O Ano Litúrgico é o
“Calendário religioso” e não coincide com o calendário civil. Contém as
datas santas, que vão nos contar a história da salvação e nos nortear nos dias
atuais. Importante destacar que o calendário religioso não coincide com o
civil, pois tem seu início e fim quatro semanas antes do Natal, tempo chamado
de “Advento”. O ano litúrgico pode ser classificado com A, B e C, sendo que no
ano A lêem-se as leituras do Evangelho de São Mateus; no ano B, o
de São Marcos e no ano C, o de São Lucas. O Evangelho
de São João é reservado para as ocasiões especiais, principalmente as
grandes Festas e Solenidades.
Dois grandes ciclos são destacados
durante o ano litúrgico: o Natal e a Páscoa.
O Ano Litúrgico na História
No início todo domingo era dia de Páscoa. No século I a Páscoa começa a ser celebrada anualmente. No Século IV, além da vigília Pascal, é celebrado o tríduo do Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado. O jejum de dois dias (Século III) passa a ser de uma semana, e depois, de 40 dias. Tempo de preparação dos catecúmenos para o batismo. Tempo de reconciliação e penitência. Disso restou o costume da imposição de cinzas na quarta-feira em que inicia a quaresma. Foram apresentadas as comemorações da ascensão e de pentecostes. Estava formado o ciclo pascal.
Nessa época é definido no ocidente o dia do Natal. Essa data foi tomada de empréstimo da festa do sol, uma festa pagã. Os cristãos viam em Jesus o verdadeiro Sol de Justiça. Estava se formando o ciclo de natal. Estes dois ciclos festivos são as colunas mestras do Ano Litúrgico.
Na idade média são introduzidas as seguintes festas dogmáticas: Santíssima Trindade (1000), Corpus Christi (1246), Sagrado Coração de Jesus (1756) e Cristo Rei (1925). Além disso, Maria e os santos também têm seu lugar na liturgia. Desde muito cedo os cristãos veneravam aqueles que pelo martírio haviam se tornado testemunhas de Cristo. Desde o Século II São Policarpo de Esmirna já era venerado na liturgia. Depois vieram os apóstolos e todos os que haviam sido perseguidos por causa do nome de Jesus.
O centro e a fonte de todo o Ano Litúrgico é o mistério pascal de Jesus Cristo.
A seqüência dos diversos “tempos” do
Ano Litúrgico é a seguinte:
CICLO DO NATAL
- ADVENTO – Inicia-se o
ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas. Começa 4 domingos antes do Natal e
termina no dia 24 de dezembro. Não é um tempo de festas, mas de alegria
moderada e preparação para receber Jesus.
Início: 4 domingos
antes do Natal;
Término: 24 de dezembro
à tarde;
Espiritualidade: esperança e
purificação da vida;
Ensinamento: Anúncio da
vinda do Messias;
Cor: Roxa.
- NATAL – 25 de
dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do Nascimento do Salvador.
Início: 25 de dezembro;
Término: na festa do
Batismo de Jesus;
Espiritualidade: fé, alegria e
acolhimento;
Ensinamento: o Filho de Deus
se fez homem;
Cor: Branca.
TEMPO COMUM
- 1ª PARTE - Começa após o
batismo de Jesus e acaba na terça antes da quarta-feira de Cinzas.
Início: 2ª feira após o
Batismo de Jesus;
Término: véspera da
Quarta-feira das Cinzas;
Espiritualidade: esperança e
escuta da Palavra;
Ensinamento: anúncio do
Reino de Deus;
Cor: Verde.
- 2ª PARTE – Começa na
segunda após Pentecostes e vai até o sábado anterior ao 1º Domingo do advento.
Início: segunda-feira
após o Pentecostes;
Término: véspera do 1º
Domingo do Advento;
Espiritualidade: vivência do
Reino de Deus;
Ensinamento: os cristãos são
o sinais do Reino;
Cor: verde.
CICLO DA PÁSCOA
- QUARESMA – Começa
na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da semana santa. Tempo
forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de 5
semanas em que nos preparamos para a Páscoa.
Não se diz “Aleluia”, nem se colocam
flores na igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o
Hino de Louvor. É um tempo de sacrifício e penitências, não de louvor.
Início: quarta-feira
das Cinzas;
Término: quarta-feira da
Semana Santa;
Espiritualidade: penitência e
conversão;
Ensinamento: a misericórdia
de Deus;
Cor: Roxa.
- PÁSCOA – Começa com a
ceia do Senhor na quinta-feira santa. Neste dia é celebrada a Instituição da
Eucaristia e do sacerdócio ministerial. Na sexta-feira celebra-se a paixão e
morte de Jesus. É o único dia do ano que não tem missa. Acontece apenas uma
ação litúrgica, conhecida também como “Celebração da Cruz”.
No sábado acontece a solene Vigília
Pascal. Forma-se então o Tríduo Pascal que prepara o ponto máximo da páscoa: o
Domingo da Ressurreição. A Festa da Páscoa não se restringe ao Domingo da
Ressurreição. Ela se estende até a Festa de Pentecostes*.
Início: Quinta-feira
Santa (Tríduo Pascal)
Término: no Pentecostes
Espiritualidade: alegria em
Cristo Ressuscitado
Ensinamento: ressurreição e
vida eterna
Cor: Branca
Importante: Ao todo são 34 semanas. É
um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais simples. “O
Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo
nas lutas e nos trabalhos pelo Reino.” (CNBB – Documento 43, 132).
Pentecostes
A festa do
Pentecostes é celebrada 50 dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado volta ao Pai
e nos envia o Paráclito. É o Espírito Santo que anima a Igreja na caminhada em
direção à casa do Pai.
Espiritualidade: Alegria, força,
coragem no anúncio do Evangelho.
Ensinamento: Descida do Espírito Santo
sobre os Apóstolos e a Virgem Maria e atualmente sobre nós.
Cor: vermelha.
Referências
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