Catequistas de Conquista

terça-feira, 24 de junho de 2014

Entrevista do Papa Francisco em canal de televisão europeu foi vista por mais de 2 milhões de pessoas



MADRI – A entrevista que o jornalista Henrique Cymerman realizou ao Papa Francisco –publicada no jornal La Vanguarda-, foi vista no domingo passado por 2.203.000 pessoas através da cadeia de televisão ‘Cuatro’, do grupo italiano Mediaset.

Segundo pesquisas de audiência, durante os 50 minutos que durou a transmissão, a entrevista foi vista por 18.992.000 pessoas, na semana anterior, quando foi ao ar pela primeira vez, foi vista por 19.135.000.

A entrevista foi realizada após a visita do Papa à Terra Santa e o encontro que manteve no Vaticano com o presidente de Israel Shimon Peres e o líder palestino Mahmud Abas. O conteúdo da entrevista foi muito similar ao publicado no jornal espanhol “La Vanguardia” dias antes.

O Papa Francisco sublinhou a esperança que aprecia nos políticos jovens “sejam de centro, esquerda ou direita” -que definiu como uma “nova música”-, e destacou a importância da política para mudar o mundo e contribuir “ao bem comum”.

Entretanto, advertiu que “estamos em um sistema econômico que não é bom”, pois antepõe o amor ao dinheiro ao amor às pessoas. “Está provado que com a comida que sobra poderíamos alimentar às pessoas que tem fome”, assinalou.

Nesse sentido o Papa alertou que “toda economia se move descartando: descarta-se as crianças, descarta-se os idosos… já não servem, não produzem. E agora está de moda descartar os jovens com o desemprego. São 75 milhões na Europa, isto é uma barbaridade, ou seja, descartamos toda uma geração”.

Trechos da entrevista, recolhidos pela agência Europa Press, podem ser lidos abaixo:

MADRI, 13 Jun. 14 / 12:07 pm (ACI/Europa Press).- O Papa Francisco assegurou sentir-se esperançoso com a "nova música" que aprecia nos políticos jovens "sejam de centro, esquerda ou direita", afirmou o Papa em uma recente entrevista ao jornal espanhol ´La Vanguardia´.

"Possivelmente falem dos mesmos problemas, mas com uma nova música, e isso eu gosto, isto me dá esperança porque a política é uma das formas mais elevadas do amor, da caridade", sublinhou em uma entrevista ao 'La Vanguardia' em texto reproduzido pela Europa Press.

O Papa, que também é Bispo de Roma, incidiu na importância da política para mudar o mundo e contribuir "ao bem comum". "Uma pessoa que, podendo fazê-lo, não se envolve na política pelo bem comum, é egoísmo; ou que use a política pelo bem próprio, é corrupção", precisou.

O Santo Padre criticou o atual sistema econômico e o amor ao dinheiro por cima das pessoas. "Acredito que estamos em um sistema mundial econômico que não é bom. No centro de todo sistema econômico deve estar o homem, o homem e a mulher, e todo o resto deve estar ao serviço deste homem. Mas nós pusemos o dinheiro no centro, o deus dinheiro. Temos caído em um pecado de idolatria, a idolatria do dinheiro", explicou.

Neste sentido, lamentou que neste sistema se "descarta" os jovens quando se limita a taxa de natalidade e os idosos porque "já não servem, não produzem" e ao fazê-lo se está descartando o futuro dos países porque uns são os que contribuem com "a força" para levar adiante e os outros "a sabedoria".

"Preocupa-me muito o índice de desemprego dos jovens, que em alguns países supera 50 por cento. Alguém me disse que 75 milhões de jovens europeus menores de 25 anos estão sem emprego. É uma barbaridade. Mas descartamos toda uma geração por manter um sistema econômico que já não se sustenta, um sistema que para sobreviver deve fazer a guerra, como sempre fizeram os grandes impérios", alegou.

O Papa recordou neste sentido que, embora a globalização bem entendida "seja uma riqueza", também é certo que "mal entendida é aquela que anula as diferenças".

"Uma globalização que enriqueça", exemplificou, "é como um poliedro, todos unidos mas cada qual conservando sua particularidade, sua riqueza, sua identidade, e isto não é o que acontece".

O Papa Francisco condenou todo tipo de fundamentalismo, cuja "estrutura mental" seja "a violência em nome de Deus" e defendeu o diálogo interreligioso e a "identidade" religiosa como a maneira de obter "verdadeiras mudanças".

"Nunca se pode dar um passo na vida se não ser desde atrás, sem saber de onde venho, que sobrenome tenho, que sobrenome cultural ou religioso tenho", sublinhou.

Do mesmo modo, expressou o desejo de um diálogo interreligioso que aprofunde "na raiz judia do cristianismo e no florescimento cristão do judaísmo". "Entendo que é um desafio, uma batata quente, mas isto pode ser feito como irmãos. Eu rezo todos os dias o ofício divino com os salmos de David. Os 150 salmos são recitados em uma semana. Minha oração é judia, e logo tenho a Eucaristia, que é cristã", pontou.

O Papa também qualificou os que negam holocausto judeu, definindo a atitude como "uma loucura", e relacionou o anti-semitismo com "as direitas" embora não seja "uma regra fixa". "O anti-semitismo está acostumado a aninhar melhor nas correntes políticas de direita que de esquerda, não? E ainda continua", há dito.

"NÃO SOU UM ILUMINADO"

Em um plano mais pessoal, o Papa tornou a defender a pobreza e a humildade como valores fundamentais da Igreja e descartou o papel de "Papa pároco".

"Seria imaturo. Quando recebo um chefe de Estado, tenho que recebê-lo com a dignidade e o protocolo que se merece. É verdade que com o protocolo tenho meus problemas, mas é preciso respeitá-lo", recalcou.

Francisco frisou uma vez mais o valor do gesto de Bento XVI e incidiu em que declarou que o único mandato feito durante seu Papado foi o de "cumprir o que os cardeais refletiram nas Congregações Gerais" (as reuniões dos purpurados sobre os problemas da Igreja que aconteceram antes do conclave de 2013).

"Não sou um iluminado", asseverou o Pontífice, que também admitiu que, embora ponha em risco sua segurança, seguirá aproximando-se às pessoas porque devida á sua idade não tem "muito a perder".

Finalmente, admitiu que, embora não tenha pensado como gostaria de ser recordado na história da Igreja, ele diz que se conformaria com que dissessem dele: "Era um bom homem, fez o que pôde, não foi tão mal".
Fontes: http://portalcatolico.org.br/portal/entrevista-do-papa-francisco-em-canal-de-televisao-europeu-foi-vista-por-mais-de-2-milhoes-de-pessoas/
http://www.acidigital.com/noticias/papa-francisco-concede-entrevista-ao-jornal-espanhol-la-vanguardia-20211/

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