Catequistas de Conquista

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O que é um catequista?


Duas palavras que aparecem na carta de S. Paulo aos Gálatas podem ajudar-nos na compreensão de quem é um catequista e qual a sua missão: “Quem está a ser instruído (katekoúmenos) na Palavra esteja em comunhão com aquele que o instrui (katekón)” (Gl 6, 6).

Podemos afirmar, sem lugar a dúvidas, que desde os inícios da pregação apostólica se empregaram as palavras que, com o evoluir dos tempos, deram origem aos nomes catequista e catequese. O verbo katekein significa fazer ressoar no coração dos ouvintes a palavra anunciada e, tal como afirma a carta aos Gálatas, o catequista (ketekón) é o que ensina e o catecúmeno/catequizando (katekoúmenos) é aquele que se prepara para receber os sacramentos da iniciação cristã.

Educador básico da fé

Sendo assim, o catequista aparece como o educador básico da fé porque a missão que realiza é a de capacitar basicamente os catequizandos para entender, celebrar e viver o Evangelho de Jesus, na linha daquilo que os documentos definem por catequese ao “procurar compreender o significado dos gestos e das palavras de Cristo e dos sinais por Ele realizados, e fazer que os catequizando se ponha, não apenas em contacto, mas em comunhão, em intimidade com Jesus Cristo” (CT 5).

A catequese é como que um noviciado dos cristãos (AG 14), isto é, o período de amadurecimento da conversão inicial, a etapa na qual os convertidos se iniciam em todos os aspectos da vida da comunidade para se poderem integrar nela de uma forma adulta e como sujeitos activos na sua construção. Aquele que foi evangelizado, evangeliza por sua vez, e esta é prova da verdade, a pedra de toque de toda a evangelização (cf. EN 25).

A catequese deve proporcionar às crianças e aos jovens “as certezas que temos, simples mas sólidas, porque são elas que os hão-de ajudar a procurar mais e melhor o conhecimento do Senhor” (CT 60). Tal como os alicerces estão para a construção de uma casa ou a coluna vertebral para o nosso corpo, assim está a catequese para a nossa vida cristã. Sem catequese o primeiro anúncio do Evangelho não se desenvolve e não lança raízes no coração dos crentes. Como podemos celebrar e viver a fé se não tivermos uma iniciação global ao mistério cristão?

O grande último documento sobre a catequese publicado pela Igreja, diz-nos em que consiste esta educação básica da fé ao apresentar as características que deve ter a catequese da iniciação cristã:

Uma formação orgânica e sistemática da fé, isto é, que aprofunde o mistério cristão distinguindo-se das outras formas de apresentação da Palavra de Deus;

Uma formação que faça uma aprendizagem de toda a vida cristã, de tal modo que o catecúmeno se sinta fecundado pela Palavra de Deus nas suas experiências mais profundas;

Uma formação de base, essencial, centrada naquilo que constitui o núcleo da experiência cristã (cf. DGC 67).

A catequese tem uma função muito própria dentro da ampla tarefa da educação da fé. Não podemos atribuir-lhe mais campos de acção, nem responsabilidades que já tem no que refere ao ministério da palavra. Nem tudo é catequese na Igreja e devemos evitar atribuir a tudo o que se faz numa paróquia o nome de catequese (catequese para os noivos, catequese para os pais…), para que esta não termine por perder a sua identidade dentro da acção pastoral da Igreja. A sua função específica é a seguinte: a fé cristã é uma fé eclesial e a Igreja “em quem ressoa a voz do Evangelho” (DV 8), proporciona à catequese o seu objecto, isto é, o mistério cristão tal como é acreditado e professado pelo povo de Deus, o meio onde se desenvolve, isto é, as comunidades cristãs que a constituem e a sua meta, que consiste em fazer de cada catecúmeno um membro activo da vida e da missão da Igreja.

Esta incorporação na Igreja implica uma iniciação naquelas mediações (linguagem, doutrina, culto, formas de vida…), através das quais a Igreja expressa e vive a sua fé. O catequista enquanto educador básico da fé é aquele que faz uma iniciação global e sistemática a todas as expressões da fé da Igreja.
P. António Moiteiro
Fonte:http://www.catequese.net/index.php?option=com_content&view=article&id=110%3A-voz-da-catequese-janeiro-fevereiro-2004&catid=43%3Acatequistas&Itemid=63&limitstart=1

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