Catequistas de Conquista

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Como a Bíblia foi escrita

Na condescendência de sua bondade, Deus, para revelar-se aos homens, fala com eles em palavras humanas: `A Palavra de Deus, expressada em línguas humanas, se faz semelhante à linguagem humana, como a Palavra do Eterno Pai, assumindo a nossa frágil condição humana, se fez semelhante aos homens` (DV 13).

Deus é o autor da Sagrada Escritura. `As verdades reveladas por Deus, que estão contidas e se manifestam na Sagrada Escritura, se consignaram por inspiração do Espírito Santo.` Ele inspirou os autores humanos dos livros sagrados.

A Tradição apostólica fez a Igreja discernir quais escritos constituem a lista dos Livros Santos. Esta lista integral é chamada `Cânon das Escrituras`. Cânon vem da palavra grega `kanon` que significa `medida, regra`.

O Cânon compreende para o Antigo Testamento 46 escritos e 27 para o Novo. Estes são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Ruth, os dois livros de Samuel, os dois livros dos Reis, os dois livros das Crônicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judith, Esther, os dois livros dos Macabeus, Jó, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico, Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, para o Antigo Testamento.

Para o Novo Testamento, os Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João, os Atos dos Apóstoles, as Epístolas de Paulo aos Romanos, a primeira e segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, a primeira e segunda aos Tessalonicenses, a primeira e segunda a Timóteo, a Tito, a Filemôn, a Epístola aos Hebreus, a Epístola de Thiago, a primeira e segunda de Pedro, as três Epístolas de João, a Epístola de São Judas e o Apocalipse.

Antigo testamento

Os judeus consideravam que existiam dois cânones dos Livros Santos: o Cânon Breve (palestinense) e o Cânon Longo (alexandrino).
O Antigo Testamento em hebreu (Cânon Breve) está formado por 39 livros e se divide em três partes: `A Lei`, `Os Profetas`e `Os Escritos`.

O Antigo Testamento em grego (Canon Longo) está formado por 46 livros. A versão grega da Bíblia, conhecida como dos Setenta, conta com 7 livros a mais: Tobias, Judith, Baruc, Eclesiástico, I e II Macabeus e Sabedoria. Além disso, algumas sessões gregas de Esther e Daniel. Estes livros são conhecidos freqüentemente, embora a expressão não é necessariamente a mais adequada, como `deutero-canônicos`.

Os judeus em Alexandria tinham um conceito mais amplo da inspiração bíblica. Estavam convencidos de que Deus não deixava de se comunicar com seu povo mesmo fora da Terra Santa, e de que o fazia iluminando os seus filhos nas novas circunstâncias em que se encontravam.
Os Apóstolos, ao levar o Evangelho ao Império Greco-romano, utilizaram o Cânon Alexandrino. Assim, a Igreja primitiva recebeu este cânon que consta de 46 livros.

No século III começaram as dúvidas sobre a inclusão dos assim chamados `deutero-canônicos`. A causa foram as discussões com os judeus, nas quais os cristãos só utilizavam os livros proto-canônicos.

Alguns Padres da Igreja denotam estas dúvidas nos seus escritos -por exemplo Atanásio (373), Cirilo de Jerusalém (386), Gregório Nazianzeno (389)-, enquanto outros mantiveram como inspirados também os deutero-canônicos -por exemplo Basílio ( 379), Santo Agustinho (430), Leão Magno (461)-.

A partir do ano 393 diferentes concílios, primeiro regionais e logo ecumênicos, foram fazendo precisões à lista dos Livros `canônicos`para a Igreja. Estes foram:

* Concílio de Hipona (393)
* Concílio de Cartago (397 y 419)
* Concílio Florentino (1441)
* Concílio de Trento (1546)

Neste último, solenemente reunido no dia 8 de abril de 1546, se definiu dogmaticamente o cânon dos Livros Sagrados.

Os protestantes só admitem como livros sagrados os 39 livros do cânon hebreu. O primeiro que negou a canonicidade dos sete deuterocanônicos foi Carlostadio (1520), seguido de Lutero (1534) e depois Calcino (1540).

Novo testamento

O Novo Testamento está formado por 27 livros, e se divide em quatro partes:
`Evagelhos`, `Atos dos Apóstolos`, `Epístolas` e `Apocalipse`.

Nas origens da Igreja, a regra da fé se encontrava no ensinamento oral dos Apóstolos e primeiros evangelizadores.
Passado o tempo, sentiu-se a urgência de consignar por escrito os ensinamentos de Jesus e os traços ressaltantes da sua vida. Esta foi a origem dos Evangelhos.

Por outro lado, os Apóstolos alimentavam espiritualmente os seus fiéis mediante cartas, segundo os problemas que iam surgindo. Esta foi a origem das Epístolas.

Ademais circulavam entre os cristãos do primeiro século mais duas obras de personagens importantes: `Os Atos dos Apóstolos`, escrita por Lucas, e o `Apocalipse`, saído da escola de São João.

Ao final do século I e começo do II, o número de livros da coleção variava de um Igreja a outra.
Na metade do século II, as correntes heréticas do Marcionismo (que afirmava únicamente o Evangelho de Lucas e as 1 Epístolas de Paulo tinham origem divino), e do Montanismo (Montano pretendia introduzir como livros santos seus próprios escritos), urgiram a determinação do Cânon do Novo Testamento.

Por volta do final do século II, a coleção do Novo Testamento era quase a mesma nas Igrejas do Oriente e Ocidente.

Nos tempos de Agustinho, os Concílios de Hipona (393) e de Cartago (397 e 419) reconheceram o Cânon de 27 livros, assim como o do Concilio de Constantinopla (692) e o Concílio Florentino (1441).
Com a chegada do protestantismo, quiseram renovar antigas dúvidas e exculiram alguns.
Lutero rechaçava Hebreus, Thiago, Judas e o Apocalipse. Carlostadio e Calvino aceitaram os 27. Os protestantes liberais não costumam falar de `livros inspirados`, mas de `literatura cristã primitiva`.

No Concílio de Trento foi apresentado oficial e dogmaticamente a lista íntegra do Novo Testamento.

O cristério objetivo e último para a aceitação do Cânon do Novo Testamento será sempre a revelação feita pelo Espírito Santo e transmitida fielmente por ela.

Quanto aos critérios secundários levados em conta, foram os seguintes:

1.- Sua origem apostólica (ou de geração apostólica).
2.- Sua ortodoxia na doutrina.
3.- Seu uso litúrgico antigo e generalizado.



Os idiomas da Bíblia

São três as línguas originais da Bíblia: HEBREU, ARAMAICO E GREGO.

Em Hebreu foi escrito:

- a maior parte do Antigo Testamento.

Em Aramaico foram escritos:

- Tobías
- Judith
- Fragmentos de Esdras, Daniel, Jeremias e do Gênesis
- o original de São Mateus

Em Grego foram escritos:

- o livro da Sabedoria
- o II Macabeus
- o Eclesiástico
- partes de Esther e de Daniel
- o Novo Testamento, menos o original de São Mateus

Fonte: http://www.acidigital.com

Eucaristia: Presença Real do Senhor

Sendo o pão uma comida que nos serve de alimento e se conserva guardando, Jesus Cristo quis ficar na terra sob as espécies de pão, não só para servir de alimento às almas que o recebem na sagrada Comunhão, mas também para ser conservado no Sacrário e fazer-se presente a nós, nos manifestando por este eficaz meio, o amor que nos tem.

O que é a Eucaristia?

A Eucaristia é a consagração do pão no Corpo de Cristo e do vinho em seu Sangue que renova mística e sacramentalmente o sacrifício de Jesus na Cruz. A Eucaristia é Jesus real e pessoalmente presente  no pão e no vinho que o sacerdote consagra. Pela fé cremos que a presença de Jesus na Hóstia e no vinho não é só simbólica, mas real; isto se chama o mistério da transubstanciação já que o que muda é a substância do pão e do vinho; os acidente—forma, cor, sabor, etc.— permanecem iguais.

A instituição da Eucaristia, aconteceu durante a última ceia pascal que celebrou com seus discípulos e os quatro relatos coincidem no essencial, em todos eles a consagração do pão precede a do cálice; embora devamos lembrar, que na realidade histórica, a celebração da Eucaristia ( Fração do  Pão ) começou na Igreja primitiva antes da redação dos Evangelhos.

Os sinais essenciais do sacramentos eucarístico são pão de trigo e vinho da videira, sobre os quais é invocada a bênção do Espírito Santo e o presbítero pronuncia as palavras da consagração ditas por Jesus na última Ceia: "Isto é meu Corpo entregue por vós... Este é o cálice do meu Sangue..."

Encontro com Jesus amor

Necessariamente o encontro com Cristo Eucaristia é uma experiência pessoal e íntima, e que supõe o encontro pleno de dois que se amam. É, portanto, impossível generalizar sobre eles. Porque só Deus conhece os corações dos homens. Entretanto, sim devemos transluzir em nossa vida, a transcendência do encontro íntimo com o Amor. É lógico pensar que quem recebe esta Graça, está em maior capacidade de amar e de servir ao irmão e que além disso, alimentado com o Pão da Vida deve estar mais fortalecido para enfrentar as provações, para encarar o sofrimento, para contagiar sua fé e sua esperança. Em fim, para levar a feliz término a missão, a vocação, que o Senhor lhe dá.

Se apreciássemos de veras a Presença de Cristo no sacrário, nunca o encontraríamos sozinho, acompanhado apenas pela lâmpada Eucarística acesa, o Senhor hoje nos diz a todos e a cada um, o mesmo que disse aos Apóstolos "Com ânsias desejei comer esta Páscoa convosco " Lc.22,15. O Senhor nos espera ansioso para entregar-se a nós como alimento; somos conscientes disso, de que o Senhor nos espera no Sacrário, com a mesa  celestial servida.? E nós, por que o deixamos esperando.? Ou é por acaso,  quando vem alguém de visita a nossa casa, o deixamos na sala e vamos nos ocupar de nossas coisas?

É exatamente isso o que fazemos em nosso apostolado, quando nos enchemos de atividades e nos descuidamos na oração diante do Senhor, que nos espera no Sacrário, preso porque nos "amou até o extremo" e resulta que, por quem se fez o mundo e tudo o que nele habita (nós inclusive)  encontra-se ali, oculto aos olhos, mas incrivelmente luminoso e poderoso para saciar todas nossas necessidades.

Está Cristo presente na Eucaristia?

São vários os caminhos pelos quais podemos nos aproximar do Senhor Jesus e assim viver uma existência realmente cristã, quer dizer, segundo a medida do próprio Cristo, de tal maneira que seja Ele mesmo quem vive em nós (ver Gl 2,20). Uma vez ascendido aos céus o Senhor nos deixou seu Espírito.

Por sua promessa é segura sua presença até o fim do mundo (ver Mt 28, 20). Jesus Cristo se faz realmente presente em sua Igreja não somente através da Sagrada Escritura, mas também, e de maneira mais excelsa, na Eucaristia.

O que quer dizer Jesus com "vinde a mim"?

Ele mesmo nos revela o mistério mais adiante: "Eu sou o pão da vida. O que vem a mim, não sentirá fome, o que crê em mim nunca terá sede" (Jo 6,35). Jesus nos convida a alimentar-nos d'Ele. É na Eucaristia onde nos alimentamos do Pão da Vida que é o próprio Senhor Jesus.

Não está Cristo falando de forma simbólica?

Cristo, argumenta-se, poderia estar falando simbolicamente. Ele disse: "Eu sou a videira" e Ele não é uma videira; "Eu sou a porta" e Cristo não é uma porta.

Mas o contexto no qual o Senhor Jesus afirma que Ele é o pão da vida não é simbólico ou alegórico, mas doutrinal. É um diálogo com perguntas e respostas como Jesus costuma fazer ao expor uma doutrina.

Às perguntas e objeções que lhe são feitas pelos judeus no Capítulo 6 de São João, Jesus Cristo responde reafirmando o sentido imediato de suas palavras. Quanto mais rejeição e oposição encontra, mais Cristo insiste no sentido único das palavras: "Minha carne é verdadeiramente uma comida e meu sangue é verdadeiramente uma bebida" (v.55).

Isto faz com que os discípulos o abandonem (v.66). E Jesus Cristo não tenta retê-los tratando de explicar-lhes que o que acaba de dizer-lhes é tão somente uma parábola. Pelo contrário, interroga a seus próprios apóstolos: "Não quereis também vós partir?". E Pedro responde: "Senhor, a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna." (v.67-68).

Os Apóstolos entenderam o sentido imediato das palavras de Jesus na última ceia. "Tomou o pão...e disse: "Tomai e comei, este é o meu corpo". (Lc 22,19). E eles ao invés de dizer-lhe: "explica-nos esta parábola, "tomaram e comeram, quer dizer, aceitaram o sentido imediato das palavras. Jesus não disse "Tomai e comei, isto é como se fosse meu corpo... é um símbolo de meu sangue".

Alguém poderia objetar que as palavras de Jesus "fazei isto em memória de mim" não indicam mais que esse gesto deveria ser feito no futuro como uma simples recordação, um fazer memória com qualquer um de nós pode recordar algum fato de seu passado e, deste modo, "trazer ao presente". Entretanto não é assim, porque memória, anamnese ou memorial, no sentido empregado na Sagrada Escritura, não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus realizou em favor dos homens. Na celebração litúrgica, estes acontecimentos se fazem, de certa maneira, presentes e atuais.

Assim, pois, quando a Igreja celebra a Eucaristia, faz memória da Páscoa de Cristo e esta se faz presente: o sacrifício que Cristo ofereceu de uma vez para sempre na cruz permanece sempre atual (ver Hb 7,25-27). Por isso a Eucaristia é um sacrifício (ver Catecismo da Igreja Católica n. 1363-1365).

São Paulo expõe a fé da Igreja no mesmo sentido: "O cálice de benção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo?" (1Cor 10,16). A comunidade cristã primitiva, os próprios testemunhas da última ceia , quer dizer, os Apóstolos, não teriam permitido que Paulo transmitisse uma interpretação falsa desse acontecimento.

Os primeiros cristãos acusam os docetas (aqueles que afirmavam que o corpo de Cristo não era mais que uma aparência) de não crer na presença de Cristo na Eucaristia: "Se abstêm da Eucaristia, porque não confessam que é a carne de nosso salvador". Santo Inácio de Antioquia (Esmir VII).

Finalmente, se fosse simbólico quando Jesus afirma: "O que come minha carne e bebe o meu sangue..." então também seria simbólico quando acrescenta: "...tem vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).

Por acaso a ressurreição é simbólica? Por acaso a vida eterna é simbólica?
Tudo, portanto, favorece a interpretação literal ou imediata e não simbólica do discurso. Não é correto, pois, afirmar que a Escritura deve ser interpretada literalmente e, por sua vez, fazer uma arbitrária e brusca exceção nesta passagem.

Se a missa rememora o sacrifício de Jesus, Cristo volta a padecer o Calvário em cada Missa?
A carta aos Hebreus diz: "Mas Ele possui um sacerdócio perpétuo, porque permanece para sempre...Assim é o sacerdote que nos convinha: santo inocente...que não tem necessidade de oferecer sacrifícios cada dia...Nós somos santificados, mediante uma só oblação pelos pecados." (Hb 7, 26-28 e 10, 14-18).

A Igreja ensina que a Missa é um sacrifício, mas não como acontecimento histórico e visível, mas como sacramento e, portanto, é incruento, quer dizer, sem dor nem derramamento de sangue (ver Catecismo da Igreja Católica n. 1367).

Portanto, na Missa Jesus Cristo não sofre uma "nova agonia", mas que é a oblação amorosa do Filho ao Pai, "pelo qual Deus é perfeitamente glorificado e os homens são santificados" (CVII. Sacrosanctum Concilium n. 7).

O sacrifício da Missa não acrescenta nada ao Sacrifício da Cruz nem o repete, mas o "representa", no sentido de que "o faz presente" sacramentalmente em nossos altares, o mesmo e único sacrifício do Calvário (ver Catecismo da Igreja Católica n. 1366; Paulo VI, Credo do Povo de Deus n. 24).

O texto de Hebreus 7,27 não diz que o sacrifício de Cristo o realizou "de uma só vez e já se acabou", mas "de uma vez para sempre". Isto quer dizer que o único sacrifício de Cristo permanece para sempre (ver Catecismo da Igreja Católica n. 1364). Por isso diz o Concílio: "Nosso Salvador, na última ceia, ...instituiu o sacrifício eucarístico de seu corpo e sangue, com o qual ia perpetuar pelos séculos, até a sua volta, o sacrifício da cruz" (ver Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium n.47). Portanto, o sacrifício da Missa não é uma repetição mas uma re-apresentação e renovação do único e perfeito sacrifício da cruz pelo qual fomos reconciliados.
Frutos da Eucaristia

Ao receber a Eucaristia, ficamos intimamente aderidos a Cristo Jesus, que nos transmite sua graça.

A comunhão nos aparta do pecado, é este o grande mistério da redenção, pois seu Corpo e seu Sangue são derramados pelo perdão dos pecados.

A Eucaristia fortalece a caridade, que na vida cotidiana tende a debilitar-se; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais.

A Eucaristia nos preserva de futuros pecados mortais, pois quanto mais participamos da vida de Cristo e mais progredimos em sua amizade, tanto mais difícil será romper noso vínculo de amor com ele.

A Eucaristia é o Sacramento da unidade, pois quem recebe o Corpo de Cristo se une entre si em um só corpo: A Igreja. A comunhão renova, fortifica, aprofunda esta incorporação com a Igreja realizada já no Batismo.

A Eucaristia nos compromete a favor dos pobres; poi o receber o Corpo e o Sangue de Cristo que são a Caridade mesma no torna caritativos.
Porque a Eucaristia é um sacrifício?

A Eucaristia é, acima de tudo, um sacrifício: sacrifício da Redenção e ao mesmo tempo sacrifício da Nova Aliança. O homem e omundo são restituídos a Deus por meio da novidade pascal da Redenção. Esta restituição não pode faltar: é fundamento da "aliança nova e eterna" de Deus com o homem e do homem com Deus. Se chegasse a faltar, seria preciso rever seja a excelência do sacrifício da Redenção que foi perfeito e definitivo, ou o valor sacrificial da Santa Missa. Portanto a Eucaristia, sendo verdadeiro sacrifício, obra essa restituição de Deus.

Neste sentido, o celebrante, enquanto ministro do sacrifício, é o autêntico sacerdote, que realiza –em virtude do poder específico da sagrada ordem- o verdadeiro ato sacrificial que leva de novamente os homens a Deus. Ao contrário, todos aqueles que participam da  Eucaristia,  sacrificam-se como ele, oferecem com ele, em virtude do sacerdócio comum, seus próprios sacrifícios espirituais, representados pelo pão e o vinho, desde o momento de sua apresentação no altar.

Efetivamente, este ato litúrgico solenizado por quase todas as liturgias, "tem seu valor e seu significado espiritual". O pão e o vinho se convertem em certo sentido em símbolo de tudo o que leva a assembléia eucarística, por si mesma, em oferenda a Deus e que oferece em espírito. É importante que este primeiro momento da liturgia  eucarística, em sentido estrito, encontra sua expressão no comportamento dos participantes. A isto corresponde a chamada procissão da oferendas, prevista pela recente reforma litúrgica e acompanhada, segundo a antiga tradição, por um salmo ou  cântico.

Todos os que participam com fé da  Eucaristía se dão conta de que ela é  Sacrificium", isto é, uma "Oferenda consagrada". Com efeito, o pão e o vinho, apresentados no altar e acompanhados pela devoção e pelos sacrifícios espirituais dos participantes, são finalmente consagrados, para que se convertam verdadeira, real e substancialmente no Corpo entregado e no Sangue derramado de Cristo mesmo. Assim, em virtude da consagração, as espécie de pão e vinho, "re-presentam", de modo sacramental e incruento, o Sacrifício propiciatório oferecido por Ele na cruz ao Pai para a salvação do mundo.

Porque a Eucaristia é um Sacramento?

A recepção de Jesus Cristo sacramentado sob as espécies de pão e vinho na sagrada Comunhão significa e verifica o alimento espiritual da alma. E assim, enquanto que nela se dá a graça invisível sob espécies visíveis, guarda razão de sacramento. Jesus ao instituir a Eucaristia lhe confere intrinsecamente o valor sacramental pois através dela Ele nos transmite sua graça, sua presença viva. Por isso, a Eucaristia é o mais importante dos sacramentos, de onde saem e para onde se dirigem todos os demais, centro da vida litúrgica, expressão e alimento da comunhão cristã.

Sacramento de Unidade. Ao nos referirmos à Eucaristia como Comunhão, estamos proclamando nossa união entre todos os cristãos e nossa adesão à Igreja com Jesus. Por isso, a Eucaristia é um sacramento de unidade da Igreja, e sua celebração só é possível onde há uma comunidade de fiéis.

Sacramento do amor fraterno. Na mesma noite em que Jesus instituiu a Eucaristia, instituiu o mandamento do amor. Portanto, a Eucaristia e o amor aos demais têm que andar sempre juntos. Jesus institui a Eucaristia como prova de seu imenso amor por nós e pede aos que vamos participar dela,  que nos amemos como Ele nos amou. E, neste sentido, a Eucaristia deve estar necessariametne antecedido pelo Sacramento da Reconciliação pois o receber o "alimento de vida eterna" exige uma reconciliação constante com os irmãos e com Deus Pai.

O mistério eucarístico, desgarrado de sua própria natureza sacrificial e sacramental, deixa simplesmente de ser tal. Não admite nenhuma imitação "profana", que se converteria muito facilmente (se nao até mesmo como norma) em uma profanação. Isto deve ser sempre lembrado, e principalmente em nosso tempo em que observamos uma tendência a apagar a distinção entre "sacrum" e "profanum", dada a difundida tendência geral (ao menos em alguns lugares) à dessacralização de tudo.

Em tal realidade a Igreja tem o dever particular de assegurar e corroborar o "sacrum" da Eucaristia. Em nossa sociedade pluralista, e às vezes também deliberadamente secularizada, a fé viva da comunidade cristã -fé consciente inclusive dos próprios  direitos a respeito de todos aqueles que não compartilham a mesma fé- garante a este "sacrum" o direito de cidadania. O dever de respeitar a fé de cada um é ao mesmo tempo co-relativa ao direito natural e civil da liberdade de consciência e de religião.

Os ministros da Eucaristia devem, portanto, principalmente em nossos dias, ser iluminados pela plenitude desta fé viva, e à luz dela devem compreender e cumprir tudo o que faz parte de seu ministério sacerdotal, por vontade de Cristo e de sua Igreja.


A Santa Missa

Jesus quis deixar para a Igreja um sacramento que perpetuasse o sacrifício de sua morte na cruz. Por isso, antes de começar sua paixão, reunido com seus apóstolos na última ceia, instituiu o sacramento da Eucaristia, convertendo pão e vinho em seu próprio corpo vivo, e o deu de comer, fez partícipes de seu sacerdócio aos apóstolos e mandou-lhes que fizessem o mesmo em sua memória.

Assim a Santa Missa é a renovação do sacrifício reconciliador do Senhor Jesus. Além de ser uma obrigação grave assistir à Santa Missa aos domingos e feriados religiosos de preceito -a menos que esteja impedido por uma causa grave-, é também um ato de amor que deve brotar naturalmente de cada cristão, como resposta agradecida frente ao imenso dom que significa que Deus se faça presente na Eucaristia.

O que é a Eucaristia?

É o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo sob as espécies de pão e vinho. Por meio da consagração, o sacerdote converte realmente no corpo e sangue de Cristo o pão e vinho oferecido no altar.

O que é a Santa Missa?

É a renovação sacramental do sacrifício da cruz.

A Santa Missa é o mesmo sacrifício da Cruz?

Sim, a Santa Missa é o mesmo sacrifício da Cruz, mas sem derramamento de sangue, pois agora Jesus Cristo encontra-se em estado glorioso.

Quem pode celebrar a Santa Missa?

Somente os sacerdotes podem celebrar a Santa Missa, pois somente eles podem atuar personificando a Cristo, cabeça da Igreja.

Quais são os fins pelos quais se oferece a Santa Missa?

Os fins pelos quais se oferece a Santa Missa são quatro: adorar a Deus, agradecer por seu benefícios, pedir-lhe dons e graças, e para a satisfação por nossos pecados.

A Santa Comunhão

A Eucaristia é também banquete sagrado, no qual recebemos a Jesus Cristo como alimento de nossas almas.

A Comunhão é receber a Jesus Cristo sacramentado na Eucaristia; de maneira que, ao comungar, entra em nós mesmos Jesus Cristo vivo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem,com seu corpo, sangue, alma e divindade.

A Eucaristia é a fonte e cume da vida a Igreja, e também de nossa vida em Deus. A Igreja manda comunga pelo menos uma vez ao ano, em estado de graça; recomenda vivamente a comunhão freqüente e, se possível, sempre que se assista a Santa Missa, para que a participação do sacrifício de Jesus seja completa.

É muito importante receber a Primeira Comunhão quando se chega ao uso da razão, com a devida preparação.

O que é a Santa Comunhão?

A Sagrada Comunhão é receber Jesus Cristo presente na Eucaristia.

De que modo Jesus Cristo está presente na Eucaristia?

Jesus Cristo está na Eucaristia verdadeira, real e substancialmente presente, inteiro, vivo e glorioso, com seu corpo, sangue, alma e divindade, em cada uma das espécies e em qualquer parte delas.

A Hóstia consagrada é uma "coisa"?

Não, a Hóstia consagrada não é uma "coisa", embora o pareça; é uma Pessoa Divina, é Jesus vivo e verdadeiro.

Quem pode comungar?

Pode comungar quem estiver em graça de Deus, guardar o jejum eucarístico e saber quem vai receber.

Em que consiste o jejum eucarístico?

Consiste em abster-se de tomar qualquer alimento ou bebida, pelo menos uma hora antes da Sagrada Comunhão, exceto água e remédios. Os doentes e seus assistentes podem comungar mesmo que tenham tomado algo na hora imediatamente anterior.

Quando se recebe a primeira comunhão?

A primeira comunhão pode ser recebida quando se começa a ter uso da razão, o que se supõe a partir dos sete anos; tendo recebido previamente a preparação oportuna e o sacramento da penitência.

Que pecado comete quem comunga em pecado mortal?

Quem comunga em pecado mortal comete um grave pecado chamado sacrilégio.

O que deve fazer quem deseja comungar e encontra-se em pecado mortal?

Quem deseja comungar e encontra-se em pecado mortal não pode receber a Comunhão sem recorrer antes ao sacramento da Penitência, pois para comungar não basta o ato de contrição.

Podem comungar os divorciados que voltaram a casar?

Os membros da Congregação para a Doutrina da Fé, em uma carta a todos os bispos do mundo datada de 14 de outubro de 1994 diz :

"A crença errônea que tem uma pessoa divorciada e novamente casada, de poder receber a Eucaristia normalmente, presume que a consciência pessoal é levada em conta na análise final, de que, baseado em suas próprias convicções existiu ou não existiu um matrimônio anterior e o valor de uma nova união. Esta posição é inaceitável. O matrimônio, de fato, porque é a imagem da relação de Cristo e sua Igreja assim como um fator importante na vida da sociedade civil, é basicamente uma realidade pública."

Com este documento a Santa Sede afirma a contínua teologia e disciplina da Igreja Católica, de que aqueles que se divorciaram e voltaram a casar sem um Decreto de Nulidade, para o primeiro matrimônio (indistintamente se foi realizado dentro ou fora da Igreja), se encontra em uma relação de adultério, que não lhe permite arrender-se honestamente, para receber a absolvição de seus pecados e receber a Santa Comunhão. Até que se resolva a irregularidade matrimonial pelo Tribunal dos Processos Matrimoniais, ou outros procedimentos que se aplicam aos matrimônios dos não batizados, não podem aproximar-se aos Sacramentos da Penitênica nem à Eucaristia-.

Como menciona o Papa João Paulo II no documento da Reconciliação e a Eucaristia, a Igreja deseja que estes casais participem da vida da Igreja até onde lhes forem possível (e esta participação na Missa, adoração Eucarística, devoções eoutros serão de grande ajuda espiritual para eles) enquanto trabalham para conseguir a completa participação sacramental.

Só poderiam comungar se, evitado o escândalo e recebida a absolvisão sacramental, se comprometam a viver em plena continência, disse a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé.

No discurso do Papa João Paulo II no encerramento do Sínodo celebrado em Roma em outubro de 1980, disse que a Igreja deveria mante a de não admitir à comunhão eucarística ao divorciados que voltaram a casar. A não ser quando não possam se separar, prometam viver em total continência, sempre que não seja motivo de escândalo. Em todo caso, acrescenta o Papa, devem perseverar na oração para conseguir a graça da conversão e da salvação. Entretanto isto não acarreta que não possam batizar a seus filhos. Deve-se estudar cada caso e ver que possibilidades oferecem de educar na fé católica a seus filhos.

Por outro lado as pessoas casadas só no civil e divorciadas podem comungar. O divórcio civil não é um obstáculo para receber a comunhão. Por ser um ato civil, tudo o que faz, é conseguir um acordo sobre o resultados civis e legais do matrimônio (distribuição das propriedades, custódia dos filhos, etc).

Fonte: http://www.acidigital.com/catecismo/eucaristia.htm

A caminho do Sínodo sobre a Família


Image: Mosaico da Capela Redemptoris Mater, Palácio Apostólico, Cidade do Vaticano.
 Image: Mosaico da Capela Redemptoris Mater, Palácio Apostólico, Cidade do Vaticano.
Mosaico da Capela Redemptoris Mater, Palácio Apostólico, Cidade do Vaticano.


A caminho do Sínodo sobre a Família
Cardeal Odilo Pedro Scherer - Arcebispo de São Paulo (SP)

A família continua dando o que falar. Há quem mostra seus problemas para, talvez, passar a ideia de que ela é uma instituição falida, que seria melhor abandonar; há quem faz novela sobre a família para passar a ideia de que tudo mudou e que há muitos modelos de família, todos com igual direito ao reconhecimento da sociedade; nestes tempos de exacerbação da individualidade e da subjetividade, também a realidade família dependeria da criatividade de cada um e já não existiria mais um referencial comum de família, válido para todos...

Não há dúvida de que a família enfrenta hoje uma crise cultural profunda, como bem observa o papa Francisco na Evangelii Gaudium (nº 66), que não deixa intactas nem mesmo a identidade e a missão fundamental da família. E esse estado de ânimo tomou conta de setores da própria Igreja e de cristãos, que já não sentem mais segurança sobre o que afirmar a respeito da família e sua missão, apesar dos ensinamentos claros do Magistério da Igreja.

Mas a mesma Igreja não se desencoraja diante das dificuldades e crises enfrentadas pela família e continua a interrogar-se sobre qual é o desígnio divino sobre a família e sobre como ajudá-la a conhecer melhor a vontade de Deus e a corresponder com a vocação da família. Afinal, na sua fé, baseada na Palavra de Deus, a Igreja tem a convicção de que a família não é produto apenas de projetos humanos, mas faz parte de um plano amoroso de Deus em relação ao homem e ao mundo.

Foi com este objetivo que o papa Francisco anunciou a realização a assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos de outubro de 2014, para tratar das situações atuais da família que interpelam a Igreja e desafiam a evangelização. Para preparar esse Sínodo extraordinário, já foi feita uma consulta ampla, através das Conferências Episcopais de todo o mundo, para ter uma visão sobre a situação da família nos mais diversos cantos do mundo e sobre as questões mais desafiadoras para a missão da Igreja.

A Secretaria geral do Sínodo dos Bispos recebeu uma imensidade de respostas e está trabalhando na preparação do instrumento de trabalho para o Sínodo de outubro. O levantamento procurou ser muito realista, não se furtando nem mesmo às questões mais espinhosas vividas pelas famílias.

Com o mesmo objetivo, o papa Francisco já quis ouvir os membros do Colégio Cardinalício, reunidos com ele nos dias 20 e 21 de fevereiro passado. Cerca de 150 cardeais refletiram sobre o “Evangelho da família”: o que Deus quis da família “desde o princípio”, ao criar o homem e a mulher um para o outro? Como o pecado atingiu a realidade e a vida da família? Como o plano de redenção, que Deus realizou em Jesus Cristo em favor da humanidade, envolve também a família? Qual é o lugar da família no conjunto da vida e da missão da Igreja?

Foram dois dias fecundos, de reflexões e testemunhos muito enriquecedores sobre as realidades familiares nos diversos continentes e países; deu para perceber que a problemática da família não é a mesma em toda parte e que os problemas são mais acentuados nos países ditos “ocidentais”, onde a crise cultural é mais profunda. Não se deixou de refletir sobre as situações, sempre mais frequentes, dos casais que vivem uma segunda ou terceira união, depois de desfeito o casamento. Há sincero desejo da Igreja de ajudar esses casais a viverem na Igreja e a perseverarem na fé, mesmo quando não lhes é possível receberem a santa comunhão. As questões a enfrentar, porém, são complexas e não se devem esperar respostas simplistas.

O papa Francisco convidou a Igreja a viver o “caminho sinodal” dos próximos dois anos com interesse, confiança e muita oração, para discernir com serenidade o que Deus está pedindo à sua Igreja neste momento de sua história.

Papa Francisco nos convida a rezar à Sagrada Família para o próximo Sínodo dos Bispos sobre a família:

ORAÇÃO À SAGRADA FAMÍLIA

Jesus, Maria e José,
em Vós, contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
a Vós, com confiança, nos dirigimos.

Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
escolas autênticas do Evangelho
e pequenas Igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais se faça, nas famílias, experiência
de violência, egoísmo e divisão:
quem ficou ferido ou escandalizado
depressa conheça consolação e cura.

Sagrada Família de Nazaré,
que o próximo Sínodo dos Bispos
possa despertar, em todos, a consciência
do carácter sagrado e inviolável da família,
a sua beleza no projeto de Deus.

Jesus, Maria e José,
escutai, atendei a nossa súplica.

Fontes: http://www.cnbb.org.br/outros/cardeal-odilo-pedro-scherer/13775-a-caminho-do-sinodo-sobre-a-familia
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