1. Como o senhor analisa o trabalho da Igreja no Brasil junto às pessoas com Deficiência?
Existe um grande desafio no trabalho da Igreja, pois a formação de catequese junto à pessoa com deficiência tem se mostrado mais de forma individual por paróquia, em nossas dioceses não existe ainda um trabalho homogêneo. Mas existe um grande avanço no despertar e na preocupação desta formação, hoje temos apoio neste trabalho da Pastoral dos Surdos, Movimento Fé e Luz, Pastoral da Pessoa com Deficiência, temos cursos de extensão com orientação da Catequese Junto a Pessoa com Deficiência no Regional Sul 1 e nos cursos de verão e extensão da UNISAL.
Mas devemos destacar que o avanço das politicas públicas a questão da acessibilidade e de seus direitos na sociedade está mais avançada que na Igreja. A Igreja esta mais aberta e mais acolhedora voltando nos seus primeiros trabalhos das congregações religiosas deste a Campanha da Fraternidade de 2006, mas ainda falta mais acolhida, formação, acessibilidade, precisamos ver que a Igreja é muito viva através da manifestação de fé de uma pessoa com deficiência, a fé é forte, eles falam do amor de Deus através de cada superação que eles vivem, a Igreja precisa criar metodologia para atingir a todos sem barreiras.
Na JMJ (Jornada Mundial da Juventude) ficou claro a participação da pessoa com deficiência muito ativa e a Igreja no Brasil no que diz respeito à Catequese já vem dando vários passos através dos Seminários de Catequese Junto à Pessoa com Deficiência, que até o momento realizou 4 (quatro) em nível nacional.
2. Como atuar melhor pastoralmente para incluir os portadores de deficiência na vida eclesial?
Deficiência Surda: na atuação para melhorar pastoralmente a inclusão da pessoa com deficiência na vida eclesial, trabalharmos a desmistificação de que uma pessoa com deficiência é incapaz, que a pessoa com deficiência tem limitações intransponíveis. Precisa haver mais abertura para que a comunidade surda se sinta acolhida. É bom saber que temos no Brasil quatro padres surdos que trabalham especialmente nesta dinâmica, e um dialogo aberto com a Pastoral dos Surdos. Também é preciso trabalhar liturgicamente a interpretação dos sinais de forma homogênea, porque a Língua de Sinais (LIBRA) é regional, e muitas vezes o surdo tem um português sinalizado e se sente perdido na liturgia e na participação dos sacramentos.
Na deficiência visual: a possibilidade de produção de material de áudio, os documentos da Igreja gravados em áudio para que os deficientes visuais possam ter acesso mais fácil, nem todos os deficientes visuais domina o braile, termos áudio-descrição da liturgia, incluindo os símbolos litúrgicos. É claro que aqueles que para aqueles que aprenderam o Braille já temos acesso à bíblia, catecismos e outros material nesse tipo de leitura.
Na deficiência intelectual: houve um grande avanço e temos casos de deficientes intelectuais em faculdades, casamento liberado já na justiça, o que precisamos é mais abertura na acolhida. Para tanto, devemos contar com o apoio do Movimento Fé e Luz, existente em muitos estados do Brasil.
E a deficiência Física: tem trabalhado a questão de acessibilidade na Igreja. É preciso ter acesso na Igreja e liberdade da aceitação para os trabalhos dentro da mesma. Também podemos contar com o apoio da FCD e nos lugares que te organizado, também com a Pastoral da Pessoa com Deficiência.
Em resumos devemos incluir a todos. É o Senhor Jesus quem chamou os deficientes: “vem para o meio”. Os portadores/as de deficiências devem ser amados, inclusos e sentir o carinho e o amor das nossas comunidades. É preciso evangelizar e deixar-se evangelizar por eles.
Deus abençoe e guarde a todos e todas.
Entrevistadora: Liliane Borges
Rádio Canção Nova
liliane@geracaophn.com
Entrevistado: Dom Vilson dias de Oliveira, DC
Bispo Referencial da Comissão Bíblico-Catequética – CNBB/Sul 1
domvilson@uol.com.br
Fonte:http://catequeseregsul1.blogspot.com.br/search/label/Catequese%20Junto%20%C3%A0%20Pessoa%20com%20Defici%C3%AAncia
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