A você catequista.
Ou talvez possa me expressar a nós
catequistas, pois também tive o privilegio de ser chamada a esta sublime missão.
Quero aqui manifestar o meu
agradecimento a Deus por ter me concedido tamanha graça, e essa grande
oportunidade para distribuir entre os meus irmãos, os dons que Dele mesmo
recebi.
Ao longo deste texto, quero por muitas vezes,
me dirigir na primeira pessoa, pois esta não é uma reflexão somente para você,
mas também é para mim mesma, enquanto catequista.
“Certa vez, perguntaram a Madre
Tereza de Calcutá,” Madre, se a senhora pudesse mudar algo na igreja, o que a
senhora mudaria? Cheia da sabedoria de Deus ela respondeu: eu mudaria a mim
mesma.
É, no entanto com esse principio que
pretendo falar para você, mas não quero falar somente para você “o outro”, mas,
sim falar para mim também, confesso que muitas vezes me sinto pequena demais diante
do grandioso chamado, pequena demais perante a importante missão de evangelizar
o povo de Deus; porém, confiante na Palavra de Jesus, tenho a garantia de que é
Ele mesmo quem escolhe os menos capacitados e os capacita para que possam florescer na Sua Obra Santa e,
assim, vou seguindo o meu chamado, com esta firme confiança, que é Nele, com
Ele, e para Ele, que aceito o santo convite, e digo o meu sim.
Mas, esse sim precisa ser consciente.
Consciente de que em meio a tantas outras pessoas, fui eu a escolhida, portanto,
e para tanto, não posso responder um sim de qualquer jeito, preciso tomar
consciência, e ser agradecida a Deus por Ele ter derramado em mim tantas
bênçãos, bem sei que não sou merecedora, e nem possuo condições tais de assumir
a grande missão, mas, Ele por amor e por misericórdia quis que junto com Ele eu
me colocasse a disposição neste serviço de amor e doação, na catequese.
Então, que eu saiba olhar para o
alto e reconhecer assim como Maria, e dizer que: “O Senhor fez em mim maravilhas.”
Alguém escreveu que: “A humildade não é se declarar pequeno, humildade é reconhecer suas
forças e suas fraquezas, e perante, isso buscar o seu melhor.”.
As perguntas hoje para mim, e para
você, são mais ou menos assim: Como estamos sendo enquanto catequistas? Estou,
estamos buscando o meu, o nosso melhor? O que estou, estamos levando para os
nossos catequizando? Qual é o meu, o nosso testemunho pessoal? Estou, estamos
dando testemunho de vida? Sou, somos humildes o bastante para reconhecer minhas,
nossas fraquezas? E será que estamos dispostos e temos a coragem para mudar
aquilo que necessita de mudança, em mim, em nós?
É assim, nessas condições que me dirijo a
todos os catequistas do nosso Vicariato São Lucas, de nossa Arquidiocese de
Vitória da Conquista, ou ainda a todos aqueles quantos possam ser alcançados através
destes escritos e dessas reflexões.
Que o bom Deus possa abençoar a todos
nós, e que o Espírito Santo, nos conduza a abrir o coração para o acolhimento daquilo
que for necessário, para o meu, o nosso amadurecimento espiritual, para que possamos
estar à frente da Catequese e assumindo a missão confiada a mim, a nós, pelo
próprio Jesus.
Não podemos brincar de catequizar, ou assumimos para valer o nosso
chamado e o nosso ser missionário neste serviço, ou então, deixemos que o
próprio Jesus leve outros a ocuparem o nosso lugar nesta missão de catequizar.
É muito sério! Talvez mais sério do
que podemos imaginar. A nossa Igreja nos tempos atuais, nos tempos de hoje mais
do que nunca, precisa estar plantando bons e edificantes frutos para que sejam
colhidos amanha nesta mesma Igreja.
Muitas vezes nós não estamos sendo um bom
fruto e não estamos dando um bom testemunho; não estamos nem vivendo os
Sacramentos, o pecado muitas vezes nos impede de vivenciar a santidade desejada
por Jesus, até ensinamos isto aos nossos catequizando, mas, nos agarramos tanto,
naquele nosso jeito de pecador e ao mesmo tempo gostamos tanto de ser
catequista, que mesmo não dando testemunho queremos continuar na Catequese; “ninguém
sabe dos meus pecados, vou continuando aqui quietinho (a) catequizando do meu
jeito”. Mas, Deus sabe. Deus tudo vê.
Não temos mais tempo para ficarmos em
cima do muro, ou assumimos que queremos e podemos continuar catequizando, ou assumimos
que não podemos, apesar de querer.
Faremos então uma reflexão interior, um
questionamento interior.
Jesus conta com pessoas sérias e
comprometidas, é certo que a Sagrada Escritura nos diz que: “Grande é a messe,
poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a
sua messe”. (Lc, 10-2-3).
Mas, precisamos do discernimento, é perigoso
continuar nesse método, pois o próprio Jesus nos diz através da sua Palavra
Santa, que: “O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada
preparou e lhe desobedeceu será acoitado com numerosos golpes”. Mas aquele que
ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será acoitado com
poucos golpes. Porque, há quem muito se deu muito se exigirá. Quanto mais se
confiar a alguém, dele mais se há de exigir. (Lc 12, 47-48).
Nós somos testemunhas de Jesus, nós somos a
voz do Evangelho para nossos catequizando e para nossos irmãos de caminhada, é
tempo de aprender a viver e a conviver como irmãos na mesma fraternidade e na
mesma profissão de fé. Que possamos fazer o nosso propósito; que haja entre nós
mais respeito e amor uns para com os outros, que procuramos ouvir mais um ao
outro, tentar entender mais o outro, poder ajudar o outro, saber acolher o
outro e não competir com ele, como se fossemos adversários, que saibamos perdoar
e pedir perdão, trabalhar com mais amor e dedicação, com um espírito
desprendido e totalmente entregue a Deus. Enfim, se ajudando mutuamente, para
que cresça cada vez mais o amor de Cristo em nós e que possamos testemunhá-lo
ao mundo.
Sobretudo para catequizar nós
precisamos ser catequizados também, e devemos reconhecer nossas limitações e
não deixemos que o inimigo ache em nós uma brecha para agir na nossa Igreja,
não deixemos porta aberta para que ele possa entrar, melhor é que deixemos de
catequizar do que catequizar de uma forma errada, ou inconveniente.
Precisamos ser bem formados, estar
bem preparados para podermos também preparar bem e formar bem, se hoje somos
catequistas, com certeza é porque tivemos uma boa Catequese, à base recebida
dos nossos pais e familiares, dos nossos catequistas, da Igreja, foram muito
boas e hoje estão colhendo os frutos.
Mas, a Catequese na família como base
solida, é também um assunto sério a ser tratado e quem sabe num próximo texto,
onde quero me dedicar especialmente a uma reflexão voltada para os pais, por
ora a reflexão de hoje se limita a nós mesmos, os Catequistas.
É importante por demais termos a humildade de acolher o que vem até nós como
embasamento e para o crescimento da nossa fé, louvemos a Deus rico em
misericórdia, que nos dá sempre uma oportunidade para aproveitar e
particularmente onde somos chamados a refletir e aprofundar mais a nossa fé. Somos
ainda, convocados a transmitir de uma maneira correta e verdadeira esta fé que
professamos.
O Catecismo da Igreja Católica, no
seu Prólogo nos diz sobre a transmissão da fé – a Catequese.
4- Bem cedo passou – se a chamar de
catequese o conjunto de esforços empreendidos na Igreja para fazer discípulos,
para ajudar os homens a crerem que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que, por
meio da fé, tenham a vida em nome dele, para educá-los e instruí-los nesta
vida, e assim construir o Corpo de Cristo.
5 – A catequese é uma educação da fé
das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um
ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com
o fim de iniciá-los na plenitude da vida crista.
6 – sem confundir –se com eles, a
catequese se articula em torno de determinado número de elementos da missão
pastoral da Igreja que têm um aspecto catequético e que preparam a catequese ou
dela derivam: primeiro anúncio do Evangelho ou pregação missionária para
suscitar a fé; busca das razoes de crer; experiência de vida cristã; celebração
dos sacramentos; integração na comunidade eclesial; testemunho apostólico e
missionário.
7 – A catequese anda intimamente
ligada com toda a vida da Igreja. Não é somente a extensão geográfica e o
aumento numérico, mas também e mais ainda o crescimento interior da Igreja, sua
correspondência ao desígnio de Deus que dependem da catequese mesma.
8 – os períodos de renovação da
Igreja são também tempos fortes da catequese. Eis por que, na grande época dos
Padres da Igreja, vemos Santos Bispos dedicarem uma parte importante de seu
ministério á catequese. É a época de S. Cirilo de Jerusalém e de S. João
Crisóstomo, de Sto. Ambrosio e de Sto. Agostinho, e de muitos outros Padres
cujas obras catequéticas permanecem como modelos.
O Catecismo ainda nos ensina nos seus
artigos:
2039 – os ministérios a (catequese)
devem ser exercidos em um espírito de serviço fraterno e dedicação à Igreja, em
nome do Senhor. Ao mesmo tempo, a consciência de cada fiel, em seu julgamento
moral sobre seus atos pessoais, deve evitar encerrar-se em uma consideração
individual. Do melhor modo possível ela deve abrir-se à consideração do bem de
todos, tal como ele se exprime na lei moral, natural e revelada, e, por
conseguinte na lei da Igreja e no ensino autorizado do magistério sobre as
questões morais. Não convém opor a consciência pessoal e a razão à lei moral ou
ao magistério da Igreja.
2044 – A fidelidade dos batizados é
condição primordial para o anúncio do Evangelho e para a missão da Igreja no
mundo. Para manifestar diante dos homens sua força de verdade e de irradiação,
a mensagem da salvação der ser autenticada pelo testemunho de vida dos
cristãos: “O próprio testemunho de vida cristã e as boas obras feitas em
espírito sobrenatural possuem a força de atrair os homens para a fé e para
Deus.
Prezadas catequistas, minhas irmãs
(os) em Cristo Jesus, vejamos ai às grandezas de nossa missão, sintamos a importância
do nosso desempenho e da nossa dedicação, este texto foi escrito com o único
propósito de nos esforçamos mais; de nos empenharmos mais; de nos dedicarmos
mais a nossa catequese e a nossa Igreja, que nos doemos mais; que amemos mais a
nossa missão, que aprendamos a colocar mais amor naquilo que desempenhamos que
aprendamos mais sobre a missão de catequizar; que procuremos estudar mais as
Sagradas Escrituras, o Catecismo da Igreja Católica; que procuremos leituras
edificantes para nos formar cada vez melhor; e, sobretudo que saibamos caminhar
como família de Deus. Como herança da porção escolhida, e que, portanto, não
podemos servir de qualquer jeito, e nem servir do nosso jeito.
Que o Bom Deus toque nos nossos
corações, e que sejamos humildes o bastante ao ponto de reconhecer se estamos
ou não frutificando com a nossa doação neste serviço.
A
todos eu desejo um feliz retorno a catequese neste ano de 2014.
Oração
do Catequista
Senhor,
chamaste-me
a ser Catequista
na
Tua Igreja;
e
na minha paróquia.
Confiaste
– me a missão
de
anunciar a Tua Palavra;
de
denunciar o pecado,
de
testemunhar, com a minha vida,
os
valores do Evangelho.
É
pesado, Senhor,
a
minha responsabilidade,
mas
confio na Tua graça.
Faz
– me Teu Instrumento
para
que venha o Teu Reino.
Reino
de amor e de paz;
De
Fraternidade e Justiça.
Amém!
Sônia Querino Soares –
OFS
Catequista da Paróquia Nossa Senhora
das Vitórias – Catedral.
Janeiro/fevereiro de 2014.
Paz e Bem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Dê sua opinião. Faça comentário relacionado ao post.Paz e bem !