Catequistas de Conquista

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

AOS CATEQUISTAS

A você catequista.
Ou talvez possa me expressar a nós catequistas, pois também tive o privilegio de ser chamada a esta sublime missão.
 Quero aqui manifestar o meu agradecimento a Deus por ter me concedido tamanha graça, e essa grande oportunidade para distribuir entre os meus irmãos, os dons que Dele mesmo recebi.
Ao longo deste texto, quero por muitas vezes, me dirigir na primeira pessoa, pois esta não é uma reflexão somente para você, mas também é para mim mesma, enquanto catequista.


 “Certa vez, perguntaram a Madre Tereza de Calcutá,” Madre, se a senhora pudesse mudar algo na igreja, o que a senhora mudaria? Cheia da sabedoria de Deus ela respondeu: eu mudaria a mim mesma.
 É, no entanto com esse principio que pretendo falar para você, mas não quero falar somente para você “o outro”, mas, sim falar para mim também, confesso que muitas vezes me sinto pequena demais diante do grandioso chamado, pequena demais perante a importante missão de evangelizar o povo de Deus; porém, confiante na Palavra de Jesus, tenho a garantia de que é Ele mesmo quem escolhe os menos capacitados e os capacita  para que possam florescer na Sua Obra Santa e, assim, vou seguindo o meu chamado, com esta firme confiança, que é Nele, com Ele, e para Ele, que aceito o santo convite, e digo o meu sim.
Mas, esse sim precisa ser consciente. Consciente de que em meio a tantas outras pessoas, fui eu a escolhida, portanto, e para tanto, não posso responder um sim de qualquer jeito, preciso tomar consciência, e ser agradecida a Deus por Ele ter derramado em mim tantas bênçãos, bem sei que não sou merecedora, e nem possuo condições tais de assumir a grande missão, mas, Ele por amor e por misericórdia quis que junto com Ele eu me colocasse a disposição neste serviço de amor e doação, na catequese.
Então, que eu saiba olhar para o alto e reconhecer assim como Maria, e dizer que: “O Senhor fez em mim maravilhas.”


 Alguém escreveu que: “A humildade não é se declarar pequeno, humildade é reconhecer suas forças e suas fraquezas, e perante, isso buscar o seu melhor.”.
          As perguntas hoje para mim, e para você, são mais ou menos assim: Como estamos sendo enquanto catequistas? Estou, estamos buscando o meu, o nosso melhor? O que estou, estamos levando para os nossos catequizando? Qual é o meu, o nosso testemunho pessoal? Estou, estamos dando testemunho de vida? Sou, somos humildes o bastante para reconhecer minhas, nossas fraquezas? E será que estamos dispostos e temos a coragem para mudar aquilo que necessita de mudança, em mim, em nós?
 É assim, nessas condições que me dirijo a todos os catequistas do nosso Vicariato São Lucas, de nossa Arquidiocese de Vitória da Conquista, ou ainda a todos aqueles quantos possam ser alcançados através destes escritos e dessas reflexões.
Que o bom Deus possa abençoar a todos nós, e que o Espírito Santo, nos conduza a abrir o coração para o acolhimento daquilo que for necessário, para o meu, o nosso amadurecimento espiritual, para que possamos estar à frente da Catequese e assumindo a missão confiada a mim, a nós, pelo próprio Jesus.
Não podemos brincar de catequizar, ou assumimos para valer o nosso chamado e o nosso ser missionário neste serviço, ou então, deixemos que o próprio Jesus leve outros a ocuparem o nosso lugar nesta missão de catequizar.
 É muito sério! Talvez mais sério do que podemos imaginar. A nossa Igreja nos tempos atuais, nos tempos de hoje mais do que nunca, precisa estar plantando bons e edificantes frutos para que sejam colhidos amanha nesta mesma Igreja.
Muitas vezes nós não estamos sendo um bom fruto e não estamos dando um bom testemunho; não estamos nem vivendo os Sacramentos, o pecado muitas vezes nos impede de vivenciar a santidade desejada por Jesus, até ensinamos isto aos nossos catequizando, mas, nos agarramos tanto, naquele nosso jeito de pecador e ao mesmo tempo gostamos tanto de ser catequista, que mesmo não dando testemunho queremos continuar na Catequese; “ninguém sabe dos meus pecados, vou continuando aqui quietinho (a) catequizando do meu jeito”. Mas, Deus sabe. Deus tudo vê.
Não temos mais tempo para ficarmos em cima do muro, ou assumimos que queremos e podemos continuar catequizando, ou assumimos que não podemos, apesar de querer.
Faremos então uma reflexão interior, um questionamento interior.


Jesus conta com pessoas sérias e comprometidas, é certo que a Sagrada Escritura nos diz que: “Grande é a messe, poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe”. (Lc, 10-2-3).
Mas, precisamos do discernimento, é perigoso continuar nesse método, pois o próprio Jesus nos diz através da sua Palavra Santa, que: “O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será acoitado com numerosos golpes”. Mas aquele que ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será acoitado com poucos golpes. Porque, há quem muito se deu muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir. (Lc 12, 47-48).
 Nós somos testemunhas de Jesus, nós somos a voz do Evangelho para nossos catequizando e para nossos irmãos de caminhada, é tempo de aprender a viver e a conviver como irmãos na mesma fraternidade e na mesma profissão de fé. Que possamos fazer o nosso propósito; que haja entre nós mais respeito e amor uns para com os outros, que procuramos ouvir mais um ao outro, tentar entender mais o outro, poder ajudar o outro, saber acolher o outro e não competir com ele, como se fossemos adversários, que saibamos perdoar e pedir perdão, trabalhar com mais amor e dedicação, com um espírito desprendido e totalmente entregue a Deus. Enfim, se ajudando mutuamente, para que cresça cada vez mais o amor de Cristo em nós e que possamos testemunhá-lo ao mundo.
Sobretudo para catequizar nós precisamos ser catequizados também, e devemos reconhecer nossas limitações e não deixemos que o inimigo ache em nós uma brecha para agir na nossa Igreja, não deixemos porta aberta para que ele possa entrar, melhor é que deixemos de catequizar do que catequizar de uma forma errada, ou inconveniente.
Precisamos ser bem formados, estar bem preparados para podermos também preparar bem e formar bem, se hoje somos catequistas, com certeza é porque tivemos uma boa Catequese, à base recebida dos nossos pais e familiares, dos nossos catequistas, da Igreja, foram muito boas e hoje estão colhendo os frutos.
Mas, a Catequese na família como base solida, é também um assunto sério a ser tratado e quem sabe num próximo texto, onde quero me dedicar especialmente a uma reflexão voltada para os pais, por ora a reflexão de hoje se limita a nós mesmos, os Catequistas.
É importante por demais termos a humildade de acolher o que vem até nós como embasamento e para o crescimento da nossa fé, louvemos a Deus rico em misericórdia, que nos dá sempre uma oportunidade para aproveitar e particularmente onde somos chamados a refletir e aprofundar mais a nossa fé. Somos ainda, convocados a transmitir de uma maneira correta e verdadeira esta fé que professamos.
O Catecismo da Igreja Católica, no seu Prólogo nos diz sobre a transmissão da fé – a Catequese.
4- Bem cedo passou – se a chamar de catequese o conjunto de esforços empreendidos na Igreja para fazer discípulos, para ajudar os homens a crerem que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que, por meio da fé, tenham a vida em nome dele, para educá-los e instruí-los nesta vida, e assim construir o Corpo de Cristo.
5 – A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com o fim de iniciá-los na plenitude da vida crista.
6 – sem confundir –se com eles, a catequese se articula em torno de determinado número de elementos da missão pastoral da Igreja que têm um aspecto catequético e que preparam a catequese ou dela derivam: primeiro anúncio do Evangelho ou pregação missionária para suscitar a fé; busca das razoes de crer; experiência de vida cristã; celebração dos sacramentos; integração na comunidade eclesial; testemunho apostólico e missionário.
7 – A catequese anda intimamente ligada com toda a vida da Igreja. Não é somente a extensão geográfica e o aumento numérico, mas também e mais ainda o crescimento interior da Igreja, sua correspondência ao desígnio de Deus que dependem da catequese mesma.
8 – os períodos de renovação da Igreja são também tempos fortes da catequese. Eis por que, na grande época dos Padres da Igreja, vemos Santos Bispos dedicarem uma parte importante de seu ministério á catequese. É a época de S. Cirilo de Jerusalém e de S. João Crisóstomo, de Sto. Ambrosio e de Sto. Agostinho, e de muitos outros Padres cujas obras catequéticas permanecem como modelos.
O Catecismo ainda nos ensina nos seus artigos:
2039 – os ministérios a (catequese) devem ser exercidos em um espírito de serviço fraterno e dedicação à Igreja, em nome do Senhor. Ao mesmo tempo, a consciência de cada fiel, em seu julgamento moral sobre seus atos pessoais, deve evitar encerrar-se em uma consideração individual. Do melhor modo possível ela deve abrir-se à consideração do bem de todos, tal como ele se exprime na lei moral, natural e revelada, e, por conseguinte na lei da Igreja e no ensino autorizado do magistério sobre as questões morais. Não convém opor a consciência pessoal e a razão à lei moral ou ao magistério da Igreja.
2044 – A fidelidade dos batizados é condição primordial para o anúncio do Evangelho e para a missão da Igreja no mundo. Para manifestar diante dos homens sua força de verdade e de irradiação, a mensagem da salvação der ser autenticada pelo testemunho de vida dos cristãos: “O próprio testemunho de vida cristã e as boas obras feitas em espírito sobrenatural possuem a força de atrair os homens para a fé e para Deus.
Prezadas catequistas, minhas irmãs (os) em Cristo Jesus, vejamos ai às grandezas de nossa missão, sintamos a importância do nosso desempenho e da nossa dedicação, este texto foi escrito com o único propósito de nos esforçamos mais; de nos empenharmos mais; de nos dedicarmos mais a nossa catequese e a nossa Igreja, que nos doemos mais; que amemos mais a nossa missão, que aprendamos a colocar mais amor naquilo que desempenhamos que aprendamos mais sobre a missão de catequizar; que procuremos estudar mais as Sagradas Escrituras, o Catecismo da Igreja Católica; que procuremos leituras edificantes para nos formar cada vez melhor; e, sobretudo que saibamos caminhar como família de Deus. Como herança da porção escolhida, e que, portanto, não podemos servir de qualquer jeito, e nem servir do nosso jeito.
Que o Bom Deus toque nos nossos corações, e que sejamos humildes o bastante ao ponto de reconhecer se estamos ou não frutificando com a nossa doação neste serviço.
A todos eu desejo um feliz retorno a catequese neste ano de 2014.


Oração do Catequista

Senhor,
chamaste-me a ser Catequista
na Tua Igreja;
e na minha paróquia.
Confiaste – me a missão
de anunciar a Tua Palavra;
de denunciar o pecado,
de testemunhar, com a minha vida,
os valores do Evangelho.
É pesado, Senhor,
a minha responsabilidade,
mas confio na Tua graça.
Faz – me Teu Instrumento
para que venha o Teu Reino.
Reino de amor e de paz;
De Fraternidade e Justiça.
Amém!


Sônia Querino Soares – OFS
Catequista da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias – Catedral.
Janeiro/fevereiro de 2014.
Paz e Bem!

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