Catequistas de Conquista

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Campanha da Fraternidade 2016




Campanha da Fraternidade 2016



TEMA: “Casa comum, nossa responsabilidade”
LEMA: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.

Em 2016, o tema será “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema bíblico apoia-se em Amós 5,24 que diz: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.

O objetivo principal da iniciativa será chamar atenção para a questão do saneamento básico no Brasil e sua importância para garantir desenvolvimento, saúde integral e qualidade de vida para todos.

Uma das grandes novidades desta quarta edição da campanha ecumênica, é a participação da Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica da Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina. A colaboração acontece em vista do desejo dos organizadores em transpor as fronteiras nacionais.

RESUMO DO TEXTO BASE
CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA 2016

INTRODUÇÃO
Pela quarta vez a Campanha da Fraternidade é realizada de forma ecumênica. As outras três tiveram os seguintes temas:

Ano 2000 –  Dignidade Humana e paz – Novo Milênio sem exclusões
Ano 2005 – Solidariedade e Paz – Felizes os que promovem a Paz
Ano 2010 – Economia e Vida – Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro

A Campanha da Fraternidade deste ano tem como objetivo geral “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.

As reflexões sobre o saneamento básico contidas neste texto base demonstram que esse é um direito humano fundamental e, como todos os outros direitos, requer a união de esforços entre sociedade civil e poder público no planejamento e na prestação de serviços e de cuidados. Por isso é uma Campanha Ecumênica, pois a questão do Saneamento afeta não apenas católicos, mas todas as pessoas, independente da fé que professem.

O abastecimento de água potável, o esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos, o controle de meios transmissores de doenças e a drenagem de águas pluviais são medidas necessárias para que todas as pessoas possam ter saúde e vida dignas. Por isso, há que se ter em mente que “justiça ambiental” é parte integrante da “justiça social”.

PRIMEIRA PARTE
As escolhas das atitudes para a preservação da vida no planeta Terra devem ser orientadas por critérios coerentes com o propósito de mais justiça e paz. Tais escolhas devem contribuir para a superação das desigualdades e das agressões à criação. Por isso, hoje, as preocupações e consequentes ações no âmbito do saneamento passam a incorporar não só questões de ordem sanitária, mas também de justiça social e ambiental. É, portanto, necessária e urgente que as ações para a preservação ambiental busquem também construir a justiça, principalmente para os pequenos e pobres.

Estudos estimam que morre uma criança a cada 3 minutos por não ter acesso a água potável, por falta de redes de esgoto e por falta de higiene. Crianças com diarreia comem menos e são menos capazes de absorver os nutrientes dos alimentos, o que as torna ainda mais suscetíveis a doenças relacionadas com bactérias. O problema se agrava, pois as crianças mais vulneráveis à diarreia aguda também não têm acesso a serviços de saúde capazes de salvá-las. Ampliando a questão da saúde para todas as faixas etárias, em 2013, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 340 mil internações por infecções gastrointestinais no país. Se 100% da população tivesse acesso à coleta de esgotos sanitários haveria uma redução em termos absolutos de 74,6 mil internações.

Os últimos dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico – base 2013) mostram que pouco mais de 82% da população brasileira têm acesso à água tratada. Mais de 100 milhões de pessoas no país ainda não possuem coleta de esgotos e apenas 39% destes esgotos são tratados, sendo despejados diariamente o equivalente a mais de 5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento na natureza.

Alguns dados mundiais sobre o saneamento:
– No mundo, um bilhão de pessoas fazem suas necessidades a céu aberto.
– Mais de 4.000 crianças morrem por ano por falta de acesso a água potável e ao saneamento básico.
– Na América Latina, as pessoas têm mais acessos aos celulares que aos banheiros.
– 120 milhões de latino-americanos não têm acesso aos banheiros.

Alguns dados do Brasil sobre saneamento

– O Brasil está entre os 20 países do mundo nos quais as pessoas têm menos acesso aos banheiros.
– Cada brasileiro gera em média 1 quilo de resíduos sólidos diariamente. Só a cidade de São Paulo gera entre 12 a 14 mil toneladas diárias de resíduos sólidos.
– As 13 maiores cidades do país são responsáveis por 31,9% de todos os resíduos sólidos no ambiente urbano brasileiro.

Para onde vão todos estes resíduos?
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008 do IBGE, divulgada em 2010:
50,8% foram levados para os lixões, local para depósito do lixo bruto, sobre o terreno, sem qualquer cuidado ou técnica especial.
21,5% são levados para aterros controlados, local utilizado para despejo do lixo bruto coletado, com cuidado de, diariamente, após a jornada de trabalho, cobrir os resíduos com uma camada de terra, de modo a não causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, bem como minimizar os impactos ambientais.
27,7% são levados para aterros sanitários, local monitorado em conformidade com a legislação ambiental, de modo a que nem os resíduos nem seus efluentes líquidos e gasosos venham a causar danos à saúde pública ou ao meio ambiente.

Um dado alarmante é que a América do Norte e a Europa mandam seus resíduos sólidos para a África e, infelizmente, também para o Brasil. Em 2009 e 2010 portos brasileiros receberam cargas de resíduos (LIXO) domiciliares e hospitalares. Focando apenas no Brasil, os lixões e aterros sem controle, localizam-se próximos ou em áreas de residência de populações pobres, nas quais os habitantes são obrigados a conviver com a sujeira gerada pelos demais moradores, resultando em injustiça ambiental.

SANEAMENTO BÁSICO PARA ALÉM DA CIDADE
Se a situação já é precária no meio urbano, no meio rural brasileiro é ainda mais absurda. Apenas 42% das moradias rurais dispõem de água canalizada para uso doméstico. Os outros 58% usam água de outras fontes, porém, sem nenhum tipo de tratamento.

Muitas habitações rurais são tão precárias que sequer dispõem de banheiros ou fossas. Somente 5,2% dos domicílios rurais possui coleta de esgoto ligado à rede geral e 28% possuem fossa séptica. Em 49% das residências que possuem banheiro, o escoamento de fezes e urina corre por meio de fossas rudimentares não ligadas à rede. Há 52,9% de residências que buscam soluções rudimentares como valas ou despejo do esgoto diretamente nos cursos de água. Há ainda 13,6% que não usam nenhuma solução.

Todos estes números revelam a falta de dignidade à vida das pessoas que vivem nas áreas rurais. São 7,6 milhões (25% da população rural do Brasil) que vivem em extrema pobreza. Por isso, o saneamento rural deve ser implementado de forma articulada com outras políticas públicas, de modo a superar o déficit de moradias, dificuldade de acesso à eletrificação rural e ao transporte coletivo.

SANEAMENTO BÁSICO E ÁGUA POTÁVEL, UMA RELAÇÃO VITAL
A água é o recurso mais abundante no planeta Terra, porém, apenas 0,007% estão disponíveis para o consumo humano. O restante é constituído por águas salgadas, geleiras e águas subterrâneas de difícil captação. O Brasil é privilegiado em recursos hídricos, com 12% da água doce do mundo. Entretanto, a escassez de água potável, que é hoje um problema  crônico em diversas regiões do mundo está gerando alertas também no nosso país.

É importante saber que cerca de 70% da água doce do Brasil estão concentradas na região Norte, a menos populosa, enquanto que as regiões Nordeste e Sudeste, com alta população, dispõem de pouca água. O risco de desabastecimento em larga escala é uma ameaça não somente em áreas tradicionalmente áridas, mas também nas grandes cidades.

Num futuro próximo, a busca pela água será capaz de provocar disputas internacionais. Apesar da constatação da falta da água, o Brasil é considerado o campeão de desperdício de água no mundo – a média de desperdício da água potável nos sistemas de distribuição chega a 37%.

JULGAR

A Bíblia é uma revelação progressiva. Antes mesmo que Jesus fizesse a plena revelação do Deus Amor e Misericordioso, os profetas já anunciavam aspectos importantes da caridade e da justiça, fundamentos do Reino de Deus. O bem comum, desejado por Deus, é o grande objetivo das Sagradas Escrituras. Da adesão ao projeto do Reino de Deus e, portanto, o compromisso com a construção do bem comum é que depende a salvação individual.

Quando falamos do bem comum, não podemos restringi-lo somente à relação dos seres humanos entre si, mas também destes com a natureza, que deve ser cuidada com gratidão e respeito. E o uso da natureza e de todos os bens materiais deve acontecer de forma justa e voltada para a construção de uma coletividade com mais igualdade, ao invés de serem utilizados para suprir a ganância de alguns.

A escolha do texto de Amós (“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” – Amós 5,24) não é por acaso. Amós fundamenta sua pregação profética numa denúncia social aguda, chamando a atenção para um progresso econômico quer não de traduzia em igualdade e justiça para todos. Sua denúncia aponta para uma situação de caos social, onde as relações afetivas estavam se rompendo (Amós 2,6-8). Com suas denúncias, Amós revela que a fé em Deus estava sendo manipulada pela religião oficial (Amós 4,4-5). Deus quer justiça e dignidade para todos. Não apenas para Israel e Judá (Amós 9,7-8).

Amós ainda denuncia o culto vazio, repleto de louvores e oferendas a Deus, mas que não faz com que as pessoas pratiquem a justiça. Não são grandes oferendas que agradam a Deus, mas sim a prática do direito e da justiça (Amós 5,21-25). Este tema também é tratado pelos profetas Isaías, Oséias e Miquéias (cf. Isaías 32,18; Oséias 6,6). O profeta Miquéias, em breves palavras, resume este complexo assunto:

“Foi-te dado a conhecer, ó homem, o que é bom, o que o Senhor exige de ti: nada mais que respeitar o direito, amar a fidelidade e aplicar-te a caminhar com teu Deus” (Miquéias 6,8).

Garantir os direitos essenciais para a vida humana e cuidar bem do planeta, são partes fundamentais da justiça exigida por Deus. Quando isso não acontece, diz o profeta Isaías que as feras, as aves do céu e até os peixes do mar desparecem (Oséias 4,1-3).

O que Deus quer de nós é que sejamos como jardineiros que cuidam da natureza com carinho.  E, também, o cuidado uns dos outros, como quem cuida de plantas que amam. É esta imagem que está presente na descrição do livro do Gênesis, que relata a criação do mundo. Deus tomou Adão e o colocou no Jardim do Édem para que o cultivasse e guardasse (cf. Gênesis 2,15).

No Édem nascia um rio que se dividia em quatro braços, lembrando os quatro pontos cardeais e assim representando a terra inteira. Essas passagens iniciais da Bíblia ressaltam a importância do cuidado humano pela integridade da criação. A água limpa e potável, também aparece como símbolo da vida quando Moisés fez brotar o líquido da vida no deserto (Êxodo 17,6). É também a água como símbolo da vida que Jesus anuncia à samaritana (João 4,14). Na Nova Jerusalém do Apocalipse temos de novo um símbolo que evoca a água como fonte da vida (Apocalipse 22,1-2).

Na Bíblia há vários relatos que já anunciam a necessidade de manter limpa a natureza e o cuidado com o líquido precioso:

É preciso organizar o povo – descentralização do poder e das decisões – para que as pessoas sejam atendidas em suas necessidades e cuidem do ambiente em que vivem (Êxodo 18, 13-27)
Devem manter a limpeza no acampamento, manter as fezes cobertas para evitar sujeiras e doenças (Deuteronômio 23,13-14).
Cuidar e tratar da água a ser consumida. As fontes, poços e cisternas devem ser mantidos puros (Levítico 11,36; Êxodo 15,23-25; 2 Reis 2,19-22).
Cuidar das árvores e bosques, principalmente das árvores frutíferas (Levítico 19,25; Deuteronômio 20,19; Juízes 4,4-5).

Todas estas atividades devem estar sempre envolvidas com o cuidado para com os mais pobres (Deuteronômio 23, 25; 24, 14-15.19-22, conforme Tiago 5,1-6). Assim como não se deve explorar o trabalhador, que tem o direito ao descanso, também a terra, a cada sete anos deve ter o descanso (Levítico 25, 2-7).

SANEAMENTO BÁSICO E PRÁTICA DA JUSTIÇA
Voltando ao lema de Amós (5,24) que anima nossa Campanha da Fraternidade Ecumênica, o profeta compara a prática da justiça como uma fonte que jorra água limpa e com um rio perene que não seca jamais.

A comparação que Amós faz da água que jorra com a prática da justiça, lembra que o bem estar de todos os habitantes de um lugar deve ser o objetivo de todo serviço público. Ninguém pode buscar apenas o lucro fácil e rápido em detrimento dos direitos dos demais. É como se uma pessoa represasse um rio só para si, formando um enorme açude enquanto todos adiante ficam apenas com um fiozinho de água.

Jesus denuncia a ganância e os ritos vazios, que privilegia os puros (aqueles que detinham o poder econômico) e marginaliza os impuros (os pobres e enfermos na época eram vistos como abandonados por Deus e por isso eram marginalizados). Por isso Jesus disse: “felizes os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mateus 5,6-7).

Vivemos numa sociedade urbana organizada em torno dos princípios da economia de mercado. Nesta sociedade os “abençoados” são os que têm poder de compra. Tudo se torna mercadoria, inclusive os bens primordiais como a água e a terra.

Neste tipo de sociedade, os benefícios públicos acabam sendo destinados às regiões mais abastadas. Bairros populares terminam sendo deixados em segundo lugar, sem os benefícios do esgotamento, coleta de lixo, transporte público, boas escolas, etc.

Refletindo sobre tudo isso, fica bem claro que a fidelidade a Deus precisa se manifestar na preservação de tudo o que é necessário para que a grande família humana possa viver com dignidade e justiça em um ambiente bem cuidado. Mas não basta refletir. Como Jesus nos mostrou na parábola dos dois filhos chamados a trabalhar na vinha (Mateus 21,28-31), não basta ter um bom discurso, o importante é entrar em ação, transformando o mundo do modo como Deus deseja.

AGIR

As Campanhas da Fraternidade Ecumênicas fortalecem os espaços de convivência entre as diferentes Igrejas. O diálogo e o trabalho conjunto em favor do bem comum são testemunhos importantes que podemos oferecer para a sociedade. Afinal, Jesus sempre se colocou aberto à escuta, às partilhas e a uma boa roda de conversa (conforme João 4; Marcos 8,1-9). Por isso, esta Campanha da Fraternidade Ecumênica deve nos motivar a irmos ao encontro de todas as pessoas – católicas, evangélicas, espíritas, outras religiões e até mesmo não crentes – para que juntos encontremos ações conjuntas que favoreçam o cuidado com a nossa Casa Comum.

“Casa Comum, nossa responsabilidade”, é um tema que nos orienta a atuarmos coletivamente em favor da elaboração, implementação e acompanhamento dos Planos Municipais de Saneamento Básico. As responsabilidades são coletivas, porém diferenciadas:

O poder público tem a tarefa de realizar as obras de infraestrutura, implementar o Plano Municipal de Saneamento Básico, garantir a limpeza do espaço público e fazer a coleta seletiva do lixo.
Os cidadãos tem a tarefa de não jogar lixo nas ruas e zelar pelos espaços coletivos.

Estas atitudes poderão nos aproximar do sonho do profeta Amós que é o de “ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5,24).

VAMOS CONHECER ALGUMAS ATITUDES QUE PODEMOS ASSUMIR
NA SUA CASA – A água é usada com economia? – Você sabe se o esgoto coletado de sua casa é tratado? – Você se incomoda e denuncia quando vê um vazamento de água em sua rua? – Quando sai de um cômodo iluminado, tem o costume de apagar a lâmpada? – Qual o destino que você dá ao óleo de cozinha que não pode ser reutilizado?
NO SEU BAIRRO – Há rede de água encanada? – Há coleta regular do lixo? – Há o costume de cobrar das autoridades providência próprias do poder público?
NA SUA CIDADE – A água é de qualidade? – Há estações de tratamento do esgoto? Existem cooperativas populares de reciclagem dos resíduos sólidos? Quando há aprovação de projeto de construção de um imóvel, o esgoto é levado em consideração?

UM GESTO CONCRETO PESSOAL PARA A QUARESMA
Temos uma proposta emocionante: cuidar da Casa Comum que Deus nos deu e fazer dela um lugar saudável, no qual a fraternidade e a justiça corram como rios de água viva. Que Deus nos ajude a viver com alegria e responsabilidade essa bonita missão! Como sinal desse compromisso, propomos que durante a Quaresma realizemos o esforço de evitar o consumismo e o desperdício dos alimentos. Que façamos um dia de jejum, doando aos mais pobres o que não consumimos nesse dia.

Tudo o que fizermos precisa ser impulsionado pela graça de Deus, que ilumina nosso discernimento, fortalece nossa disposição, não nos deixa desistir do amor fraterno e fará nosso trabalho produzir frutos melhores e mais permanentes. Portanto, orando e celebrando, entreguemos a Deus o serviço que queremos prestar, para que Deus sempre nos inspire a caminhar a seu lado na preservação do bonito e saudável ambiente que nos ofereceu na criação.

Padre Tarcisio Spirandio

Fonte: http://portalkairos.org/resumo-do-texto-base-da-campanha-da-fraternidade-2016/#ixzz3xpTqkepi




quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Ano da Misericórdia







1 de Janeiro de 2016: Mensagem do Papa Francisco para o 49º Dia Mundial da Paz




    "Vence a indiferença e conquista a paz" é título da mensagem do papa Francisco para o 49º Dia Mundial da Paz. 
    O texto divulgado, pelo Vaticano, trata das formas de exclusões presentes na vida em sociedade e alerta que a paz está ameaçada pela indiferença globalizada. Dentro das celebrações do Ano da Misericórdia, aberto oficialmente em 8 de dezembro, o papa Francisco diz que a paz é fruto do perdão.

    "No espírito do Jubileu da Misericórdia, cada um é chamado a reconhecer como se manifesta a indiferença na sua vida e a adotar um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive, a começar pela própria família, a vizinhança ou o ambiente de trabalho", escreveu Francisco. Confira íntegra da mensagem:

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO 49º DIA MUNDIAL DA PAZ
1º DE JANEIRO DE 2016

VENCE A INDIFERENÇA E CONQUISTA A PAZ

1. Deus não é indiferente; importa-Lhe a humanidade! Deus não a abandona! Com esta minha profunda convicção, quero, no início do novo ano, formular votos de paz e bênçãos abundantes, sob o signo da esperança, para o futuro de cada homem e mulher, de cada família, povo e nação do mundo, e também dos chefes de Estado e de governo e dos responsáveis das religiões. Com efeito, não perdemos a esperança de que o ano de 2016 nos veja a todos firme e confiadamente empenhados, nos diferentes níveis, a realizar a justiça e a trabalhar pela paz. Na verdade, esta é dom de Deus e trabalho dos homens; a paz é dom de Deus, mas confiado a todos os homens e a todas as mulheres, que são chamados a realizá-lo.

Conservar as razões da esperança
2. Embora o ano passado tenha sido caracterizado, do princípio ao fim, por guerras e atos terroristas, com as suas trágicas consequências de sequestros de pessoas, perseguições por motivos étnicos ou religiosos, prevaricações, multiplicando-se cruelmente em muitas regiões do mundo, a ponto de assumir os contornos daquela que se poderia chamar uma «terceira guerra mundial por pedaços», todavia alguns acontecimentos dos últimos anos e também do ano passado incitam-me, com o novo ano em vista, a renovar a exortação a não perder a esperança na capacidade que o homem tem, com a graça de Deus, de superar o mal, não se rendendo à resignação nem à indiferença. Tais acontecimentos representam a capacidade de a humanidade agir solidariamente, perante as situações críticas, superando os interesses individualistas, a apatia e a indiferença.

    Dentre tais acontecimentos, quero recordar o esforço feito para favorecer o encontro dos líderes mundiais, no âmbito da Cop21, a fim de se procurar novos caminhos para enfrentar as alterações climáticas e salvaguardar o bem-estar da terra, a nossa casa comum. E isto remete para mais dois acontecimentos anteriores de nível mundial: a Cimeira de Adis-Abeba para arrecadação de fundos destinados ao desenvolvimento sustentável do mundo; e a adoção, por parte das Nações Unidas, da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que visa assegurar, até ao referido ano, uma existência mais digna para todos, sobretudo para as populações pobres da terra.

    O ano de 2015 foi um ano especial para a Igreja, nomeadamente porque registou o cinquentenário da publicação de dois documentos do Concílio Vaticano II que exprimem, de forma muito eloquente, o sentido de solidariedade da Igreja com o mundo. O Papa João XXIII, no início do Concílio, quis escancarar as janelas da Igreja, para que houvesse, entre ela e o mundo, uma comunicação mais aberta. Os dois documentos – Nostra aetate e Gaudium et spes – são expressões emblemáticas da nova relação de diálogo, solidariedade e convivência que a Igreja pretendia introduzir no interior da humanidade. Na Declaração Nostra aetate, a Igreja foi chamada a abrir-se ao diálogo com as expressões religiosas não-cristãs. Na Constituição pastoral Gaudium et spes – dado que «as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo»[1] –, a Igreja desejava estabelecer um diálogo com a família humana sobre os problemas do mundo, como sinal de solidariedade, respeito e amor.[2]

    Nesta mesma perspectiva, com o Jubileu da Misericórdia, quero convidar a Igreja a rezar e trabalhar para que cada cristão possa maturar um coração humilde e compassivo, capaz de anunciar e testemunhar a misericórdia, de «perdoar e dar», de abrir-se «àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática», sem cair «na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói».[3]

    Variadas são as razões para crer na capacidade que a humanidade tem de agir, conjunta e solidariamente, reconhecendo a própria interligação e interdependência e tendo a peito os membros mais frágeis e a salvaguarda do bem comum. Esta atitude de solidária corresponsabilidade está na raiz da vocação fundamental à fraternidade e à vida comum. A dignidade e as relações interpessoais constituem-nos como seres humanos, queridos por Deus à sua imagem e semelhança. Como criaturas dotadas de inalienável dignidade, existimos relacionando-nos com os nossos irmãos e irmãs, pelos quais somos responsáveis e com os quais agimos solidariamente. Fora desta relação, passaríamos a ser menos humanos. É por isso mesmo que a indiferença constitui uma ameaça para a família humana. No limiar de um novo ano, quero convidar a todos para que reconheçam este fato a fim de se vencer a indiferença e conquistar a paz.

Algumas formas de indiferença
3. Não há dúvida de que o comportamento do indivíduo indiferente, de quem fecha o coração desinteressando-se dos outros, de quem fecha os olhos para não ver o que sucede ao seu redor ou se esquiva para não ser abalroado pelos problemas alheios, caracteriza uma tipologia humana bastante difundida e presente em cada época da história; mas, hoje em dia, superou decididamente o âmbito individual para assumir uma dimensão global, gerando o fenômeno da «globalização da indiferença».

    A primeira forma de indiferença na sociedade humana é a indiferença para com Deus, da qual deriva também a indiferença para com o próximo e a criação. Trata-se de um dos graves efeitos dum falso humanismo e do materialismo prático, combinados com um pensamento relativista e niilista. O homem pensa que é o autor de si mesmo, da sua vida e da sociedade; sente-se auto-suficiente e visa não só ocupar o lugar de Deus, mas prescindir completamente d’Ele; consequentemente, pensa que não deve nada a ninguém, excepto a si mesmo, e pretende ter apenas direitos.[4] Contra esta errônea compreensão que a pessoa tem de si mesma, Bento XVI recordava que nem o homem nem o seu desenvolvimento são capazes, por si mesmos, de se atribuir o próprio significado último;[5] e, antes dele, Paulo VI afirmara que «não há verdadeiro humanismo senão o aberto ao Absoluto, reconhecendo uma vocação que exprime a ideia exata do que é a vida humana».[6]

    A indiferença para com o próximo assume diferentes fisionomias. Há quem esteja bem informado, ouça o rádio, leia os jornais ou veja programas de televisão, mas fá-lo de maneira entorpecida, quase numa condição de rendição: estas pessoas conhecem vagamente os dramas que afligem a humanidade, mas não se sentem envolvidas, não vivem a compaixão. Este é o comportamento de quem sabe, mas mantém o olhar, o pensamento e a ação voltados para si mesmo. Infelizmente, temos de constatar que o aumento das informações, próprio do nosso tempo, não significa, de por si, aumento de atenção aos problemas, se não for acompanhado por uma abertura das consciências em sentido solidário.[7] Antes, pode gerar uma certa saturação que anestesia e, em certa medida, relativiza a gravidade dos problemas. «Alguns comprazem-se simplesmente em culpar, dos próprios males, os pobres e os países pobres, com generalizações indevidas, e pretendem encontrar a solução numa “educação” que os tranquilize e transforme em seres domesticados e inofensivos. Isto torna-se ainda mais irritante, quando os excluídos vêem crescer este câncer social que é a corrupção profundamente radicada em muitos países – nos seus governos, empresários e instituições – seja qual for a ideologia política dos governantes».[8]

    Noutros casos, a indiferença manifesta-se como falta de atenção à realidade circundante, especialmente a mais distante. Algumas pessoas preferem não indagar, não se informar e vivem o seu bem-estar e o seu conforto, surdas ao grito de angústia da humanidade sofredora. Quase sem nos dar conta, tornamo-nos incapazes de sentir compaixão pelos outros, pelos seus dramas; não nos interessa ocupar-nos deles, como se aquilo que lhes sucede fosse responsabilidade alheia, que não nos compete.[9] «Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem».[10]

    Vivendo nós numa casa comum, não podemos deixar de nos interrogar sobre o seu estado de saúde, como procurei fazer na Carta encíclica Laudato si’. A poluição das águas e do ar, a exploração indiscriminada das florestas, a destruição do meio ambiente são, muitas vezes, resultado da indiferença do homem pelos outros, porque tudo está relacionado. E de igual modo o comportamento do homem com os animais influi sobre as suas relações com os outros,[11] para não falar de quem se permite fazer noutros lugares aquilo que não ousa fazer em sua casa.[12]

    Nestes e noutros casos, a indiferença provoca sobretudo fechamento e desinteresse, acabando assim por contribuir para a falta de paz com Deus, com o próximo e com a criação.

A paz ameaçada pela indiferença globalizada
4. A indiferença para com Deus supera a esfera íntima e espiritual da pessoa individual e investe a esfera pública e social. Como afirmava Bento XVI, «há uma ligação íntima entre a glorificação de Deus e a paz dos homens na terra».[13] Com efeito, «sem uma abertura ao transcendente, o homem cai como presa fácil do relativismo e, consequentemente, torna-se-lhe difícil agir de acordo com a justiça e comprometer-se pela paz».[14] O esquecimento e a negação de Deus, que induzem o homem a não reconhecer qualquer norma acima de si próprio e a tomar como norma apenas a si mesmo, produziram crueldade e violência sem medida.[15]

    Em nível individual e comunitário, a indiferença para com o próximo – filha da indiferença para com Deus – assume as feições da inércia e da apatia, que alimentam a persistência de situações de injustiça e grave desequilíbrio social, as quais podem, por sua vez, levar a conflitos ou de qualquer modo gerar um clima de descontentamento que ameaça desembocar, mais cedo ou mais tarde, em violências e insegurança.

    Neste sentido, a indiferença e consequente desinteresse constituem uma grave falta ao dever que cada pessoa tem de contribuir – na medida das suas capacidades e da função que desempenha na sociedade – para o bem comum, especialmente para a paz, que é um dos bens mais preciosos da humanidade.[16]

    Depois, quando investe o nível institucional, a indiferença pelo outro, pela sua dignidade, pelos seus direitos fundamentais e pela sua liberdade, de braço dado com uma cultura orientada para o lucro e o hedonismo, favorece e às vezes justifica ações e políticas que acabam por constituir ameaças à paz. Este comportamento de indiferença pode chegar inclusivamente a justificar algumas políticas econômicas deploráveis, precursoras de injustiças, divisões e violências, que visam a consecução do bem-estar próprio ou o da nação. Com efeito, não é raro que os projetos econômicos e políticos dos homens tenham por finalidade a conquista ou a manutenção do poder e das riquezas, mesmo à custa de espezinhar os direitos e as exigências fundamentais dos outros. Quando as populações vêem negados os seus direitos elementares, como o alimento, a água, os cuidados de saúde ou o trabalho, sentem-se tentadas a obtê-los pela força.[17]

    Por fim, a indiferença pelo ambiente natural, favorecendo o desflorestamento, a poluição e as catástrofes naturais que desenraízam comunidades inteiras do seu ambiente de vida, constrangendo-as à precariedade e à insegurança, cria novas pobrezas, novas situações de injustiça com consequências muitas vezes desastrosas em termos de segurança e paz social. Quantas guerras foram movidas e quantas ainda serão travadas por causa da falta de recursos ou para responder à demanda insaciável de recursos naturais?[18]

Da indiferença à misericórdia: a conversão do coração
5. Quando, há um ano – na Mensagem para o Dia Mundial da Paz intitulada «já não escravos, mas irmãos» –, evoquei o primeiro ícone bíblico da fraternidade humana, o ícone de Caim e Abel (cf. Gn 4, 1-16), fi-lo para evidenciar o modo como foi traída esta primeira fraternidade. Caim e Abel são irmãos. Provêm ambos do mesmo ventre, são iguais em dignidade e criados à imagem e semelhança de Deus; mas a sua fraternidade de criaturas quebra-se. «Caim não só não suporta o seu irmão Abel, mas mata-o por inveja».[19] E assim o fratricídio torna-se a forma de traição, sendo a rejeição, por parte de Caim, da fraternidade de Abel a primeira ruptura nas relações familiares de fraternidade, solidariedade e respeito mútuo.

    Então Deus intervém para chamar o homem à responsabilidade para com o seu semelhante, precisamente como fizera quando Adão e Eva, os primeiros pais, quebraram a comunhão com o Criador. «O Senhor disse a Caim: “Onde está o teu irmão Abel?” Caim respondeu: “Não sei dele. Sou, porventura, guarda do meu irmão?” O Senhor replicou: “Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim”» (Gn 4, 9-10).

    Caim diz que não sabe o que aconteceu ao seu irmão, diz que não é o seu guardião. Não se sente responsável pela sua vida, pelo seu destino. Não se sente envolvido. É-lhe indiferente o seu irmão, apesar de ambos estarem ligados pela origem comum. Que tristeza! Que drama fraterno, familiar, humano! Esta é a primeira manifestação da indiferença entre irmãos. Deus, ao contrário, não é indiferente: o sangue de Abel tem grande valor aos seus olhos e pede contas dele a Caim. Assim, Deus revela-Se, desde o início da humanidade, como Aquele que se interessa pelo destino do homem. Quando, mais tarde, os filhos de Israel se encontram na escravidão do Egito, Deus intervém de novo. Diz a Moisés: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egito, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspetores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel» (Ex 3, 7-8). É importante notar os verbos que descrevem a intervenção de Deus: Ele observa, ouve, conhece, desce, liberta. Deus não é indiferente. Está atento e age.

    De igual modo, no seu Filho Jesus, Deus desceu ao meio dos homens, encarnou e mostrou-Se solidário com a humanidade em tudo, excepto no pecado. Jesus identificava-Se com a humanidade: «o primogênito de muitos irmãos» (Rm 8, 29). Não se contentava em ensinar às multidões, mas preocupava-Se com elas, especialmente quando as via famintas (cf. Mc 6, 34-44) ou sem trabalho (cf. Mt 20, 3). O seu olhar não Se fixava apenas nos seres humanos, mas também nos peixes do mar, nas aves do céu, na erva e nas árvores, pequenas e grandes; abraçava a criação inteira. Ele vê sem dúvida, mas não Se limita a isso, pois toca as pessoas, fala com elas, age em seu favor e faz bem a quem precisa. Mais ainda, deixa-Se comover e chora (cf. Jo 11, 33-44). E age para acabar com o sofrimento, a tristeza, a miséria e a morte.

    Jesus ensina-nos a ser misericordiosos como o Pai (cf. Lc 6, 36). Na parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 29-37), denuncia a omissão de ajuda numa necessidade urgente dos seus semelhantes: «ao vê-lo, passou adiante» (Lc 10, 32). Ao mesmo tempo, com este exemplo, convida os seus ouvintes, e particularmente os seus discípulos, a aprenderem a parar junto dos sofrimentos deste mundo para os aliviar, junto das feridas dos outros para as tratar com os recursos de que disponham, a começar pelo próprio tempo apesar das muitas ocupações. Na realidade, muitas vezes a indiferença procura pretextos: na observância dos preceitos rituais, na quantidade de coisas que é preciso fazer, nos antagonismos que nos mantêm longe uns dos outros, nos preconceitos de todo o gênero que impedem de nos fazermos próximo.

    A misericórdia é o coração de Deus. Por isso deve ser também o coração de todos aqueles que se reconhecem membros da única grande família dos seus filhos; um coração que bate forte onde quer que esteja em jogo a dignidade humana, reflexo do rosto de Deus nas suas criaturas. Jesus adverte-nos: o amor aos outros – estrangeiros, doentes, encarcerados, pessoas sem-abrigo, até inimigos – é a unidade de medida de Deus para julgar as nossas ações. Disso depende o nosso destino eterno. Não é de admirar que o apóstolo Paulo convide os cristãos de Roma a alegrar-se com os que se alegram e a chorar com os que choram (cf. Rm 12, 15), ou recomende aos de Corinto que organizem colectas em sinal de solidariedade com os membros sofredores da Igreja (cf. 1 Cor 16, 2-3). E São João escreve: «Se alguém possuir bens deste mundo e, vendo o seu irmão com necessidade, lhe fechar o seu coração, como é que o amor de Deus pode permanecer nele?» (1 Jo 3, 17; cf. Tg 2, 15-16).

    É por isso que «é determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia. A sua linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas e desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai, devem irradiar misericórdia. A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. E, deste amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia».[20]

    Deste modo, também nós somos chamados a fazer do amor, da compaixão, da misericórdia e da solidariedade um verdadeiro programa de vida, um estilo de comportamento nas relações de uns com os outros.[21] Isto requer a conversão do coração, isto é, que a graça de Deus transforme o nosso coração de pedra num coração de carne (cf. Ez 36, 26), capaz de se abrir aos outros com autêntica solidariedade. Com efeito, esta é muito mais do que um «sentimento de compaixão vaga ou de enternecimento superficial pelos males sofridos por tantas pessoas, próximas ou distantes».[22] A solidariedade «é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum, ou seja, pelo bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todos»,[23] porque a compaixão brota da fraternidade.

    Assim entendida, a solidariedade constitui a atitude moral e social que melhor dá resposta à tomada de consciência das chagas do nosso tempo e da inegável interdependência que se verifica cada vez mais, especialmente num mundo globalizado, entre a vida do indivíduo e da sua comunidade num determinado lugar e a de outros homens e mulheres no resto do mundo.[24]

Fomentar uma cultura de solidariedade e misericórdia para se vencer a indiferença
6. A solidariedade como virtude moral e comportamento social, fruto da conversão pessoal, requer empenho por parte duma multiplicidade de sujeitos que detêm responsabilidades de carácter educativo e formativo.

    Penso em primeiro lugar nas famílias, chamadas a uma missão educativa primária e imprescindível. Constituem o primeiro lugar onde se vivem e transmitem os valores do amor e da fraternidade, da convivência e da partilha, da atenção e do cuidado pelo outro. São também o espaço privilegiado para a transmissão da fé, a começar por aqueles primeiros gestos simples de devoção que as mães ensinam aos filhos.[25]

    Quanto aos educadores e formadores que têm a difícil tarefa de educar as crianças e os jovens, na escola ou nos vários centros de agregação infantil e juvenil, devem estar cientes de que a sua responsabilidade envolve as dimensões moral, espiritual e social da pessoa. Os valores da liberdade, respeito mútuo e solidariedade podem ser transmitidos desde a mais tenra idade. Dirigindo-se aos responsáveis das instituições que têm funções educativas, Bento XVI afirmava: «Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar ativamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna».[26]

    Também os agentes culturais e dos meios de comunicação social têm responsabilidades no campo da educação e da formação, especialmente na sociedade atual onde se vai difundindo cada vez mais o acesso a instrumentos de informação e comunicação. Antes de mais nada, é dever deles colocar-se ao serviço da verdade e não de interesses particulares. Com efeito, os meios de comunicação «não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de facto, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa».[27] Os agentes culturais e dos meios de comunicação social deveriam também vigiar por que seja sempre lícito, jurídica e moralmente, o modo como se obtêm e divulgam as informações.

A paz, fruto duma cultura de solidariedade, misericórdia e compaixão
7. Conscientes da ameaça duma globalização da indiferença, não podemos deixar de reconhecer que, no cenário acima descrito, inserem-se também numerosas iniciativas e ações positivas que testemunham a compaixão, a misericórdia e a solidariedade de que o homem é capaz.

    Quero recordar alguns exemplos de louvável empenho, que demonstram como cada um pode vencer a indiferença, quando opta por não afastar o olhar do seu próximo, e constituem passos salutares no caminho rumo a uma sociedade mais humana.

    Há muitas organizações não-governamentais e grupos sócio-caritativos, dentro da Igreja e fora dela, cujos membros, por ocasião de epidemias, calamidades ou conflitos armados, enfrentam fadigas e perigos para cuidar dos feridos e doentes e para sepultar os mortos. Ao lado deles, quero mencionar as pessoas e as associações que socorrem os emigrantes que atravessam desertos e sulcam mares à procura de melhores condições de vida. Estas ações são obras de misericórdia corporal e espiritual, sobre as quais seremos julgados no fim da nossa vida.

    Penso também nos jornalistas e fotógrafos, que informam a opinião pública sobre as situações difíceis que interpelam as consciências, e naqueles que se comprometem na defesa dos direitos humanos, em particular os direitos das minorias étnicas e religiosas, dos povos indígenas, das mulheres e das crianças, e de quantos vivem em condições de maior vulnerabilidade. Entre eles, contam-se também muitos sacerdotes e missionários que, como bons pastores, permanecem junto dos seus fiéis e apoiam-nos sem olhar a perigos e adversidades, em particular durante os conflitos armados.

    Além disso, quantas famílias, no meio de inúmeras dificuldades laborais e sociais, se esforçam concretamente, à custa de muitos sacrifícios, por educar os seus filhos «contracorrente» nos valores da solidariedade, da compaixão e da fraternidade! Quantas famílias abrem os seus corações e as suas casas a quem está necessitado, como os refugiados e os emigrantes! Quero agradecer de modo particular a todas as pessoas, famílias, paróquias, comunidades religiosas, mosteiros e santuários que responderam prontamente ao meu apelo a acolher uma família de refugiados.[28]

    Quero, enfim, mencionar os jovens que se unem para realizar projetos de solidariedade, e todos aqueles que abrem as suas mãos para ajudar o próximo necessitado nas suas cidades, no seu país ou noutras regiões do mundo. Quero agradecer e encorajar todos aqueles que estão empenhados em ações deste gênero, mesmo sem gozar de publicidade: a sua fome e sede de justiça serão saciadas, a sua misericórdia far-lhes-á encontrar misericórdia e, como obreiros da paz, serão chamados filhos de Deus (cf. Mt 5, 6-9).

A paz, sob o signo do Jubileu da Misericórdia
8. No espírito do Jubileu da Misericórdia, cada um é chamado a reconhecer como se manifesta a indiferença na sua vida e a adotar um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive, a começar pela própria família, a vizinhança ou o ambiente de trabalho.

    Também os Estados são chamados a cumprir gestos concretos, atos corajosos a bem das pessoas mais frágeis da sociedade, como os reclusos, os migrantes, os desempregados e os doentes.

    Relativamente aos reclusos, urge em muitos casos adotar medidas concretas para melhorar as suas condições de vida nos estabelecimentos prisionais, prestando especial atenção àqueles que estão privados da liberdade à espera de julgamento,[29] tendo em mente a finalidade reabilitativa da sanção penal e avaliando a possibilidade de inserir nas legislações nacionais penas alternativas à detenção carcerária. Neste contexto, desejo renovar às autoridades estatais o apelo a abolir a pena de morte, onde ainda estiver em vigor, e a considerar a possibilidade duma amnistia.

    Quanto aos migrantes, quero dirigir um convite a repensar as legislações sobre as migrações, de modo que sejam animadas pela vontade de dar hospitalidade, no respeito pelos recíprocos deveres e responsabilidades, e possam facilitar a integração dos migrantes. Nesta perspectiva, dever-se-ia prestar especial atenção às condições para conceder a residência aos migrantes, lembrando-se de que a clandestinidade traz consigo o risco de os arrastar para a criminalidade.

    Desejo ainda, neste Ano Jubilar, formular um premente apelo aos líderes dos Estados para que realizem gestos concretos a favor dos nossos irmãos e irmãs que sofrem pela falta de trabalho, terra e tecto. Penso na criação de empregos dignos para contrastar a chaga social do desemprego, que lesa um grande número de famílias e de jovens e tem consequências gravíssimas no bom andamento da sociedade inteira. A falta de trabalho afeta, fortemente, o sentido de dignidade e de esperança, e só parcialmente é que pode ser compensada pelos subsídios, embora necessários, para os desempregados e suas famílias. Especial atenção deveria ser dedicada às mulheres – ainda discriminadas, infelizmente, no campo laboral – e a algumas categorias de trabalhadores, cujas condições são precárias ou perigosas e cujos salários não são adequados à importância da sua missão social.

    Finalmente, quero convidar à realização de ações eficazes para melhorar as condições de vida dos doentes, garantindo a todos o acesso aos cuidados sanitários e aos medicamentos indispensáveis para a vida, incluindo a possibilidade de tratamentos domiciliários.

    E, estendendo o olhar para além das próprias fronteiras, os líderes dos Estados são chamados também a renovar as suas relações com os outros povos, permitindo a todos uma efetiva participação e inclusão na vida da comunidade internacional, para que se realize a fraternidade também dentro da família das nações.

    Nesta perspectiva, desejo dirigir um tríplice apelo: apelo a abster-se de arrastar os outros povos para conflitos ou guerras que destroem não só as suas riquezas materiais, culturais e sociais, mas também – e por longo tempo – a sua integridade moral e espiritual; apelo ao cancelamento ou gestão sustentável da dívida internacional dos Estados mais pobres; apelo à adoção de políticas de cooperação que, em vez de submeter à ditadura dalgumas ideologias, sejam respeitadoras dos valores das populações locais e, de maneira nenhuma, lesem o direito fundamental e inalienável dos nascituros à vida.

    Confio estas reflexões, juntamente com os melhores votos para o novo ano, à intercessão de Maria Santíssima, Mãe solícita pelas necessidades da humanidade, para que nos obtenha de seu Filho Jesus, Príncipe da Paz, a satisfação das nossas súplicas e a bênção do nosso compromisso diário por um mundo fraterno e solidário.

    Vaticano, no dia da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria e da Abertura do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, 8 de Dezembro de 2015.

+ FRANCISCO

[1] Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 1. 
[2] Cf. ibid., 3. 
[3] Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia Misericordiae Vultus, 14-15. 
[4] Cf. Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 43. 
[5] Cf. ibid., 16. 
[6] Carta enc. Populorum progressio, 42. 

[7] «A sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos. A razão, por si só, é capaz de ver a igualdade entre os homens e estabelecer uma convivência cívica entre eles, mas não consegue fundar a fraternidade» (Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate, 19). 

[8] Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 60. 
[9]Cf. ibid., 54. 
[10] Mensagem para a Quaresma de 2015. 
[11] Cf. Carta enc. Laudato si’, 92. 
[12] Cf. ibid., 51. 
[13] Discurso por ocasião dos votos de Bom Ano Novo ao Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, 7 de Janeiro de 2013. 
[14] Ibidem. 
[15] Cf. Bento XVI, Discurso durante o Dia de reflexão, diálogo e oração pela paz e a justiça no mundo, Assis, 27 de Outubro de 2011. 
[16] Cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 217-237. 

[17] «Enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarreigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há-de provocar a explosão. Quando a sociedade – local, nacional ou mundial – abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade. Isto não acontece apenas porque a desigualdade social provoca a reacção violenta de quantos são excluídos do sistema, mas porque o sistema social e económico é injusto na sua raiz. Assim como o bem tende a difundir-se, assim também o mal consentido, que é a injustiça, tende a expandir a sua força nociva e a minar, silenciosamente, as bases de qualquer sistema político e social, por mais sólido que pareça» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 59). 

[18] Cf. Carta enc. Laudato si’, 31; 48. 
[19] Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2015, 2. 
[20] Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia Misericordiae Vultus, 12. 
[21] Cf. ibid., 13. 
[22] João Paulo II, Carta enc. Sollecitudo rei socialis, 38. 
[23] Ibidem. 
[24] Cf. Ibidem.
[25] Cf. Catequese, na Audiência Geral de 7 de Janeiro de 2015. 
[26] Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2012, 2. 
[27] Ibidem. 
[28] Cf. Angelus de 6 de Setembro de 2015. 
[29] Cf. Discurso à delegação da Associação Internacional de Direito Penal, 23 de Outubro de 2014. 
Fonte:http://www.diariocatolico.com.br/2015/12/1-de-janeiro-de-2016-mensagem-do-papa.html

Calendário Da Liturgia Católica 2016

Calendário Da Liturgia Católica 2017 2016-2017 é o ano litúrgico A. Os dias de festas de santos celebrados em um país não são, necessariamente, comemorado em todos os lugares. Por exemplo, uma diocese ou de um país pode comemorar o dia da festa de um santo de especial importância não (por exemplo, St. Patrick na Irlanda, Nossa Senhora de Guadalupe, no México, St. Elizabeth Ann Seton nos Estados Unidos). Da mesma forma, um instituto religioso em particular pode comemorar o seu fundador ou membros do instituto, mesmo que esse santo não está listado no calendário universal ou está incluído no-lo apenas com uma classificação mais baixa. A informação abaixo está de acordo com o Calendário Romano Geral e contém apenas as celebrações que se destinam a ser observado no rito romano em todos os países do mundo. Você pode instalar nossa extensão do ciclo litúrgico em seu site Blogger, Wordpress e Joomla. A Igreja Católica Romana, de acordo com o general romano Calendário, comemora em 2017 o seguinte: MêsDia A semana começa na: Janeiro 2017 | Fevereiro 2017 | Março 2017 | Abril 2017 | Maio 2017 | Junho 2017 | Julho 2017 | Agosto 2017 | Setembro 2017 | Outubro 2017 | Novembro 2017 | Dezembro 2017 |   Janeiro 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 52 1 Oitava do Natal, solenidade de Maria, Mãe de Deus[Solenidade] 2 São Basílio Magno, bispo e doutor[Memorial] São Gregório Nazianzeno, bispo e doutor[Memorial] 3 O Santíssimo Nome de Jesus[Opcional] 4   5   6 Epifania[Solenidade] 7 São Raimundo de Penyafort, sacerdote[Opcional] 1 8 O Batismo do Senhor[Festa] 9   10   11   12   13 São Hilário de Poitiers, bispo e doutor[Opcional] 14   2 15   16   17 São António do Egito, abade[Memorial] 18   19   20 São Fabiano, papa e mártir[Opcional] São Sebastião, mártir[Opcional] 21 Santa Inês virgem e mártir[Memorial] 3 22 São Vicente, 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Damião, bispo e doutor da Igreja[Opcional] 22 Cátedra de São Pedro, apóstolo[Festa] 23 São Policarpo bispo e mártir[Memorial] 24   25   8 26   27   28     Março 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 9 1 quarta feira de cinzas[Jejum] 2   3   4 São Casimiro[Opcional] 9 5   6   7 Santos Perpétua e Felicidade, mártires[Memorial] 8 São João de Deus, religioso[Opcional] 9 Santa Francisca de Roma, religiosa[Opcional] 10   11   10 12   13   14   15   16   17 São Patrício, bispo[Opcional] 18 São Cirilo de Jerusalém, bispo e doutor[Opcional] 11 19 São José marido da Virgem Maria[Solenidade] 20   21   22   23 São Turíbio de Mogrovejo, bispo[Opcional] 24   25 Anunciação do Senhor[Solenidade] 12 26   27   28   29   30   31     Abril 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 13 1   13 2 São Francisco de Paola, eremita[Opcional] 3   4 Santo Isidoro, bispo e doutor da Igreja[Opcional] 5 São Vicente Ferrer, padre[Opcional] 6   7 São João Batista de la Salle, sacerdote[Memorial] 8   14 9 Domingo de Ramos da Paixão do Senhor[Solenidade] 10   11 Santo Estanislau bispo e mártir[Memorial] 12   13 São Martinho I, papa e mártir[Opcional] Quinta-feira Santa[Solenidade] 14 Sexta-feira Santa[Solenidade] 15   15 16 Páscoa[Solenidade] Oitava da Páscoa Urbi et Orbe do Páscoa 17 Oitava da Páscoa 18 Oitava da Páscoa 19 Oitava da Páscoa 20 Oitava da Páscoa 21 Santo Anselmo de Cantuária, bispo e doutor da Igreja[Opcional] Oitava da Páscoa 22 Oitava da Páscoa 16 23 São Jorge, mártir[Opcional] Santo Adalberto, bispo e mártir[Opcional] A Festa da Divina Misericórdia (também conhecido como Domingo da Divina Misericórdia)[Solenidade] Oitava da Páscoa 24 São Fidelis de Sigmaringa, sacerdote e mártir[Opcional] 25 São Marcos Evangelista[Festa] 26   27   28 São Pedro Chanel, presbítero e mártir[Opcional] São Luís Maria Grignion de Montfort, sacerdote[Opcional] 29 Santa Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja[Memorial] 17 30 São Pio V, papa[Opcional]   Maio 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 18 1 São José, o trabalhador[Opcional] 2 Santo Atanásio, bispo e doutor[Memorial] 3 São Filipe, apóstolo[Festa] São Tiago, apóstolo[Festa] 4   5   6   18 7   8   9   10   11   12 Mártir Santos Nereu e Aquiles, mártires[Opcional] São Pancrácio, mártir[Opcional] 13 Nossa Senhora de Fátima[Opcional] 19 14 São Matias Apóstolo[Festa] 15   16   17   18 São João I, papa e mártir[Opcional] 19   20 São Bernardino de Siena, sacerdote[Opcional] 20 21 São Cristóvão Magallanes e companheiros mártires,[Opcional] 22 Santa Rita de Cássia[Opcional] 23   24   25 São Beda, o sacerdote e médico[Opcional] São Gregório VII, papa[Opcional] Santa Maria Madalena de Pazzi, virgem[Opcional] Ascensão do Senhor[Solenidade] 26 São Filipe Néri, padre[Memorial] 27 Santo Agostinho (Austin) de Cantuária, bispo[Opcional] 21 28   29   30   31 Visitação da Virgem Maria[Festa]   Junho 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 22 1 São Justino Mártir[Memorial] 2 Santos Marcelino e Pedro, mártires[Opcional] 3 Santos Carlos Lwanga e Companheiros Mártires[Memorial] 22 4 Pentecostes[Solenidade] 5 São Bonifácio, bispo e mártir[Memorial] 6 São Norberto, bispo[Opcional] 7   8   9 Santo Efrém, diácono e doutor[Opcional] 10   23 11 São Barnabé Apóstolo[Memorial] Santíssima Trindade[Solenidade] 12   13 Santo Antônio de Pádua, sacerdote e médico[Memorial] 14   15 Corpo e Sangue de Cristo[Solenidade] 16   17   24 18   19 São Romualdo, abade[Opcional] 20   21 São Luís Gonzaga, religioso[Memorial] 22 São Paulino de Nola, bispo[Opcional] São João Santos Fisher, bispo e mártir[Opcional] São Thomas More, mártir[Opcional] 23 Coração Sagrado de Jesus[Solenidade] 24 Nascimento de São João Batista[Solenidade] Imaculado Coração de Maria[Memorial] 25 25   26   27 São Cirilo de Alexandria, bispo e doutor[Opcional] 28 Santo Irineu, bispo e mártir[Memorial] 29 Santos Pedro e Paulo, Apóstolos[Solenidade] 30 Primeiros mártires da Igreja de Roma[Opcional]   Julho 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 26 1   26 2   3 São Tomé Apóstolo[Festa] 4 Santa Isabel de Portugal[Opcional] 5 São António Maria Zacarias, sacerdote[Opcional] 6 Santa Maria Goretti, virgem e mártir[Opcional] 7   8   27 9 São Agostinho Zhao Rong e companheiros mártires,[Opcional] 10   11 São Bento, abade[Memorial] 12   13 São Henry[Opcional] 14 São Camilo de Lellis, sacerdote[Opcional] 15 São Boaventura, bispo e doutor[Memorial] 28 16 Nossa Senhora do Monte Carmelo[Opcional] 17   18   19   20 São Apolinário de Ravena[Opcional] 21 São Lourenço de Brindisi, sacerdote e médico[Opcional] 22 Santa Maria Madalena[Memorial] 29 23 Santa Brígida, religiosa[Opcional] 24 São Sharbel Makhluf, eremita[Opcional] 25 São Tiago, apóstolo[Festa] 26 Santos Joaquim e Ana[Memorial] 27   28   29 Santa Marta[Memorial] 30 30 São Pedro Crisólogo, bispo e doutor[Opcional] 31 Santo Inácio de Loyola, sacerdote[Memorial]   Agosto 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 31 1 Santo Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja[Memorial] 2 São Eusébio de Vercelli, bispo[Opcional] São Pedro Julião Eymard, sacerdote[Opcional] 3   4 João Maria Batista Vianney, sacerdote[Memorial] 5 Dedicação da Basílica di Santa Maria Maggiore[Opcional] 31 6 Transfiguração do Senhor[Festa] 7 São Sisto II, papa, e companheiros, mártires[Opcional] São Caetano, sacerdote[Opcional] 8 São Domingos, padre[Memorial] 9 Santa Teresa Benedita da (Edith Stein) Cruz virgem e mártir[Opcional] 10 São Lourenço diácono e mártir[Festa] 11 Santa Clara, virgem[Memorial] 12 Santa Joana Francisca Fremyot de Chantal religiosa[Opcional] 32 13 Santos Ponciano, papa e mártir[Opcional] São Hipólito de Roma, padre e mártir[Opcional] 14 São Maximiliano Maria Kolbe, sacerdote e mártir[Memorial] 15 Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria[Solenidade] 16 Santo Estêvão da Hungria[Opcional] 17   18   19 São João Eudes, sacerdote[Opcional] 33 20 São Bernardo de Claraval, abade e doutor da Igreja[Memorial] 21 São Pio X, papa[Memorial] 22 Realeza da Bem-Aventurada Virgem Maria[Memorial] 23 Santa Rosa de Lima, virgem[Opcional] 24 São Bartolomeu Apóstolo[Festa] 25 São Louis[Opcional] São José de Calasanz, padre[Opcional] 26   34 27 Santa Mônica de Hipona[Memorial] 28 Santo Agostinho de Hipona, bispo e doutor da Igreja[Memorial] 29 A Decapitação de São João Batista, mártir[Memorial] 30   31     Setembro 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 35 1   2   35 3 São Gregório Magno, papa e doutor[Memorial] 4   5   6   7   8 Nascimento da Virgem Maria[Festa] 9 São Pedro Claver, sacerdote[Opcional] 36 10   11   12 Santo Nome de Maria Santíssima[Opcional] 13 São João Crisóstomo, bispo e doutor[Memorial] 14 Exaltação da Santa Cruz[Festa] 15 Nossa Senhora das Dores[Memorial] 16 São Cornélio, papa[Memorial] São Cipriano, bispo e mártir[Memorial] 37 17 São Roberto Belarmino, bispo e doutor[Opcional] 18   19 São Januário, bispo e mártir[Opcional] 20 São André Kim Taegon, sacerdote[Memorial] São Paul Chong Hasang e companheiros, mártires[Memorial] 21 São Mateus Evangelista, Apóstolo, Evangelista[Festa] 22   23 São Pio de Pietrelcina, sacerdote[Memorial] 38 24   25   26 São Cosme e São Damião, mártires[Opcional] 27 São Vicente de Paulo, padre[Memorial] 28 São Venceslau, mártir[Opcional] São Lourenço Ruiz e companheiros, mártires[Opcional] 29 Santos Miguel, Gabriel e Rafael, Arcanjos[Festa] 30 São Jerônimo, presbítero e doutor[Memorial]   Outubro 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 39 1 Santa Teresa do Menino Jesus, virgem e doutora[Memorial] 2 Anjos da Guarda[Memorial] 3   4 São Francisco de Assis[Memorial] 5   6 Saõ Bruno, sacerdote[Opcional] 7 Nossa Senhora do Rosário[Memorial] 40 8   9 São Denis de Paris e companheiros, mártires[Opcional] São João Leonardi, sacerdote[Opcional] 10   11   12   13   14 São Calisto I, papa e mártir[Opcional] 41 15 Santa Teresa de Ávila, virgem e doutora[Memorial] 16 Santa Edwiges, religiosa[Opcional] Santa Margarida Maria Alacoque, virgem[Opcional] 17 Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir[Memorial] 18 São Lucas Evangelista[Festa] 19 São Jean de Brébeuf, sacerdote e mártir[Opcional] São Isaac Jogues, sacerdote e mártir[Opcional] São Paulo da Cruz, sacerdote[Opcional] 20   21   42 22   23 São João de Capistrano, sacerdote[Opcional] 24 Santo António Maria Claret, bispo[Opcional] 25   26   27   28 São Simão, apóstol[Festa] São Judas, apóstol[Festa] 43 29   30   31     Novembro 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 44 1 Todos os Santos[Solenidade] 2 Dia de Finados[Solenidade] 3 São Martinho de Porres, religioso[Opcional] 4 São Carlos Borromeu, bispo[Memorial] 44 5   6   7   8   9 Dedicação da Basílica de Latrão[Festa] 10 São Leão Magno, papa e doutor[Memorial] 11 São Martinho de Tours, bispo[Memorial] 45 12 São Josafat bispo e mártir[Memorial] 13   14   15 Santo Alberto Magno, bispo e doutor[Opcional] 16 Santa Margarida da Escócia[Opcional] Santa Gertrudes, virgem[Opcional] 17 Santa Isabel da Hungria, religiosa[Memorial] 18 Dedicação das Basílicas dos Santos Pedro e Paulo, Apóstolos[Opcional] 46 19   20   21 Apresentação da Santíssima Virgem Maria[Memorial] 22 Santa Cecília[Memorial] 23 São Clemente I, papa e mártir[Opcional] São Columbano, religioso[Opcional] 24 Santo André Dung Lac e seus companheiros, mártires[Memorial] 25 Santa Catarina de Alexandria[Opcional] 47 26 Cristo Rei[Solenidade] 27   28   29   30 Santo André Apóstolo[Festa]   Dezembro 2017 Calendário Romano Geral s Domingo Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado 48 1   2   48 3 São Francisco Xavier, sacerdote[Memorial] 4 São João Damasceno, sacerdote e médico[Opcional] 5   6 São Nicolau, bispo[Opcional] 7 Santo Ambrósio, bispo e doutor[Memorial] 8 Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria[Solenidade] 9 São Juan Diego[Opcional] 49 10   11 São Dâmaso I, papa[Opcional] 12 Nossa Senhora de Guadalupe[Opcional] 13 Santa Luzia de Siracusa virgem e mártir[Memorial] 14 São João da Cruz, sacerdote e médico[Memorial] 15   16   50 17   18   19   20   21 São Pedro Canísio, sacerdote e médico[Opcional] 22   23 São João Câncio, sacerdote[Opcional] 51 24   25 Natal do Senhor[Solenidade] Oitava do Natal Urbi et Orbe do Natal 26 Santo Estevão, primeiro mártir[Festa] Oitava do Natal 27 São João Apóstolo e Evangelista[Festa] Oitava do Natal 28 Santos Inocentes, mártires[Festa] Oitava do Natal 29 São Tomás Becket, bispo e mártir[Opcional] Oitava do Natal 30 Oitava do Natal 52 31 São Silvestre I, papa[Opcional] Sagrada Família[Festa] Oitava do Natal Janeiro 2017 | Fevereiro 2017 | Março 2017 | Abril 2017 | Maio 2017 | Junho 2017 | Julho 2017 | Agosto 2017 | Setembro 2017 | Outubro 2017 | Novembro 2017 | Dezembro 2017 | Notas: [Solenidade] As principais celebrações da Igreja recebem o nome de solenidade. Como o próprio nome indica, a solenidade é "a festa das festas". [Memorial] Dia memorial para comemorar um santo ou santos. [Opcional] Dia memorial opcional para comemorar um santo ou santos. [Festa] Uma celebração religiosa anual. [Jejum] Jejum espiritual. Ano Litúrgico 2016-2017 O seguinte é uma imagem animada do ano litúrgico 2016-2017, de acordo com o rito católico romano. É chamado de "Ano Litúrgico" ou "Ano Cristão", no momento que vão desde o primeiro domingo do Advento e na última semana do Tempo Comum, durante o qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo, desde o nascimento até a sua segunda vinda. Pode-se dizer que o ano litúrgico consiste em duas vezes: os tempos fortes e tempo comum. Os tempos fortes são, Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, durante a qual um mistério particular de salvação é celebrada. Tempo Comum, por sua vez, não mantém qualquer mistério particular, mas sim o mesmo mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos. Tempo Comum é dividido em duas partes ao longo do ano litúrgico e no total dura 33 ou 34 semanas. Note que na imagem abaixo a data correspondente de 2017-01-01 foi destacado.

Fonte: https://www.vercalendario.info/pt/evento/liturgia-catolica-ano-calendario-2017.html

Fonte: https://www.vercalendario.info/pt/evento/liturgia-catolica-ano-calendario-2017.html