Catequistas de Conquista

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O uso da Bíblia na catequese


"Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor. Luz para o meu caminho" (81119. 10s).

Costuma-se dizer que a Bíblia é o principal livro da catequese, a mais importante fonte do processo de evangelização. E isso é fácil de entender, pois sabemos que a Bíblia é para nós Palavra de Deus. Se na catequese o que se pretende é ajudar o catequizando a realizar o seu encontro com Deus, fica clara a importância da Palavra de Deus, por meio da qual se realiza esse encontro.

A catequese deve, portanto, ser centrada na Palavra de Deus. O catequizando deve aprender a escutar a Bíblia e deve ser incentivado a vivenciá-la. Por meio da Palavra, Deus se comunica conosco e nós nos comunicamos com Ele.

No entanto, o uso da Bíblia na catequese pode trazer algumas dificuldades. Por isso, damos algumas dicas.



1. QUANTO À LINGUAGEM BÍBLICA


As traduções da Bíblia, em geral, não empregam uma linguagem acessível a catequizandos e adolescentes. Às vezes, nem o adulto entende direito o vocabulário bíblico. E não só o vocabulário traz dificuldades, mas também certas noções históricas e certos costumes dos povos antigos, que entram como personagens das Escrituras, nem sempre serão facilmente compreensíveis.

Por outro lado, algumas versões da Bíblia para crianças deixam muito a desejar, pois desfiguram completamente certos textos. O desejável seria uma tradução que não desfigurasse tanto, mas apresentasse uma linguagem compreensível, de acordo com a idade dos catequizados.

Certos manuais adotam o costume de apresentar uma versão do texto bíblico numa linguagem apropriada à turma. Nesse caso é preferível não ler o texto na Bíblia, mas no próprio manual. O importante, quando se fala do uso da Bíblia, não é estar com a Bíblia na mão, mas compreender sua mensagem. Certas expressões ou frases, que escapam totalmente do universo mental da criança, precisam ser, no mínimo, adaptadas e, às vezes, excluídas.

Quando se trabalha, no entanto, com adolescentes, jovens ou adultos, principalmente se eles já têm certa caminhada, é importante familiarizá-los com a Bíblia Sagrada. Nesse caso, o catequista incentivará a turma a adquirir a Bíblia – de preferência completa – e a levá-la para os encontros. E será preciso todo um cuidado para treinar o manuseio da Bíblia e para explicar aquilo que não se compreende à primeira vista. Nesse caso, depois de proclamar o texto, é preciso compreendê-lo, explicando seu vocabulário e seu sentido, para depois partilhá-lo e tirar dele conclusões.

Pensamos que qualquer texto bíblico pode ser traduzido de modo a ser compreendido por crianças de qualquer idade. Essa tradução, no entanto, deve ser feita por quem entende das Sagradas Escrituras. E  por isso é favorável apresentar, no manual que serve de base para os encontros, uma versão de cada texto a ser usado, em linguagem acessível

2. QUANTO À SELEÇÃO DE TEXTOS

Apesar de a Bíblia ser um livro básico na catequese, o processo catequético não consiste num mero estudo dela. Do ponto de vista pedagógico, seria inconcebível na catequese – e ninguém pensa nisso – estudar a Bíblia do começo ao fim, seguindo seus esquemas históricos e canônicos.

A seleção de textos para cada encontro levará em consideração o conteúdo que se quer transmitir. A catequese é organizada a partir de certos conteúdos fundamentais no processo de evangelização. Primeiro, decidimos os conteúdos. Depois, procuramos a fundamentação bíblica. Os textos bíblicos servirão de base e suporte para a transmissão dos conteúdos.

Com isso, entendemos duas coisas:

1. Não se pode, na catequese, ler os livros bíblicos do começo ao fim, sem organizar os textos a partir dos conteúdos programados. Dizemos isso porque o catequista poderia ter a tentação de ir comentando textos bíblicos aleatoriamente, sem um programa de conteúdos. Não daria certo.

2. Não se pode também realizar aquele tipo de leitura bíblica, infelizmente comum em certos círculos de espiritualidade, em que se abre a Bíblia a esmo e se lê o primeiro texto que os olhos encontram, como se essa fosse a vontade de Deus para aquele momento. Isso é inconcebível não só na catequese, mas também fora dela. Fica parecendo uma tentativa de tirar sorte com a Bíblia, forçando Deus a revelar sua vontade na hora em que a gente quiser. É manipulação, como uma cartomante joga as cartas para descobrir a “vontade dos astros”. Não é esse o caminho.

Os roteiros de catequese devem apresentar, como é costume, uma sugestão de texto bíblico que se encaixe dentro do assunto de cada encontro.


3. QUANTO À PROCLAMAÇÃO DOS TEXTOS

Um cuidado especial se deve ter ao proclamar um texto bíblico na catequese. Toda leitura deve ser bem-feita. Mas, se vamos ler um texto que traduz a Palavra de Deus diante do grupo, isso exige cuidados especiais.

Primeiro, é preciso preparar a turma para escutar a proclamação. É preciso criar um clima de silêncio e concentração. Se a turma estiver inquieta, nem adianta proclamar nada. Os ouvidos estarão ligados em outras coisas. Primeiro, faz-se silêncio. Depois, proclama-se o texto.

Outro cuidado importante é fazer, antes da proclamação, breve comentário a respeito do texto. O comentário desperta a curiosidade de quem vai ouvir e facilita a compreensão. É como se faz na liturgia: antes de proclamar o texto bíblico, um comentarista motiva a assembléia. Essa motivação faz com que o povo se ligue no que vai ser proclamado.

A postura também é importante. Talvez seja melhor o pessoal estar sentado. Mesmo que seja um texto do Evangelho, pode ser ouvido em pé. Mas catequese não é missa. Deve-se levar em conta que o encontro catequético costuma iniciar-se com todos em pé. Também a oração inicial costuma ser feita nesta posição. Então, quando chega a hora da Palavra, todos já querem se sentar. E essa é uma boa posição para se concentrar e ouvir atentamente.

Talvez o catequista, no entanto, ao ler, devesse ficar em pé diante de todos. Isso ajudaria até para que sua voz se tornasse mais fácil de ouvir. Seria um modo mais solene de proclamar o texto. E ainda produziria um efeito disciplinar melhor, já que, estando o catequista em posição de destaque diante da turma, os catequizandos são mais facilmente induzidos a respeitá-lo.

Por falar em voz, não se pode nunca esquecer que o texto bíblico deve ser proclamado com voz clara e boa dicção, respeitando a pontuação e caprichando na entonação. O tom da voz e a boa leitura são fundamentais para a compreensão do texto. Um texto lido, por exemplo, sem pontuação, torna-se incompreensível. Por isso, é preciso treinar a leitura com antecedência, compreendendo bem o sentido de cada frase.

A entonação da voz é outro ponto que exige cuidado. Entonação é o tom que a pessoa dá à voz, quando começa a ler. Durante a leitura, o tom de voz deveria mostrar naturalidade. A pessoa que está ouvindo deve ter a impressão de que o leitor está como que conversando. O segredo é a naturalidade. Normalmente, quando vamos ler, mudamos completamente a voz e começamos a “cantar” o texto, dando aqueles arrancos forçados na interrogação. Fica tão artificial! Não cante o texto. Proclame-o conversando. E use um volume de voz suficiente para que a leitura seja audível. Não é preciso gritar o texto. Mas também não se deve sussurrá-lo, como se fosse segredo.

É preciso lembrar ainda que há enorme diferença entre proclamar um texto e contar uma história. Na Pré-evangelização, como lidamos com crianças muito novas – 5 a 7 anos – os textos bíblicos vêm em forma de histórias. A história não é propriamente uma tradução do texto bíblico. Ela é mais uma adaptação do texto. Uma história não deve ser lida, deve ser contada, dramatizada. Principalmente, se estivermos lidando com crianças de 5 a 7 anos, como acontece na Pré-evangelização.

Contar histórias é uma arte. O catequista deve usar sua imaginação e sua criatividade, para encantar as crianças. Pode usar fantoches, máscaras, roupas especiais. Pode se movimentar de um canto para outro, atraindo sobre si os olhares da turma. Pode gesticular à vontade, usando mímicas e posturas: deve fazer tudo isso.

Pode arremedar os personagens, criando vozes diferentes para cada um. É uma verdadeira encenação. O critério será sempre a reação do grupo. Se mostra que está gostando, vá em frente. Se reage mal, mude de tática.
4. QUANTO AO COMENTÁRIO DOS TEXTO

O comentário dos textos, como é proposto nos encontros, é uma verdadeiro aprofundamento do tema, a partir dos textos proclamados. Não basta explicar e compreender o texto. É preciso compreender sua ligação com o tema do encontro. Essa ligação eqüivale à aplicação do texto à realidade da vida.

O texto bíblico não é um fim em si mesmo. Ele serve para iluminar a vida. Então, é preciso ficar claro em que sentido o texto a ilumina. Qual é a mensagem que ele traz?

De um único texto, costuma ser possível tirar várias mensagens. Como o catequista vai saber conduzir a reflexão sobre o texto sem fugir do assunto? É só ficar atento ao tema e ao objetivo de cada encontro. Há um risco enorme de se sair do assunto e conversar sobre um tanto de coisas, sem concluir nada. Se a curiosidade da turma puxa o assunto noutra direção, satisfaça, enquanto possível, essa curiosidade. Mas depois volte ao assunto principal para concluir a reflexão.

O texto bíblico não deve ser visto como uma camisa-de-força para limitar a reflexão. Ao contrário, ele é o ponto de partida para uma conversa de aprofundamento do tema.

É importante que o momento da reflexão seja momento de diálogo. O catequista não deve se sentir num púlpito fazendo sermão. Deve, sim, conversar com a turma e ajudá-la a debater o assunto. Mais importante que falar é deixar falar, induzindo todos a se expressarem. Quando só o catequista fala, ninguém garante que a turma tenha se ligado à reflexão. Mas quando o grupo fala, tem-se a certeza de que de algum modo houve interiorização.

O momento do comentário é privilegiado para perguntar, tirar dúvidas, esclarecer. Deve-se dar essa liberdade aos catequizandos, mas sem perder o controle do debate, prolongando-o em demasia. Às vezes, quando o tema desperta interesse, a turma parece querer passar o resto do dia em discussão. O catequista saberá dosar tudo isso para que o encontro não vá muito além do horário programado. O segredo é buscar a objetividade.

Quando o assunto exige, para sua compreensão, certa organização lógica, costumamos sugerir que se use algum recurso didático apropriado, que venha auxiliar a reflexão: cartazes, faixas, álbuns seriados. Esses recursos facilitam a organização das idéias e proporcionam uma síntese mais conveniente. Quando o assunto é mais intuitivo e depende mais da opinião pessoal, costumamos sugerir alguma forma de partilha. A partilha é importante porque ajuda cada um a emitir suas opiniões. Afinal, o catequizando precisa ser incentivado a elaborar o seu pensamento a partir dos conteúdos apresentados. A partilha é possível é útil em qualquer idade. Só vai diferir quanto ao seu conteúdo. Mesmo uma criança de cinco anos já sabe emitir opiniões sobre os temas propostos, desde que compreenda o assunto.

5. QUANTO AO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

Enfim, é importante frisar aqui o aspecto da comunicação que deve merecer atenção em todos os momentos do encontro, principalmente na hora do comentário.

                                                                            
Podemos falar novamente da comunicação horizontal e vertical que engloba todo o processo de reflexão da Palavra de Deus. A comunicação horizontal vai do catequista ao catequizando e, deste, retorna ao catequista. A comunicação vertical vai de Deus ao catequizando e, deste, retorna a Deus, em forma de adesão íntima e pessoal. Vejamos melhor esses quatro aspectos. Se faltar um deles, o processo de evangelização ficará incompleto.

1º) O catequista precisa se comunicar com os catequizandos, saber uma linguagem que eles entendam, de um modo que apreciem. Há dois problemas possíveis aqui. O primeiro é quando nem o catequista entendeu direito o assunto e, por isso, não consegue comunicá-lo com clareza. Ninguém então entende nada. O segundo é quando o catequista assume certas atitudes que produzem antipatia na turma como o mau humor, a falta de graça, o moralismo, o autoritarismo, a dificuldade de ouvir o catequizando, o monopólio da verdade (que acontece quando o catequista se coloca como o dono da verdade, em ouvir a posição dos catequizandos) – tudo isso pode prejudicar a empatia, principalmente – mas não somente – quando se lida com crianças já mais amadurecidas ou a partir da adolescência.

2º) O catequista precisa também abrir um canal de comunicação com os catequizandos. Se a comunicação vai apenas do catequista ao catequizando, e não retorna, será deficiente. Às vezes, essa comunicação de retorno é mais difícil. O catequista precisa de certo jeito para escutar a turma, compreendendo sua realidade, suas idéias, suas opiniões, seu mundo. Comunicação sem retorno é sempre incompleta. É como quando se envia uma carta que fica sem resposta. É pela resposta dos catequizandos que se perceberá com que profundidade acolheram e assimilaram o assunto, transformando-o em expressões próprias de seu conhecimento. O catequizando não precisa sair da catequese repetindo tudo o que o catequista afirmou. O que se espera é que o catequizando seja confrontado com toda a mensagem proposta e possa se posicionar diante dela, elaborando seu conhecimento. Nesse sentido, o catequista não se desespere se a turma questionar e protestar, parecendo não concordar com certos temas. Talvez haja maior assimilação ao protestar que ao se calar. Esse raciocínio, no entanto, não dispersa o catequista de usar todo o seu poder de convencimento, para gerar na turma uma adesão aos valores propostos.

3º) O catequista precisa estabelecer a comunicação de Deus com os catequizandos. A Palavra que se ouviu é Palavra de Deus. Com as devidas proporções, é Deus falando. A turma precisa ouvir a Palavra como coisa de Deus. Deus quer nos comunicar algo. Estamos, entretanto, diante de afirmações delicadas e perigosas, pois certos conceitos como Palavra de Deus, voz de Deus, vontade de Deus nem sempre são muito claros. É preciso ter cuidado para não colocar nossa vontade como sendo vontade de Deus. Nem mesmo podemos colocar a vontade da Igreja como desejo último de Deus. São três coisas distintas. Ao emitir sua opinião, o catequista deve deixar claro que se trata de sua opinião. Ao comentar a doutrina da Igreja, precisa deixar claro que é o pensamento da Igreja, , sempre voltado, é claro, para a busca do bem de toda a humanidade. A vontade de Deus, no entanto, será sempre um mistério. Cada pessoa a ouvirá diretamente em seu coração, em sua consciência. O catequizando aprenderá a concluir o que Deus lhe mostra, a partir de tudo, quando se reflete num encontro. Mas a comunicação de Deus ao catequizando acontecerá sempre no íntimo de cada um. Por isso, é bom evitar expressões ambíguas, tais como: “Deus me disse isso”, “Deus está dizendo aquilo”, “Deus me revelou tal coisa”. A não ser em frases genéricas e óbvias, como: “Deus quer o bem de todos”.

4º) O catequista precisa ainda incentivar a comunicação dos catequizandos com Deus. Trata-se de dar uma resposta, um retorno àquela iluminação divina que tiver sido captada a partir da reflexão sobre a Palavra. Mais uma vez, é preciso frisar que também essa resposta acontecerá no íntimo de cada um e dependerá de quanta luz o catequizando absorveu pela reflexão e por todo o encontro. Essa resposta é que produzirá depois a tão propalada mudança de vida. Mas não muito como induzir mudança de vida. O que o catequista pode e deve fazer é iluminar ao máximo o coração do catequizando, com a luz da reflexão, proporcionando assim a mais clara adesão que ele for capaz. Mas essa capacidade será sempre muito pessoal e dependerá de muitos outros fatores que escapam ao controle do catequista. A melhor resposta à Palavra de Deus é a simpatia e o amor do catequizando com Deus eqüivale a regar esse amor e essa simpatia, criando condições favoráveis para que floresça no coração de cada catequizando uma atração forte por Deus.

Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/materia/biblia/catequese_biblia/02.htm


Metodologia na Catequese

Nenhuma metodologia dispensa a pessoa do catequista no processo da catequese. 
A alma de todo método está no carisma do catequista, na sua sólida espiritualidade, em seu 
transparente testemunho de vida, no seu amor aos catequizandos, na sua competência quanto ao 
 conteúdo, ao método e à linguagem. O catequista é um mediador que facilita a comunicação 
 entre os catequizandos e o mistério de Deus, das pessoas entre si e com a comunidade” 
 (DNC 172) 

1. Importância da Metodologia na ação catequética 

Uma das preocupações mais intrigantes para os catequistas é com relação à Metodologia. Cada vez mais nos defrontamos com a necessidade de melhorarmos e crescermos na missão catequética. Ao preparar um encontro catequético sempre vêm à mente aquelas perguntas: “como vou preparar o meu encontro?”, “de que maneira vou trabalhar com os catequizandos?”, “qual o caminho a percorrer?”. 
A palavra método é uma palavra de origem grega (méthodos, do grego – odós, caminho), que quer dizer caminho, estrada que ajuda a chegar aonde que se quer, isto é, alcançar a meta proposta. 
O método catequético supõe uma ação de planejamento, o qual requer: 
a) “domínio” do conteúdo a ser transmitido (O QUÊ?) 
b) conhecimento da realidade e da vida dos catequizandos (QUEM?) 
c) objetivos claros e concretos (PARA QUÊ?) 
d) discernimento para escolher o melhor caminho, o método mais apropriado (COMO?) 
e) capacidade para agendar as datas e administrar bem o tempo (QUANDO?) 
f) clareza quanto à razão da sua missão e do caminho a ser percorrido (POR QUÊ?) 

A catequese pode ter vários métodos. Assim, como para se chegar a um endereço determinado, pode-se fazer uma longa caminhada, passar por desvios e pontes desnecessários ou encontrar a maneira mais rápida para chegar à meta proposta. 
Na educação da fé pode acontecer o mesmo. Quando não temos objetivos claros e nem sabemos como realizar o que desejamos, podemos nos perder no caminho sem chegar a alcançar a meta proposta. Na catequese, precisamos percorrer os caminhos mais adequados para vivenciar um processo eficaz: “Para isto, é preciso não esquecer que além dos objetivos, precisamos ter em mente a realidade em que trabalhamos (rural, periferia, urbana), os destinatários com suas experiências, cultura, idade, os conteúdos a serem refletidos, vivenciados, o uso de uma linguagem adequada, e a comunidade que é fonte, lugar e meta da catequese” (Marlene Bertoldi). 
A Conferência de Aparecida fez sobre a caminhada da Igreja Latino-Americana fazendo uma séria reflexão sobre os métodos utilizados pela Igreja na Catequese e na Ação Evangelizadora. 
Depois de elencar as conquistas e os aspectos positivos (a animação bíblica da pastoral, renovação litúrgica, empenho dos ministros ordenados e dos leigos e religiosos, a ação missionária e a renovação pastoral da Igreja), a conferência apresentou algumas sombras e retrocessos (reducionismos, enfraquecimento da vida cristã, falta de acompanhamento aos leigos, florescimento de espiritualidade de cunho intimista, linguagem distante da Igreja, escassez de vocações, católicos afastados, trânsito religioso, pluralismo religioso, afastamento e falta de coragem e perseverança na fé), dentre os quais, elencamos duas:

• “Percebemos uma evangelização com pouco ardor e sem novos métodos e expressões, uma ênfase no ritualismo sem o conveniente caminho de formação, descuidando outras tarefas pastorais” (DA 100 c).

• “Na evangelização, na catequese e, em geral, na pastoral persistem também linguagens pouco significativas para a cultura atual e em particular para os jovens. (...) As mudanças culturais dificultam a transmissão da Fé por parte da família e da sociedade” (DA 100 d). 

Tal constatação nos convida a re-pensar nossa ação catequética, procurando novos caminhos 
e novos meios para transmitir a mensagem de fé. Sobre a importância do método, convém refletir 
alguns aspectos inerentes: 
Método Catequético supõe um caminho a ser trilhado, a ser construído. Como diz o provérbio: “não há caminho pronto, caminho se faz ao caminhar”. 
O catequista faz parte do Método Catequético: seu jeito de ser, olhar, escutar, falar, sorrir, questionar, trabalhar, pontuar e agir; 
O Método supõe sempre uma ação comunitária: ele passa pela partilha em grupo e aproveita os espaços onde há reflexão, planejamento, ação e avaliação; 
Método é uma experiência de convivência e de amizade. O método transforma as pessoas, de desconhecidas a bons amigos. Aqui não há espaço para isolamento, inimizades ou monólogos. 
Jesus fez do seu seguimento um método bastante eficaz para os seus discípulos. Ele mesmo se colocou como caminho (Jo 14, 6); 
Método é procedimento: acolher, ver, iluminar, agir, celebrar e avaliar; 
Método é interação: Fé, Vida e Comunidade; 
Método é aprendizagem (aprender-fazendo, aprender-ensinando) e oportunidade para aprimorar a escuta (ouvir-rezando; ouvir-sentindo e ouvir-amando). 
Método é comunicação através da linguagem verbal e não verbal (gestos e símbolos); 
Método é ação criativa e dinâmica. É caminho de construção, instrução e desconstrução. 

2. O Encontro Catequético 

“A pedagogia catequética tem uma originalidade específica,  pois seu objetivo é ajudar as pessoas no caminho rumo à maturidade na fé, no amor e na esperança”. (DNC 146) 

O encontro de catequese não é uma aula, e não há aluno e professor, mas catequizando e catequista. O encontro catequético é um encontro de fé, espaço privilegiado de educação e amadurecimento da fé. 

O encontro é uma feliz oportunidade para aprender, ensinar, sentir, criar, descobrir e experenciar. A catequese é exigente! Não dá para ficar com aquela idéia de que basta ter boa vontade para fazê-la. Todos devem estar preparados para a catequese: o catequizando, o qual deve estar motivado para participar e o catequista, o qual deve ter preparo e testemunho de fé. A comunidade também tem um papel importante para a catequese, como escola de comunhão e acolhida e ambiente propício para a iniciação e o testemunho da fé. 

A metodologia da Catequese é a metodologia da Igreja. Ela contempla alguns passos importantes: VER – ILUMINAR – AGIR – CELEBRAR - AVALIAR. Dentro do encontro catequético, estes momentos podem ser contemplados. 

Mais do que nunca, o século XXI exige de nós catequistas uma nova maneira de evangelizar e catequizar as crianças, jovens e adultos. Sonhamos com uma catequese que parta da realidade, que seja iluminada pala Palavra de Deus. Sonhamos com uma catequese que valoriza os laços de amizade e os sentimentos. Sonhamos com uma catequese comprometida com os valores do Reino de Deus. Sonhamos com uma catequese que conduza nossos catequizandos a serem autênticos e fiéis seguidores de nosso Mestre Jesus. 

 Para que isso aconteça, não existem receitas prontas. Existem caminhos que precisam ser trilhados. Cabe a cada catequista, de acordo com sua realidade, descobrir qual o melhor método (caminho) a ser seguido para que a catequese alcance seu objetivo de construir comunidades catequizadoras comprometidas com a verdade e a justiça, numa educação contínua de fé, à luz da Palavra de Deus, para serem sinal do Reino entre nós. Eis algumas dicas para melhorar a qualidade do encontro catequético: 

1. Conheça o seu grupo de catequizandos, chamando-os pelo nome. Interesse-se por conhecer cada família e a realidade de cada um. 
2. Busque apoio em alguém para resolver as dificuldades surgidas; seu coordenador deve estar a par de tudo. 
3. Procure variar a disposição dos lugares na hora do encontro. a disposição em semi-círculo é sempre muito boa: todos se olham de frente. 
4. Evite as improvisações. Prepara cada encontro com antecedência. Tenha seu caderno de preparação e avaliação sempre em dia e em ordem. 
5. Evite a rotina. Aproveite para isso as celebrações e revisões. Quando sentir que o grupo está desinteressando, prepare um encontro-surpresa: passeio, confraternização, jogo... 
6. Procure conhecer o conjunto da programação e do material que pode ser utilizado na catequese. Isso lhe dará segurança. 
7. Use com critério e criatividade o seu material à sua disposição. Saiba inculturar de acordo com a realidade de cada um. 
8. Procure valorizar e acompanhar os catequizandos, dando-lhes algumas responsabilidades e oportunidades para participar ativamente do encontro catequético. 
9. Esteja sempre em contato com a coordenação. Ela ajudará você a resolver suas dúvidas e você sentirá que não está sozinho nessa obra. Não desanime! O trabalho que vale a pena, sempre exige compromisso e sacrifício. 
10. Não se interesse pelo catequizando somente no momento do encontro. Ele precisa ter a certeza de que você está pensando nele, querendo o seu bem. Procure saber do que ele gosta, quais seus problemas. 
11. Participe intensamente de sua comunidade. Carregue no coração a alegria de pertencer a uma comunidade cristã, mesmo com suas dificuldades. Lembre-se de que você é um legítimo representante e servidor da Igreja, no ministério do anúncio da Palavra. 
12. Seja uma pessoa de oração. Reze. A Palavra de Deus deve ser para você um livro de meditação diária. Não uma oração alienada da realidade, mas uma oração comprometida com a vida e a realidade. 
13. Seja freqüente nos encontros de formação de catequese, correspondendo ao chamado de Deus com responsabilidade. Seja presente e atuante na vida da sua comunidade. Seu testemunho de vida é a forma mais eloqüente para viver o ministério. 

3. Como preparar um encontro catequético: 

 Visto os meios e recursos disponíveis, o catequista deve preparar antecipadamente o encontro. E como preparar um encontro de Catequese? Eis alguns passos: 
1. Olhar a realidade: quem são? Crianças? Adolescentes e Jovens? Adultos? Onde vivem? 
2. Traçar o objetivo do encontro: o que se pretende alcançar com esse encontro? qual sua finalidade? Tente formular um objetivo bastante simples e bem concreto. Algo bem “pé no chão”. 
3. Escolher o conteúdo: qual a mensagem a ser anunciada? Que tema trata o encontro? Qual o texto da Palavra de Deus será proclamado e refletido no encontro? Quais as perguntas que poderão ser feitas a fim de ajudar a entender o texto? 
4. Selecionar o método apropriado: como chegar lá? Quais os meios e recursos serão utilizados para transmitir a mensagem? 
5. Executar o que foi planejado: colocar em prática tudo aquilo que foi preparado com antecedência. 
6. Avaliar o encontro: o objetivo do encontro foi alcançado? Se não foi, por quê? Houve imprevistos? O que não ficou claro e precisa ser esclarecido? Houve uma boa 
participação? 

4. Regras de ouro para o bom êxito de um encontro: 

a) Divida bem o tempo do encontro, de modo que a metade seja ocupada pelos catequizandos, incentivando sua participação e entrosamento nos temas abordados. 
b) Evite atrasos. Saiba chegar com antecedência para os encontros. Assim você terá oportunidade para preparar o ambiente e acolher cada catequizando que chega. 
c) Inicie sempre os encontros com uma oração. Pode-se invocar o Espírito Santo, fazer uma oração espontânea. Faça uma pequena recordação da vida, para colocar na oração intenções, nomes de pessoas ou fatos ocorridos na semana e que merecem nossa atenção. 
d) Procure primeiro OUVIR. Retenha seu saber para despertar nos outros o prazer pela busca, pela partilha e pela construção de novas idéias. 
e) Valorize as colaborações dos catequizandos, mesmo que suas idéias não estejam muito claras. Saiba dar o devido valor à partilha e ao trabalho do grupo. 
f) Tente inspirar confiança, respeito e alegria através da sua presença. Não tente inibir o catequizando com o seu olhar e outras posturas. 
g) Valorize a diversidade e os dons de cada um. Você não é poeta? Algum catequizando talvez o seja. Você não canta? Algum talvez cante. 
h) Quando for necessário dialogar, não queira que a sua idéia ou sua cabeça prevaleça. Aponte caminhos, mas nunca feche assuntos e questões. 
i) O catequista também ensina, em nome da Igreja, por isso, apresenta a verdade de fé, não segundo suas intuições, mas de acordo com o que a Igreja prega e ensina. 
j) Ao escolher uma criatividade ou dinâmica para os encontros procure variar, levando em conta os cincos sentidos: ouvir (audição); ver (visão); degustar (paladar); cheirar (olfato); trabalhar as mãos (tato). É bom variar pra não cansar explorando somente um sentido! 
k) Saiba criar dinâmicas de acordo com as idades dos catequizandos: desenhos, gestos, cantos, gincanas, jogral, encenação, trabalhos em grupos, gravuras, recortes de jornal, slides, fantoches, histórias em quadrinhos, audiovisuais, filmes, poemas, cartazes, pintura, etc... 
l) Saiba colocar um toque de humor em cada encontro. O encontro de catequese não pode ser uma reunião séria, como se fosse uma reunião de executivos. Tem que haver descontração, deve saber equilibrar,oferecendo possibilidades de desenvolver o lúdico. 
m) Se os catequizandos falam alto demais, fale mais baixo. Você adquire o silêncio, sem ter que perder a paciência, ou pior sem ter que berrar achando que vai apaziguar a situação. 
n) Não humilhe, não despreze e nem deixe ninguém de lado. Saiba controlar aqueles que facilmente participam para não intimidar mais ainda os que ficam muito quietos e sem iniciativa. 
o) Cada um é um. Por isso, evite fazer comparações entre os catequizandos. 
p) Quando dar alguma atividade em grupo, procure perceber se está havendo a participação de todos, ou se tem algum que não se envolve. Procure ter essa sensibilidade para não deixar essa situação atrapalhar a participação e a aprendizagem de todos. 
q) Saiba ser presença junto a cada catequizando, ao longo do encontro. Mantenha uma comunicação com cada um é a melhor forma de obter disciplina. Você poderá se comunicar efusivamente com o olhar, um gesto, um sorriso e uma palavra, sem soar como se estivesse vigiando ou desconfiando da capacidade do catequizando. 
r) Apresente os objetivos do encontro de forma atraente e desejável. Nunca falar claramente, deixe sempre um enigma a desvendar no final. 
s) Terminar o encontro com uma oração e sempre que puder ajudar o grupo a assumir um propósito para ser realizado naquela semana e que esteja em sintonia com o tema que foi refletido.
t) Além dos encontros aproveitar para celebrar a vida e a fé, as alegrias e as dores, os desafios e os anseios da caminhada. Recorrer ao ofício Divino, à celebração da Palavra, terço, e outras manifestações de fé. 

5. A linguagem na catequese: 

 Vivemos na sociedade da informação e da tecnologia, marcada pelos impactos da globalização. E a catequese se coloca diante desse mundo plural com várias vozes e vários estereótipos. Junto aos areópagos da pós-modernidade, a catequese tem a missão de tornar não só clara e audível, mas também crível, a Palavra de Deus, precioso tesouro anunciado ao longo dos séculos pelos profetas, mártires, discípulos e discípulas que ardorosamente deram seu testemunho com coragem e alegria. 
Não é possível pensar que hoje todos tenham de ter uma única linguagem, um mesmo jeito de falar e de anunciar a mensagem cristã. Contudo é possível que todos procurem entender a essência da mensagem e a ela possam aderir, transmitindo ao mundo pela fidelidade, a fé que edifica o Reino de Deus. Não há como haver uma única linguagem, mas é possível que todos estejam sintonizados na mesma freqüência que oriunda do Evangelho.
O Diretório Nacional de Catequese coloca como desafio: “formar catequistas como comunicadores de experiências de fé, comprometidos com o Senhor e sua Igreja, com uma linguagem inculturada que seja fiel à mensagem do Evangelho e compreensível, mobilizadora e relevante para as pessoas do mundo de hoje, na realidade pós-moderna, urbana e plural” (DNC 14b). 
 Enfim, falar de linguagem é falar de inculturação e esta prática torna-se cada vez mais irrenunciável para a ação catequética: “a catequese tem a missão permanente de inculturar-se, buscando uma linguagem capaz de comunicar a Palavra de Deus e a profissão de fé (Credo) da Igreja, conforme a realidade de cada pessoa” (DNC 149). 

Para ajudar a reflexão: 

“No método, são importantes a linguagem adequada e os meios didáticos. É necessário adaptar-se aos interlocutores, usando uma linguagem compreensível, levando em conta a idade, cultura e circunstâncias. Às vezes a transmissão da mensagem evangélica fica prejudicada pelo uso de uma linguagem inadequada. (...) A catequese faz uso da linguagem bíblica, histórico-tradicional (Credo, liturgia), doutrinal, artística e outras. É preciso, porém, estimular novas expressões do Evangelho com linguagens renovadas e comunicativas como a linguagem sensorial e midiática (rádio, TV, internet) e outras. O emprego dos meios didáticos e o uso de instrumentos de trabalho são úteis e mesmo necessários para a educação da fé. Por isso, a Igreja capacita os catequistas para resgatar e assumir os valores da cultura do povo, estimulando a inculturação do evangelho” (DNC 163). 

“a pedagogia da fé precisa então atender às diversas necessidades e adaptar a mensagem e a 
linguagem cristãs às diferentes situações dos interlocutores (DNC 179). 

“A catequese é chamada a anunciar com vigor o Evangelho ao coração da cultura e das culturas”
(DNC 224). 

Fonte:http://catequistabr.dominiotemporario.com/doc/CBV-CATEQUISTA-FORMACAO-DIO-PA-04.pdf

O que é um catequista?


Duas palavras que aparecem na carta de S. Paulo aos Gálatas podem ajudar-nos na compreensão de quem é um catequista e qual a sua missão: “Quem está a ser instruído (katekoúmenos) na Palavra esteja em comunhão com aquele que o instrui (katekón)” (Gl 6, 6).

Podemos afirmar, sem lugar a dúvidas, que desde os inícios da pregação apostólica se empregaram as palavras que, com o evoluir dos tempos, deram origem aos nomes catequista e catequese. O verbo katekein significa fazer ressoar no coração dos ouvintes a palavra anunciada e, tal como afirma a carta aos Gálatas, o catequista (ketekón) é o que ensina e o catecúmeno/catequizando (katekoúmenos) é aquele que se prepara para receber os sacramentos da iniciação cristã.

Educador básico da fé

Sendo assim, o catequista aparece como o educador básico da fé porque a missão que realiza é a de capacitar basicamente os catequizandos para entender, celebrar e viver o Evangelho de Jesus, na linha daquilo que os documentos definem por catequese ao “procurar compreender o significado dos gestos e das palavras de Cristo e dos sinais por Ele realizados, e fazer que os catequizando se ponha, não apenas em contacto, mas em comunhão, em intimidade com Jesus Cristo” (CT 5).

A catequese é como que um noviciado dos cristãos (AG 14), isto é, o período de amadurecimento da conversão inicial, a etapa na qual os convertidos se iniciam em todos os aspectos da vida da comunidade para se poderem integrar nela de uma forma adulta e como sujeitos activos na sua construção. Aquele que foi evangelizado, evangeliza por sua vez, e esta é prova da verdade, a pedra de toque de toda a evangelização (cf. EN 25).

A catequese deve proporcionar às crianças e aos jovens “as certezas que temos, simples mas sólidas, porque são elas que os hão-de ajudar a procurar mais e melhor o conhecimento do Senhor” (CT 60). Tal como os alicerces estão para a construção de uma casa ou a coluna vertebral para o nosso corpo, assim está a catequese para a nossa vida cristã. Sem catequese o primeiro anúncio do Evangelho não se desenvolve e não lança raízes no coração dos crentes. Como podemos celebrar e viver a fé se não tivermos uma iniciação global ao mistério cristão?

O grande último documento sobre a catequese publicado pela Igreja, diz-nos em que consiste esta educação básica da fé ao apresentar as características que deve ter a catequese da iniciação cristã:

Uma formação orgânica e sistemática da fé, isto é, que aprofunde o mistério cristão distinguindo-se das outras formas de apresentação da Palavra de Deus;

Uma formação que faça uma aprendizagem de toda a vida cristã, de tal modo que o catecúmeno se sinta fecundado pela Palavra de Deus nas suas experiências mais profundas;

Uma formação de base, essencial, centrada naquilo que constitui o núcleo da experiência cristã (cf. DGC 67).

A catequese tem uma função muito própria dentro da ampla tarefa da educação da fé. Não podemos atribuir-lhe mais campos de acção, nem responsabilidades que já tem no que refere ao ministério da palavra. Nem tudo é catequese na Igreja e devemos evitar atribuir a tudo o que se faz numa paróquia o nome de catequese (catequese para os noivos, catequese para os pais…), para que esta não termine por perder a sua identidade dentro da acção pastoral da Igreja. A sua função específica é a seguinte: a fé cristã é uma fé eclesial e a Igreja “em quem ressoa a voz do Evangelho” (DV 8), proporciona à catequese o seu objecto, isto é, o mistério cristão tal como é acreditado e professado pelo povo de Deus, o meio onde se desenvolve, isto é, as comunidades cristãs que a constituem e a sua meta, que consiste em fazer de cada catecúmeno um membro activo da vida e da missão da Igreja.

Esta incorporação na Igreja implica uma iniciação naquelas mediações (linguagem, doutrina, culto, formas de vida…), através das quais a Igreja expressa e vive a sua fé. O catequista enquanto educador básico da fé é aquele que faz uma iniciação global e sistemática a todas as expressões da fé da Igreja.
P. António Moiteiro
Fonte:http://www.catequese.net/index.php?option=com_content&view=article&id=110%3A-voz-da-catequese-janeiro-fevereiro-2004&catid=43%3Acatequistas&Itemid=63&limitstart=1


 A IDENTIDADE DO CATEQUISTA


A Vocação de Catequista é um dom do qual há que dar graças a Deus. O Catequista participa e prolonga a missão de Jesus como Mestre, pois realiza o mandato do Senhor: ‘Ide e fazei discípulos (Mt 28,19)’. O Catequista surge como alguém chamado por Deus, vocacionado, que acredita no Senhor, com uma fé profunda, consciente do seu ser Igreja, com uma clara identidade eclesial. 

FÉ PROFUNDA – É chamado a ser educador da fé, o catequista deve possuir antes de mais uma profunda vida de fé. Deve estar imbuído de um profundo sentido religioso, com uma experiência madura de fé e um forte sentido de Deus. Isto porque o Catequista deve ser um anunciador de Deus e dizê-lo no mundo de hoje. Ao dizer a sua fé está a responder às inquietações profundas do ser humano.
Na pessoa do catequista verifica-se a interação entre a fé e a vida. 

CLARA IDENTIDADE ECLESIAL – A identidade eclesial provém de uma forte adesão a Jesus Cristo e do seguimento d’Ele. O catequista tem bem clara a sua pertença à Igreja e o seu ser Igreja. Transmite a fé da Igreja como testemunha. Experimenta o seu ser Igreja como algo que faz parte da sua fé. Como agente da Evangelização, age em nome da Igreja e transmite a fé da Igreja.   

ENVIADO PELA COMUNIDADE – O catequista realiza a sua missão no âmbito da Comunidade, da Paróquia, e por mandato desta, pois a catequese é uma responsabilidade de toda a comunidade cristã (DGC 220).  

PREOCUPAÇÃO MISSIONÁRIA – A realidade em que vivemos, com a situação adversa à fé, pede que a Igreja exerça duas ações simultâneas no campo catequético: a acção missionária e a catequese de iniciação. Por isso, acima de tudo o catequista tem de fazer que os catequizandos adiram à fé. A preocupação missionária nasce da alegria de anunciar a Boa Nova e porque se descobriu a grande surpresa que é Cristo.  

SABER ESPECIFICO – Para além da formação doutrinal sólida, deve possuir os princípios básicos da pastoral e o projeto da Igreja Diocesana, dominar toda a programação e conteúdos catequéticos, conhecer as pessoas com quem está a trabalhar e suas motivações, bem como as situações familiares, sociais e de fé dos catequizandos.

FAZER DISCÍPULOS NUMA IGREJA SEMPRE RENOVADA         
A finalidade da ação do Catequista consiste em acompanhar o catequizando num processo de conversão, em ordem em favorecer uma profissão de fé viva, explícita e atuante, ou seja, fazer discípulos de Jesus Cristo. É sempre da Comunidade Cristã que nasce o anúncio do Evangelho, que convida cada pessoa a seguir Cristo.

Fonte: http://catequeseestrela.blogspot.com.br/2009/10/identidade-do-catequista.html

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Campanha da Fraternidade - 2014 "Fraternidade e Tráfico Humano"

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Campanha da fraternidade 2014: "Fraternidade e Tráfico Humano”

Campanha da fraternidade 2014
Campanha da fraternidade 2014

A Campanha da Fraternidade de 2014 trabalhará em sua reflexão no tempo quaresmal o tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1). Os católicos e igrejas pertencentes ao Conselho de Igrejas Cristãs – CONIC – vão estudar, ler, refletir, orar e escolher as ações de combate ao trabalho escravo.

A escolha do tema surgiu pela proposta dos Grupos de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e de Combate ao Trabalho Escravo, da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB).

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou uma estimativa global quanto o aumento de pessoas vítimas do tráfico humano, trabalho forçado e tráfico para a exploração sexual.

Geralmente o crime surge de forma clandestina. São 20,9 milhões de pessoas em todo mundo, sendo que o número de traficados na América Latina e Caribe é de 1,8 milhões.

Já o ofício da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre drogas e crimes estima que 140 mil de pessoas, principalmente mulheres, são traficadas e exploradas sexualmente, sendo que 13% são sul-americanas. A Espanha é principal destino do tráfico, seguida da Itália, Portugal, França, Holanda, Áustria e Suíça.

A Organização Internacional Para Imigrações constatou que há um crescimento bem acentuado na América Latina e Caribe do tráfico de imigrantes. Já a Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou dados que mostram no Brasil 250 casos de trabalho escravo no ano, o que é preocupante. Por outro lado, o Ministério do Trabalho informou que conseguiu resgatar 38.000 trabalhadores.

Adultos, crianças, mulheres e homens, são vitimas do tráfico e os observadores ativistas do Combate do Trabalho Escravo e Erradicação, consideram que a situação do Brasil é muito desafiadora.

Em nosso país a figura do “gato”, que ocorre por meio do aliciamento atinge as pessoas mais vulneráveis. Por esta razão já existem duas Comissões Parlamentares de Inquérito no Congresso Federal.

O tema da Campanha da Fraternidade chegará junto com a Copa de 2014. A campanha será intensificada com um trabalho de conscientização, pretendendo-se assim minimizar esta prática criminosa.

Grandes barragens, linhões e ferrovias; a expansão da monocultura e agronegócio; e até a constatação do avanço de pessoas bolivianas e peruanas traficadas para o Brasil serão discutidos e combatidos com rigor pela Igreja.

cartaz2014


Entenda o significado do cartaz:

1-O cartaz da Campanha da Fraternidade quer refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente.

2-Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e desumanizam a sociedade.

3-As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), especialmente os que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano, representadas pelas mãos na parte inferior.

4-A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do tráfico valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças, adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e por meios violentos. (Fonte: CF 2014).




Hino da Campanha da Fraternidade 2014 – Fraternidade e tráfico humano

É para a liberdade que Cristo nos libertou,
Jesus libertador!
É para a liberdade que Cristo nos libertou! (Gl 5,1)

1. Deus não quer ver seus filhos sendo escravizados,
À semelhança e à sua imagem, os criou. (Cf. Gn 1,27)
Na cruz de Cristo, foram todos resgatados
Pra liberdade é que Jesus nos libertou! (Gl 5,1)

2. Há tanta gente que, ao buscar nova alvorada,
Sai pela estrada a procurar libertação;
Mas como é triste ver, ao fim da caminhada,
Que foi levada a trabalhar na escravidão!

3. E quantos chegam a perder a dignidade,
Sua cidade, a família, o seu valor.
Falta justiça, falta mais fraternidade
Pra libertá-los para a vida e para o amor!

4. Que abracemos a certeza da esperança, (Cf. Hb 6,11)
Que já nos lança, nessa marcha em comunhão.
Pra novo céu e nova terra da aliança, (Cf. Ap 21,1)

De liberdade e vida plena para o irmão… (Cf. Jo 10,10)

Fontes:http://www.cnbb.org.br/campanhas/fraternidade/12900-cnbb-divulga-cartaz-e-os-subsidios-da-campanha-da-fraternidade-2014-fraternidade-e-trafico-humano
http://www.salesianos.br/news/fraternidade-e-trafico-humano-sera-tema-da-campanha-da-fraternidade-2014/


11 de Fevereiro - Nossa Senhora de Lourdes


No dia 11 de fevereiro de 1858, três meninas saem da humilde casa de um desempregado, o moleiro Soubirous, e vão apanhar lenha às margens do rio Gave. São elas: Bernadete, uma irmã e uma amiga.
O tempo está nublado, faz frio e elas precisam atravessar um riacho raso para chegar ao penhasco rochoso de Massabielle. Bernadete sofre de asma, detém-se ao longo da margem, enquanto as outras duas atravessam o rio.
Nisso, um súbito sussurro entre as árvores desperta a atenção de Bernadete, que ergue o olhar e vê na cavidade da rocha uma “Senhora” jovem, belíssima, vestida de branco, que lhe sorri. A menina encontra-se com as duas companheiras e conta-lhes o que viu. 
Os pais, informados pela irmãzinha, proíbem Bernadete de voltar à gruta; depois, vendo-a em lágrimas, cedem e, no domingo, 18 de fevereiro, 20 pessoas para lá se dirigem em companhia da vidente.
A “Senhora” já está esperando por ela. Sorri quando Bernadete borrifa a rocha com água benta: “Tu me queres fazer o favor”, disse-lhe, “de vir aqui a cada 15 dias? Não te prometo a felicidade neste mundo, mas no outro”.
No dia 21 de fevereiro, entre a multidão, acham-se disfarçados três policiais e alguns funcionários do governo. De repente, o rosto de Bernadete se ilumina e os homens descobrem a cabeça quando dos lábios da menina ouvem sair este grito: “Penitência!”
No dia seguinte a Senhora manda beber da fonte... que naquele momento esguicha aos pés da pedra. É a fonte milagrosa! 
No dia 27 de fevereiro convida a menina a beijar a terra como sinal de penitência pelos pecadores. E diz: “Tu mandarás o sacerdote construir aqui uma capela”. Mas o padre Peyramale não é amável com Bernadete: “Pergunta àquela Senhora como se chama”. 
Na noite entre 24 e 25 de março, Bernadete transmite à Senhora o pedido do pároco. “Eu sou a Imaculada Conceição”, responde a Senhora. Uma resposta inesperada, ao menos nessa formulação, e o pároco, tocado, crê. Quatro anos antes, Pio IX proclamara solenemente o dogma da Imaculada, mas Bernadete — “a mais ingênua” dentre as adolescentes da paróquia, que não sabia nem ler nem escrever — o ignorava.
Lourdes torna-se o centro para onde convergem os doentes de corpo e alma, à procura do milagre mais cobiçado: a serenidade. A Bernadete ficou reservado, entre as quatro paredes do convento de Nevers, o privilégio do sofrimento, como penhor da conversão dos pecadores.
Fonte: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=santo&id=949


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Papa na audiência geral: é muito importante ir à Missa ao Domingo; a Eucaristia é salvação


5 de fevereiro de 2014
O Papa na audiência geral: é muito importante ir à Missa ao Domingo; a Eucaristia é salvação

Roma acordou com frio e chuva nesta quarta-feira para a audiência geral na Praça de São Pedro na qual o Papa Francisco desenvolveu uma catequese sobre a Eucaristia:

“A Eucaristia coloca-se no coração da iniciação cristã, juntamente com o Batismo e a Confirmação e constitui a fonte da própria vida da Igreja. Deste Sacramento do amor parte cada autêntico caminho de fé, de comunhão e de testemunho”.

Segundo o Papa Francisco, na Igreja todo o caminho autêntico de fé, comunhão e testemunho parte do sacramento da Eucaristia. A palavra “Eucaristia” significa agradecimento – continuou o Santo Padre – porque, nela, está presente e perdura o gesto mais sublime de ação de graças que alguma vez se elevou da humanidade ao Pai pela sua misericórdia e o seu amor.

“Palavra e Pão na Missa, tornam-se num só, como na Última Ceia, quando todas as palavras de Jesus, todos os sinais que tinha feito, condensaram-se no gesto de partir o pão e oferecer o cálice, antecipação do sacrifício da cruz com aquelas palavras «Tomai e comei: Isto é o meu corpo (…). Tomai e bebei: Este é o cálice do meu sangue”.

Com aquele gesto – continuou o Papa Francisco – o Senhor Jesus derrama sobre nós toda a sua misericórdia e o seu amor e, deste modo, renova o nosso coração, a nossa vida e o nosso modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos.

“Assim, a celebração eucarística é bem mais que um simples banquete: é o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério central da salvação. Memorial não significa só recordação, mas quer dizer que cada vez que celebramos este sacramento participamos no mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo”.

Por isso, quando nos abeiramos deste sacramento – continuou o Papa Francisco – é costume dizer-se que vamos «receber a Comunhão»: na verdade, pela graça e virtude do Espírito Santo, esta participação na Mesa Eucarística configura-nos de forma tão profunda com Cristo que nos faz saborear desde já aquela comunhão plena com o Pai que se vive no banquete do Céu.

O Papa Francisco no final da sua catequese convidou todos os cristãos a participarem na missa dominical não só para rezar mas também para receber a comunhão, este pão que é o Corpo de Jesus Cristo. Afirmou ainda que todas as crianças devem fazer a comunhão e prepararem-se bem para esse sacramento.

No final da audiência o Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:

“Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, desejando-vos que cresçais sempre mais no amor e na adoração da Eucaristia, para que este Sacramento possa continuar a plasmar as vossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o coração do Pai. De bom grado vos abençoo a vós e aos vossos entes queridos!”

Durante as saudações em língua italiana o Papa Francisco, invocando as virtudes heróicas de Santa Ágata, virgem e mártir, dirigiu-se aos jovens, exortando-os a compreenderem a importância da pureza e da virgindade; aos doentes encorajando-os a aceitarem a cruz em união espiritual com o coração de Cristo e ainda aos jovens noivos para que compreendam cada vez melhor o papel da mulher na vida familiar.

O Papa Francisco a todos deu a sua bênção! (RS).

Fonte:Rádio Vaticano

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2014



4 de fevereiro de 2014
Os cristãos cuidem com amor das várias pobrezas – materiais, morais e espirituais: Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2014

No tempo da Quaresma, a Igreja seja “bem disposta e diligente” em cuidar de toda a miséria material, moral e espiritual, com o anúncio do Evangelho e o serviço concreto da caridade: pede o Papa Francisco na sua Mensagem para o período de preparação para a Páscoa, que começa no próximo 5 de Março, quarta-feira de cinzas.

Para o Papa, há três misérias que nunca faltaram no mundo: não ter nada – ou ter muito pouco – para viver com dignidade no meio dos outros; ter um coração e uma mente queimados por qualquer espécie de escravidão; ou ter as mãos até cheias de bens, mas a alma vazia, por não saber acreditar em nada, porque nada vale a pena. Há, por outro lado, o “antídoto”: o Evangelho. Para o Papa, a Quaresma consiste essencialmente em tratar as misérias pondo em prática o Evangelho.

A mensagem do Papa gira em torno da pobreza cristã, como a explica S. Paulo : Jesus, “sendo rico, fez-se pobre para vós, para que vos tornásseis ricos com a sua pobreza”. Isto, escreve o Papa, “não é um jogo de palavras”, nem “uma expressão para impressionar”, mas sim a demonstração do “estilo de Deus” e da sua “lógica”. Deus revela-se ao mundo com a pobreza do seu Filho, “despojado” de poder e glória, porque a sua maneira de amar o homem é feita de “graça, generosidade e desejo de proximidade”.

“Deus – prossegue a mensagem – não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do seu supérfluo com pietismo filantrópico”. Deus, pelo contrário, é um Pai que, em Jesus, “não hesita em se doar e sacrificar pelas criaturas amadas”. A caridade, o amor – insiste – “é partilhar em tudo o destino do amado”. E este tipo de amor “torna semelhante, cria igualdade, derruba os muros e as distâncias”. Portanto, explica o Papa, “esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e nos faz ricos” é “mesmo o seu modo de nos amar, de se fazer próximo de nós como o Bom Samaritano “. E para os cristãos, sempre, mas sobretudo na Quaresma , não existe estrada melhor que “a imitação do Mestre”.

Do tipo de amor, o Papa Francisco passa aos objetivos. “Somos chamados – diz – a olhar para as misérias dos irmãos, tocá-las e carregá-las sobre nós trabalhando concretamente para as aliviar”. A miséria, esclarece o Papa, “não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança”. E depois distingue: a miséria “material” é a mais evidente pela qual uma pessoa não tem comida suficiente ou água, condições higiênicas, emprego, oportunidades de desenvolvimento e crescimento cultural. Perante isto, sublinha o Papa Francisco, “a Igreja oferece o seus serviço”, em sentido amplo, ou seja, empenhando-se também para que “cessem as violações da dignidade humana, as discriminação e assédios que, em muitos casos, estão na origem da miséria”. “É necessário – diz – que as consciências se convertam à justiça, a igualdade, a sobriedade e a partilha”.

Fonte:Rádio Vaticano

Pensamentos do Papa Francisco


Seg, 03 de Fevereiro de 2014 15:13 cnbb

Dom Jaime Pedro Kohl
Bispo de Osório (RS)

Aproveitando o embalo das mensagens anteriores, achei que podemos ser enriquecidos por alguns outros pensamentos do Papa Francisco que encontramos na revista “Mundo e Missão”. Eis o cardápio:

“Eu sou um pecador. Fui escolhido por misericórdia. Deus olhou para mim com amor. Sou alguém olhado pelo Senhor. Deus tem paciência comigo”.


“Desejo uma Igreja pobre, com os pobres, nas periferias. A Igreja precisa curar todas as feridas, aquecer os corações dos fiéis, estar próxima do povo e com os pobres e ser como o bom samaritano”.



“Deus nos ama por primeiro, com antecipação. Ele chega antes, vem primeiro, está sempre antes, tem a iniciativa de vir a nossa procura. Deus nos procura antes que nós o procuremos. Deus antecede, precede, vem primeiro. Deixemo-nos amar, acreditemos no amor de Deus”.

“Entremos pela porta da fé. Abri as portas do coração a Jesus Cristo. Há portas fechadas para Deus e abertas para o shopping, o estádio de futebol, os motéis. Nossas casas não podem ter portas fechadas aos pobres. Jesus bate à nossa porta. As portas do inferno não vencerão. Jesus nos abriu as portas do Paraíso”.

“Livremo-nos do veneno do vazio interior e da ilusão do consumismo”.

“A opção por Jesus requer: desapego dos bens, fé na providência do Pai, vigilância interior e esperança na salvação”.

“A alegria não vem das sensações, nem da moda, nem do divertimento, nem do sucesso. A alegria nasce do encontro com Deus e da amizade com os outros”.



“A misericórdia é o DNA de Deus. É o remédio para as nossas feridas, é a resposta de Deus ao nosso pecado. Deus lava e apaga nossa culpa, nos recria”.

“Quem toca no pobre, no doente, no aflito, toca a carne de Cristo. Jesus se fez carne no pobre”.

“Salvemo-nos da curiosidade doentia e da deusa lamentação. Sejamos profetas da alegria e da coragem para superar a amargura, a lamúria e o desânimo. Coração ao alto, coragem, não tenhais medo”.

“A Igreja deve despojar-se de vestes e revestir-se de Cristo Jesus, e estar a serviço do reino. Despojar-se da vaidade, do carreirismo, da mesmice e da mundanização. Prepotência, orgulho, mundaneidade são ídolos, especialmente o dinheiro, a aparência e a vaidade”.

“A Igreja é uma mãe corajosa, que leva seus filhos ao encontro com Jesus... Precisamos de uma Igreja que volte a dar calor, a inflamar o coração, paciente, misericordiosa e compreensiva”.



“Na Igreja existem escândalos, mas também tanta santidade e esta é maior. Esta ‘santidade cotidiana’, escondida, de tantas mulheres e homens que trabalham o dia todo pela família”.

“A falta de trabalho é pecado contra o reino. O desemprego faz a pessoa sentir-se sem dignidade. O centro do mundo é o dinheiro, que é um ídolo que sacrifica vidas, gero o desemprego e a tragédia da crise econômica. O dinheiro é a raiz da exclusão dos anciãos e dos jovens. Somos vítimas da cultura do descarte. No centro da economia deve estar a pessoa, não o lucro”.

“Não deixeis que vos roubem a esperança. Vamos remar contra a corrente, ir adiante, procurar juntos as soluções, crer no diálogo, fazer-se próximo uns dos outros. Ter esperança é ser criativo, corajoso, audaz e esperto”.



“Jesus é nosso intercessor no céu, é nosso advogado e defensor. Ele nos atende, defende, guia, orienta, sustenta. O mal não vencerá. Deus é maior e mais forte. Seu reino não terá fim”.

“Peço licença para entrar no coração de cada pessoa brasileira... Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!”



“A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo... Saiam de vocês mesmos, de todo fechamento para levar a luz e o amor do Evangelho a todos, até as extremas periferias da existência!... Não deixemos entrar em nosso coração a cultura do descartável”.
“O mistério da Cruz é um grande mistério para o homem e do qual se pode aproximar somente através da oração e das lágrimas”.

“Chegamos a ser plenamente humanos, quando somos mais do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro. Aqui está a fonte da ação evangelizadora”.



“A vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros. Isto é, definitivamente a missão. Consequentemente, um evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral. Recuperemos e aumentemos o fervor de espírito, a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas!”

Convido todo cristão, em qualquer lugar ou situação em que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de procurá-lo dia a dia sem cessar”.



Edificados por esses apelos à fé e à confiança em Deus Pai, sigamos os passos de Jesus na perfeita alegria e esperança cristã.
Fonte: http://catequesefamiliarpetrolina.blogspot.com.br/2014/02/pensamentos-do-papa-francisco.html