Catequistas de Conquista

domingo, 31 de maio de 2015

O significado da oração do Pai Nosso


O significado da oração do Pai Nosso
Entenda o significado de cada parte da oração do Pai Nosso

No Evangelho de Mateus, Jesus ensina: “… o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes. Vós, portanto, orai assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome…” (Mt 6,8-9). Dessa forma, Cristo ensina a principal oração dos cristãos, que os acompanha desde os primórdios da fé.
O Catecismo da Igreja Católica classifica a oração do Pai Nosso como a oração que está no centro das Escrituras, “a Oração do Senhor” e a oração da Igreja. E, Santo Agostinho explica que todas as orações da Bíblia, inclusive os Salmos, se convergem nos pedidos do Pai Nosso. “Percorrei todas as orações que se encontram nas Escrituras, e eu não creio que possais encontrar nelas algo que não esteja incluído na oração do Senhor (Pai Nosso)”.

Segundo o Catecismo, esta oração deve ser tida como principal modelo de oração cristã, com a qual se inicia todas as demais orações. Todavia, não deve ser recitada como uma fórmula repetida “maquinalmente”.

A oração do Pai Nosso é fundamental porque contém tudo aquilo que é essencial para a vida humana.

“O Pai Nosso tem sete pedidos incluídos em si. Esse número na Sagrada Escritura significa a plenitude, plenitude de tudo aquilo que o homem precisa. Então, ela é fundamental porque o que está contido no Pai Nosso é aquilo que nós precisamos para nossa vida de cristãos, para a experiência da nossa fé em Deus”.

Esta oração traduz a centralidade da pregação de Jesus: revelar o rosto paternal de Deus. “Jesus Cristo traz a identidade de Deus, Ele mostra que Deus é Pai, tanto que, a primeira palavra que Ele usa ao ensinar os discípulos a rezar é ‘Pai'; Cristo os ensina a chamarem Deus de Pai.”

Todos aqueles que rezam esta oração recordam a sua filiação a Deus Pai, concedida aos homens por meio de Jesus Cristo. Em Jesus todos são filhos e filhas, e para Deus é uma alegria ser chamado de Pai. “Deus se alegra em ter-nos como filhos”, afirmou.


Veja abaixo, na tabela, os significados de cada expressão rezada na oração do Pai Nosso e conheça um pouco sobre as explicações que o Catecismo Jovem (YouCat) traz sobre esta oração.
Pai Nosso
- Um dia, em certo lugar, Jesus rezava. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar como João ensinou a seus discípulos”. É em resposta a este pedido que o Senhor confia a seus discípulos e à sua Igreja a oração cristã fundamental, o Pai-Nosso.

Pai Nosso que estais no céu…
- Se rezamos verdadeiramente ao “Nosso Pai”, saímos do individualismo, pois o Amor que acolhemos nos liberta (do individualismo). O “nosso”do início da Oração do Senhor, como o “nós” dos quatro últimos pedidos, não exclui ninguém. Para que seja dito em verdade, nossas divisões e oposições devem ser superadas.
É com razão que estas palavras “Pai Nosso que estais no céu” provêm do coração dos justos, onde Deus habita como que em seu templo. Por elas também o que reza desejará ver morar em si aquele que ele invoca.

Os sete pedidos
- Depois de nos ter posto na presença de Deus, nosso Pai, para adorá-lo, amá-lo e bendizê-lo, o Espírito filial faz subir de nossos corações sete pedidos, sete bênçãos:
- Os três primeiros pedidos nos leva em direção a Ele, para Ele:
vosso Nome, vosso Reino, vossa Vontade!
É próprio do amor pensar primeiro naquele que amamos.
- Em cada um destes três pedidos não nos mencionamos, mas o que se apodera de nós é “o desejo ardente”, “a angústia”, do Filho bem-amado para a Glória de seu Pai: “Seja santificado… Venha… Seja feita…”:
essas três súplicas já foram atendidas pelo Sacrifício do Cristo Salvador, mas se elevam doravante, na esperança, para seu cumprimento final, enquanto Deus ainda não é tudo em todos.
- Os quatro últimos pedidos desenrola-se no ritmo de certas invocações eucarísticas: é apresentação de nossas expectativas e atrai o olhar do Pai das misericórdias. Sobe de nós e nos diz respeito desde agora, neste mundo:
dai-nos… perdoai-nos… referem-se à nossa vida, como tal, seja para alimentá-la, seja para curá-la do pecado.
não nos deixeis… livrai-nos... referem-se ao nosso combate pela vitória da Vida, o combate da própria oração.

Santificado seja o Vosso Nome…
- Na água do Batismo fomos “lavados, santificados, justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus”. Durante toda nossa vida, nosso Pai “nos chama à santidade”. E, já que é “por ele que vós sois em Cristo Jesus, que se tornou para nós santificação“, contribui para sua Glória e para nossa vida o fato de seu nome ser santificadoem nós e por nós. Essa é a urgência de nosso primeiro pedido.
Quem poderia santificar a Deus, já que é Ele mesmo quem santifica? Mas, inspirando-nos nesta palavra: “Sede santos porque eu sou Santo”, nós pedimos que, santificado pelo Batismo, perseveremos naquilo que começamos a ser. Pedimos todos os dias, porque cometemos faltas todos os dias e devemos purificar-nos de nossos pecados por uma santificação retomada sem cessar… Recorremos, portanto, à oração para que esta santidade permaneça em nós.

Venha a nós o Vosso Reino…
- O Reino de Deus existe antes de nós. Aproximou-se no Verbo encarnado, é anunciado ao longo de todo o Evangelho, veio na morte e na Ressurreição de Cristo. O Reino de Deusvem desde a santa Ceia e na Eucaristia: ele está no meio de nós. O Reino virá na glória quando Cristo o restituir a seu Pai:
O Reino de Deus pode até significar o Cristo em pessoa, a quem invocamos com nossas súplicas todos os dias e cuja vinda queremos apressar por nossa espera. Assim como Ele é nossa Ressurreição, pois nele nós ressuscitamos, assim também pode ser o Reino de Deus, pois nele nós reinaremos.

Seja feita a Vossa Vontade, assim na terra como no céu…
- Pela oração é que podemos “discernir qual é a vontade de Deus“e obter “a perseverança para cumpri-la”.
Jesus nos ensina que entramos no Reino dos céus não por palavras, mas “praticando a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).
“Se alguém faz a vontade de Deus, a este Deus escuta”(Jo 9,31).
Tal é a força da oração da Igreja em Nome de seu Senhor, sobretudo na Eucaristia; é comunhão de intercessão com a Santíssima Mãe de Deus e com todos os santos que foram “agradáveis” ao Senhor por não terem querido fazer senão a Sua Vontade.

O pão nosso de cada dia nos daí hoje…
“Reza e trabalha.” “Rezai como se tudo dependesse de Deus e trabalhai como se tudo dependesse de vós.” Tendo realizado nosso trabalho, o alimento fica sendo um dom de nosso Pai; convém pedi-lo e disso render-lhe graças. É esse o sentido da bênção da mesa numa família cristã.
- Este pedido e a responsabilidade que ele implica valem também para outra fome da qual os homens padecem: “O homem não vive apenas de pão, mas de tudo aquilo que procede da boca de Deus”, isto é, Sua Palavra e seu Sopro.
Os cristãos devem envidar todos os seus esforços para “anunciar o Evangelho aos pobres”. Há uma fome na terra, “não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir a Palavra de Deus” (Amós 8,11). Por isso, o sentido especificamente cristão desse quarto pedido refere-se ao Pão de Vida: a Palavra de Deus a ser acolhida na fé, o Corpo de Cristo recebido na Eucaristia.
A Eucaristia é nosso pão cotidiano. A virtude própria deste alimento divino é uma força de união que nos vincula ao Corpo do Salvador e nos faz seus membros, a fim de que nos transformemos naquilo que recebemos… Este pão cotidiano está ainda nas leituras que ouvis cada dia na Igreja, nos hinos que são cantados e que vós cantais. Tudo isso é necessário à nossa peregrinação.
- O Papai do céu nos exorta a pedir, como filhos do céu, o Pão do céu, Cristo: “é Ele mesmo o pãoque, semeado na Virgem, levedado na carne, amassado na Paixão, cozido no forno do sepulcro, colocado em reserva na Igreja, levado aos altares, proporciona cada dia aos fiéis um alimento celeste“.

Perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido…
- Neste pedido, nós nos voltamos ao Papai como o filho pródigo, e nos reconhecemos pecadores, diante dele, como o publicano (Lc 15, 11-32; 18,13).
- Nosso pedido começa por uma “confissão”, na qual declaramos, ao mesmo tempo, nossa miséria e Sua Misericórdia.
- Este mar de misericórdia não pode penetrar em nosso coração enquanto não tivermos perdoado aos que nos ofenderam.
- O amor, como o Corpo de Cristo, é indivisível: não podemos amar o Deus que não vemos, se não amamos o irmão, a irmã, que vemos.
Recusando-nos a perdoar nossos irmãos e irmãs, nosso coração se fecha,
sua dureza o torna impermeável ao amor misericordioso do Papai.
- Confessando nosso pecado, nosso coração se abre à sua graça.
Oremos: Por livre vontade e a exemplo de Jesus, perdoo, rezo, amo, abençoo e agradeço a Deus pela vida de todas as pessoas que sinto que me rejeitam, me odeiam e amaldiçoam, não me amam, não me aceitam, me difamam e perseguem.
Não nos deixeis cair em tentação…
- Este pedido atinge a raiz do precedente, pois nossos pecados são fruto do consentimento na tentação. Pedimos ao nosso Papai que não nos “deixe cair” nela. Nós lhe pedimos que não nos deixe enveredar pelo caminho que conduz ao pecado. Estamos empenhados no combate “entre a carne e o Espírito”. Este pedido implora o Espírito de discernimento e de fortaleza.
- O Espírito Santo nos faz discernir entre a provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma “virtude comprovada”, e a tentação, que leva ao pecado e à morte. Devemos também discernir entre “ser tentado e consentir” na tentação. Por fim, o discernimento desmascara a mentira da tentação: aparentemente, seu objeto é “bom, sedutor para a vista, agradável” (Gn 3,6), ao passo que, na realidade, seu fruto é a morte.
Livrai-nos do mal…
- O último pedido ao nosso Papai aparece, também, na oração de Jesus: “Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do maligno” (Jo 17,15).Diz respeito a cada um de nós pessoalmente, mas somos sempre “nós” que rezamos em comunhão com toda a Igreja e pela libertação de toda a família humana.
“Homicida desde o princípio, mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44),“Satanás, sedutor de toda a terra habitada” (Ap 12,9), foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo e é por sua derrota definitiva que a criação toda será “liberta da corrupção do pecado e da morte”.
- Ao pedir que nos livre do maligno, pedimos igualmente que sejamos libertados de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador.
- Neste último pedido, a Igreja traz toda a miséria do mundo diante do Pai. – Com a libertação dos males que oprimem a humanidade, ela implora o dom precioso da paz e a graça de esperar perseverantemente o retorno de Cristo. Rezando dessa forma, ela antecipa, na humildade da fé, a recapitulação de todos e de tudo naquele que…
“detém as chaves da morte e do hades” (Ap 1,18),
“O Todo-Poderoso, Aquele que é, Aquele que era Aquele que vem” (Ap 1,8).
(CIC-Catecismo da Igreja Católica §2759-2865)

O significado de cada parte da Ave-Maria


Cada parte da oração da Ave-Maria tem um significado baseado nas Sagradas Escrituras e na Tradição
A Ave-Maria é uma das orações mais queridas do povo católico. É a mais antiga oração que conhecemos dirigida a Nossa Senhora, nossa Mãe, Mãe de Jesus, Mãe da Igreja. Ela está na própria Bíblia, revelação de Deus.
Na Anunciação, o Anjo a saudou: “Ave, cheia de graça”. Maria foi a única que achou graça diante de Deus, porque foi a única “concebida sem o pecado original”. Nas aparições a Santa Catarina Labouré, na França, em 1830, ela pediu que fosse cunhada o que ficou sendo chamada de “Medalha milagrosa”. Em letras de ouro, Catarina viu escrita a bela frase: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!”.

“O Senhor é convosco”, disse-lhe o Arcanjo Gabriel. Maria tem uma intimidade profunda com Deus. Diz o nosso Catecismo que “desde toda eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galileia, ‘uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria’ (Lc 1,26-27)”. Ela é Filha do Pai, é a Mãe do Filho, e é a Esposa do Espírito Santo. Está em plena unidade com a Santíssima Trindade. Numa única mulher Deus tem Mãe, Filha e Esposa.
“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). Foi assim que Santa Isabel saudou a Virgem, “em alta voz” e “cheia do Espírito Santo”. E o menino João Batista estremeceu em seu seio. Isabel deixou claro por que Maria é “bendita entre todas as mulheres”: “Donde me vem a honra de vir a mim a Mãe do meu Senhor?” (v.43). E Isabel completa: “Bem-aventurada és tu que creste…” (v.44).
O bendito fruto do seu ventre é o próprio Deus, Filho de Deus, encarnado em seu seio virginal: Jesus. Ela é a Mãe de Deus. O Concílio de Nicéia, em 431, confirmou a maternidade divina de Maria: (Theotókos). “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48), por isso a piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão.
Depois de saudar a Virgem Maria, Mãe de Deus, com essas palavras que desceram do céu, a oração da Ave-Maria nos leva a implorar as graças do Senhor pela intercessão daquela a quem Deus nada pode negar.
“Santa Maria, Mãe de Deus”. O que não consegue a Mãe do Altíssimo? O que não pode conseguir, diante do trono da graça, aquela que é Sua Mãe, Esposa e Filha? O milagre das Bodas de Caná (João 2) diz tudo, mostra o grande poder intercessor da Mãe diante do Filho. Por isso, a Igreja sempre nos ensinou: “Peça à Mãe que o Filho atende!”. O bom filho nada nega à sua mãe, por isso São Bernardo de Claraval, doutor da Igreja, a chamava de “Onipotência suplicante”. Consegue tudo, por graça, o que Deus pode por natureza.
E nós pecadores lhe imploramos: “Rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte”. Consegue do Rei os grandes benefícios aqueles que estão perto d’Ele, aqueles que têm intimidade com Ele. Quem mais do que Maria tem intimidade com Deus? Esse é o poder da intercessão.
A Mãe Santíssima diante do seu Filho roga por nós sem cessar. Disse o Concílio Vaticano II que “assunta aos céus (…), por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (…) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora e medianeira.” (n.969).
“A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (…) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, baseia-se em sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força.” (n.970)

A nossa Mãe roga por nós a cada momento, mesmo que não tenhamos consciência disso; especialmente protege aqueles que lhe são consagrados fervorosamente. De modo especial, defende-nos na hora da morte. Quantas almas a Virgem Maria salva na hora da morte! Especialmente aqueles que lhe são consagrados. São Bernardo dizia que não é possível que se perca um bom filho de Maria. Por isso, pedimos insistentemente que ela rogue por nós, sobretudo na hora decisiva de nossa morte. Quando rezamos o Santo Rosário, a ela oferecemos rosas espirituais que ela leva a Deus por nós. Ela não as retém para si, pois o rosário é a meditação de toda a vida de Jesus Cristo, nosso Senhor.

A importância da oração

Para você ser um cristão “de pé”, forte e equilibrado, senhor de você mesmo, e capaz de amar,  você precisa aprender a rezar.

A nossa natureza ficou debilitada pelo pecado original e é marcada pela concupiscência, isto é, uma força que nos puxa para o mal.

Quem de nós não sente isso? Jesus disse claro: “O espírito é forte, mas a carne é fraca. Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41).

Jesus estimava tanto a oração que passava noites inteiras no alto dos mon­tes da Galiléia conversando com o Pai (cf. Lc 5,16; 6,12; 9,29). E aí estava a sua força; de dia pregava, de noite rezava.

Ensinou os discípulos a rezarem (cf. Mt 6,9) e insistiu com eles: É necessário orar sempre sem jamais deixar de faze-lo” (Lc 18,1b);); “Pedi e se vos dará” (Mt 7,7a).

Orar é uma ordem, um mandamento do Senhor. Sem oração, nenhum de nós fica de pé espiritualmente e ninguém consegue fazer a vontade de Deus. A razão é muito clara: “Porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 4). Jesus deixou claro:

esse “nada” indica que, por nós mesmos, não conseguiremos fazer o bem e, pior ainda, evitar o mal. São Paulo insistiu: ‘E o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1 Cor 12,6b).

São Tomás de Aquino disse que todas as graças que o Se­nhor, desde toda a eternidade, determinou conceder-nos, não as quer conceder a não ser por meio da oração. “A oração é necessária”, disse o santo, “não para que Deus conheça as nos­sas necessidades, mas para que fiquemos conhecendo a neces­sidade que temos de recorrer a Deus, reconhecendo-O como o único autor de todos os bens”.

Quando o Senhor manda: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis” (Mt 7,7a), no fundo, Ele deseja que reconheçamos que só Ele é o autor dos nossos bens e que, portanto, devemos só a Ele recorrer. É por isso que desagradamos profundamente a Deus todas as vezes que buscamos socorro fora dEle, especialmente nas práticas idolátricas – magia, feiticismo, necromancia, car­tomancia, adivinhação, invocação dos mortos, horóscopo e em outras práticas – sendo infiéis a Deus.

Toda a tradi­ção da Igreja e as Escrituras condenam toda e qualquer busca de poder fora de Deus, por ser exatamente essa a característica do paganismo (1Cor 10,20; Dt18,9-13).

Por outro lado, aquele que ora, manifesta confiança em Deus, como Q salmista disse: “Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele: e ele agirá” (Sl 36,5). O velho Tobias afirmava: “Pede-lhe que dirija os teus passos, de modo que os teus planos estejam sempre de acordo com a sua vontade” (Tb 4,20b).

Feliz o cristão que adquiriu o hábito de conversar; coração a coração, familiarmente, com Deus. Isso é orar; falar com Deus, coração a coração, em todas as circunstancias.

Deus quer que conversemos com Ele, diz São Ligório, e quer ser tratado como amigo íntimo. Ninguém nos ama tanto como Ele e até as nossas pequenas coisas Lhe interessam.

É preciso sermos transparentes diante do Senhor; abrin­do-Ihe o coração com toda a liberdade e confiança. Diz o livro da Sabedoria que “Deus antecipa-se a dar-se a conhecer aos que O desejam” (cf. Sb 6,13).

São Paulo expressou tudo isso em poucas palavras: “Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cris­to” (1 Ts 5,16-18).

Você deve conversar com Deus em todas as ocasiões: na alegria e na dor; na penúria e na fartura, na saúde e na doença, pedindo, agradecendo, louvan­do, bendizendo, cantando… Podemos orar quando estamos no carro, na bicicleta, na cozinha, no silêncio do quarto, na rua. E Deus estará sempre acolhendo nossa oração e nos respon­dendo.

Enfim, a oração é a força do homem, é o caminho mais simples para receber os dons de Deus. Sem oração você não conhecerá a vitó­ria.

São Afonso de  Ligório, doutor da Igreja, viveu 91 anos. Escreveu mais de cem livros e disse que, se em toda a sua vida tivesse de fazer uma só pregação, essa seria sobre a oração.

Sem oração é impossível caminhar na fé e fazer a vontade de Deus.  Ela é a nossa força; por ela os santos chegaram à santidade; e, sem ela ninguém experimentará a glória e o poder de Deus.

A oração é para a alma o que o ar é para o corpo.

Uma alma que não reza é uma alma que não respira; não tem vida.  Ninguém pode servir a Deus sem muita oração, pela simples razão de que é Ele, e somente Ele, que realiza todas as coisas; nós somos apenas seus instrumentos.

Quanto mais comungamos com Ele pela oração, mais nos tornamos um instrumento útil em suas santas mãos.  É uma grande ilusão querer fazer algo por Deus, e para Deus, sem antes muito rezar.  Esta é a maior tentação que sofremos: rezar pouco, não rezar ou rezar mal.

A oração pode mudar todas as coisas; o Anjo Gabriel disse à Maria: “Para Deus nada é impossível” (Lc 1,37).

“Tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23), nos garantiu o Senhor.  E mais, “pedi e vos será dado” (Lc 11,9), “Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado” (Mc 11,24).

São Paulo  recomenda com insistência: “Orai em todo o tempo” (Ef 6,18), “perseverai  na oração” (Col 4,2), “orai  sempre e em todo o lugar” (1 Tim 2,8).  “Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens…” (1Tim 2,1).

E São Pedro nos adverte:

“Lançai em Deus todas as vossas preocupações porque Ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5,7).

O Papa Paulo VI disse certa vez:

“Quando consideramos as mais verdadeiras, mais profundas e, ao mesmo tempo, mais negligenciadas necessidades dos homens do nosso tempo, não podemos deixar de concluir pelo primado da oração no campo da atividade multiforme da Igreja”.

“A Igreja é a sociedade dos homens que oram.  Seu principal objetivo é ensinar a rezar”.

“A Igreja proclama a identidade entre a oração e a caridade; afirma Bossuet: É certo que não existe senão a caridade que ora” (L’Osservatore Romano- 21/7/1966).

“… A oração está no ponto mais alto da razão, no vértice da psicologia, no ápice da moralidade e da esperança.” (L’Osservatore Romano – 14/3/1976).

Além do mais, o próprio Senhor nos deu o exemplo:

“Entretanto espalhava mais e mais a sua fama, e concorriam grandes multidões para o ouvir  e ser curadas das suas enfermidades.  Mas ele costumava retirar-se a lugares solitários para orar” (Lc 5,15-16).

Há muitas formas de oração e todas elas são boas, desde que sejam feitas “com o coração”, como nos tem pedido insistentemente a grande Mãe de Deus.

Aqui você irá encontrar profundas orações para todos os dias e para ocasiões próprias.  É um livro para você levar consigo em todos os lugares e, assim, estar sempre em oração, por toda a vida.

Muitas dessas orações estavam “enterradas” nos porões do tempo, há muitos e muitos anos;  mas agora,  neste Novo Pentecostes que o Senhor está derramando sobre a Sua Santa Igreja, elas estão sendo redescobertas com toda a sua força e graça salvíficas.

Se  você não sabe rezar, abra este livro e deixe Deus falar ao seu coração. Reze “com o coração”, sem pressa, esqueça o relógio, e entregue-se ao Coração de Jesus. ” Tudo pode ser mudado pela oração”.

O grande pregador de Notre Dame de Paris, Padre De Ravignân S.J., dizia:

“Meus queridos amigos, acreditem-me, depois da experiência de 30 anos de ministério, eu sinto o dever de notificar e testemunhar o seguinte:

“Todas as defecções e todas as deficiências; todas as misérias e todas as falhas; todas as quedas assim como os passos mais horríveis fora do caminho reto, tudo isto deriva de uma única fonte: falta de constância na oração”.

“Vivam uma vida de oração; aprendam  a transformar qualquer coisa na oração, quer os sofrimentos, quer as dores e qualquer tipo de tentação”.

“Rezem na calma e na tempestade, rezem à noite como ao longo do dia, rezem indo e voltando, rezem embora se sintam cansados e distraídos”.

“Rezem  também  a  contragosto e peçam a Jesus que agoniza no Jardim das Oliveiras e no Calvário aquela força e aquela coragem de rezar que Ele nos mereceu com suas dores e seu sangue”.

“Rezem, porque a oração é a força que salva, a coragem que dá a  perseverança,  a  mística ponte lançada por Deus sobre o abismo que separa a alma de Deus.”

São João Maria Vianney, sobre a oração, dizia:

“Prestai atenção, meus filhinhos: o tesouro do cristão não está na terra, mas nos céus. Por isso o nosso pensamento deve estar voltado para onde está o nosso tesouro. Esta é a mais bela profissão do homem: rezar e amar.

A oração nada mais é do que a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, senteem si mesmo uma sua vida de e doçura que inebria e uma luz maravilhosa que o envolve. Nesta íntima união,  Deus e  a alma são como dois pedaços de cera, fundidos em  um só, de tal modo que ninguém mais pode separar. Como é bela esta união de Deus com a sua pequenina criatura!  É uma felicidade impossível de se compreender “.

Recomendo essas páginas aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, e ao glorioso São José, suplicando-lhes que concedam a todos os que fizerem uso delas para orar, a graça de serem incendiados no amor de Deus e cumprirem fielmente a Sua vontade em suas vidas.

“Ser orante, antes de ser orador” . “Falar com   Deus, mais do que falar de Deus”. “Teu desejo é a tua oração; se o desejo é contínuo, também a oração é contínua”. (Santo Agostinho).

Fonte: http://cleofas.com.br/a-importancia-da-oracao/

domingo, 10 de maio de 2015

Mãe

Mãe - Padre Zezinho


Mãe

MARIA, MÃE DE TODAS AS MÃES

MARIA, MÃE DE TODAS AS MÃES
O papel de Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo, decorrendo diretamente dela. “Esta união de Maria com seu Filho na obra da Salvação manifesta-se desde a hora de sua concepção virginal até sua morte”. Ela é particularmente manifestada na hora da paixão de Jesus:
“A bem-aventurada Virgem avançou na sua peregrinação de fé, manteve fielmente sua união com o Filho até à cruz, onde esteve presente não sem desígnio divino, sofreu intensamente junto com seu unigênito. E com ânimo materno se associou ao seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz foi dada como mãe ao discípulo com estas palavras: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19,26-27).
Após a ascensão do seu Filho, Maria “assistiu com suas orações a Igreja nascente”. Reunida com os apóstolos e algumas mulheres, “vemos maria pedindo também ela com suas orações o dom do Espírito, o qual, na anunciação, a tinha coberto com sua sombra”.
“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminando o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. (...)”
“De modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, ela cooperou na obra do Salvador para a restauração da vida sobrenatural das almas. Por este motivo ela se tornou para nós MÃE NA ORDEM DA GRAÇA”.
“Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até à perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas por sua múltipla intercessão prossegue em granjear-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira”.
“A missão materna de Maria em favor dos homens de modo algum obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo contrário, até ostenta sua potência, pois todo o salutar influxo da bem-aventurada Virgem (...) deriva dos superabundantes méritos de Cristo, estriba-se na sua mediação, dela depende inteiramente e dela aufere toda a sua força”.
“Com efeito, nenhuma criatura jamais pode ser colocada no mesmo plano que o Verbo encarnado e Redentor. (...)”