Mais material sobre o sacramento da Crisma disponivel no site:
http://www.catequisar.com.br/texto/catequese/crisma/ind.htm
Catequistas de Conquista
sábado, 30 de junho de 2012
Crisma
O SACRAMENTO DA CRISMA
1) O que é o Sacramento da Crisma?
Nascidos para a vida da graça pelo Batismo, é pelo Sacramento da Crisma que recebemos a maturidade da vida espiritual. Ou seja, somos fortalecidos pelo Divino Espírito Santo, que nos torna capazes de defender a nossa Fé, de vencer as tentações, de procurarmos a santidade com todas as forças da alma.Pelo Batismo nós nascemos, pela Crisma nós crescemos na vida da graça.
Pelo Batismo nós nascemos, pela Crisma nós crescemos na vida da graça.
2) Matéria e Forma
A matéria do Sacramento da Crisma é o Santo Crisma, o óleo da oliveira (azeite), misturado com um bálsamo perfumado e abençoado solenemente pelo Bispo na Quinta-feira Santa. Essa matéria é usada pelo Bispo na cerimônia da Crisma, junto com a imposição da mão sobre a cabeça, quando o ministro traça o Sinal da Cruz com o Santo Crisma na fronte do crismando, dizendo as palavras da Forma.
A Forma do Sacramento da Crisma é: Eu te marco com o Sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da Salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Após realizar este gesto, o Bispo dá um leve tapa no rosto da pessoa, para significar que ela é soldado de Cristo, tendo o dever de suportar pacientemente, em nome de Jesus, toda sorte de sofrimentos e de injúrias, defender a Fé quando atacada e conhecer a doutrina.
3) Ministro da Crisma
O ministro do Sacramento da Crisma é o Bispo, pois é o pai de todos os fiéis, aquele que lhes confere a maturidade da vida da graça. Em caso de perigo de morte, um simples Padre deve crismar, pois é importante entrarmos no Céu com todas as capacidades de amor a Deus.
A Crisma não é absolutamente necessária para a salvação (uma pessoa não crismada pode ir para o Céu), mas é muito importante receber a Crisma desde cedo: só com a Crisma teremos no Céu a proximidade de Deus e a intensidade de amor que Ele quer nos dar. Além disso, só com a Crisma teremos todas as forças necessárias para vencer as tentações e caminharmos firmemente no caminho da perfeição. De modo que seria grave negligência dos pais se não preparassem seus filhos para receber este Sacramento da perfeição cristã.
4) Instituição da Crisma
Como sabemos que Jesus Cristo instituiu este Sacramento, se não aparece este fato no Evangelho?
Sabemos que verdadeiramente Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Crisma porque os Apóstolos administraram este Sacramento, como aparece nos Atos dos Apóstolos (Atos, 8, 14) e porque a Igreja sempre ensinou esta verdade. Vejam o que já ensinava S. Cripriano, Bispo martirizado no ano 258: “Os batizados serão conduzidos aos Bispos, a fim de, por sua oração e imposição das mãos, receberem o Espírito Santo, e pelo selo do Senhor, serem perfeitos.”
5) Quais são as graças que recebemos pelo Sacramento da Crisma?
Aumento da graça santificante.
Recebemos de modo novo e especial o Divino Espírito Santo, com seus sete dons sagrados.
Imprime o caráter de Soldados de Cristo.
A crisma, como o Batismo e a Ordem, imprime caráter, ou seja, marca de modo indelével nossa alma, de modo que nunca mais perdemos a marca de crismados. Por essa razão não podemos receber a Crisma mais de uma vez, como também o Batismo e a Ordem.
6) Quais são os sete dons do Espírito Santo que recebemos de modo especial na Crisma?
São eles:
1 – Temor de Deus
2 – Piedade
3 – Fortaleza
4 – Conselho
5 – Ciência
6 – Inteligência
7 – Sabedoria
Mais tarde, no estudo das Virtudes, vamos estudar cada um deles em particular. Por enquanto basta sabermos seus nomes.
7) Por que existem padrinhos para a Crisma?
Porque, como no caso do Batismo, é bom termos pais espirituais que nos apresentem à Igreja nesta ocasião tão importante, nos aconselhem nas lutas da vida, e rezem por nós. Por isso os padrinhos da Crisma devem ser bons católicos, terem sido crismados, tendo já idade suficiente para aconselhar seus afilhados.
Para terminar, devemos considerar que a Crisma é o Sacramento que aumenta o Amor de Deus em nosso corações. Aos sairmos da cerimônia da Crisma, como soldados de Cristo, temos nossos corações dilatados, abertos para muitas novas graças, capazes de amar a Deus com muito mais forças. É a ação do Divino Espírito Santo que realiza isso em nós.
Devemos estar atentos em deixá-Lo agir em nós, pois Ele vai nos guiar pelos difíceis caminhos da vida, vai nos encher o coração com muitas alegrias espirituais, com o gosto pela oração, com as forças para vencer as tentações. Só assim poderemos estar cada dia mais próximos do Coração de Nosso Senhor, para servi-Lo e amá-Lo para sempre.
Fonte: http://www.capela.org.br/Catecismo/crisma.htm
1) O que é o Sacramento da Crisma?
Nascidos para a vida da graça pelo Batismo, é pelo Sacramento da Crisma que recebemos a maturidade da vida espiritual. Ou seja, somos fortalecidos pelo Divino Espírito Santo, que nos torna capazes de defender a nossa Fé, de vencer as tentações, de procurarmos a santidade com todas as forças da alma.Pelo Batismo nós nascemos, pela Crisma nós crescemos na vida da graça.
Pelo Batismo nós nascemos, pela Crisma nós crescemos na vida da graça.
2) Matéria e Forma
A matéria do Sacramento da Crisma é o Santo Crisma, o óleo da oliveira (azeite), misturado com um bálsamo perfumado e abençoado solenemente pelo Bispo na Quinta-feira Santa. Essa matéria é usada pelo Bispo na cerimônia da Crisma, junto com a imposição da mão sobre a cabeça, quando o ministro traça o Sinal da Cruz com o Santo Crisma na fronte do crismando, dizendo as palavras da Forma.
A Forma do Sacramento da Crisma é: Eu te marco com o Sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da Salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Após realizar este gesto, o Bispo dá um leve tapa no rosto da pessoa, para significar que ela é soldado de Cristo, tendo o dever de suportar pacientemente, em nome de Jesus, toda sorte de sofrimentos e de injúrias, defender a Fé quando atacada e conhecer a doutrina.
3) Ministro da Crisma
O ministro do Sacramento da Crisma é o Bispo, pois é o pai de todos os fiéis, aquele que lhes confere a maturidade da vida da graça. Em caso de perigo de morte, um simples Padre deve crismar, pois é importante entrarmos no Céu com todas as capacidades de amor a Deus.
A Crisma não é absolutamente necessária para a salvação (uma pessoa não crismada pode ir para o Céu), mas é muito importante receber a Crisma desde cedo: só com a Crisma teremos no Céu a proximidade de Deus e a intensidade de amor que Ele quer nos dar. Além disso, só com a Crisma teremos todas as forças necessárias para vencer as tentações e caminharmos firmemente no caminho da perfeição. De modo que seria grave negligência dos pais se não preparassem seus filhos para receber este Sacramento da perfeição cristã.
4) Instituição da Crisma
Como sabemos que Jesus Cristo instituiu este Sacramento, se não aparece este fato no Evangelho?
Sabemos que verdadeiramente Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Crisma porque os Apóstolos administraram este Sacramento, como aparece nos Atos dos Apóstolos (Atos, 8, 14) e porque a Igreja sempre ensinou esta verdade. Vejam o que já ensinava S. Cripriano, Bispo martirizado no ano 258: “Os batizados serão conduzidos aos Bispos, a fim de, por sua oração e imposição das mãos, receberem o Espírito Santo, e pelo selo do Senhor, serem perfeitos.”
5) Quais são as graças que recebemos pelo Sacramento da Crisma?
Aumento da graça santificante.
Recebemos de modo novo e especial o Divino Espírito Santo, com seus sete dons sagrados.
Imprime o caráter de Soldados de Cristo.
A crisma, como o Batismo e a Ordem, imprime caráter, ou seja, marca de modo indelével nossa alma, de modo que nunca mais perdemos a marca de crismados. Por essa razão não podemos receber a Crisma mais de uma vez, como também o Batismo e a Ordem.
6) Quais são os sete dons do Espírito Santo que recebemos de modo especial na Crisma?
São eles:
1 – Temor de Deus
2 – Piedade
3 – Fortaleza
4 – Conselho
5 – Ciência
6 – Inteligência
7 – Sabedoria
Mais tarde, no estudo das Virtudes, vamos estudar cada um deles em particular. Por enquanto basta sabermos seus nomes.
7) Por que existem padrinhos para a Crisma?
Porque, como no caso do Batismo, é bom termos pais espirituais que nos apresentem à Igreja nesta ocasião tão importante, nos aconselhem nas lutas da vida, e rezem por nós. Por isso os padrinhos da Crisma devem ser bons católicos, terem sido crismados, tendo já idade suficiente para aconselhar seus afilhados.
Para terminar, devemos considerar que a Crisma é o Sacramento que aumenta o Amor de Deus em nosso corações. Aos sairmos da cerimônia da Crisma, como soldados de Cristo, temos nossos corações dilatados, abertos para muitas novas graças, capazes de amar a Deus com muito mais forças. É a ação do Divino Espírito Santo que realiza isso em nós.
Devemos estar atentos em deixá-Lo agir em nós, pois Ele vai nos guiar pelos difíceis caminhos da vida, vai nos encher o coração com muitas alegrias espirituais, com o gosto pela oração, com as forças para vencer as tentações. Só assim poderemos estar cada dia mais próximos do Coração de Nosso Senhor, para servi-Lo e amá-Lo para sempre.
Fonte: http://www.capela.org.br/Catecismo/crisma.htm
Alma Missionária
Que o Senhor possa tocar nosso coração, fazendo-nos cada dia, missionários da Sua Palavra.
Maria, Mãe e Exemplo de catequista !
Ave-Maria, cheia de graça!
O Senhor é convosco
Bendita sois vóis entre as mulheres
E Bendito é o Fruto do vosso ventre, Jesus
Santa Maria Mãe de Deus,
Rogai por nós os pecadores
Agora e na hora de nossa morte. Amém
Bendita sois vóis entre as mulheres
E Bendito é o Fruto do vosso ventre, Jesus
Santa Maria Mãe de Deus,
Rogai por nós os pecadores
Agora e na hora de nossa morte. Amém
Que nossa Senhora, que anunciou Jesus a Isabel, sendo a primeira catequista que proclamou a Boa Nova, interceda sempre por nós!
Catolicos voltem para Casa
Segue um excelente Video que trouxe 3 mil pessoas de volta em uma semana nos EUA, por se firmarem e redescobrirem novamente na fé cristã. Somos felizes por ser catequistas, e fazermos parte desta Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus. Paz e bem!
Nossa Missão
Segue abaixo a letra e o clipe dessa bela canção de Adriana.
Nossa Missão Adriana Composição: Adelso Freire e Adilson Freire Desde o ventre da minha mãe Já me conhecia Antes que eu nascesse Jesus me escolheu Hoje a minha vida É para o seu louvor Sigo anunciando o seu eterno amor Aonde mandar eu irei Seu amor eu não posso ocultar Quero anunciar para o mundo ouvir Que Jesus é o nosso Salvador.(2x) Grato eu estou Senhor Porque me confiaste A missão de proclamar o seu eterno amor Mesmo sendo tão pequeno Me deste autoridade De em seu nome anunciar A paz e a liberdade Aonde mandar eu irei Seu amor eu não posso ocultar Quero anunciar para o mundo ouvir Que Jesus é o nosso Salvador. (2x)
Nossa Missão Adriana Composição: Adelso Freire e Adilson Freire Desde o ventre da minha mãe Já me conhecia Antes que eu nascesse Jesus me escolheu Hoje a minha vida É para o seu louvor Sigo anunciando o seu eterno amor Aonde mandar eu irei Seu amor eu não posso ocultar Quero anunciar para o mundo ouvir Que Jesus é o nosso Salvador.(2x) Grato eu estou Senhor Porque me confiaste A missão de proclamar o seu eterno amor Mesmo sendo tão pequeno Me deste autoridade De em seu nome anunciar A paz e a liberdade Aonde mandar eu irei Seu amor eu não posso ocultar Quero anunciar para o mundo ouvir Que Jesus é o nosso Salvador. (2x)
A história de Christian, o Leão
Emocionante a história desses dois caras e esse leão, provando que a amizade esta acima de tudo!!
Ao som de Amigos para siempre!( Duet Sarah Brightman and Jose Carraras )
Ao som de Amigos para siempre!( Duet Sarah Brightman and Jose Carraras )
Eucaristia O Pão da Vida - conceito
"Eucaristia - O Pão da Vida", documentário realizado pela produtora Videologia Comunicação, é um registro aprofundado da evolução do Cristianismo a partir da Santa Ceia e um convite àqueles que o assistem a refletir sobre a atualidade do sacrifício de Cristo. Fato analisado pelo viés das experiências dos fiéis com a Eucaristia, além de contar com o parecer de especialistas como filósofos e teólogos, bem como, representantes de outras religiões como judeus, protestantes e ortodoxos.
Fonte:http://www.eucaristiaopaodavida.com.br
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Dia do Catequista
Celebração para o dia do Catequista 2012
QUERIDAS(OS) CATEQUISTAS!
É certamente já uma tradição consagrada celebrar a diversidade das vocações na Igreja, durante o mês de agosto, e entre elas a vocação de catequista. No último domingo do mês se destaca o “Dia da(o) Catequista”. Neste dia se faz a experiência, tão recomendada pelo Diretório da Catequese, de unirmos sempre mais intimamente liturgia e catequese, para chegarmos a uma catequese litúrgica.
Também existe um hábito saudável da Comissão Bíblico-catequética da CNBB: oferecer uma proposta de celebração para o Dia da(o) Catequista. Sabemos que em toda parte já existem experiências magníficas de preparar estas celebrações com muita criatividade e grande unção. Mas também acreditamos que algumas indicações em nível nacional podem servir de inspiração para enriquecer as propostas locais.
Neste espírito de partilha e sintonia, oferecemos com simplicidade este pequeno subsídio. Esperamos que ajude a reforçar a beleza e grandeza dessa vocação tão fundamental para a vida e a missão da Igreja. E queremos nos alegrar profundamente e cantar louvores ao Senhor nesse dia, por tantas vidas a serviço do processo de educação da fé em nossas comunidades.
QUE DEUS ABENÇOE TODAS (OS) AS(OS) CATEQUISTAS DO BRASIL!
O DIA DA(DO) CATEQUISTA SERÁ CELEBRADO NO DIA 26 DE AGOSTO
Preparando o ambiente: Círio Pascal e Bíblia em destaque, outros símbolos que representem o servir do ministério catequético (conforme realidade local). Obs.: Os símbolos podem já estar em local visível ou ser levados na procissão de entrada por catequistas e catequizandos.
1 – Chegada: silêncio, oração pessoal (com fundo musical)
2 – Canto de entrada: “Missão de todos nós”, ou “Discípulos e Missionários”, ou outro mais conhecido da comunidade.
3 – Sinal da Cruz e saudação inicial
4 – Recordação da vida (sentados)
Animador: Neste dia de ação de graças pela vocação da(o) catequista, nos reunimos em torno da Mesa da Palavra de Deus e da Mesa da Eucaristia, para celebrar a presença do Ressuscitado. Ele é a razão da nossa fé, que a catequese quer despertar e amadurecer.
Queremos aproveitar a ocasião para expressar nossa alegria e gratidão pelo lindo presente que nossos bispos nos deram, o novo Documento com o nome: “Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja”. Resume bem nosso agir na catequese: somos antes de tudo discípulos, que escutam e aprendem do mestre, para então ser servidores da Palavra através do testemunho e do anúncio, e assim colaborar na missão de realizar o Reino de Deus.
Neste ano também trazemos presente os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, os 40 anos do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (o RICA) e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica. São todos marcos significativos na história da catequese. Por isso, o papa Bento XVI proclamou um Ano da Fé a partir de outubro , para reavivar e atualizar estes acontecimentos, que como Maria guardamos em nosso coração. (Sugestão: que esses documentos sejam apresentados nesse encontro).
5 – Ato penitencial – Introdução bem objetiva relacionando-o com as motivações colocadas.
6 – Glória – Escolher uma melodia conhecida e bem vibrante.
7 – Oração do dia...
8 – Liturgia da Palavra (Do 21º Domingo do Tempo Comum)
• 1ª Leitura: Josué 24,1-2a.15-17.18b
• Salmo: 33 (cf. Lecionário)
• 2ª Leitura: Efésios 5,21-32
• Evangelho: João 6,60-69 (sugestão: proclamar duas vezes o Ev. uma vez que será objeto principal da leitura orante na homilia).
• Homilia (em forma de leitura orante).
1º Passo – LEITURA: O QUE DIZ O TEXTO?
Para ajudar:
• No capítulo 6 do Evangelho de João, Jesus faz primeiro o povo viver a experiência do sinal messiânico da partilha do pão.
• A partir desse fato, começa a fazer uma catequese sobre o Pão do Céu, que é Ele próprio, e insiste na necessidade de comer sua carne e beber seu sangue para participar do seu projeto de vida.
• O texto proclamado hoje relata a reação dos ouvintes diante dessa linguagem que Jesus usa. São palavras duras para muitos, que se escandalizam e de fininho vão caindo fora.
• Jesus aproveita a crise que isto gera para testar a firmeza ou não dos seus principais companheiros, os 12.
• Estes, no entanto, reagem bem, e Pedro em nome de todos faz esta fantástica profissão de fé: “Tu tens Palavras de Vida Eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus”. É a expressão equivalente à de Josué e ao povo de Israel quando proclamam: “ Nós serviremos ao Senhor, porque ele é nosso Deus”, que vimos na 1ª leitura. São profissões de fé históricas.
2º Passo - MEDITAÇÃO: O QUE DIZ O TEXTO PARA MIM/ PARA NÓS, HOJE?
Para ajudar:
• Nossa catequese de iniciação à Vida Cristã tem como meta principal conduzir à experiência pessoal com Jesus e ao compromisso com seu Projeto. A partir desse texto podemos perguntar:
• Que imagem de Jesus apresentamos? Temos coragem de mostrar as exigências que o discipulado traz ou apenas falamos das coisas bonitas, para não assustar?
• A fé que despertamos no processo catequético é uma fé superficial, que se escandaliza diante das “durezas” da caminhada, ou é uma fé fundamentada na Palavra de Deus, que resiste mesmo diante dos duros desafios que a vida hoje apresenta?
• Como catequistas, somos daqueles que abandonam tudo quando o processo catequético fica “pesado”, ou seguimos firmes como os 12, confiando nas palavras de vida eterna?
• Temos a disposição de Josué e do povo de Israel, que abandonaram os ídolos para proclamar: “Nós serviremos o Senhor, porque ele é nosso Deus”? Somos verdadeiros servidores da Palavra de Deus na educação da fé em nossas comunidades?
3º Passo – ORAÇÃO: O QUE O TEXTO ME LEVA/ NOS LEVA A DIZER A DEUS?
Preces espontâneas, ou versículos de Salmos, ou mantras...
4º Passo – CONTEMPLAÇÃO: COMO O TEXTO ILUMINA O MEU/ O NOSSO AGIR?
Fazer silêncio para mergulhar no Mistério de Deus. E depois assumir algum compromisso concreto (pessoal ou comunitário), em vista de sermos discípulos e servidores sempre conectados à fonte da Palavra.
9 – Liturgia Eucarística (Intercalada com cantos apropriados)
10 – Ritos Finais:
Rito de Envio: Uma vez que focamos principalmente o “servir” no processo de educação da “Fé”, sugerimos que neste momento o presidente da celebração, como catequista primeiro da comunidade, acenda no Círio Pascal velas menores e as entregue a todas(os) catequistas presentes. Com as velas acesas em uma das mãos e a oração da(o) catequista na outra, podem rezá-la juntos, como renovação de seu serviço à Palavra de Deus e à vivência da fé nesta comunidade:
ORAÇÃO DA(DO) CATEQUISTA:
SENHOR,
Como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.
Vem caminhar conosco!
Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequese caminho para o discipulado.
Transforma nossa Igreja em comunidades
orantes e acolhedoras,
Testemunhas de fé, de esperança e de caridade.
Abre nossos olhos para reconhecer-Te
nas situações em que a vida está ameaçada.
Aquece nosso coração,
para que sintamos sempre a tua presença.
Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra,
fonte de vida e missão.
Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão,
alimento para a caminhada.
Permanece conosco!
Faze de nós discípulos missionários,
a exemplo de Maria sempre fiel,
sendo testemunhas de tua Ressurreição.
Tu que és o Caminho para o Pai. Amém!
Projeto Gráfico, Capa e Diagramação: Sara Nunes Silva Brito
QUERIDAS(OS) CATEQUISTAS!
É certamente já uma tradição consagrada celebrar a diversidade das vocações na Igreja, durante o mês de agosto, e entre elas a vocação de catequista. No último domingo do mês se destaca o “Dia da(o) Catequista”. Neste dia se faz a experiência, tão recomendada pelo Diretório da Catequese, de unirmos sempre mais intimamente liturgia e catequese, para chegarmos a uma catequese litúrgica.
Também existe um hábito saudável da Comissão Bíblico-catequética da CNBB: oferecer uma proposta de celebração para o Dia da(o) Catequista. Sabemos que em toda parte já existem experiências magníficas de preparar estas celebrações com muita criatividade e grande unção. Mas também acreditamos que algumas indicações em nível nacional podem servir de inspiração para enriquecer as propostas locais.
Neste espírito de partilha e sintonia, oferecemos com simplicidade este pequeno subsídio. Esperamos que ajude a reforçar a beleza e grandeza dessa vocação tão fundamental para a vida e a missão da Igreja. E queremos nos alegrar profundamente e cantar louvores ao Senhor nesse dia, por tantas vidas a serviço do processo de educação da fé em nossas comunidades.
QUE DEUS ABENÇOE TODAS (OS) AS(OS) CATEQUISTAS DO BRASIL!
O DIA DA(DO) CATEQUISTA SERÁ CELEBRADO NO DIA 26 DE AGOSTO
Preparando o ambiente: Círio Pascal e Bíblia em destaque, outros símbolos que representem o servir do ministério catequético (conforme realidade local). Obs.: Os símbolos podem já estar em local visível ou ser levados na procissão de entrada por catequistas e catequizandos.
1 – Chegada: silêncio, oração pessoal (com fundo musical)
2 – Canto de entrada: “Missão de todos nós”, ou “Discípulos e Missionários”, ou outro mais conhecido da comunidade.
3 – Sinal da Cruz e saudação inicial
4 – Recordação da vida (sentados)
Animador: Neste dia de ação de graças pela vocação da(o) catequista, nos reunimos em torno da Mesa da Palavra de Deus e da Mesa da Eucaristia, para celebrar a presença do Ressuscitado. Ele é a razão da nossa fé, que a catequese quer despertar e amadurecer.
Queremos aproveitar a ocasião para expressar nossa alegria e gratidão pelo lindo presente que nossos bispos nos deram, o novo Documento com o nome: “Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja”. Resume bem nosso agir na catequese: somos antes de tudo discípulos, que escutam e aprendem do mestre, para então ser servidores da Palavra através do testemunho e do anúncio, e assim colaborar na missão de realizar o Reino de Deus.
Neste ano também trazemos presente os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, os 40 anos do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (o RICA) e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica. São todos marcos significativos na história da catequese. Por isso, o papa Bento XVI proclamou um Ano da Fé a partir de outubro , para reavivar e atualizar estes acontecimentos, que como Maria guardamos em nosso coração. (Sugestão: que esses documentos sejam apresentados nesse encontro).
5 – Ato penitencial – Introdução bem objetiva relacionando-o com as motivações colocadas.
6 – Glória – Escolher uma melodia conhecida e bem vibrante.
7 – Oração do dia...
8 – Liturgia da Palavra (Do 21º Domingo do Tempo Comum)
• 1ª Leitura: Josué 24,1-2a.15-17.18b
• Salmo: 33 (cf. Lecionário)
• 2ª Leitura: Efésios 5,21-32
• Evangelho: João 6,60-69 (sugestão: proclamar duas vezes o Ev. uma vez que será objeto principal da leitura orante na homilia).
• Homilia (em forma de leitura orante).
1º Passo – LEITURA: O QUE DIZ O TEXTO?
Para ajudar:
• No capítulo 6 do Evangelho de João, Jesus faz primeiro o povo viver a experiência do sinal messiânico da partilha do pão.
• A partir desse fato, começa a fazer uma catequese sobre o Pão do Céu, que é Ele próprio, e insiste na necessidade de comer sua carne e beber seu sangue para participar do seu projeto de vida.
• O texto proclamado hoje relata a reação dos ouvintes diante dessa linguagem que Jesus usa. São palavras duras para muitos, que se escandalizam e de fininho vão caindo fora.
• Jesus aproveita a crise que isto gera para testar a firmeza ou não dos seus principais companheiros, os 12.
• Estes, no entanto, reagem bem, e Pedro em nome de todos faz esta fantástica profissão de fé: “Tu tens Palavras de Vida Eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus”. É a expressão equivalente à de Josué e ao povo de Israel quando proclamam: “ Nós serviremos ao Senhor, porque ele é nosso Deus”, que vimos na 1ª leitura. São profissões de fé históricas.
2º Passo - MEDITAÇÃO: O QUE DIZ O TEXTO PARA MIM/ PARA NÓS, HOJE?
Para ajudar:
• Nossa catequese de iniciação à Vida Cristã tem como meta principal conduzir à experiência pessoal com Jesus e ao compromisso com seu Projeto. A partir desse texto podemos perguntar:
• Que imagem de Jesus apresentamos? Temos coragem de mostrar as exigências que o discipulado traz ou apenas falamos das coisas bonitas, para não assustar?
• A fé que despertamos no processo catequético é uma fé superficial, que se escandaliza diante das “durezas” da caminhada, ou é uma fé fundamentada na Palavra de Deus, que resiste mesmo diante dos duros desafios que a vida hoje apresenta?
• Como catequistas, somos daqueles que abandonam tudo quando o processo catequético fica “pesado”, ou seguimos firmes como os 12, confiando nas palavras de vida eterna?
• Temos a disposição de Josué e do povo de Israel, que abandonaram os ídolos para proclamar: “Nós serviremos o Senhor, porque ele é nosso Deus”? Somos verdadeiros servidores da Palavra de Deus na educação da fé em nossas comunidades?
3º Passo – ORAÇÃO: O QUE O TEXTO ME LEVA/ NOS LEVA A DIZER A DEUS?
Preces espontâneas, ou versículos de Salmos, ou mantras...
4º Passo – CONTEMPLAÇÃO: COMO O TEXTO ILUMINA O MEU/ O NOSSO AGIR?
Fazer silêncio para mergulhar no Mistério de Deus. E depois assumir algum compromisso concreto (pessoal ou comunitário), em vista de sermos discípulos e servidores sempre conectados à fonte da Palavra.
9 – Liturgia Eucarística (Intercalada com cantos apropriados)
10 – Ritos Finais:
Rito de Envio: Uma vez que focamos principalmente o “servir” no processo de educação da “Fé”, sugerimos que neste momento o presidente da celebração, como catequista primeiro da comunidade, acenda no Círio Pascal velas menores e as entregue a todas(os) catequistas presentes. Com as velas acesas em uma das mãos e a oração da(o) catequista na outra, podem rezá-la juntos, como renovação de seu serviço à Palavra de Deus e à vivência da fé nesta comunidade:
ORAÇÃO DA(DO) CATEQUISTA:
SENHOR,
Como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.
Vem caminhar conosco!
Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequese caminho para o discipulado.
Transforma nossa Igreja em comunidades
orantes e acolhedoras,
Testemunhas de fé, de esperança e de caridade.
Abre nossos olhos para reconhecer-Te
nas situações em que a vida está ameaçada.
Aquece nosso coração,
para que sintamos sempre a tua presença.
Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra,
fonte de vida e missão.
Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão,
alimento para a caminhada.
Permanece conosco!
Faze de nós discípulos missionários,
a exemplo de Maria sempre fiel,
sendo testemunhas de tua Ressurreição.
Tu que és o Caminho para o Pai. Amém!
Projeto Gráfico, Capa e Diagramação: Sara Nunes Silva Brito
Iniciação à Vida Cristã
Boa tarde catequistas! Paz e bem!
Segue em anexo alguns artigos sobre a Iniciação à Vida Cristã, extraidos do blog catequese e biblia. Boa reflexão!
- Buscando uma inspiração na Igreja Primitiva
- Precisamos saber olhar a Realidade de hoje
- Estudos da CNBB 97
- Vamos conversar sobre Iniciação à Vida Cristã?
Segue em anexo alguns artigos sobre a Iniciação à Vida Cristã, extraidos do blog catequese e biblia. Boa reflexão!
- Buscando uma inspiração na Igreja Primitiva
- Precisamos saber olhar a Realidade de hoje
- Estudos da CNBB 97
- Vamos conversar sobre Iniciação à Vida Cristã?
Iniciação à Vida Cristã
Buscando uma inspiração na Igreja Primitiva
Durante a 3ª Semana Brasileira de Catequese o Pe. Luiz Alves Lima desenvolveu o tema sobre “A Iniciação Cristã ontem e hoje – história e documentação atual”. E, com a sua característica precisão terminológica, foi logo deixando claro que quando se fala de “Iniciação Cristã” se deve entender “todo o processo pelo qual alguém é incorporado ao mistério de Jesus Cristo”. Processo esse, que a Igreja sempre realizou, de uma maneira ou outra, ao longo de toda a sua história.
Quem olha a Igreja hoje normalmente nem imagina as grandes dificuldades que teve que enfrentar, principalmente nos primeiros séculos de sua existência, ao tentar responder ao urgente problema do ingresso dos novos membros nas suas comunidades. As pessoas não eram cristãs e nem vinham de famílias cristãs, por isso era necessário elaborar um processo através do qual os novos membros fossem sendo iniciados aos mistérios e à vida de fé da comunidade. Por isso, inspirando-se em antigas práticas adotadas por outras correntes religiosas, os primeiros cristãos elaboraram um processo de iniciação no sentido mais profundo e rico e que, já no século II recebeu o nome de catecumenato.
O Pe. Lima nos lembra que esse processo “Tinha como objetivo o aprofundamento da fé, como adesão a Jesus Cristo e a tudo o que ele revela; tudo isso como consequência do anúncio central do Evangelho, o kergima. Era o caminho ordinário para conduzir os adultos (e não crianças!) aos mistérios divinos, à plena conversão, à profissão de fé e à participação na comunidade; portanto o modelo daquilo que nós gostaríamos que fosse hoje a catequese.”
Naquela época havia uma grande sintonia entre catequese, liturgia e comunidade, por isso o catecumenato “era constituído de uma série de ensinamentos (catequese), um conjunto de práticas litúrgico-rituais (imposição das mãos, assinalações, exorcismos, entregas, etc.) e sobretudo um exercício (tirocínio) de vida cristã e prática evangélica. Todo o processo era feito no âmbito da comunidade que participava intensamente, sobretudo através do catequista ou instrutor, do padrinho, dos escrutínios e dos ministros (bispos e sacerdotes), tudo culminando numa única celebração dos mistérios cristãos fundamentais (batismo, crisma e eucaristia), durante a Vigília Pascal”.
Apesar de se difundir rapidamente por todas as Igrejas e ter atingido seu período áureo entre os séculos III e IV, o catecumenato começa a definhar e quase desaparece no século VI. Uma grande consequência, fácil de perceber nos dias de hoje, é que a catequese e a liturgia foram se distanciando e tomando rumos diferentes. Assim a catequese foi adquirindo cada vez mais características doutrinais e sendo orientada quase sempre às crianças.
Durante a Idade Média prevaleceu a cristandade e, apesar do total desconhecimento teórico e prático da iniciação cristã e do catecumenato, vivia-se o chamado catecumenato social onde a própria comunidade cristã, a cultura maciçamente católica e até a mesma sociedade realizavam o papel iniciação à fé.
Nos dias de hoje, vale destacar que vários documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965) fazem referência à iniciação cristã e à recuperação do catecumenato na vida da Igreja. Por isso, na linha da reforma pós-conciliar dos livros litúrgicos, o “Ritual de Iniciação Cristã de Adultos” (RICA) se apresenta como um sério e profundo processo de preparação de adultos para os sacramentos da iniciação cristã, seguindo o modelo do catecumenato realizado nas primitivas comunidades cristãs.
Que fique bem claro para todos: o RICA é um livro litúrgico e não um manual catequético, mas deve integrar todo o processo catequético. De fato ele propõe um itinerário progressivo de evangelização, catequese e mistagogia, além de trazer reflexões teológicas, critérios pastorais e material litúrgico. Nele estão descritos os tempos e as etapas do catecumenato com seus ritos, orações e celebrações.
Pe. Lima cita ainda muitos outros documentos, textos, eventos e experiências que falam, incentivam ou mesmo vivenciam o estilo catecumenal de iniciação à vida cristã. Assim percebemos que a realidade desafiadora de hoje encontra uma proposta de ação evangelizadora justamente na não menos desafiadora realidade enfrentada pelos cristãos das primeiras comunidades cristãs.
Durante a 3ª Semana Brasileira de Catequese o Pe. Luiz Alves Lima desenvolveu o tema sobre “A Iniciação Cristã ontem e hoje – história e documentação atual”. E, com a sua característica precisão terminológica, foi logo deixando claro que quando se fala de “Iniciação Cristã” se deve entender “todo o processo pelo qual alguém é incorporado ao mistério de Jesus Cristo”. Processo esse, que a Igreja sempre realizou, de uma maneira ou outra, ao longo de toda a sua história.
Quem olha a Igreja hoje normalmente nem imagina as grandes dificuldades que teve que enfrentar, principalmente nos primeiros séculos de sua existência, ao tentar responder ao urgente problema do ingresso dos novos membros nas suas comunidades. As pessoas não eram cristãs e nem vinham de famílias cristãs, por isso era necessário elaborar um processo através do qual os novos membros fossem sendo iniciados aos mistérios e à vida de fé da comunidade. Por isso, inspirando-se em antigas práticas adotadas por outras correntes religiosas, os primeiros cristãos elaboraram um processo de iniciação no sentido mais profundo e rico e que, já no século II recebeu o nome de catecumenato.
O Pe. Lima nos lembra que esse processo “Tinha como objetivo o aprofundamento da fé, como adesão a Jesus Cristo e a tudo o que ele revela; tudo isso como consequência do anúncio central do Evangelho, o kergima. Era o caminho ordinário para conduzir os adultos (e não crianças!) aos mistérios divinos, à plena conversão, à profissão de fé e à participação na comunidade; portanto o modelo daquilo que nós gostaríamos que fosse hoje a catequese.”
Naquela época havia uma grande sintonia entre catequese, liturgia e comunidade, por isso o catecumenato “era constituído de uma série de ensinamentos (catequese), um conjunto de práticas litúrgico-rituais (imposição das mãos, assinalações, exorcismos, entregas, etc.) e sobretudo um exercício (tirocínio) de vida cristã e prática evangélica. Todo o processo era feito no âmbito da comunidade que participava intensamente, sobretudo através do catequista ou instrutor, do padrinho, dos escrutínios e dos ministros (bispos e sacerdotes), tudo culminando numa única celebração dos mistérios cristãos fundamentais (batismo, crisma e eucaristia), durante a Vigília Pascal”.
Apesar de se difundir rapidamente por todas as Igrejas e ter atingido seu período áureo entre os séculos III e IV, o catecumenato começa a definhar e quase desaparece no século VI. Uma grande consequência, fácil de perceber nos dias de hoje, é que a catequese e a liturgia foram se distanciando e tomando rumos diferentes. Assim a catequese foi adquirindo cada vez mais características doutrinais e sendo orientada quase sempre às crianças.
Durante a Idade Média prevaleceu a cristandade e, apesar do total desconhecimento teórico e prático da iniciação cristã e do catecumenato, vivia-se o chamado catecumenato social onde a própria comunidade cristã, a cultura maciçamente católica e até a mesma sociedade realizavam o papel iniciação à fé.
Nos dias de hoje, vale destacar que vários documentos do Concílio Vaticano II (1962-1965) fazem referência à iniciação cristã e à recuperação do catecumenato na vida da Igreja. Por isso, na linha da reforma pós-conciliar dos livros litúrgicos, o “Ritual de Iniciação Cristã de Adultos” (RICA) se apresenta como um sério e profundo processo de preparação de adultos para os sacramentos da iniciação cristã, seguindo o modelo do catecumenato realizado nas primitivas comunidades cristãs.
Que fique bem claro para todos: o RICA é um livro litúrgico e não um manual catequético, mas deve integrar todo o processo catequético. De fato ele propõe um itinerário progressivo de evangelização, catequese e mistagogia, além de trazer reflexões teológicas, critérios pastorais e material litúrgico. Nele estão descritos os tempos e as etapas do catecumenato com seus ritos, orações e celebrações.
Pe. Lima cita ainda muitos outros documentos, textos, eventos e experiências que falam, incentivam ou mesmo vivenciam o estilo catecumenal de iniciação à vida cristã. Assim percebemos que a realidade desafiadora de hoje encontra uma proposta de ação evangelizadora justamente na não menos desafiadora realidade enfrentada pelos cristãos das primeiras comunidades cristãs.
Iniciação à Vida Cristã
Precisamos saber olhar a Realidade de hoje
O desenvolvimento dos temas apresentados durante a 3ª Semana Brasileira de Catequese seguiu, de certa forma, o tradicional esquema do ver, iluminar e agir. Essa metodologia ajudou os participantes a irem conhecendo e se identificando com a proposta. Afinal, um dos objetivos era que as pessoas saíssem dali dispostos a fazer acontecer o Processo da Iniciação à Vida Cristã nos mais variados cantos do País.
O primeiro tema já chegou causando grande impacto e muitos questionamentos: “Catequese num mundo em transformação. Desafios do Contexto sociocultural, religioso, eclesial para a iniciação cristã”, apresentado pelo Pe. Joel Portella. Afinal, quando se faz uma séria análise da realidade do mundo de hoje, é fácil constatar que estamos vivendo uma “mudança de época”. Mas o que isso quer dizer mesmo? O que tem a ver com a vida da gente e com a catequese?
Todo mundo já percebeu que nessas últimas décadas aconteceram muitas transformações em vários aspectos da vida. Além da perplexidade diante dessas novas situações, o que mais desorienta as pessoas de hoje é que nos encontramos diante de um novo jeito de assumir, avaliar e enfrentar a vida e seus desafios. Não há mais segurança diante dos critérios de como captar, compreender e julgar tudo isso que vai acontecendo ao nosso redor. Isso tem grandes consequências que vão atingir todos os aspectos da vida, inclusive a catequese!
De acordo com o Pe. Joel a rapidez com que tudo isso vem acontecendo, nos coloca diante de dois perigos: “O primeiro perigo é o não reconhecimento da mudança de época. É achar que este novo jeito de lidar com a vida é questão de mau comportamento ou ignorância religiosa. É dizer que as coisas sempre funcionaram do jeito que conhecemos e, portanto, o caminho, no caso, da evangelização consiste em continuar fazendo o que sempre foi feito, do modo como sempre foi feito. Este é o perigo de quem não consegue ou não quer enxergar a mudança”. E eu digo, pelas experiências que estou tendo, que esta situação está presente de modo fortemente acentuado em muitas de nossas Comunidades, tanto com os leigos, como com o clero. Além da “pastoral de conservação”, será que isso não explica a volta de certo tradicionalismo que cada vez mais está ganhando forças dentro da Igreja?
Pe. Joel afirma também que “O segundo perigo consiste em mergulhar de tal modo na nova realidade que já não se consiga fazer o discernimento entre o que é evangélico e o que não é. Este perigo consiste na total identificação com as expectativas da época que está surgindo, de modo que a ação evangelizadora acabe perdendo sua capacidade de interpelação, de questionamento, de profetismo e dimensão escatológica. O segredo, consequentemente, é o discernimento.” Mais adiante ele diz: “Ingressar na cultua atual, globalizada, individualizada, consumista (...) não significa, portanto, ser apresentado à pessoa e à mensagem de Jesus Cristo”.
Diante dessa realidade o primeiro desafio a ser assumido por toda a Igreja é o de “recomeçar a partir de Jesus Cristo”, anunciando e reanunciando Jesus Cristo às pessoas de hoje, tantas vezes quantas forem necessárias até que cheguem a serem suas fiéis discípulas. Esses são, sem dúvida, importantes pressupostos sobre o qual se embasam um eficaz Processo de Iniciação à Vida Cristã.
O desenvolvimento dos temas apresentados durante a 3ª Semana Brasileira de Catequese seguiu, de certa forma, o tradicional esquema do ver, iluminar e agir. Essa metodologia ajudou os participantes a irem conhecendo e se identificando com a proposta. Afinal, um dos objetivos era que as pessoas saíssem dali dispostos a fazer acontecer o Processo da Iniciação à Vida Cristã nos mais variados cantos do País.
O primeiro tema já chegou causando grande impacto e muitos questionamentos: “Catequese num mundo em transformação. Desafios do Contexto sociocultural, religioso, eclesial para a iniciação cristã”, apresentado pelo Pe. Joel Portella. Afinal, quando se faz uma séria análise da realidade do mundo de hoje, é fácil constatar que estamos vivendo uma “mudança de época”. Mas o que isso quer dizer mesmo? O que tem a ver com a vida da gente e com a catequese?
Todo mundo já percebeu que nessas últimas décadas aconteceram muitas transformações em vários aspectos da vida. Além da perplexidade diante dessas novas situações, o que mais desorienta as pessoas de hoje é que nos encontramos diante de um novo jeito de assumir, avaliar e enfrentar a vida e seus desafios. Não há mais segurança diante dos critérios de como captar, compreender e julgar tudo isso que vai acontecendo ao nosso redor. Isso tem grandes consequências que vão atingir todos os aspectos da vida, inclusive a catequese!
De acordo com o Pe. Joel a rapidez com que tudo isso vem acontecendo, nos coloca diante de dois perigos: “O primeiro perigo é o não reconhecimento da mudança de época. É achar que este novo jeito de lidar com a vida é questão de mau comportamento ou ignorância religiosa. É dizer que as coisas sempre funcionaram do jeito que conhecemos e, portanto, o caminho, no caso, da evangelização consiste em continuar fazendo o que sempre foi feito, do modo como sempre foi feito. Este é o perigo de quem não consegue ou não quer enxergar a mudança”. E eu digo, pelas experiências que estou tendo, que esta situação está presente de modo fortemente acentuado em muitas de nossas Comunidades, tanto com os leigos, como com o clero. Além da “pastoral de conservação”, será que isso não explica a volta de certo tradicionalismo que cada vez mais está ganhando forças dentro da Igreja?
Pe. Joel afirma também que “O segundo perigo consiste em mergulhar de tal modo na nova realidade que já não se consiga fazer o discernimento entre o que é evangélico e o que não é. Este perigo consiste na total identificação com as expectativas da época que está surgindo, de modo que a ação evangelizadora acabe perdendo sua capacidade de interpelação, de questionamento, de profetismo e dimensão escatológica. O segredo, consequentemente, é o discernimento.” Mais adiante ele diz: “Ingressar na cultua atual, globalizada, individualizada, consumista (...) não significa, portanto, ser apresentado à pessoa e à mensagem de Jesus Cristo”.
Diante dessa realidade o primeiro desafio a ser assumido por toda a Igreja é o de “recomeçar a partir de Jesus Cristo”, anunciando e reanunciando Jesus Cristo às pessoas de hoje, tantas vezes quantas forem necessárias até que cheguem a serem suas fiéis discípulas. Esses são, sem dúvida, importantes pressupostos sobre o qual se embasam um eficaz Processo de Iniciação à Vida Cristã.
Iniciação à Vida Cristã
Estudos da CNBB 97
O texto Iniciação à Vida Cristã. Um Processo de Inspiração Catecumenal, refletido e enriquecido pelos Bispos durante a 47ª Assembleia Geral da CNBB em 2009, precisava ser amplamente divulgado, por isso foi publicado dentro da coleção Estudos da CNBB (número 97). Com esse recurso, ao mesmo tempo em que se iniciava uma desafiadora reflexão sobre o assunto, possibilitava que suas intuições chegassem a toda Igreja do Brasil.
Com linguagem simples e envolvente, além da “Introdução” (com várias questões motivadoras para o desenvolvimento do tema) e da “Conclusão” (como um horizonte orientador da caminhada), o texto apresenta-se dividido em cinco capítulos que facilitam o nosso entendimento sobre as questões básicas da Iniciação à Vida Cristã.
O Capítulo I tem o sugestivo título: “Iniciação à Vida Cristã... Por quê?” Afinal, por que mesmo temos que conhecer e assumir essa proposta? Quem inventou isso e o que esse processo tem a ver com o nosso jeito de evangelizar hoje?
O Capítulo II procura definir o horizonte: “O que temos em vista quando falamos em Iniciação à Vida Cristã.” Se a nossa sociedade de hoje já encontra certa dificuldade em entender o que seja “iniciação”, imagina, então, o que as pessoas de nossas Comunidades estão entendendo quando ouvem falar de Iniciação à Vida Cristã...
O Capítulo III dá pistas para aquela intrigante pergunta: “Iniciação à Vida Cristã... Como?” O modelo catecumenal a partir do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA) nos é apresentado como inspirador e aberto às necessárias adaptações. Por isso é significativamente comentado a fim de que seja conhecido e valorizado. Tem até um “Quadro Geral” dos vários “tempos” e “etapas” propostos pelo RICA para facilitar o nosso entendimento.
A questão dos interlocutores é tratada no Capítulo IV: “Iniciação à Vida Cristã... Para quem?” Assim como no Diretório Nacional de Catequese, aqui também, mais do que destinatários, o texto fala de interlocutores do processo, pois supõe que sejam ouvidos e acolhidos em suas sedes. Uma significativa lista das pessoas a serem atendidas pelo processo de iniciação faz a gente vislumbrar que tem muito trabalho a ser realizado, e com urgência!
Finalmente, o Capítulo V procura deixar claro quem deve trabalhar para que tudo isso aconteça: “Iniciação à Vida Cristã... Com quem contamos? Onde?” A começar pelos próprios candidatos que devem ser iniciados, o texto vai relacionando as várias pessoas e organismos que devem ser envolvidas para que o processo alcance o êxito desejado. Tentando resumir, posso afirmar que tem trabalho para todo mundo, inclusive para mim e para você!
Todos os capítulos terminam com uma grande série de perguntas “Para refletir”. O objetivo é esse mesmo: ajudar o leitor, ou grupo de leitores, a aprofundarem a compreensão daquela parte estudada, mas a partir de suas realidades concretas. Mais do que respostas certas, essas perguntas pretendem provocar uma séria avaliação do processo de evangelização que já está acontecendo em cada Comunidade e como pode ser vislumbrado um novo modo mais eficaz de realizá-lo.
Como uma espécie de apêndice, encontramos também um precioso e bem elaborado Glossário sobre Iniciação Cristã. Assim a gente nem precisa ter o trabalho de ir procurar em um dicionário o significado de palavras e expressões tão próprias do nosso jeito de evangelizar na Igreja e que se encontram no texto. Desde “Admissão” até “Traditio” são 51 verbetes muito esclarecedores, que enriquecem o nosso vocabulário eclesial.
O solene lançamento desse importante subsídio aconteceu logo na abertura da 3ª Semana Brasileira de Catequese celebrada em Itaicí no início de outubro daquele mesmo ano. Esse fato foi muito bom para o próprio texto, pois graças à presença de catequistas do Brasil inteiro, teve uma imediata repercussão nacional e também foi muito bom para o próprio evento que, logo de início, já deixava clara sua total comunhão com a preocupação e reflexão oficial da Igreja.
Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário
O texto Iniciação à Vida Cristã. Um Processo de Inspiração Catecumenal, refletido e enriquecido pelos Bispos durante a 47ª Assembleia Geral da CNBB em 2009, precisava ser amplamente divulgado, por isso foi publicado dentro da coleção Estudos da CNBB (número 97). Com esse recurso, ao mesmo tempo em que se iniciava uma desafiadora reflexão sobre o assunto, possibilitava que suas intuições chegassem a toda Igreja do Brasil.
Com linguagem simples e envolvente, além da “Introdução” (com várias questões motivadoras para o desenvolvimento do tema) e da “Conclusão” (como um horizonte orientador da caminhada), o texto apresenta-se dividido em cinco capítulos que facilitam o nosso entendimento sobre as questões básicas da Iniciação à Vida Cristã.
O Capítulo I tem o sugestivo título: “Iniciação à Vida Cristã... Por quê?” Afinal, por que mesmo temos que conhecer e assumir essa proposta? Quem inventou isso e o que esse processo tem a ver com o nosso jeito de evangelizar hoje?
O Capítulo II procura definir o horizonte: “O que temos em vista quando falamos em Iniciação à Vida Cristã.” Se a nossa sociedade de hoje já encontra certa dificuldade em entender o que seja “iniciação”, imagina, então, o que as pessoas de nossas Comunidades estão entendendo quando ouvem falar de Iniciação à Vida Cristã...
O Capítulo III dá pistas para aquela intrigante pergunta: “Iniciação à Vida Cristã... Como?” O modelo catecumenal a partir do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA) nos é apresentado como inspirador e aberto às necessárias adaptações. Por isso é significativamente comentado a fim de que seja conhecido e valorizado. Tem até um “Quadro Geral” dos vários “tempos” e “etapas” propostos pelo RICA para facilitar o nosso entendimento.
A questão dos interlocutores é tratada no Capítulo IV: “Iniciação à Vida Cristã... Para quem?” Assim como no Diretório Nacional de Catequese, aqui também, mais do que destinatários, o texto fala de interlocutores do processo, pois supõe que sejam ouvidos e acolhidos em suas sedes. Uma significativa lista das pessoas a serem atendidas pelo processo de iniciação faz a gente vislumbrar que tem muito trabalho a ser realizado, e com urgência!
Finalmente, o Capítulo V procura deixar claro quem deve trabalhar para que tudo isso aconteça: “Iniciação à Vida Cristã... Com quem contamos? Onde?” A começar pelos próprios candidatos que devem ser iniciados, o texto vai relacionando as várias pessoas e organismos que devem ser envolvidas para que o processo alcance o êxito desejado. Tentando resumir, posso afirmar que tem trabalho para todo mundo, inclusive para mim e para você!
Todos os capítulos terminam com uma grande série de perguntas “Para refletir”. O objetivo é esse mesmo: ajudar o leitor, ou grupo de leitores, a aprofundarem a compreensão daquela parte estudada, mas a partir de suas realidades concretas. Mais do que respostas certas, essas perguntas pretendem provocar uma séria avaliação do processo de evangelização que já está acontecendo em cada Comunidade e como pode ser vislumbrado um novo modo mais eficaz de realizá-lo.
Como uma espécie de apêndice, encontramos também um precioso e bem elaborado Glossário sobre Iniciação Cristã. Assim a gente nem precisa ter o trabalho de ir procurar em um dicionário o significado de palavras e expressões tão próprias do nosso jeito de evangelizar na Igreja e que se encontram no texto. Desde “Admissão” até “Traditio” são 51 verbetes muito esclarecedores, que enriquecem o nosso vocabulário eclesial.
O solene lançamento desse importante subsídio aconteceu logo na abertura da 3ª Semana Brasileira de Catequese celebrada em Itaicí no início de outubro daquele mesmo ano. Esse fato foi muito bom para o próprio texto, pois graças à presença de catequistas do Brasil inteiro, teve uma imediata repercussão nacional e também foi muito bom para o próprio evento que, logo de início, já deixava clara sua total comunhão com a preocupação e reflexão oficial da Igreja.
Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário
Iniciação à Vida Cristã
Vamos conversar sobre Iniciação à Vida Cristã?
De uns tempos para cá, principalmente o pessoal da catequese, apareceu como a “novidade” de uma tal “iniciação à vida cristã”. Mas será que isso é mesmo invenção deles e que é tão novidade assim? Afinal, até nas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) os nossos Bispos afirmam que a iniciação à vida cristã é uma urgência a ser assumida por toda a Igreja para bem conseguirmos realizar nossa missão de evangelizar.
O assunto parece novidade porque a grande maioria dos que participam hoje da Igreja passou tanto pelo processo iniciatório como pelos sacramentos da iniciação sem nem se darem conta do que estavam vivenciando. De fato, aqueles que já têm uma certa idade ainda se lembram da época em que a família e a sociedade em geral eram marcadas por um modo cristão de ver e encarar o mundo. Parecia até que todos eram católicos. Bem, pelo menos a grande maioria era batizada! A religião ia sendo aprendida pela criança, tanto na família como na própria sociedade. Era assim que, mesmo sem perceber, as pessoas iam sendo iniciadas na vida cristã. Depois, quando já estava na hora de fazer a 1ª Comunhão, ia-se para a catequese para aprofundar muitas daquelas coisas que já se tinham aprendido em casa e em vários ambientes que frequentava.
Mas, graças a Deus, o tempo não para, não é mesmo? E é fácil constatar que aquele tempo já passou! Agora, mais do que buscar refúgio no saudosismo, temos que ter a consciência de estarmos vivendo uma verdadeira “mudança de época”. Em relação há poucos anos atrás, hoje nós nos encontramos diante de mudanças radicais que estão afetando profundamente o significado da vida e que vão modificando o modo como a gente deve encará-la. Muitas vezes nos sentimos até meio perdidos, sem nem saber mais quais critérios podem ser usados para captar, compreender e julgar o que se apresenta diante de nós.
Entre outras coisas, hoje nos encontramos num mundo marcado por uma grande variedade de escolhas e isso acontece até mesmo no campo religioso. A maioria das famílias e a sociedade em geral deixaram de ser referências seguras para a fé cristã. Aos jovens e adultos de hoje, são oferecidas, de forma atraente e convicta, as mais variadas oportunidades de escolha tanto no campo da fé, como nos mais diferentes setores da vida. Assim, a nós, católicos, resta constatarmos algo que tínhamos esquecido: ninguém nasce cristão! Na realidade, para ser um autêntico seguidor de Jesus Cristo, primeiro é necessário conhecê-lo e, depois, fazer uma opção consciente pela sua proposta de vida!
Portanto, mais do que censurar os dias de hoje, marcados por tanto individualismo e relativismo, temos que saber ver a atual “mudança de época” como uma grande oportunidade da Igreja de poder evangelizar com mais qualidade e entusiasmo. Precisamos aproveitar esse tempo de graça e fazer acontecer essa urgência da ação evangelizadora, que é a realização de um processo consistente de Iniciação à Vida Cristã.
Por esses e outros motivos, acho que ainda temos muito para conversar sobre esse assunto...
Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário
De uns tempos para cá, principalmente o pessoal da catequese, apareceu como a “novidade” de uma tal “iniciação à vida cristã”. Mas será que isso é mesmo invenção deles e que é tão novidade assim? Afinal, até nas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) os nossos Bispos afirmam que a iniciação à vida cristã é uma urgência a ser assumida por toda a Igreja para bem conseguirmos realizar nossa missão de evangelizar.
O assunto parece novidade porque a grande maioria dos que participam hoje da Igreja passou tanto pelo processo iniciatório como pelos sacramentos da iniciação sem nem se darem conta do que estavam vivenciando. De fato, aqueles que já têm uma certa idade ainda se lembram da época em que a família e a sociedade em geral eram marcadas por um modo cristão de ver e encarar o mundo. Parecia até que todos eram católicos. Bem, pelo menos a grande maioria era batizada! A religião ia sendo aprendida pela criança, tanto na família como na própria sociedade. Era assim que, mesmo sem perceber, as pessoas iam sendo iniciadas na vida cristã. Depois, quando já estava na hora de fazer a 1ª Comunhão, ia-se para a catequese para aprofundar muitas daquelas coisas que já se tinham aprendido em casa e em vários ambientes que frequentava.
Mas, graças a Deus, o tempo não para, não é mesmo? E é fácil constatar que aquele tempo já passou! Agora, mais do que buscar refúgio no saudosismo, temos que ter a consciência de estarmos vivendo uma verdadeira “mudança de época”. Em relação há poucos anos atrás, hoje nós nos encontramos diante de mudanças radicais que estão afetando profundamente o significado da vida e que vão modificando o modo como a gente deve encará-la. Muitas vezes nos sentimos até meio perdidos, sem nem saber mais quais critérios podem ser usados para captar, compreender e julgar o que se apresenta diante de nós.
Entre outras coisas, hoje nos encontramos num mundo marcado por uma grande variedade de escolhas e isso acontece até mesmo no campo religioso. A maioria das famílias e a sociedade em geral deixaram de ser referências seguras para a fé cristã. Aos jovens e adultos de hoje, são oferecidas, de forma atraente e convicta, as mais variadas oportunidades de escolha tanto no campo da fé, como nos mais diferentes setores da vida. Assim, a nós, católicos, resta constatarmos algo que tínhamos esquecido: ninguém nasce cristão! Na realidade, para ser um autêntico seguidor de Jesus Cristo, primeiro é necessário conhecê-lo e, depois, fazer uma opção consciente pela sua proposta de vida!
Portanto, mais do que censurar os dias de hoje, marcados por tanto individualismo e relativismo, temos que saber ver a atual “mudança de época” como uma grande oportunidade da Igreja de poder evangelizar com mais qualidade e entusiasmo. Precisamos aproveitar esse tempo de graça e fazer acontecer essa urgência da ação evangelizadora, que é a realização de um processo consistente de Iniciação à Vida Cristã.
Por esses e outros motivos, acho que ainda temos muito para conversar sobre esse assunto...
Pe. Luís Gonzaga Bolinelli – Doutrinário
Objetivos e funcionamento do Concílio Vaticano II
1. Os grandes objetivos do Concílio: Ao convocar o Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII tinha em mente que seu objetivo seria “aggiornare la Chiesa”, atualizar, ajudar a Igreja ser mais conforme ao que Jesus Cristo dela quer e a estar inserida no contexto do mundo contemporâneo cumprindo, da melhor maneira possível, sua missão de evangelizar. Aos poucos ele explicitou este objetivo:
- renovar a Igreja em si mesma a partir do Evangelho
- revigorar a vida de fé, a vida moral e apostólica de todos os membros da Igreja.
- tornar a fé católica mais expressiva no coração do mundo contemporâneo.
- estudar as mudanças culturais do mundo moderno à luz da Revelação Divina
- realizar profunda renovação das estruturas organizativas da Igreja e de suas mediações operacionais para melhor atuar em benefício de seus membros (liturgia, leitura da Palavra de Deus, Formação dos presbíteros, organização renovada das Dioceses e Paróquias, renovação da vida consagrada, adaptação da disciplina esclesiástica às necessidades e oportunidades de nosso tempo...); e também renovar a Igreja em favor de sua ação externa na evangelização e transformação do mundo (conhecer o mundo de hoje não para condená-lo, mas com ele dialogar e com ele e nele atuar de modo eficaz em prol da felicidade do ser humano).
2. Um gigantesco trabalho. Para cumprir os grandes objetivos do Concílio seus organizadores tiveram que reajustar todo o plano de trabalho proposto. Os documentos previamente elaborados destinavam-se a facilitar o diálogo e as votações e não exigir um tempo longo aos membros do Concílio (os padres conciliares). Mas o inesperado aconteceu. Todos os documentos prontos foram rejeitados. Os padres conciliares, mais de 2.500, queriam produzir o pensamento conciliar. Foi um gesto corajoso, resultado de leituras diferentes das grandes propostas do Papa, com ênfase na atenção às origens da Igreja, à realidade do mundo em mudança e ao futuro. Esta mudança de rumo exigiu outros processos metodológicos, outra organização do Concílio, com nova escolha dos temas, nova formação de grupos de estudo e nova proposta de prazos. A tarefa prioritária consistia agora em um reestudo sobre a própria razão de ser da Igreja, de seu funcionamento na história e de sua missão no mundo em constante mudança. Este estudo implicou uma volta às Sagradas Escrituras, à pessoa, mensagem e missão de Jesus, à Igreja primitiva e aos grandes dogmas que configuraram os elementos fundamentais da fé cristã, assim como da organização da Igreja e de sua compreensão da missão. Mas a tarefa do Concílio exigiu-lhe, também, um debruçar-se amplo, corajoso e, com abertura de espírito, sobre a realidade do mundo contemporâneo.
3. Organização do Concílio. Definiu-se que haveria quatro grandes sessões conciliares e que entre as mesmas haveria um intenso trabalho de leitura e produção do pensamento conciliar, com um acordo sobre o encerramento dos trabalhos em 1965. A língua oficial seria o latim. Esta primeira sessão do Concílio, iniciada em 08 de outubro de 1962, definiu os temas a serem apresentados nas diversas sessões conciliares para debate final e votação e foram organizados os grupos de trabalhos segundo cada tema. Os instrumentos de trabalho seriam enviados a todos os membros do Concílio para receber contribuições. Um ponto a destacar é a representatividade da Igreja, pois os participantes do Concílio procediam de todas as partes do mundo e ainda havia convidados de outras igrejas cristãs e das grandes religiões, demonstração óbvia de grandes mudanças internas na Igreja, no próprio ato de convocar e organizar o Concílio.
Irmão Nery fsc
irnery@yahoo.com.br
Fonte:http://catequeseebiblia.blogspot.com.br/2012/04/objetivos-e-funcionamento-do-concilio.html
O Concílio Vaticano II é um autêntico sinal de Deus
Começo uma série de pequenos artigos sobre os 50 Anos do Concílio Vaticano II (1962-1965) citando alguns parágrafos do Papa Bento XVI num vídeo-mensagem para o Encontro Nacional da Igreja da França em Lourdes com os bispos e 2.500 leigos/as, religiosos/as e presbíteros de todas as dioceses do país.
“O Concílio Vaticano II foi e é autêntico sinal de Deus para os nossos tempos. Se soubermos lê-lo e acolhê-lo dentro da Tradição da Igreja e sob a orientação segura do Magistério, ele será sempre uma grande força para o futuro da Igreja.
Espero sinceramente que este aniversário seja para vós e para toda a Igreja em vosso país, ocasião de renovação espiritual e pastoral. Este, de fato, nos oferece a oportunidade de conhecer melhor os textos, que os Padres conciliares nos deixaram em herança e que não perderam seu valor, a fim de assimilar e assegurar que produzam frutos para hoje.
Essa renovação, que se insere na continuidade, assume diversas formas e o Ano da Fé, que quis propor a toda a Igreja por esta ocasião, deve permitir tornar nossa fé mais consciente, revitalizando nossa adesão ao Evangelho.
Isso requer uma abertura cada dia maior à pessoa de Cristo, sobretudo redescobrindo “o gosto” pela Palavra de Deus, para realizar uma profunda conversão do nosso coração e para andarmos pelas estradas do mundo a proclamar o Evangelho da esperança aos homens e às mulheres do nosso tempo, em diálogo respeitoso com todos.
Que este tempo de graça permita consolidar a comunhão no interior da grande família que é a Igreja católica e contribua na reconstrução da unidade entre todos os cristãos, que era um dos principais objetivos do Concílio.
A renovação da Igreja passa também através do testemunho dado pela vida dos próprios cristãos para que resplandeça a Palavra da verdade que o Senhor nos deixou.
Redescobrir a alegria de acreditar e o entusiasmo de comunicar a força e a beleza da fé é uma questão essencial da nova evangelização à qual toda a Igreja é convidada. Coloquem-se a caminho, sem medo de levar os homens e mulheres de vosso país em direção a amizade com Cristo!
Queridos irmãos e irmãs, que a Virgem Imaculada, Nossa Senhora de Lourdes, que teve um importante papel no mistério da salvação, seja para vós uma luz na estrada que conduz a Cristo e os ajude a crescer na fé” (cf. Zenit, 26/03/2012).
Os documentos do Concílio e o espírito renovador suscitado por ele impulsionaram uma rica primavera na Igreja. Duas características marcaram este período: a possibilidade de uma Igreja de comunhão e participação, a partir da igualdade básica de todos garantida pelo batismo, e um grande entusiasmo no compromisso com a transformação evangélica da sociedade. Como conseqüência houve grandes mudanças quanto à própria compreensão da Igreja em si e de sua missão no mundo contemporâneo, o que exigiu uma volta decisiva à Sagrada Escritura, novos parâmetros para a Teologia, permanente leitura crítica das mudanças vertiginosas do mundo, e busca de meios adequados para se poder atender, como Igreja, às necessidades sempre novas da sociedade.
À luz da fé, como diz Bento XVI, “o Concílio Vaticano II foi e é autêntico sinal de Deus para os nossos tempos” e “será sempre uma grande força para o futuro da Igreja.
Irmão Nery fsc
Fonte:http://catequeseebiblia.blogspot.com.br/2012/04/o-concilio-vaticano-ii-e-um-autentico.html
terça-feira, 26 de junho de 2012
Psicopedagogia Catequética
Paz e bem queridos catequistas! Segue 4 textos sobre o tema Psicopedagogia Catequética, de autoria dos Pe. Eduardo Calandro e Pe. Jordélio Siles Ledo.
- Adequação da mensagem da catequese
Enunciando a regra pedagógica do adaptar-se a capacidade cognitiva e afetiva da pessoa, pensamos quase sempre na forma de como deve ser o encontro de catequese, ou na metodologia que iremos adotar. No entanto, a adaptação primeira que devemos levar em consideração e a mais importante em vista do desenvolvimento da pessoa a partir da catequese com crianças até a catequese com adultos e pessoa idosa deve ter em vista o conteúdo entendido como mensagem que se quer anunciar.
Por isso, uma renovação da metodologia só será fecunda, se, mediante um conteúdo renovado, adaptando-os a psicopedagogia de cada idade.
Nos dias atuais, há uma necessidade real de uma catequese continuada, permanente que leve em conta toda a vida da pessoa, no entanto ainda encontramos uma catequese fragmentada em uma busca apenas dos sacramentos. É preciso, urgentemente, tirar da mensagem da catequese este ranço da história que pensa em catequizar como doutrinar, queremos sim pessoas convictas de uma mensagem, e apaixonadas por Jesus Cristo.
É preciso pensar nos catequizandos como interlocutores de uma mensagem e não como “depósitos” de doutrinas e sacramentos, pois temos que buscar para todas as fases da vida uma catequese que una vida e fé, que parta da existência e da experiência e seja alimentada, iluminada pela sagrada escritura, tradição e o magistério.
A catequese conforme as idades não pode perder a originalidade da educação da fé. Falamos em adaptar, isto significa não perder a essencialidade da mensagem evangélica, não deixar de lado valores evangélicos que devem ser dialogados com os interlocutores da catequese.
Por isso, vale lembrar as indicações do Diretório Geral da Catequese que nos apresenta uma síntese para que a adaptação do conteúdo-mensagem não perca de vista a originalidade evangélica levando em conta a realidade onde os interlocutores estão inseridos.
O Catecismo da Igreja Católica indica quais são os aspectos que devem ser levados em consideração no momento de adaptar ou contextualizar a síntese orgânica da fé que todo Catecismo local deve oferecer. Esta síntese da fé deve realizar as adaptações que são exigidas pelas diferenças de culturas, de idades, da vida espiritual, de situações sociais e eclesiais daqueles a quem a catequese é dirigida. Também o Concílio Vaticano II afirma com ênfase a necessidade de adaptar a mensagem evangélica. Esta maneira apropriada de proclamar a palavra revelada deve permanecer como lei de toda a evangelização Por isso:
a) Um Catecismo local deve apresentar a síntese da fé em referência à cultura concreta em que se encontram os catecúmenos e os catequizandos. Incorporará, portanto, todas aquelas expressões originais de vida, de celebração e de pensamento que são cristãos e que nasceram da própria tradição cultural, sendo fruto do trabalho e da inculturação da Igreja local.
b) Um Catecismo local fiel à mensagem e fiel à pessoa humana apresenta o mistério cristão de modo significativo e próximo à psicologia e à mentalidade da idade do destinatário concreto e, consequentemente, em clara referência às experiências fundamentais da sua vida.
c) É preciso cuidar, de modo especial, da forma concreta de viver o fato religioso numa determinada sociedade. Não é a mesma coisa fazer um Catecismo para um ambiente caracterizado pela indiferença religiosa e fazê-lo para outro, cujo contexto é profundamente religioso. A relação fé-ciência deve ser tratada com muito cuidado em cada Catecismo.
d) A problemática social circunstante, ao menos no que diz respeito aos elementos estruturais mais profundos (econômicos, políticos, familiares...), é um fator muito importante para contextualizar o Catecismo. Inspirando-se na doutrina social da Igreja, o Catecismo saberá oferecer critérios, motivações e linhas de ação que iluminem a presença cristã em meio a tal problemática.
e) Finalmente, a situação eclesial concreta que a Igreja particular vive é, sobretudo, o contexto obrigatório ao qual o Catecismo deve referir-se. Obviamente, não as situações conjunturais às quais se provê mediante outros documentos magisteriais, mas sim a situação permanente, que postula uma evangelização com acentos mais específicos e determinados. (DGC, n.133).
Portanto, pecebemos aqui que existe uma grande abertura do magistério da Igreja para a adaptação e adequação do conteúdo-mensagem da catequese segundo as diversas realidades das idades e contextos eclesiais.
Conhecer os interlocutores da catequese
Acreditamos que o grande desafio que temos enfrentado nos últimos tempos, nos encontros de catequese, é o de conhecermos as pessoas a quem vamos transmitir uma mensagem, catequizar. A catequese tem cada vez mais ampliado os seus interlocutores, por isso, precisamos pensar em uma catequese do ventre materno à pessoa idosa. Durante muito tempo, a catequese se limitou à infância. E, mesmo assim, no horizonte da preparação imediata da Primeira Eucaristia, numa linha quase exclusivamente doutrinária. O papel dos pais e da comunidade, apesar de certo esforço para uma visão mais ampla da catequese infantil, é ainda muito restrito. Não se percebeu suficientemente que uma das tarefas essenciais dos pais e da comunidade eclesial é criar ambiente e apoio para que a criança, o adolescente e o jovem caminhem para a maturidade na fé. (CR 131)
A catequese deve ser compreendida como processo ou itinerário, caminho que uma pessoa percorre ao longo da sua vida, de sua história, “Tal processo procurará unir fé e vida; dimensão pessoal e dimensão comunitária; instrução doutrinária e educação integral; conversão a Deus e atuação transformadora da realidade; celebração dos mistérios e caminhada com o povo” (CR nº29). Para que uma pessoa, seja ela criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso, possa amadurecer na fé, é preciso que o conteúdo, a mensagem catequética seja adaptada ao desenvolvimento psicológico em que esta pessoa vive. No processo ou itinerário de iniciação a pessoa é envolvida inteiramente em todas as esferas e dimensões do ser. O fracasso ou falta de perseverança no caminho da fé se deve, muitas vezes, à falta deste envolvimento total dos iniciandos. Se isso é verdade para crianças e jovens, muito mais o é para os adultos. (Estudos da CNBB, Iniciação à vida cristã, n.75)
Precisamos pensar a catequese como um itinerário no qual, nas diferentes idades, o anúncio de Jesus Cristo e a conversão de vida aconteçam de forma efetiva. Para isto precisamos pensar em um itinerário que seja adequado e personalizado. A catequese, por muito tempo, aconteceu de forma desintegrada, pensando em formar maior número de fieis para participar dos sacramentos. Por isso, hoje, mais do nunca, afirmamos que precisamos de uma catequese de iniciação à vida cristã. É necessária “a incorporação do candidato, mediante os três sacramentos da iniciação, no mistério de Cristo, morto e ressuscitado, e na comunidade da Igreja, sacramento de salvação, de tal modo que o iniciado, profundamente transformado e introduzido na nova condição de vida, morra para o pecado e comece uma nova existência de plena realização. Essa inserção e transformação radical, realizada dentro do âmbito de fé da comunidade eclesial, em que o cristão vive e dá sua resposta de fé, exige, por isso mesmo, um processo gradual ou um itinerário catequético que o ajude a amadurecer na fé” (Estudos da CNBB, Iniciação à vida cristã, n.68)
Ter clareza de que o ser humano é uma condição sem a qual não se pode, de modo algum, tê-lo como “matéria” de trabalho.
A questão é: como é possível evangelizar uma pessoa sem conhecê-la adequada e profundamente? O que a pessoa é em seu ser? Como se dá a fé na constituição de cada pessoa? Como poderemos educar a fé dos nossos catequizandos?
Estas questões pertinentes nos interpelam a pensar sobre a necessidade de penetrar no mais íntimo de cada pessoa que vem ao nosso encontro, em busca da catequese, às vezes somente para os sacramentos e, em outros casos, em busca de um processo de iniciação na fé. Em nossas comunidades precisamos criar itinerários, percorrer o caminho da evangelização juntos, pois já não são mais destinatários, e sim interlocutores, uma vez que interagem no processo da catequese. Nossas Igrejas particulares, em todo o Brasil, ao longo de mais de quinhentos anos, de muitas formas têm convidado e conduzido ao caminho de Jesus. Sabem que o itinerário da iniciação cristã inclui sempre “o anúncio da Palavra, o acolhimento do Evangelho, que implica a conversão, a profissão de fé, o Batismo, a efusão do Espírito Santo, o acesso à comunhão eucarística.” (Catecismo 1229). Contudo, nossas dioceses têm consciência de que muitos dos itinerários oferecidos aos não batizados são fragmentados. “Sabem também que, entre os batizados de várias idades, mesmo entre os que participam da comunidade e dos movimentos, há carência de itinerários de introdução e amadurecimento na fé.” (Estudos da CNBB, Iniciação à vida cristã, n.78)
Na tentativa de responder aos desafios atuais quanto à vida dos nossos interlocutores na catequese, à luz do Diretório Nacional de Catequese, apresentamos a catequese conforme as idades que contempla a vida e o caminho de fé dos idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças dentro de sua dimensão humana e de fé.
Portanto, iluminados pelo nosso Diretório Nacional de Catequese afirmamos que a catequese conforme as idades é uma exigência essencial para a comunidade cristã. Leva em conta os aspectos, tanto antropológicos e psicológicos como teológicos, para cada uma das idades. É necessário integrar as diversas etapas do caminho de fé. Esta integração possibilita uma catequese que ajuda cada um a crescer na fé, à medida que vai crescendo em outras dimensões da sua maturidade humana e tendo novos questionamentos existenciais. (DNC, n. 180).
Educação da fé conforme as idades
A missão evangelizadora da catequese é acima de tudo educação da fé. Em um primeiro momento devemos nos perguntar: É possível educar a fé de alguém? Ou educar alguém para a vida de fé?
Aqui temos duas palavras chaves para a nossa ação evangelizadora de catequista: Educação e Fé. Vamos buscar entender o que significam:
Educação
É muito interessante percebemos que a palavra Educação esta ligada com pedagogo, discípulo, instrução, pois fazem parte de um mesmo campo lexical, pois todas têm algo em comum. Há traços sêmicos envolvendo cada um destes vocábulos.
Educação vem do verbo educar. Podemos dizer que educação veio do verbo latim educare. Nele, temos o prevérbio e- e o verbo – ducare,¬ dúcere. No itálico, donde proveio o latim, dúcere se prende à raiz indo-européia DUK-, grau zero da raiz DEUK-,cuja acepção primitiva era levar, conduzir, guiar. Educare, no latim, era um verbo que tinha o sentido de “criar (uma criança), nutrir, fazer crescer. Etimologicamente, poderíamos afirmar que educação, do verbo educar, significa “trazer à luz a idéia”.
Fé
Por fé podemos entender genericamente a parir do Latim como fides, e do Grego pistia, sendo traduzida como a firme convicção de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta idéia ou fonte de transmissão. Em hebraico he’ emîn da raiz aman, indica que crer significa “sentir-se seguro” “confiar em” “apoiar-se em”
Na Sagrada Escritura a fé é entendida como adesão total, que envolve a pessoa toda, “a fé se apresenta como entrega religiosa de toda a pessoa e não simplesmente adesão intelectual ou obediência moral, respondendo à natureza dinâmica, vital e pessoal da Palavra de Deus.”
Podemos perceber, no entanto que a fé de uma pessoa que abraçou a vida cristã, que viveu um processo de conversão não se reduz a uma adesão a verdade dogmáticas apenas; é base de um apelo pessoal de Deus; é um acontecimento que concerne à pessoa toda e lhe permite entrar no universo da aliança; é um encontro primeiro pessoal e depois comunitário com Jesus Cristo, reconhecido como o Deus que vem, que salva e que reúne.
Na catequese é preciso pensar em uma educação da fé que seja libertadora, que ajude o catequizando a pensar sobre a vida, a realidade, a cultura, ou seja, uma educação da fé que ajude a pensar problematizando o conhecimento, promovendo assim a autonomia e a formação da consciência crítica. O catequista também não pode ter a pretensão de apenas ser o educador, mas ao mesmo tempo alguém que ajuda o catequizando a fazer a experiência de fé, e ao mesmo tempo também é educa na fé. A educação da fé não acontece sozinho e isolado, mas em comunhão.
Devemos compreender acima de tudo que a fé é dom e graça de Deus, não há podemos limitar apenas ao nível humano, mas constitui uma atitude de fundo que dá sentido e orienta toda a vida. “A fé é um dom de Deus. Pode nascer do íntimo do coração humano somente como fruto da graça prévia e adjuvante e como resposta, completamente livre, à moção do Espírito Santo, que move o coração e o dirige a Deus, dando-lhe suavidade no consentir e crer na verdade”.(DGC, n. 55)
A educação da fé na catequese tem a missão de ajudar no processo de humanização do homem e da mulher sonhando a busca da transformação social. Neste sentido ressaltamos a importância e a necessidade da catequese para as diferentes idades que “é a exigência essencial para a comunidade cristã. Por um lado, de fato, a fé participa do desenvolvimento da pessoa; por outro lado, cada fase da vida é exposta ao desafio da descristianização e deve, acima de tudo, aceitar como um desafio, as tarefas sempre novas da vocação cristã”. (DGC, n.171, DNC, n.180)
A Psicopedagogia Catequética
Querido catequista iremos refletir nos próximos cinco artigos a necessidade da Psicopedagogia Catequética para a nossa ação Evangelizadora na catequese. Os temas aqui propostos estão interligados entre si. Desejamos que você acompanhe e faça um bom proveito na formação dos catequistas em sua comunidade.
O termo “Psicopedagogia” surgiu nos estudos da Pedagogia e da Educação em função da necessidade de compreender o processo de aprendizagem do ser humano. A expressão Psicopedagogia, hoje, apresenta características especiais. Pode ser definida atualmente como uma área de conhecimento que estuda o processo de aprendizagem e o modo em que os diversos elementos envolvidos nesse processo podem facilitar ou prejudicar o seu desenvolvimento.
A Psicopedagogia surgiu a partir dos conhecimentos trazidos da Pedagogia e da Psicologia e evoluiu em busca de um corpo teórico próprio, como uma ciência norteadora dos procedimentos necessários ao trabalho com crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, objetivando o reconhecimento das capacidades individuais e o processo de desenvolvimento pelo qual a pessoa passa. Nesta trajetória histórica e evolutiva, a Psicopedagogia encontrou muito de seus aportes teóricos na integração de vários campos de conhecimento, com a função de ter uma compreensão mais integradora do processo da aprendizagem humana. Neste sentido, enquanto produção de conhecimento científico, a Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem, não se bastando como aplicação da Psicologia à Pedagogia.
A Psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em consideração as realidades interna e externa das aprendizagens em conjunto. Estuda o processo complexo da construção do conhecimento, como também os aspectos cognitivos, afetivos e sociais.
Pode-se conceituar o termo Psicopedagogia como a busca de metodologia apropriada para elevar o nível de aprendizagem da pessoa. Dentro de nosso trabalho e missão na catequese, a Psicopedagogia quer contribuir com a Pedagogia Catequética, aprofundando nos processos de desenvolvimento da maturidade e aprendizagem humanas, bem como o processo de educação da fé, uma vez que não podemos perder de vista que a catequese não é apenas ensino de conteúdo, mas também como uma mensagem que se transmite a partir de um caminho mistagógico. Como toda mensagem tem um interlocutor, se o catequista não estiver atento ao desenvolvimento do seu catequizando, poderá se equivocar na preparação de seu encontro de catequese.
Portanto, quando falamos em Psicopedagogia Catequética, estamos propondo um aprofundamento, uma reflexão para que o/a catequista, como educador da vida e da fé das pessoas que estão na catequese, compreenda melhor o desenvolvimento humano, bem como os estágios da fé dos nossos catequizandos.
Com a Psicopedagogia Catequética pretendemos refletir sobre os interlocutores da nossa catequese: idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças, buscando compreender, como se dá a educação da fé, bem como as características da aprendizagem humana dentro de cada momento da vida, do seu processo evolutivo, como a pessoa que assimila e acolhe a mensagem.
A vida acontece em etapas. O ser humano, ao longo de sua existência, vai se desenvolvimento e adquirindo capacidades para aprender e conhecer a realidade. No entanto, para que a educaçao deste ser humano em desenvolvimento aconteça, é necessário que o conhecimento seja adaptado segundo a sua capacidade, ou seja, se queremos evangelizar os nossos catequizandos precisamos adaptar a mensagem da catequese segundo a sua maturidade humana, afetiva e cognitiva.
Não é possível elaborarmos uma catequese com crianças e a aplicarmos com adultos. Cada um tem seu momento específico, pois o ser humano é um ser inacabado, podemos sempre nos refazer, é um ser de possibilidades inserido no mundo. É necessário estabelecer um elo com a realidade dos catequizandos, pela adaptação da Palavra de Deus, levando em conta a idade de cada um, situações familiares e sócio-culturais. É isto que desejamos apresentar aqui para a nossa reflexão como catequistas que estão preocupados com a mensagem da catequese. Desejamos que as indicações que aqui apresentamos sejam consideradas orientações fundamentais para que a evangelização seja realmente efetiva e afetiva.
Fonte: http://catequeseebiblia.blogspot.com.br/2012/04/psicopedagogia-catequetica.html
Paz e bem queridos catequistas! Segue 4 textos sobre o tema Psicopedagogia Catequética, de autoria dos Pe. Eduardo Calandro e Pe. Jordélio Siles Ledo.
- Adequação da mensagem da catequese
Enunciando a regra pedagógica do adaptar-se a capacidade cognitiva e afetiva da pessoa, pensamos quase sempre na forma de como deve ser o encontro de catequese, ou na metodologia que iremos adotar. No entanto, a adaptação primeira que devemos levar em consideração e a mais importante em vista do desenvolvimento da pessoa a partir da catequese com crianças até a catequese com adultos e pessoa idosa deve ter em vista o conteúdo entendido como mensagem que se quer anunciar.
Por isso, uma renovação da metodologia só será fecunda, se, mediante um conteúdo renovado, adaptando-os a psicopedagogia de cada idade.
Nos dias atuais, há uma necessidade real de uma catequese continuada, permanente que leve em conta toda a vida da pessoa, no entanto ainda encontramos uma catequese fragmentada em uma busca apenas dos sacramentos. É preciso, urgentemente, tirar da mensagem da catequese este ranço da história que pensa em catequizar como doutrinar, queremos sim pessoas convictas de uma mensagem, e apaixonadas por Jesus Cristo.
É preciso pensar nos catequizandos como interlocutores de uma mensagem e não como “depósitos” de doutrinas e sacramentos, pois temos que buscar para todas as fases da vida uma catequese que una vida e fé, que parta da existência e da experiência e seja alimentada, iluminada pela sagrada escritura, tradição e o magistério.
A catequese conforme as idades não pode perder a originalidade da educação da fé. Falamos em adaptar, isto significa não perder a essencialidade da mensagem evangélica, não deixar de lado valores evangélicos que devem ser dialogados com os interlocutores da catequese.
Por isso, vale lembrar as indicações do Diretório Geral da Catequese que nos apresenta uma síntese para que a adaptação do conteúdo-mensagem não perca de vista a originalidade evangélica levando em conta a realidade onde os interlocutores estão inseridos.
O Catecismo da Igreja Católica indica quais são os aspectos que devem ser levados em consideração no momento de adaptar ou contextualizar a síntese orgânica da fé que todo Catecismo local deve oferecer. Esta síntese da fé deve realizar as adaptações que são exigidas pelas diferenças de culturas, de idades, da vida espiritual, de situações sociais e eclesiais daqueles a quem a catequese é dirigida. Também o Concílio Vaticano II afirma com ênfase a necessidade de adaptar a mensagem evangélica. Esta maneira apropriada de proclamar a palavra revelada deve permanecer como lei de toda a evangelização Por isso:
a) Um Catecismo local deve apresentar a síntese da fé em referência à cultura concreta em que se encontram os catecúmenos e os catequizandos. Incorporará, portanto, todas aquelas expressões originais de vida, de celebração e de pensamento que são cristãos e que nasceram da própria tradição cultural, sendo fruto do trabalho e da inculturação da Igreja local.
b) Um Catecismo local fiel à mensagem e fiel à pessoa humana apresenta o mistério cristão de modo significativo e próximo à psicologia e à mentalidade da idade do destinatário concreto e, consequentemente, em clara referência às experiências fundamentais da sua vida.
c) É preciso cuidar, de modo especial, da forma concreta de viver o fato religioso numa determinada sociedade. Não é a mesma coisa fazer um Catecismo para um ambiente caracterizado pela indiferença religiosa e fazê-lo para outro, cujo contexto é profundamente religioso. A relação fé-ciência deve ser tratada com muito cuidado em cada Catecismo.
d) A problemática social circunstante, ao menos no que diz respeito aos elementos estruturais mais profundos (econômicos, políticos, familiares...), é um fator muito importante para contextualizar o Catecismo. Inspirando-se na doutrina social da Igreja, o Catecismo saberá oferecer critérios, motivações e linhas de ação que iluminem a presença cristã em meio a tal problemática.
e) Finalmente, a situação eclesial concreta que a Igreja particular vive é, sobretudo, o contexto obrigatório ao qual o Catecismo deve referir-se. Obviamente, não as situações conjunturais às quais se provê mediante outros documentos magisteriais, mas sim a situação permanente, que postula uma evangelização com acentos mais específicos e determinados. (DGC, n.133).
Portanto, pecebemos aqui que existe uma grande abertura do magistério da Igreja para a adaptação e adequação do conteúdo-mensagem da catequese segundo as diversas realidades das idades e contextos eclesiais.
Conhecer os interlocutores da catequese
Acreditamos que o grande desafio que temos enfrentado nos últimos tempos, nos encontros de catequese, é o de conhecermos as pessoas a quem vamos transmitir uma mensagem, catequizar. A catequese tem cada vez mais ampliado os seus interlocutores, por isso, precisamos pensar em uma catequese do ventre materno à pessoa idosa. Durante muito tempo, a catequese se limitou à infância. E, mesmo assim, no horizonte da preparação imediata da Primeira Eucaristia, numa linha quase exclusivamente doutrinária. O papel dos pais e da comunidade, apesar de certo esforço para uma visão mais ampla da catequese infantil, é ainda muito restrito. Não se percebeu suficientemente que uma das tarefas essenciais dos pais e da comunidade eclesial é criar ambiente e apoio para que a criança, o adolescente e o jovem caminhem para a maturidade na fé. (CR 131)
A catequese deve ser compreendida como processo ou itinerário, caminho que uma pessoa percorre ao longo da sua vida, de sua história, “Tal processo procurará unir fé e vida; dimensão pessoal e dimensão comunitária; instrução doutrinária e educação integral; conversão a Deus e atuação transformadora da realidade; celebração dos mistérios e caminhada com o povo” (CR nº29). Para que uma pessoa, seja ela criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso, possa amadurecer na fé, é preciso que o conteúdo, a mensagem catequética seja adaptada ao desenvolvimento psicológico em que esta pessoa vive. No processo ou itinerário de iniciação a pessoa é envolvida inteiramente em todas as esferas e dimensões do ser. O fracasso ou falta de perseverança no caminho da fé se deve, muitas vezes, à falta deste envolvimento total dos iniciandos. Se isso é verdade para crianças e jovens, muito mais o é para os adultos. (Estudos da CNBB, Iniciação à vida cristã, n.75)
Precisamos pensar a catequese como um itinerário no qual, nas diferentes idades, o anúncio de Jesus Cristo e a conversão de vida aconteçam de forma efetiva. Para isto precisamos pensar em um itinerário que seja adequado e personalizado. A catequese, por muito tempo, aconteceu de forma desintegrada, pensando em formar maior número de fieis para participar dos sacramentos. Por isso, hoje, mais do nunca, afirmamos que precisamos de uma catequese de iniciação à vida cristã. É necessária “a incorporação do candidato, mediante os três sacramentos da iniciação, no mistério de Cristo, morto e ressuscitado, e na comunidade da Igreja, sacramento de salvação, de tal modo que o iniciado, profundamente transformado e introduzido na nova condição de vida, morra para o pecado e comece uma nova existência de plena realização. Essa inserção e transformação radical, realizada dentro do âmbito de fé da comunidade eclesial, em que o cristão vive e dá sua resposta de fé, exige, por isso mesmo, um processo gradual ou um itinerário catequético que o ajude a amadurecer na fé” (Estudos da CNBB, Iniciação à vida cristã, n.68)
Ter clareza de que o ser humano é uma condição sem a qual não se pode, de modo algum, tê-lo como “matéria” de trabalho.
A questão é: como é possível evangelizar uma pessoa sem conhecê-la adequada e profundamente? O que a pessoa é em seu ser? Como se dá a fé na constituição de cada pessoa? Como poderemos educar a fé dos nossos catequizandos?
Estas questões pertinentes nos interpelam a pensar sobre a necessidade de penetrar no mais íntimo de cada pessoa que vem ao nosso encontro, em busca da catequese, às vezes somente para os sacramentos e, em outros casos, em busca de um processo de iniciação na fé. Em nossas comunidades precisamos criar itinerários, percorrer o caminho da evangelização juntos, pois já não são mais destinatários, e sim interlocutores, uma vez que interagem no processo da catequese. Nossas Igrejas particulares, em todo o Brasil, ao longo de mais de quinhentos anos, de muitas formas têm convidado e conduzido ao caminho de Jesus. Sabem que o itinerário da iniciação cristã inclui sempre “o anúncio da Palavra, o acolhimento do Evangelho, que implica a conversão, a profissão de fé, o Batismo, a efusão do Espírito Santo, o acesso à comunhão eucarística.” (Catecismo 1229). Contudo, nossas dioceses têm consciência de que muitos dos itinerários oferecidos aos não batizados são fragmentados. “Sabem também que, entre os batizados de várias idades, mesmo entre os que participam da comunidade e dos movimentos, há carência de itinerários de introdução e amadurecimento na fé.” (Estudos da CNBB, Iniciação à vida cristã, n.78)
Na tentativa de responder aos desafios atuais quanto à vida dos nossos interlocutores na catequese, à luz do Diretório Nacional de Catequese, apresentamos a catequese conforme as idades que contempla a vida e o caminho de fé dos idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças dentro de sua dimensão humana e de fé.
Portanto, iluminados pelo nosso Diretório Nacional de Catequese afirmamos que a catequese conforme as idades é uma exigência essencial para a comunidade cristã. Leva em conta os aspectos, tanto antropológicos e psicológicos como teológicos, para cada uma das idades. É necessário integrar as diversas etapas do caminho de fé. Esta integração possibilita uma catequese que ajuda cada um a crescer na fé, à medida que vai crescendo em outras dimensões da sua maturidade humana e tendo novos questionamentos existenciais. (DNC, n. 180).
Educação da fé conforme as idades
A missão evangelizadora da catequese é acima de tudo educação da fé. Em um primeiro momento devemos nos perguntar: É possível educar a fé de alguém? Ou educar alguém para a vida de fé?
Aqui temos duas palavras chaves para a nossa ação evangelizadora de catequista: Educação e Fé. Vamos buscar entender o que significam:
Educação
É muito interessante percebemos que a palavra Educação esta ligada com pedagogo, discípulo, instrução, pois fazem parte de um mesmo campo lexical, pois todas têm algo em comum. Há traços sêmicos envolvendo cada um destes vocábulos.
Educação vem do verbo educar. Podemos dizer que educação veio do verbo latim educare. Nele, temos o prevérbio e- e o verbo – ducare,¬ dúcere. No itálico, donde proveio o latim, dúcere se prende à raiz indo-européia DUK-, grau zero da raiz DEUK-,cuja acepção primitiva era levar, conduzir, guiar. Educare, no latim, era um verbo que tinha o sentido de “criar (uma criança), nutrir, fazer crescer. Etimologicamente, poderíamos afirmar que educação, do verbo educar, significa “trazer à luz a idéia”.
Fé
Por fé podemos entender genericamente a parir do Latim como fides, e do Grego pistia, sendo traduzida como a firme convicção de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta idéia ou fonte de transmissão. Em hebraico he’ emîn da raiz aman, indica que crer significa “sentir-se seguro” “confiar em” “apoiar-se em”
Na Sagrada Escritura a fé é entendida como adesão total, que envolve a pessoa toda, “a fé se apresenta como entrega religiosa de toda a pessoa e não simplesmente adesão intelectual ou obediência moral, respondendo à natureza dinâmica, vital e pessoal da Palavra de Deus.”
Podemos perceber, no entanto que a fé de uma pessoa que abraçou a vida cristã, que viveu um processo de conversão não se reduz a uma adesão a verdade dogmáticas apenas; é base de um apelo pessoal de Deus; é um acontecimento que concerne à pessoa toda e lhe permite entrar no universo da aliança; é um encontro primeiro pessoal e depois comunitário com Jesus Cristo, reconhecido como o Deus que vem, que salva e que reúne.
Na catequese é preciso pensar em uma educação da fé que seja libertadora, que ajude o catequizando a pensar sobre a vida, a realidade, a cultura, ou seja, uma educação da fé que ajude a pensar problematizando o conhecimento, promovendo assim a autonomia e a formação da consciência crítica. O catequista também não pode ter a pretensão de apenas ser o educador, mas ao mesmo tempo alguém que ajuda o catequizando a fazer a experiência de fé, e ao mesmo tempo também é educa na fé. A educação da fé não acontece sozinho e isolado, mas em comunhão.
Devemos compreender acima de tudo que a fé é dom e graça de Deus, não há podemos limitar apenas ao nível humano, mas constitui uma atitude de fundo que dá sentido e orienta toda a vida. “A fé é um dom de Deus. Pode nascer do íntimo do coração humano somente como fruto da graça prévia e adjuvante e como resposta, completamente livre, à moção do Espírito Santo, que move o coração e o dirige a Deus, dando-lhe suavidade no consentir e crer na verdade”.(DGC, n. 55)
A educação da fé na catequese tem a missão de ajudar no processo de humanização do homem e da mulher sonhando a busca da transformação social. Neste sentido ressaltamos a importância e a necessidade da catequese para as diferentes idades que “é a exigência essencial para a comunidade cristã. Por um lado, de fato, a fé participa do desenvolvimento da pessoa; por outro lado, cada fase da vida é exposta ao desafio da descristianização e deve, acima de tudo, aceitar como um desafio, as tarefas sempre novas da vocação cristã”. (DGC, n.171, DNC, n.180)
A Psicopedagogia Catequética
Querido catequista iremos refletir nos próximos cinco artigos a necessidade da Psicopedagogia Catequética para a nossa ação Evangelizadora na catequese. Os temas aqui propostos estão interligados entre si. Desejamos que você acompanhe e faça um bom proveito na formação dos catequistas em sua comunidade.
O termo “Psicopedagogia” surgiu nos estudos da Pedagogia e da Educação em função da necessidade de compreender o processo de aprendizagem do ser humano. A expressão Psicopedagogia, hoje, apresenta características especiais. Pode ser definida atualmente como uma área de conhecimento que estuda o processo de aprendizagem e o modo em que os diversos elementos envolvidos nesse processo podem facilitar ou prejudicar o seu desenvolvimento.
A Psicopedagogia surgiu a partir dos conhecimentos trazidos da Pedagogia e da Psicologia e evoluiu em busca de um corpo teórico próprio, como uma ciência norteadora dos procedimentos necessários ao trabalho com crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, objetivando o reconhecimento das capacidades individuais e o processo de desenvolvimento pelo qual a pessoa passa. Nesta trajetória histórica e evolutiva, a Psicopedagogia encontrou muito de seus aportes teóricos na integração de vários campos de conhecimento, com a função de ter uma compreensão mais integradora do processo da aprendizagem humana. Neste sentido, enquanto produção de conhecimento científico, a Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem, não se bastando como aplicação da Psicologia à Pedagogia.
A Psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em consideração as realidades interna e externa das aprendizagens em conjunto. Estuda o processo complexo da construção do conhecimento, como também os aspectos cognitivos, afetivos e sociais.
Pode-se conceituar o termo Psicopedagogia como a busca de metodologia apropriada para elevar o nível de aprendizagem da pessoa. Dentro de nosso trabalho e missão na catequese, a Psicopedagogia quer contribuir com a Pedagogia Catequética, aprofundando nos processos de desenvolvimento da maturidade e aprendizagem humanas, bem como o processo de educação da fé, uma vez que não podemos perder de vista que a catequese não é apenas ensino de conteúdo, mas também como uma mensagem que se transmite a partir de um caminho mistagógico. Como toda mensagem tem um interlocutor, se o catequista não estiver atento ao desenvolvimento do seu catequizando, poderá se equivocar na preparação de seu encontro de catequese.
Portanto, quando falamos em Psicopedagogia Catequética, estamos propondo um aprofundamento, uma reflexão para que o/a catequista, como educador da vida e da fé das pessoas que estão na catequese, compreenda melhor o desenvolvimento humano, bem como os estágios da fé dos nossos catequizandos.
Com a Psicopedagogia Catequética pretendemos refletir sobre os interlocutores da nossa catequese: idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças, buscando compreender, como se dá a educação da fé, bem como as características da aprendizagem humana dentro de cada momento da vida, do seu processo evolutivo, como a pessoa que assimila e acolhe a mensagem.
A vida acontece em etapas. O ser humano, ao longo de sua existência, vai se desenvolvimento e adquirindo capacidades para aprender e conhecer a realidade. No entanto, para que a educaçao deste ser humano em desenvolvimento aconteça, é necessário que o conhecimento seja adaptado segundo a sua capacidade, ou seja, se queremos evangelizar os nossos catequizandos precisamos adaptar a mensagem da catequese segundo a sua maturidade humana, afetiva e cognitiva.
Não é possível elaborarmos uma catequese com crianças e a aplicarmos com adultos. Cada um tem seu momento específico, pois o ser humano é um ser inacabado, podemos sempre nos refazer, é um ser de possibilidades inserido no mundo. É necessário estabelecer um elo com a realidade dos catequizandos, pela adaptação da Palavra de Deus, levando em conta a idade de cada um, situações familiares e sócio-culturais. É isto que desejamos apresentar aqui para a nossa reflexão como catequistas que estão preocupados com a mensagem da catequese. Desejamos que as indicações que aqui apresentamos sejam consideradas orientações fundamentais para que a evangelização seja realmente efetiva e afetiva.
Fonte: http://catequeseebiblia.blogspot.com.br/2012/04/psicopedagogia-catequetica.html
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