade e beleza das imagens, uma criteriosa ornamentação floral (já para não falar da indispensável limpeza e arrumação do lugar). Além destes elementos, podem inserir-se outros elementos visuais. Uma das propostas do Directório é o “emprego de imagens preparadas pelas próprias crianças” (n.º 36) para ilustrar a homilia, para realçar as intenções da oração universal, para inspirar a meditação.

* Silêncio. É significativo o cuidado do Directório em sublinhar a importância do silêncio nas Missas com crianças, como parte integrante da celebração, “pois mesmo as crianças são capazes, à sua maneira, de meditar” (n.º 37). É claro que o silêncio é sempre difícil, mesmo para adultos. Por isso, as crianças têm de ser motivadas ao silêncio, de forma gradual e progressiva, valorizando momentos como o tempo depois da homilia ou depois da comunhão.

As várias partes da Missa

Vejamos, agora, a Missa parte por parte, vendo as adaptações possíveis ou desejáveis, no sentido de aproximar a Eucaristia das crianças.

Antes de mais não são adaptáveis ou substituíveis as aclamações da assembleia e as respostas do povo ou a oração do Pai-Nosso, para que as crianças aprendam as intervenções na Missa da comunidade (n.º 39). Também a estrutura da celebração, nas suas linhas gerais, se mantém sempre inalterável. Contudo, há muitos elementos adaptáveis, e uma grande margem para escolha de opções diversas, que possam ajudar as crianças a participar melhor na Eucaristia.

a) Ritos iniciais (n.º 40). Os ritos iniciais têm carácter introdutório, visam prepara a assembleia para a celebração. Como é uma parte da celebração caracterizada por uma pluralidade de ritos, é permitido omitir alguns desses ritos nas Missas com crianças. Deve manter-se sempre a introdução à celebração e a oração colecta. Os outros elementos (acto penitencial, Kyrie, Glória) devem ser trabalhados, escolhendo e valorizando apenas um deles e deixando cair os outros. Contudo, adverte o Directório, não se deve omitir sempre o mesmo elemento, dando a impressão às crianças de que não tem valor.

b) Liturgia da Palavra (n.º 41-49). Uma vez que as leituras constituem “a parte principal da liturgia da Palavra”, mesmo nas Missas com crianças nunca podem faltar. Há contudo uma grande liberdade de opção:

– Nos Domingos e solenidades, em vez das 3 leituras, podem fazer-se apenas duas ou até, excepcionalmente, apenas uma. Contudo, nunca pode ser omitida a proclamação do Evangelho. E na escolha da leitura que omite, deve ter-se sempre em conta os critérios de escolha das leituras, que estão na base do leccionário. Por exemplo, a 1ª leitura é normalmente escolhida em função do Evangelho e o Salmo Responsorial depende da primeira leitura. Se se omite a primeira leitura, não se pode usar o Salmo do dia ou um cântico que vá no mesmo sentido, pois desapareceu a leitura que o justificava; o normal será, contudo, omitir a 2ª leitura, sem ligação com as restantes.

– Se nenhuma das leituras do dia parecer oportuna para a compreensão das crianças, podem escolher-se outras mais adequadas, mas respeitando o sentido da festa ou do tempo litúrgico.

– Na selecção das leituras, deve ter-se em conta o tipo de texto e o género literário. Uma leitura de conteúdo mais teológico terá de ser muito breve; uma leitura narrativa poderá ser bem mais longa.

– Respeito pela Palavra de Deus: implica proclamar o texto litúrgico, em tradução aprovada, sem paráfrases; não mutilar o texto bíblico, a não ser que se julgue de facto muito importante suprir parte de um texto, que traria dificuldade às crianças. Nunca substituir textos bíblicos por outros textos (é ser-se demasiado pretensioso...), nem usar textos não bíblicos no meio das leituras, o que criaria confusão nas crianças.

– O Salmo deve ser escolhido, tendo em conta a capacidade das crianças e as leituras proclamadas. Pode, eventualmente, escolher-se um outro cântico, mesmo não sendo um Salmo bíblico. É de grande importância a participação das crianças pelo canto, quer no Salmo, quer na Aclamação ao Evangelho. No caso de se escolher apenas o Evangelho como única leitura, pode cantar-se um cântico depois do Evangelho.

– As admonições podem ser uma ajuda de excepcional valor para a compreensão das leituras, desde que sejam bem feitas: breves, interpelativas, motivando para a escuta (e não dizendo já, por outras palavras, o que diz a leitura, nem enveredando por discursos moralistas).

– Pode ser de grande ajuda, quando a leitura a isso se presta, distribuir as várias personagens pelas crianças, como se faz na leitura da Paixão, na Semana Santa. Contudo, isto não significa encenar as leituras. A encenação não tem lugar na celebração! Primeiro, porque a encenação é já uma interpretação, restritiva, da Palavra de Deus. Depois, porque a Palavra, fundamental no cristianismo, se destina à escuta, não à visualização.

– Lugar de destaque merece a homilia. Esta pode ser feita dialogando com as crianças, que é um modo de as envolver directamente e de prender a sua atenção. Mas este é apenas um modo, entre muitos. Pode fazer-se a homilia em estilo narrativo, se aquele que a faz tem uma particular apetência para a narração (um bom “contador de histórias” consegue sempre prender a atenção das crianças). A homilia pode fazer-se pela via da visualização, utilizando desenhos feitos pelas crianças ou outros, cartazes, ou outros meios visuais (“slides”, projectores, eventualmente vídeo). O melhor será alternar estas diversas modalidades, conforme sejam mais adequadas para a explicação vivêncial da Palavra de Deus escutada.

– Profissão de fé. Pode usar-se o credo apostólico, mais breve e menos conceptual; mas deve usar-se também o credo niceno-constantinapolitano, habitualmente usado nas assembleias dominicais. Por vezes, pode recorrer-se à forma de profissão de fé baptismal.

– Oração universal pode ser particularmente significativa, pois pode interpelar directamente as crianças, quer na preparação, quer na celebração. Claro que isso exige que, para cada celebração se prepare um formulário próprio para a oração universal...

c) Liturgia eucarística (n.º 50-54). Envolver as crianças na liturgia eucarística deve ser o esforço, motivando-as para as atitudes (exteriores e interiores) a adoptar em cada momento.

– Apresentação dos dons. As crianças são particularmente sensíveis aos símbolos. Daí que se possam envolver na procissão dos dons para o altar. Não abusar da inserção de símbolos neste momento. Os símbolos fundamentais são sempre o pão e o vinho para a eucaristia. Neste ponto, muito há a corrigir... Não tem sentido levar um pão, que fica sobre o altar, mas que não tem qualquer relação com a celebração. O pão é aquele que vai ser consagrado. Não tem qualquer sentido um símbolo de um símbolo, isto é, um pão caseiro para simbolizar o pão eucarístico... Se as partículas são pouco expressivas, por muito estilizadas, mudem-se as partículas!

– Orações presidenciais (colecta, sobre os dons e depois da comunhão). O sacerdote tem faculdade de escolher qualquer formulário do Missal Romano, desde que respeite o sentido da festa ou do tempo litúrgico, por forma a adoptar orações mais adaptadas às crianças. Se a escolha não for suficiente para tornar acessível o conteúdo da oração, podem fazer-se adaptações, desde que se respeite o género da oração e o seu sentido; se seja fiel aos conteúdos (a adaptação é da expressão, não propriamente dos conteúdos); não se insiram elementos estranhos a estas (como exortações moralizantes) ou linguagem demasiado infantil. Claro está que nunca se fazem estas adaptações durante a celebração! Será sempre um trabalho preparado previamente (a improvisação é um “cancro” a evitar sempre), que exige conhecer exactamente o específico de cada oração, a sua função própria na celebração e as características próprias da sua estrutura...

– Oração eucarística. É fundamental que toda a celebração eucarística aponte a grande oração eucarística como centro da celebração. Tranquilidade e respeito devem pautar esta parte da celebração. O presidente deve pôr particular na entoação e no modo de pronunciar a oração, cativando assim as crianças a acompanhar o desenrolar da oração. Não sendo possível às crianças a audição para cativar a sua atenção, são fundamentais as intervenções da assembleia (e por isso as orações eucarísticas para as Missas com crianças prevê várias aclamações e intervenções intercalares). Como atrás se referiu, a oração eucarística uma acção de graças, podem as crianças, antes do diálogo do prefácio, apresentar os motivos de acção de graças, a juntar aos já presentes no prefácio. Neste momento, dispomos de 3 orações eucarísticas para estas celebrações. A primeira oração eucarística é a que utiliza uma linguagem mais simples. A Segunda é recomendada pelo seu carácter mais dialogal, sendo o texto intercalado de uma série de intervenções da assembleia. A terceira destas orações é a mais rica e variada e, por isso, a mais indicada para crianças mais velhas.

– Ritos da comunhão. “Terminada a oração eucarística seguir-se-á sempre a oração dominical, a fracção do pão e o convite para a comunhão” (n.º 53). O gesto da paz, rico de significado, pode fazer-se ou não. Quanto aos “cânticos da paz”, liturgicamente não existem: neste momento, o que existe é o canto do “Cordeiro de Deus”. Apenas excepcionalmente se podem usar, numa celebração em que se sublinhe particularmente essa dimensão da paz. Mas será sempre uma excepção e algo a evitar (para não deformar, em vez de formar...). // Segue-se a Comunhão, que deverá decorrer em ambiente tranquilo, acompanhada de um cântico apropriado. Depois da comunhão, convidem-se as crianças ao silêncio orante e ajudem-se com indicações e sugestões para a sua oração pessoal. Será muito conveniente, antes da oração, um cântico de carácter festivo e jubiloso.

d) Ritos conclusivos (n.º 54). Evitem-se, o mais possível os avisos paroquiais. E tenha-se presente a recomendação do Directório: “Nas missas com crianças, a admonição que precede a bênção final é da maior importância pois elas, antes de serem despedidas, têm necessidade de que, em brevíssimas palavras, se lhes recorde e faça uma certa aplicação do que ouviram na celebração. É sobretudo neste momento que convém fazer compreender a ligação entre liturgia e vida”.

Observações finais

* Estas sugestões não são para usar todas numa única celebração... Deve fazer-se um discernimento, para cada celebração, das adaptações a adoptar. É claro que isso impõe um cuidado muito especial (e trabalhoso) de preparação.

* Uma reparação cuidadosa e pormenorizada de todos os aspectos da celebração é sempre necessária, bem como uma avaliação, feita por catequistas e sacerdote.

* Na escolha das adaptações e elementos a valorizar, ter sempre o cuidado de não impor às crianças os nossos gostos pessoais, com a desculpa de que elas gostam mais...

* Ter sempre presente a totalidade da celebração e o seu equilíbrio interno.

* No decorrer da celebração, nunca perder de vista que o ritmo é fundamental. E que o tempo da celebração nunca se pode alongar...

* As alterações implicam conhecimento do sentido e valor de cada elemento, para respeitar a sua natureza e sentido – formação litúrgica
Carlos Cabecinhas | Diocese Leiria-Fátima





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