Catequistas de Conquista

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Somos o que comemos















Não quero com isto iniciar uma nova abordagem sobre culinária
baiana, estética ou coisa assim. O intuito é provar que somos o que comemos!
Segundo o site www.orientacoesmedicas.com.br/somosoquecomemos.asp, para ter uma alimentação equilibrada, não é preciso ficar eternamente condenado ao tradicional prato de salada com uma carne grelhada.
Acrescenta ainda que os alimentos são divididos em grupos, de acordo com a função que
desempenham no organismo. Todos os grupos são necessários e a regra é ingerir apenas um de cada grupo durante cada refeição. Exceção feita às folhas verdes, que podem ser combinadas à vontade.
As proteínas são importantes para o crescimento e manutenção da massa muscular e para a
reposição celular. As principais fontes são carnes, leite, ovos e leguminosas (como feijão,lentilha e grão de bico).
Os alimentos ricos em carboidratos são a principal fonte energética para o metabolismo. São as massas, os pães e as bolachas, e o arroz, o milho, a batata, a mandioca, o açúcar e os doces.
Vitaminas e minerais ajudam a regular o metabolismo do organismo, auxiliando na formação dos tecidos. As principais fontes são as frutas e as hortaliças.
Para que sua dieta seja o mais correta possível, evite carne de porco, embutidos (salsicha,presunto) e queijos amarelos. Opte por carne de frango ou peixe, queijo branco, leite desnatado. Os vegetais podem ser ingeridos à vontade.
Para incorporar mais alimentos saudáveis na sua alimentação diária, o jeito mais fácil é comer mais frutas, verduras e cereais integrais. A maioria deles não tem gordura, colesterol ou sódio e contém muito poucas calorias. O que você ganha é muita fibra, cálcio, ferro, magnésio e vitaminas, elementos essenciais para manter seu corpo funcionando da melhor forma possível.
Mas o site adverte: cuidado com algumas frutas! O abacate e o caqui, por exemplo, são gordurosos e muito calóricos. Você pode comer todas as frutas que gostar, mas com atenção às quantidades. Com equilíbrio, pode-se comer tudo o que se gosta, emagrecer com saúde (devagar) e ainda combater a celulite.
O que é certo é que ataques cardíacos, osteoporose e outros sinais de
envelhecimento levam anos para se desenvolver. Consumir alimentos
saudáveis atrasa esse desenvolvimento, fazendo com que você viva mais e
melhor.E o site termina com uma recomendação: comece logo a comer
corretamente. Se você já está se aproximando da terceira idade, ainda não é
tarde para começar. Sempre há recompensas para se correr atrás. Somo o
que comemos.
Amados, não sou da área, mas acredito que ao se fazer um exame minucioso em uma pessoa que pratica “rigorosamente” as orientações de dietas, constata-se um organismo altamente equilibrado, produzindo as tão esperadas energias, vitalidades e longanimidade. Esse corpo sadio revela uma jovialidade que foi possível graças a sua educação alimentar. É assim no plano da estética. Mas quero apresentar outro lado dessa temática.

















No plano espiritual, o ritmo acontece da mesma forma. Somos o que comemos. O Evangelho de São João no capítulo 6, 56 nos diz: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”.
Ou seja, comendo o corpo de Jesus e bebendo o seu sangue meu corpo passa a ser o que comi. E o que eu comi? Jesus! Jesus promete: “permanece em mim e eu nEle.” Segundo o CIC 790, participamos realmente do Corpo de Cristo, somos elevados à comunhão com Ele e entre nós. Ainda no mesmo artigo encontramos mais uma verdade: aquele que respondem à Palavra de Deus e se tornam membros do Corpo de Cristo ficam estreitamente unidos a Cristo.
O CIC 1329 afirma que todos os que comem do único pão partido, Cristo, entram em comunhão com ele e já não formam senão um só corpo nele. Ou seja, somos o que comemos!
O apóstolo Paulo pergunta: “O cálice de benção que benzemos não é comunhão do sangue de Cristo? E o pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?” (1Cor 10,16). E o próprio Apóstolo responde: “Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão” (1Cor 10,17).
A Eucaristia forma a Igreja e a Igreja celebra a Eucaristia. Quando comungamos o seu Corpo e Sangue, cada um de nós se torna “consangüíneo” e “concorpóreo” com Ele, e parte viva do Seu próprio Corpo. A eucaristia nos faz “Cristóforos”, isto é, portadores de Cristo, Como expressa São Cirilo de Jerusalém (†386) ou mais ainda, como sempre digo, “Cristocorpo”, ou ainda como S. Pedro: “participamos da natureza divina” (2Pe 1,4).
Através da comunhão do seu corpo e sangue, Cristo comunica-nos também o seu Espírito. Escreve S. Efrém: « Chamou o pão seu corpo vivo, encheu-o de Si próprio e do seu Espírito. [...] E aquele que o come com fé, come Fogo e Espírito. [...] Tomai e comei-o todos; e, com ele, comei o
Espírito Santo. De facto, é verdadeiramente o meu corpo, e quem o come viverá eternamente ».(Homilia IV para a Semana Santa - João Paulo II -CARTA ENCÍCLICAECCLESIA DE EUCHARISTIA)
Que coisa maravilhosa é, na verdade, fazer parte do corpo de Cristo!
Prof. Domingos Sousa

sábado, 21 de julho de 2012

A diminuição do número de Católicos
















Cresce o número dos que abandonam a fé católica

O IBGE publicou que o número de católicos no Brasil, segundo o censo de 2010, caiu para 123,3 milhões, cerca de 64,6% da população.
Na verdade esses números não nos assustam e nem nos surpreendem diante da realidade que vivemos. Na verdade, quantos católicos, de fato, participam da Missa aos domingos, se Confessam, Comungam e vivem os 10 Mandamentos? Creio que não chegam a 20%.
Vários são os fatores que causam este fenômeno.
Ignorância religiosa – é o principal deles, sem dúvida. A maioria que se diz católica, na verdade o são apenas de estatística; não conhecem os dogmas, a doutrina, a história da Igreja, etc. Não é sem razão que o Papa anunciou o “Ano da Fé” com o objetivo principal de enfrentar esse analfabetismo crônico. São Paulo disse que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm3,15). Mas muitos católicos não sabem que esta Igreja, a que São Paulo se referia, era aquela que Cristo fundou sobre Pedro e os Apóstolos, e que as demais não foram instituídas por Jesus, mas por outros homens. Os que abandonam a fé católica nunca a conheceram de verdade.
Mas, por que muitos católicos são analfabetos da fé que professam? Várias são essas causas. A principal, me parece, a falta de uma boa catequese às crianças e aos jovens. E isto acontece, há muitos anos, porque, logicamente, faltaram e faltam bons catequistas. Os primeiros deveriam ser os pais, mas, infelizmente muitos deles também não receberam formação religiosa. Já não se reza mais em família, e os pais já não ensinam a doutrina básica para os filhos. Ligado a isso está a destruição da família católica, especialmente pela mídia imoral, devastadora dos bons costumes e da moral católica, incentivando um relativismo moral degradante e um permissivismo doentio.
A mídia de modo geral estimula uma vida de conforto, relaxada, regalada, usufruindo de todos os prazeres sem limites e sem regras. É claro que num contexto desse não vale a pena ser católico; não vale a pena adotar uma religião que exige uma moral rígida, autocontrole, vida de oração, jejum e sacrifícios.
Infelizmente ficamos sem uma boa catequese há muito tempo. A difícil situação social da América Latina gerou entre nós nos últimos 50 anos uma falsa “catequese renovada”, trazendo no seu bojo mais sociologia e política do que teologia, esvaziando e politizando a fé. O povo católico ficou à mingua de uma catequese verdadeira, baseada no Credo, nos Sacramentos, nos Mandamentos e na Oração, como pede o Catecismo. O povo ficou à mingua de uma sadia espiritualidade e foi busca-la nas seitas. Uma certa “teologia marxista da libertação”, que confunde a libertação espiritual com a libertação política, e o estabelecimento do “Reino de Deus” na terra com a implantação uma sociedade socialista e igualitária, influenciou tremendamente quase todos os Seminários do pais; prejudicando essencialmente a sua formação de muitos sacerdotes.
As homilias e catequeses deixaram de falar do pecado, do sexo fora do casamento, do céu, do inferno, do purgatório, da vida eterna, dos sacramentos, dos mandamentos, da oração…, e tudo se voltou para o social. Por isso o frei Cantalamessa, pregador do Papa chegou a dizer que a Igreja na América fez uma opção pelos pobres, mas estes fizeram uma opção pelas igrejas evangélicas. Por que nelas se fala de Deus e de tudo que foi excluído da catequese católica.

Esqueceu-se que a Igreja não foi instituída por Jesus para resolver os problemas políticos, econômicos e sociais, mas para “salvar as almas” da morte eterna. Esqueceu-se que Jesus não é o “revolucionário de Nazaré”, mas o “Redentor dos homens”, que tira o pecado do mundo, como disse João Paulo II em Puebla. “A quem iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).
Em 1996, falando aos bispos do Brasil (Regionais Nordeste I e IV), sobre a “ameaça das seitas, o beato João Paulo II, falou desse grave “esvaziamento espiritual”. Disse aos bispos, entre outras coisas:
“A difusão das seitas não nos interroga se tem sido manifestado suficientemente o senso do sagrado?”
“Vosso povo, caríssimos irmãos no episcopado, quer ver os padres como verdadeiros Ministros de Deus, inclusive na sua veste e no seu modo externo de proceder. Ele quer ver o homem de Deus nos ministros de sua Igreja, uma presença que lhes inspire amor, respeito, confiança. O povo tem direito e isso pode exigi-lo de seus pastores. O que os homens querem, o que esperam é que o sacerdote com o seu testemunho de vida e com sua palavra, lhes fale de Deus”.
“O ministério da Palavra, que está intimamente ligado à Liturgia Eucarística (cf. SC, 56), contenha sempre, do início ao fim, uma mensagem espiritual. É certo que há tanta gente que não possui o suficiente para acalmar a própria fome, mas, ordinariamente, o povo tem mais fome de Deus que do pão material, pois entende que “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4, 4)”.
“Não estaria havendo uma certa acomodação deixando de ir em busca das ovelhas que estão afastadas? Ao contrário da parábola evangélica, não é uma e outra que está tresmalhada, mas é uma parte do rebanho”.
Outro fator que destrói a fé católica hoje se encontra nas universidades. A maioria delas, com raras exceções, possuem professores que desconhecem a real História da Igreja e despejam sobre os alunos calúnias e mentiras sobre ela, gerando neles ódio e aversão à Igreja. Depois, esses jovens, futuros jornalistas, escritores, artistas, profissionais liberais, passam a ser maus formadores de opinião; se incumbem de destruir nos corações dos jovens leitores, telespectadores e internautas a fé católica e o amor a Igreja. Ela é mostrada a eles como a “megera da história”, a sanguinária, a culpada de todos os males, quando, na verdade, ela salvou e construiu a Civilização Ocidental a partir da queda do Império Romano do Ocidente.
Outro fator preponderante nesta debandada de católicos para outras comunidades não católicas, é sem dúvida o contra testemunho de muitos católicos: leigos, sacerdotes e até alguns bispos. Nada pior para a fé católica do que isso, especialmente quando parte de um religioso. Penso que nem preciso explicar as razões disso.
Mais um fator devastador para a fé católica são aqueles que dividem a Igreja Católica, não aceitando a orientação do Magistério da Igreja, se opondo ao Papa e às normas da Santa Sé. Infelizmente há muitos dentro da Igreja que se acham mais iluminados e preparados do que o Papa e ousam enfrentá-lo acintosamente. O nosso Papa disse que os piores inimigos da Igreja estão dentro dela.
Diante disso tudo a Igreja não desanima e não se desespera; ela sabe que Jesus ressuscitado caminha com ela para salvar a humanidade. O Papa João Paulo II propôs uma NOVA EVANGELIZAÇÃO, que Bento XVI a impulsiona vivamente. Pedia o Papa beato uma evangelização “com novo ardor”, “novos métodos” e “nova expressão”, e graças a Deus isso tem acontecido. Os Seminários estão se enchendo. O número de padres está crescendo sensivelmente; padres novos, ardorosos, renovados. São jovens que buscam o sacerdócio com convicção e não por conveniência ou dúvidas outras. A Igreja renasce com os “Novos Movimentos” e as “Novas Comunidades”, como disse João Paulo II, “a resposta do Espírito Santo para o novo milênio”.
Há que se priorizar nesse trabalho de resgate dos católicos o “ministério da acolhida”, os sinais exteriores da fé católica, as homilias bem feitas, etc., como Papa João Paulo II pediu aos bispos em 1996.
Nosso Papa atual tem pedido uma Igreja de qualidade mas que de quantidade; porque a Igreja é como a pequena colher de fermento que leveda toda a massa; frágil e potente como um grão de mostarda.
Prof. Felipe Aquino
Fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2012/07/10/a-diminuicao-do-numero-de-catolicos/#more-11036

Devoção Mariana e culto das Imagens


















Devoção Mariana e culto das Imagens

por: João Paulo II

Instrução proferida pelo papa João Paulo II na audiência geral de 29 de outubro de 1998:

1. Depois de ter justificado doutrinalmente o culto da Bem/Aventurada Virgem, o Concílio Vaticano II exorta todos os fiéis a tornarem/se os seus promotores: ´´Muito de caso pensado ensina o sagrado Concílio esta doutrina católica, e ao mesmo tempo recomenda a todos os filhos da Igreja que fomentem generosamente o culto da Santíssima Virgem, sobretudo o culto litúrgico, que tenham grande estima às práticas e exercícios de piedade para com ela, aprovados no decorrer dos séculos pelo Magistério´´.

Com esta última afirmação os Padres conciliares, sem chegar a determinações particulares, queriam reafirmar a validade de algumas orações como o Rosário e o Angelus, caras à tradição do povo cristão e frequentemente encorajadas pelos Sumos Pontífices, como meios eficazes para alimentar a vida de fé e a devoção à Virgem.

2. O texto conciliar prossegue pedindo aos crentes que ´´mantenham fielmente tudo aquilo que no passado foi decretado acerca do culto das imagens de Cristo, da Virgem e dos Santos´´.

Repropõe assim as decisões do II Concílio de Nicéia, que se realizou no ano 787 e confirmou a legitimidade do culto das imagens sagradas, contra quantos queriam destrui/las, considerando/as inadequadas para representar a divindade (cf. Redemptoris Mater, 33).

´´Nós definimos´´ / declararam os Padres daquela assembléia conciliar / ´´com todo o rigor e cuidado que, à semelhança da representação da cruz preciosa e vivificante, assim as venerandas e sagradas imagens pintadas quer em mosaico quer em qualquer outro material adaptado, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus, nas alfaias sagradas, nos paramentos sagrados, nas paredes e mesas, nas casas e ruas; sejam elas a imagem do Senhor Deus e Salvador nosso, Jesus Cristo, ou a da Imaculada Senhora nossa, a Santa Mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos justos´´ (DS, 600).

Evocando essa definição, a Lumen Gentium quis reafirmar a legitimidade e a validade das imagens sagradas em relação a algumas tendências que têm em vista eliminá/las das igrejas e dos santuários, a fim de concentrar toda a atenção em Cristo.

3. O II Concílio de Nicéia não se limita a afirmar a legitimidade das imagens, mas procura ilustrar a sua utilidade para a piedade cristã: ´´Com efeito, quanto mais frequentemente estas imagens forem contempladas, tanto mais os que as virem serão levados à recordação e ao desejo dos modelos originários e a tributar/lhes, beijando/as, respeito e veneração´´ (DS 601).

Trata/se de indicações que valem de modo particular para o culto da Virgem. As imagens, os ícones e as estátuas de Nossa Senhora, presentes nas casas, nos lugares públicos e em inúmeras igrejas e capelas, ajudam os fiéis a invocar a sua presença constante e o seu misericordioso patrocínio nas diferentes circunstâncias da vida. Ao tornarem concreta e quase visível a ternura materna da Virgem, elas convidam a dirigir/se a Ela, a suplicar/lhe com confiança e a imitá/la, acolhendo com generosidade a vontade divina.

Nenhuma das imagens conhecidas reproduz o rosto autêntico de Maria, como já reconhecia Santo Agostinho (´´De Trinitate 8,7); contudo, ajudam/nos a estabelecer relações mais vivas com Ela. Deve ser encorajado, portanto, o uso de expor as imagens de Maria nos lugares de culto e noutros edifícios, para sentir a sua ajuda nas dificuldades e o apelo a uma vida cada vez mais santa e fiel a Deus.

4. Para promover o correto uso das sagradas efígies, o Concílio de Nicéia recorda que ´´a honra tributada à imagem, na realidade, pertence àquele que nela é representado; e quem venera a imagem, venera a realidade daquele que nela é reproduzido´´ (DS 601).

Assim, adorando na imagem de Cristo a Pessoa do Verbo Encarnado, os fiéis realizam um genuíno ato de culto, que nada tem em comum com a idolatria.

De maneira análoga, ao venerar as representações de Maria, o crente realiza um ato destinado em definitivo a honrar a pessoa da Mãe de Jesus.

5. O Vaticano II exorta, porém, os teólogos e os pregadores a evitarem tantos exageros como atitudes de demasiada estreiteza na consideração da dignidade singular da Mãe de Deus. E acrescenta: ´´Estudando, sob a orientação do Magistério, a Sagrada Escritura, os santos Padres e Doutores, e as liturgias da Igreja, expliquem como convém as funções e os privilégios da Santíssima Virgem, os quais dizem todos respeito a Cristo, origem de toda a verdade, santidade e piedade´´ (LG 67).

A autêntica doutrina mariana é assegurada pela fidelidade à Escritura e à Tradição, assim como aos textos litúrgicos e ao Magistério. A sua característica imprescindível é a referência a Cristo: tudo, de fato, em Maria deriva de Cristo e para Ele está orientado.

6. O Concílio oferece, por fim, aos crentes alguns critérios para viverem de maneira autêntica a sua relação filial com Maria: ´´E os fiéis lembrem/se de que a verdadeira devoção não consiste numa emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incita a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as suas virtudes´´ (LG 67).

Sobre a intercessão dos Santos














Sobre a intercessão dos Santos

São Jerônimo (340/420), doutor da Igreja:

´´Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?´´ (Adv. Vigil. 6)

Santo Hilário de Poitiers (310/367), bispo e doutor da Igreja:

´´Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos´´.

São Cirilo de Jerusalém (315/386): bispo de Jerusalém e doutor da Igreja:

´´Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: Patriarcas, profetas, Apóstolos e mártires; para que Deus, por sua intercessão e orações, se digne receber as nossas´´.

Concílio de Trento (1545/1563 / 25ª Sessão):

´´Os santos que reinam agora com Cristo, oram a Deus pelos homens. É bom e proveitoso invocá/los suplicantemente e recorrer às suas orações e intercessões, para que vos obtenham benefícios de Deus, por NSJC, único Redentor e Salvador nosso. São ímpios os que negam que se devam invocar os santos que já gozam da eterna felicidade no céu. Os que afirmam que eles não oram pelos homens, os que declaram que lhes pedir por cada um de nós em particular é idolatria, repugna à palavra de Deus e se opõe à honra de Jesus Cristo, único Mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2,5)´´.

Espiritualidade do Catequista















A palavra espiritualidade vem de spiritus, do verbo spirare, que quer dizer “soprar”.

É uma força que nos determina a viver de corpo e alma, e por isso mesmo nos envolve totalmente. Para nós cristãos, a espiritualidade é a vivência segundo o espírito de Deus. A espiritualidade chamada cristã é a espiritualidade de Jesus. Vivê-la significa deixar que o espírito de Jesus nos inspire e nos conduza pelos caminhos da vida. É amar como Jesus amou e viver como Jesus viveu. A espiritualidade faz com que eu permita a ação do espírito de Deus no meu modo de pensar, animar e agir. Somente esta força que vem de Deus e a vivência segundo o espírito, são capazes de nos fazer sair de nós mesmos para nos colocarmos a serviço do irmão e da irmã que está ao nosso lado.

O poeta Exupéry, no Pequeno Príncipe diz o seguinte: “só se vê bem com o coração: o essencial é invisível aos olhos”. Assim também é a espiritualidade, ela nos faz ver o mundo com o coração, nos faz posicionar-nos diante da vida e das coisas de maneira diferente. Dá uma nova tonalidade ao nosso modo de ser e viver neste mundo.

Sendo assim, a espiritualidade na vida do catequista o faz viver em íntima sintonia com Deus, consigo mesmo e com as demais pessoas. O faz avançar no seguimento de Jesus, sendo discípulo fiel e testemunha que vive com coerência o projeto de vida cristã. O faz “diferente” entre tantos diferentes.

O Estudo da CNBB nº 59, discorrendo sobre a formação de catequistas e mencionando o Diretório Catequético Geral n.º 114, diz o seguinte: “A missão confiada ao catequista exige dele uma intensa vida sacramental e espiritual, o hábito da oração, o sentido profundo da excelência da mensagem cristã, a atitude de caridade, humildade e prudência”. O catequista deve investir em si mesmo, ou seja, na sua própria formação espiritual, pois, humanamente ele carece disso para exercer bem sua missão.

O catequista é chamado a beber sempre na fonte da espiritualidade, que é o próprio Jesus Cristo. Somente ali ele encontrará o sustento para continuar sua missão de anunciador da Palavra de vida e para ser testemunha fiel do Mestre diante dos desafios e dificuldades encontrados na missão.

Que a virgem Maria ajude todos os catequistas em seu ministério, afim de que sejam corajosos e tementes a Deus. Que busquem beber desta fonte de espiritualidade todos os dias: pela meditação da Palavra, pela vivência da eucaristia e pela experiência de oração.

Irmã Valdinéia Aparecida dos Santos, mnsg

Fonte: http://www.irmasgracianas.com.br/portal/catequese/740-espiritualidade-do-catequista

Espiritualidade do Catequista


















DIMENSÕES DA ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA

Sem uma espiritualidade que acalente e alimente,
o nosso trabalho como catequistas torna-se mero ativismo.

a) ESPIRITUALIDADE BÍBLICA:
A Bíblia ocupa um lugar muito especial na espiritualidade do catequista. Dessa espiritualidade bíblica vai depender a maneira como o catequista orienta seus catequizandos. Ele precisa despertar nos seus catequizandos o gosto pela Palavra de Deus. Quem não tem nenhuma familiaridade com a Bíblia dificilmente fará uma catequese bíblica.

b) A ESPIRITUALIDADE PROFÉTICA
Na qualidade de profeta, o catequista deve fazer a experiência de Deus marcada pela indignação diante da injustiça, da opressão, da marginalização e da exclusão. O catequista fala em nome de Deus, mas também em nome dos oprimidos e injustiçados que não tem voz.

c) A ESPIRITUALIDADE DE COMUNHÃO
Faz parte da espiritualidade do catequista caminhar com a igreja e a comunidade. Não se pode seguir um caminho próprio, desligado da ação pastoral da paróquia. A comunidade é o espaço apropriado para construir novas relações, baseadas no diálogo, na compreensão e na cooperação mútuas, no serviço desinteressado e na entrega de si mesmo pelo bem dos demais, a exemplo de Jesus Cristo.

d) A ESPIRITUALIDADE “APAIXONADA”
Catequistas apaixonados pela sua missão dão testemunho da beleza desse ministério na Igreja e não desistem facilmente, mas perseveram.
Essa paixão deve gerar na pessoa do catequista a alegria, a descontração. A espiritualidade supõe a capacidade de rir de nós mesmos, de saber olhar com certa distância os fatos difíceis de serem vividos. Jesus também agiu com senso de humor. Junto com o humor vem a paciência, que é a capacidade de resistência que muitas vezes perdura tempo.

e) A ESPIRITUALIDADE DO COTIDIANO
Nossa espiritualidade precisa ser moldada pelo nosso cotidiano. Uma pergunta indispensável é esta: Se Jesus vivesse na atual sociedade, como ele falaria hoje? Sura oração era cheia de comparações e símbolos do seu tempo. Quais recursos ele hoje utilizaria para anunciar o Reino? Não se pode separar espiritualidade da vida, e nem considerar que na oração deve-se deixar de lado os problemas que nos atingem.

f) A ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA
O catequista missionário deve encontrar em Jesus, o Bom Pastor, o seu modelo e guia interior no desempenho da missão de educador da fé. O seu amor deverá ser intenso e ao mesmo tempo expansivo. Sua ação missionária consiste em levar a mensagem de fé no coração da família do catequizando, como fez Jesus em suas visitas, proclamando o amor e misericórdia de Deus: “hoje a salvação entrou nesta casa” (Lc 19,9)

g) ESPIRITUALIDADE SACRAMENTAL
É na celebração dos Sacramentos que o catequista missionário é fortalecido para o exercício do seu ministério, experimentando significativamente a alegria do perdão de Deus, e a força que brota da Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã. A Eucaristia é de todos os outros sacramentos para levar a perfeição e comunhão com Deus Pai, na identificação com Jesus seu Filho pela ação do Espírito Santo;


PESSOA DE ESPIRITUALIDADE, QUE QUER CRESCER EM SANTIDADE.
DNC Nº264

O catequista coloca-se na escola do Mestre e faz com Ele uma experiência de vida e de fé.
Alimenta-se das inspirações do Espírito Santo para transmitir a mensagem com coragem, entusiasmo e ardor. “Esta 1é a vida eterna: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste” (Jo 7,3).
Nutre-se
da Palavra,
da Eucaristia
da vida de oração,
e da devoção mariana.
Falará mais pelo exemplo do que pelas palavras que profere (DF CR 146).
A verdadeira formação alimenta a espiritualidade do próprio catequista, de maneira que sua ação nasça do testemunho de sua própria vida.




Fonte: http://catequesecaminhando.blogspot.com.br/2012/02/espiritualidade-do-catequista-dimensoes.html

Dinâmicas

121. O Presente
Esta dinâmica nos foi enviada e funciona
muito bem no lugar de um amigo oculto em
festas de fim de ano, para um grupo onde os
membros já se conheçam bem. É um trabalho
muito interessante para ressaltar as
qualidades de cada um desse grupo, dando
oportunidade de reconhecimento de certos
sentimentos e causa um impacto muito
interessante entre os participantes.
Experimente !
Como desenvolver a dinâmica: Estabelece-se
o número de participantes e seleciona-se o
mesmo número de qualidades para serem
abordadas durante a dinâmica. Poderão ser
introduzidas algumas que achar relevante
dentro da situação em que vive. A pretensão é
que todos escolham uns aos outros durante a
mesma, podendo acontecer de algum
participante não ser escolhido.
O Presente: O organizador pode escolher
como presente alguma guloseima como uma
caixa de bombom com o mesmo número de
participantes, ou outro que possa ser
distribuído uniformemente no final da
dinâmica. Este presente deve ser leve e de
fácil manejo pois irá passar de mão em mão.
Tente embrulhá-lo bem atrativo com um papel
bonito e brilhante para aumentar o interesse
dos participantes em ganhá-lo.
Disposição e local: os participantes devem
estar em roda ou descontraidamente
próximos.

Início: O organizador com o presente nas
mãos diz (exemplo): Caros amigos, eu
gostaria de aproveitar este momento para
satisfazer um desejo que há muito venho
querendo fazer. Eu queria presentear uma
pessoa muito especial que durante o ano foi
uma grande amiga e companheira e quem eu
amo muito. Abraça a pessoa e entrega o
presente. Em seguida pede um pouquinho de
silência e lê o parágrafo 1:

1. PARABÉNS!
*Você tem muita sorte. Foi premiado com este
presente. Somente o amor e não o ódio é
capaz de curar o mundo. Observe os amigos
em torno e passe o presente que recebeu
para quem você acha mais ALEGRE.
Ao repassar o presente, a pessoa que recebe
deve ouvir o parágrafo 2 e assim por diante:
2. ALEGRIA! ALEGRIA!
Hoje é festa, pessoas como você transmitem
otimismo e alto astral. Parabéns, com sua
alegria passe o presente a quem acha mais
INTELIGENTE.
3. A inteligência nos foi dada por Deus.
Parabéns por ter encontrado espaço para
demonstrar este talento, pois muitas pessoas
são inteligentes e a sociedade, com seus
bloqueios de desigualdade, impede que eles
desenvolvam sua própria inteligência. Mas o
presente ainda não é seu. Passe-o a quem
lhe transmite PAZ.
4. O mundo inteiro clama por paz e você
gratuitamente transmite esta tão grande
riqueza. Parabéns! Você está fazendo falta às
grandes potências do mundo, responsáveis
por tantos conflitos entre a humanidade. Com
muita Paz, passe o presente a quem você
considera AMIGO.
5. Diz uma música de Milton Nascimento, que
"amigo é coisa para se guardar do lado
esquerdo do peito, dentro do coração".
Parabéns por ser amigo, mas o presente. . .
ainda não é seu. Passe-o a quem você
considera DINÂMICO.
6. Dinamismo é fortaleza, coragem,
compromisso e irradia energia. Seja sempre
agente multiplicador de boas idéias e boas
ações em seu meio. Parabéns! Mas passe o
presente a quem acha mais SOLIDÁRIO.
7. Parabéns! Você prova ser continuador e
seguidor dos ensinamentos de CRISTO.
Solidariedade é de grande valor. Olhe para os
amigos e passe o presente a quem você
considera ELEGANTE (bonito, etc...).
8. Parabéns! Elegância (beleza, etc...)
completa a criação humana e sua presença
torna-se marcante, mas o presente ainda não
será seu, passe-o a quem você acha mais
SEXY.
9. Parabéns! A sensualidade torna a presença
ainda mais marcante e atraente. Mas o
presente não será seu. Passe-o a quem você
acha mais OTIMISTA.
10. Otimista é aquele que sabe superar todos
os obstáculos com alegria, esperando o
melhor da vida e transmite aos outros a
certeza de dias melhores. Parabéns por você
ser uma pessoa otimista! É bom conviver com
você, mas o presente ainda não será seu.
Passe-o a quem você acha COMPETENTE.

11. Competentes são pessoas capazes de
fazer bem todas as atividades a elas
confiadas e em todos os empreendimentos
são bem sucedidas, porque foram bem
preparadas para a vida. Essas são pessoas
competentes como você. Mas o presente
ainda não é seu. Passe-o a quem você
considera CARIDOSO.
12. A caridade é como diz São Paulo aos
Coríntios: "ainda que eu falasse a língua dos
anjos, se não tiver caridade sou como o
bronze, que soa mesmo que conhecesse
todos os mistérios, toda a ciência, mesmo que
tomasse a fé para transportar montanhas, se
não tiver caridade de nada valeria. A caridade
é paciente, não busca seus próprios
interesses e está sempre pronta a ajudar, a
socorrer. Tudo desculpa, tudo crê, tudo
suporta, tudo perdoa". Você que é assim tão
perfeito na caridade, merece o presente. Mas
mesmo assim, passe o presente a quem você
acha PRESTATIVO.
13. Prestativo é aquele que serve a todos com
boa vontade e está sempre pronto a qualquer
sacrifício para servir. São pessoas agradáveis
e todos se sentem bem em conviver. Você
bem merece o presente. Mas ele ainda não é
seu. Passe-o a quem você acha que é um
ARTISTA.
14. Você que tem o dom da Arte e sabe
transformar tudo, dando beleza, luz, vida,
harmonia a tudo que toca. Sabe suavizar e
dar alegria a tudo que faz. Admiramos você
que é realmente um artista, mas o presente
ainda não é seu. Passe-o a quem você acha
que tem FÉ.
15. Fé é o dom que vem de Deus. Feliz de
você que tem fé, pois com ela você suporta
tudo, espera e confia porque sabe que Deus
virá em socorro nas horas difíceis e poderá
ser feliz. Diz o salmo 26 " O Senhor é a minha
luz e minha salvação, de quem terei medo?"
Se você acredita e espera tanto de Deus,
sabe também esperar e ter fé nos homens e
na vida e assim será feliz. Mas o presente não
é seu, pois você não precisa dele. Passe-o a
quem você acha que tem o espírírito de
LIDERANÇA.

16. Líderes são pessoas que sabem guiar,
orientar e dirigir pessoas ou grupos, com
capacidade, dinamismo e segurança. Junto de
você que é líder sentimos seguros e
confiamos em tudo o que você diz e resolve
fazer. Confiamos muito em você, que é líder,
mas o presente ainda não é seu. Passe-o a
quem você acha mais JUSTO.
17. Justiça! Foi o que Cristo mais pediu para o
seu povo e por isso foi crucificado. Mas não
desanime. Ser justo é colaborar com a
transformação de nossa sociedade. Mas já
que você é muito justo, não vai querer o
presente só para você. Abra e distribua com
todos, desejando-lhes FELICIDADES !
E assim o presente é distribuído entre todos !
Autor: Desconhecido

Não podemos aceitar que o sal se torne insípido

















Não podemos aceitar que o sal se torne insípido


No dia 11 de outubro de 2011, pela Carta Apostólica “Porta fidei”, o Papa Bento XVI proclamou um novo Ano da Fé, que será de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, Solenidade de nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II.

O último Ano da Fé proclamado por um papa foi em 1967 quando, após o Concílio Vaticano II, o Pontífice Paulo VI o proclamou e o encerrou com a sua "Profissão de Fé", o “Credo do Povo de Deus”. O objetivo era dissipar os erros de doutrina que se propagavam após o Concílio Vaticano II. Também para que houvesse, em toda a Igreja, “uma autêntica e sincera profissão da mesma fé”. Certamente, Bento XVI quer hoje também coibir os erros de doutrina que se espalham na Igreja.

O Papa Bento XVI começa dizendo que "não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida" (cf.Mt 5,13-16). "Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna" (Jo 6,27). O Santo Padre lembra que, na data de 11 de outubro de 2012, completam-se vinte anos da publicação do "Catecismo da Igreja Católica". Ele ressalta que convocou um Sínodo dos Bispos para o mês de outubro de 2012 tendo por tema "a nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

O Pontífice fala efusivamente da importância do Concílio Vaticano II: "Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX. Nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa”. Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: "Se o lermos e recebermos, guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja”. Essas palavras do Papa fazem calar aqueles que se opõem ao Concílio.

O Ano da Fé, diz o Papa, é um “convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo” (cf. At4,12). Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias”. O Papa quer que, neste Ano da Fé, tanto as comunidades religiosas como as paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, “façam publicamente profissão do Credo”. Ele quer que cada crente “confesse a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança”.

O Papa lembra que a profissão de fé não pode ser apenas algo privado, no silêncio dos lares e da Igreja, mas pública: "Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso público. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um fato privado. A fé, precisamente por que é um ato da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anuncia a própria fé a toda gente”. Assim, o Papa pede uma ação clara contra o laicismo anticatólico agressivo que quer confinar a fé nas casas e nas igrejas.

Fortemente, o Papa Bento XVI chama a atenção para o uso do "Catecismo da Igreja" no Ano da Fé. "Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. o Beato João Paulo II escrevia: “Este Catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial”. “O Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de fato, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história.

Desde a Sagrada Escritura aos padres da Igreja, desde os mestres de teologia aos santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé. O Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração”.
E continua o Papa: “No ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural”.

Por fim, o Papa pede que, ao longo deste ano, mantenhamos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, “autor e consumador da fé” (Heb 12,2); pois “o justo vive pela fé” (Hab 2,3; Rm 1, 17; Gal 3. 11; Hb 10,38) e “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6).


Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=12540

Deus

A seguir uma historia para aumentarmos nossa fé no Criador!

Professor: Você é um cristão, não é filho?

Aluno: Sim, senhor.

Professor: Então, você acredita em Deus?

Aluno: Absolutamente, senhor.

Professor: Deus é bom?

Aluno: Claro.

Professor: Deus é todo poderoso?

Aluno: Sim.

Professor: Meu irmão morreu de câncer, embora ele orou a Deus para curá-lo. A maioria de nós iria tentar ajudar outras pessoas que estão doentes. Mas Deus não o fez. Como isso é um bom Deus, então? Hmm?

(Estudante ficou em silêncio.)

Professor: Você não pode responder, não é? Vamos começar de novo, meu rapaz. Deus é bom?

Aluno: Sim.

Professor: E satanás é bom?

Aluno: Não.

Professor: De onde é que satanás vem?

Aluno: A partir de ... DEUS ...

Professor: Isso mesmo. Diga-me filho, existe o mal neste mundo?

Aluno: Sim.

Professor: O mal está em toda parte, não é? E Deus fez tudo. Correto?

Aluno: Sim.

Professor: Então quem criou o mal?

(Estudante não respondeu.)

Professor: Existe doença? Imoralidade? Ódio? Feiúra? Todas estas coisas terríveis existem no mundo, não é?

Aluno: Sim, senhor.

Professor: Então, quem as criou?

(Estudante não tinha resposta.)

Professor: A ciência diz que você tem 5 sentidos que você usa para identificar e observar o mundo ao seu redor. Diga-me, filho, você já viu DEUS?

Aluno: Não, senhor.

Professor: Diga-nos se você já ouviu o teu Deus?

Aluno: Não, senhor.

Professor: Você já sentiu o seu Deus, provou o seu DEUS, cheirou o teu Deus? Alguma vez você já teve qualquer percepção sensorial de DEUS?

Aluno: Não, senhor. Me desculpe mas eu não tive.

Professor: Mas você ainda acredita nele?

Aluno: Sim.

Professor: De acordo com empírica, Protocolo, Testável demonstrável, da Ciência diz que o vosso Deus não existe. O que você acha disso, filho?

Aluno: Nada. Eu só tenho a minha fé.

Professor: Sim, fé. E com o que a Ciência tem problema.

Aluno: Professor, existe tal coisa como o calor?

Professor: Sim.

Aluno: E existe tal coisa como o frio?

Professor: Sim.

Aluno: Não, senhor. Não há.

(O auditório ficou muito quieto com essa sucessão de eventos.)

Aluno: Senhor, você pode ter muito calor, e ainda mais calor, superaquecimento, mega calor, calor branco, pouco calor ou nenhum calor. Mas não temos nada que se chame frio. Podemos atingir - 236 graus abaixo de zero que não é calor, mas não podemos ir mais longe que isso. O frio não existe. Frio é apenas uma palavra que usamos para descrever a ausência de calor. Não podemos medir o frio. O calor é energia. Frio não é o oposto de calor, senhor, apenas a ausência dele.Solicitações
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(Havia silêncio no auditório.)Solicitações
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Estudante: E sobre a escuridão, Professor? Existe tal coisa como a escuridão?Solicitações
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Professor: Sim. O que é a noite, se não existe a escuridão?Solicitações
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Estudante: Você está errado novamente, senhor. A escuridão é a ausência de algo. Você pode ter pouca luz, a luz normal, luz brilhante, luz piscante. Mas se você não tem luz constantemente, você não tem nada e você a chama de escuridão, não é? Na realidade não é. Se isso fosse correto, você seria capaz de fazer mais escura a escuridão, não seria?Solicitações
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Professor: Então, a qual ponto você quer chagar, rapaz?Solicitações
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Aluno: Senhor, o meu ponto é que a sua premissa filosófica é falha.Solicitações
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Professor: Falha? Você pode explicar como?Solicitações
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Aluno: Senhor, você está trabalhando na premissa da dualidade. Você argumenta que há vida e há morte, um Deus bom e um Deus mau. Você está vendo o conceito de Deus como algo finito, algo que podemos medir. Senhor, a ciência não pode explicar um pensamento. Ele usa eletricidade e magnetismo, mas nunca viu, muito menos completamente compreendeu qualquer um. Para ver a morte como o oposto da vida é ser ignorante do fato de que a morte não pode existir como algo substantivo.Solicitações
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A morte não é o oposto da vida: apenas a ausência dela. Agora me diga, Professor, você ensina a seus alunos que eles evoluíram de um macaco?Solicitações
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Professor: Se você está se referindo ao processo evolutivo natural, sim, claro, eu faço.Solicitações
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Estudante: Você já observou a evolução com seus próprios olhos, senhor?Solicitações
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(O professor balançou a cabeça com um sorriso, começando a perceber aonde argumento estava indo.)Solicitações
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Estudante: Como ninguém jamais observou o processo de evolução em trabalho e não pode sequer provar que este processo é um empreendimento em curso. Você não está ensinando a sua opinião, senhor? Você não um cientista, mas um pregador?Solicitações
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(A classe estava em alvoroço.)Solicitações
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Aluno: Existe alguém na classe que já viu o cérebro do professor?Solicitações
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(A classe explodiu em gargalhadas.)Solicitações
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Aluno: Existe alguém aqui que já ouviu o cérebro do professor, sentiu, tocou ou cheirou? Ninguém parece ter feito isso. Assim, de acordo com as regras estabelecidas de protocolos empiricos, estável, comprovada, a Ciência diz que você não tem cérebro, senhor. Com todo o respeito, senhor, como então confiar em suas palestras, senhor?Solicitações
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(A sala ficou em silêncio. O Professor olhou para o aluno, com o rosto insondável.)Solicitações
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Professor: Eu acho que você vai ter que toma-las pela, fé filho.Solicitações
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Aluno: É isso senhor ... Exatamente! O elo entre o homem e Deus é fé. Isso é tudo o que mantém as coisas vivas e em movimento.Solicitações
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P.S.Solicitações
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Acredito que vocês tenham gostado da conversa. E se assim for, você provavelmente vai querer seus amigos / colegas para aproveitar o mesmo, não vai?Solicitações
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Transmita isto para aumentar seu conhecimento ... ou fé.Solicitações
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A propósito, o aluno era EINSTEIN.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Programação do Ano da Fé














Foi apresentado na Sala de Imprensa da Santa Sé o programa de atividades para o Ano da Fé, convocado pelo Papa Bento XVI de 11 de outubro a 24 de novembro de 2013.
No ato estiveram presentes o Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella e o Subsecretário do dicasterio, Dom Graham Bell.
Conforme foi informado à imprensa, os eventos mais importantes deste especial ano contarão com a presença do Santo Padre e serão realizados em Roma. Entre estes destaca-se a abertura do Ano da Fé na Praça de São Pedro (na quinta-feira 11 de outubro) com uma solene Eucaristia, concelebrada por todos os Padres sinodais, os presidentes das Conferências Episcopais e alguns clérigos que participaram do Concílio Vaticano II.

Em 21 de outubro se canonizarão sete mártires e confessores da fé. Entre eles o francês Jacques Barthieu; o filipino Pedro Calugsod; o italiano Giovanni Battista Piamarta; a espanhola María Del Carmen; a iroquesa Katheri Tekakwhita e as alemãs Madre Marianne (Barbara Cope) e Anna Schäffer.

Em 25 de janeiro de 2013, na tradicional celebração ecumênica na Basílica de São Pablo Extramuros, rezará-se para que “através da profissão comum do Símbolo os cristãos (…) não esqueçam o caminho da unidade”.

No dia 28 de abril o Santo Padre celebrará a crisma de um grupo de jovens e no domingo 5 de maio estará dedicado à piedade popular e ao trabalho das confrarias.
No dia 18 de maio, vigília de Pentecostes, haverá um encontro de movimentos eclesiais na Praça de São Pedro. No domingo 2 de junho, celebração do Corpus Christi, haverá uma solene adoração Eucarística, que será realizado à mesma hora em todas as catedrais e igrejas do mundo.

O domingo 16 de junho estará dedicado ao testemunho do Evangelho da Vida. No dia 7 de julhoconcluirá na Praça de São Pedro a peregrinação dos seminaristas, noviças e noviços de todo o mundo.

No dia 29 de setembro haverá uma celebração pelo aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica enquanto o 13 de outubro estará dedicado à presença da Maria na Igreja.

Finalmente, em 24 de novembro de 2013 se celebra a jornada de encerramento do Ano da Fé.

Do mesmo modo, indicou-se que os diversos dicastérios têm programadas iniciativas publicadas no calendário. Entre os eventos culturais destaca-se uma exposição sobre São Pedro em Castel Sant’Angelo (7 fevereiro- 1 maio 2013) e um concerto na Praça de São Pedro (22 de junho 2013).


A Jornada Mundial da Juventude, que será celebrada no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 28 de julho de 2013 também ocorrerá no contexto do ano da Fé e contará com a presença do Santo Padre.


Fonte: Catecismo Jovem

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Missas com crianças

















2. Missas com crianças

Se à catequese compete aproximar as crianças da Eucaristia, é fundamental também o esforço de aproximar a celebração da Eucaristia das crianças, com escolhas e opções que as ajudem a celebrar melhor, de forma mais plena. Falemos, pois, das “Missas com crianças”.

É fundamental ter bem claras as ideias, quando se fala de “Missas com crianças”. E eventualmente corrigir princípios errados, que nos afastam do mais importante, que é permitir às crianças uma verdadeira iniciação à vivência da Eucaristia.

Adaptar a celebração às crianças não é nunca infantilizar a celebração. A Eucaristia não é nunca uma “brincadeira de crianças”; pelo que, mesmo para as crianças, deve ser momento de encontro com Deus e de encontro festivo com os outros para louvar e agradecer... Tem é que ter em conta os níveis de fé das crianças e as suas capacidades cognitivas.

Além disso, falamos de “Missa com crianças” e não de “Missa para crianças” ou “Missa de crianças”. Nada disto é inocente! Não há Missas para crianças ou de crianças! Há Missas com crianças!

– Significa que há sempre adultos nestas celebrações e que estes têm um papel fundamental para a participação das crianças. Não estão lá para fazer celebrar as crianças, nem para as entreter; não são assistentes, mas pessoas que “participam verdadeiramente na Missa como membros de uma assembleia de oração” e que “ajudam as crianças tanto quanto seja necessário” (Directório, n.º 24). Aos adultos presentes é pedido, sobretudo, que celebrem e participem realmente. A autenticidade da sua participação é a melhor ajuda, pois as crianças percebem intuitivamente se a pessoas está ou não a fazer algo com sinceridade e autenticidade, ou não...

– O ideal, tendo em conta o que disse logo no início, é que as crianças participem na Eucaristia acompanhadas pelos pais. A excepção é uma celebração com crianças num grupo pequeno, em dias da semana (não ao Domingo). A ausência dos pais e um grupo grande de crianças torna a celebração um calvário para os adultos presentes (nomeadamente os catequistas e o padre que preside) e para as próprias crianças... Por isso, estas celebrações são pensadas para pequenos grupos. “Sempre que o número de crianças que celebram conjuntamente a Eucaristia for muito grande (...) formem-se vários grupos constituídos não de forma rígida segundo a idade, mas tendo em atenção o progresso da formação religiosa e a preparação catequética” (Directório, n.º 28).

– O objectivo das Missas com crianças é só e sempre ajudar as crianças a participar na celebração eucarística da comunidade cristã! O Directório para as Missas com crianças prevê que a participação das crianças na Eucaristia se possa fazer de diversos modos: 1. Na celebração comunitária, sobretudo aos Domingos; 2. Em celebrações especiais pensadas especificamente para as crianças, com poucos adultos, sobretudo nos dias feriais. Esta segunda possibilidade é provisória e pedagógica: visa iniciar as crianças, para poderem celebrar com toda a comunidade cristã a que pertencem. Neste sentido, as Missas com crianças podem ter efeitos perversos: criar nas crianças a ideia de que aquela é a sua Eucaristia, uma coisa de crianças, portanto, que se abandonará quando se crescer; nessas condições, em vez de iniciar à Eucaristia de toda a comunidade, incapacita-as de nela participar... Se a comunidade for viva e participativa, e se a celebração for festiva, se na celebração se tiver em conta a presença das crianças, facilmente as crianças se sentirão envolvidas e motivadas. Se a criança vir os adultos, nomeadamente os pais e catequistas, a cantar, escutar, rezar, comungar, está feita a melhor e mais necessária iniciação à Eucaristia. Quando parece oportuna a opção por Missas com crianças em pequeno grupo, é imprescindível manter o contacto com a celebração da comunidade cristã. Perder de vista o objectivo das Missas com crianças significa inviabilizar a sua capacidade de ser iniciação e poderá levar-nos precisamente ao que queremos evitar: o afastamento e desafeição das crianças (adolescentes e jovens) da celebração eucarística. É claro que isto implica a comunidade cristã e responsabiliza-a (e faltam-nos essas comunidades cristãs...). Contudo, tentar prescindir desse contributo fundamental é tentar “fazer omeletes sem ovos”; e pedir à catequese e à Eucaristia que tentem remediar o que delas não depende e que lhes não compete... Não se peça à catequese o que aos pais e à comunidade compete. Nem se peça à celebração eucarística o que à catequese compete!

Olhemos então para o que nos diz o Directório das Missas com Crianças. Este documento distingue as “Missas de adultos nas quais também participam crianças” e as “Missas com crianças em que participam só alguns adultos”. Esta distinção é muito importante. Vejamos cada uma destas situações.

A.) Missas de adultos nas quais também participam crianças (capítulo II). “Em muitas localidades, sobretudo aos Domingos e dias santos, celebram-se missas paroquiais em que participam algumas crianças com grande número de adultos” (n.º 16: EDREL 2776). Esta é a situação da maior parte das nossas missas dominicais: porque a catequese a antecede ou a precede, as celebrações eucarísticas dominicais contam com a presença de um número significativo de crianças. Não é a situação típica das chamadas missas com crianças. “No entanto, nas missas deste género, deve evitar-se cuidadosamente que as crianças se sintam desprezadas pela sua incapacidade de participar e compreender o que se faz e o que se proclama” (n.º 17: EDREL 2776). O que fazer, então, para que as crianças não se sintam a mais? O Directório faz algumas sugestões:
– que as admonições interpelem directamente as crianças;
– que o presidente se dirija directamente a elas na homilia;
– que elas exerçam alguma actividade, como levar os dons ao altar ou cantar um cântico;
– há ainda a possibilidade de celebrar a Liturgia da Palavra com as crianças, num lugar diferente do da assembleia adulta, juntando-se todos, de novo, para a Liturgia Eucarística;
– podem ainda fazer-se algumas adaptações, pensadas para as Missas com crianças, descritas no capítulo seguinte.

B.) Missas com crianças em que participam só alguns adultos (capítulo III). “Além das missas em que as crianças participam com os pais e outras pessoas de família, (...) recomenda-se, sobretudo durante a semana, celebrar algumas missas só para crianças, participando nelas apenas um pequeno número de adultos” (n.º 20: EDREL 2779). Trata-se de pequenos grupos de crianças (cf. n.º 28: EDREL 2787). Estas celebrações podem ser da máxima importância para uma autêntica participação das crianças na Eucaristia, nomeadamente na Eucaristia dominical da comunidade cristã. No entanto, é importante nunca perder de vista o objectivo final desta prática: “Tenha-se sempre presente que tais celebrações eucarísticas devem orientar as crianças para as missas de adultos, sobretudo aquelas em que a comunidade cristã se deve reunir ao Domingo” (n.º 21: EDREL 2780).

– Funções e ministérios. Na Eucaristia, é fundamental que as crianças participem activamente e se sintam protagonistas e actores daquilo que se está a realizar. Contudo, mais uma vez, é preciso clarificar: participação activa não é estar sempre a mexer! Participar é rezar, escutar, cantar, dar graças, oferecer, comer, comprometer-se, fazer silêncio... As atitudes interiores são o mais importante. Não se entenda por participação activa fazer com que todas as crianças tenham algum ofício específico. Contudo, há um conjunto de funções que as crianças podem desempenhar, como seja a preparação do lugar da celebração, cantar como solistas ou em coro, tocar um instrumento, ler uma leitura (desde que seja narrativa ou facilmente compreensível), responder durante a homilia, ler as preces da oração universal, levar os dons ao altar... É possível também inserir aditamentos na celebração: o Directório dá um exemplo (n.º 22), que infelizmente é sistematicamente ignorado: preparar alguns motivos de acção de graças antes do sacerdote começar o diálogo do prefácio (normalmente faz-se isto no fim da comunhão, em vez de se fazer no lugar próprio, o prefácio, que é clara e declaradamente acção de graças...).

– Particular responsabilidade cabe ao presidente da celebração: deve ter “a preocupação de tornar a celebração festiva, fraterna, meditativa” (n.º 23), mais ainda do que nas celebrações em que só estão adultos; “deverá exprimir-se de maneira a ser facilmente compreendido, mas evitando uma linguagem demasiado infantil” (n.º 23). É sobretudo ao Presidente que cabe motivar as crianças para as diversas atitudes e formas de participação, no decorrer da celebração. E aqui há uma permanente tentação para o padre que preside a uma Missa com crianças: quando se percebe a impaciência das crianças, tende-se a abreviar o tempo da celebração, rezando a correr as orações... Nada de mais errado pedagogicamente: essa pressa impossibilita a atenção das crianças e elas “desligam”. Por isso, recomenda o Directório: “Deve procurar-se que os textos litúrgicos sejam pronunciados sem pressa e de forma inteligível, fazendo as pausas necessárias” (n.º 37).

– Os adultos presentes ajudam as crianças a participar activa e correctamente, antes de mais pelo seu testemunho. Mas não só. Podem prepara admonições, que devem contudo evitar a tentação de explicar tudo, tornando-se um discurso deslocado. A este propósito, algumas admonições que acompanham símbolos são o exemplo do que se deve evitar: não se trata de explicar o símbolo (nada melhor para o “matar”, pois se reduz a um mero sinal), mas de torná-lo significativo...

Elementos a valorizar especialmente:

* Preparação da celebração. “Qualquer celebração eucarística com crianças, seja preparada cuidadosamente e em devido tempo, sobretudo no que diz respeito às orações, cânticos, leituras, intenções da oração universal, reunindo as opiniões dos adultos e das crianças que desempenham um ministério específico nessas Missas” (n.º 29). Empenhar as crianças na preparação do lugar e das coisas necessárias à celebração (o que dá bem mais trabalho do que se for o sacristão a fazê-lo sozinho...), bem como na redacção das intenções da oração universal, admonições, etc.

* Gestos. Toda a liturgia é um “fazer” e não um “dizer”. Pelo que é particularmente importante e significativo valorizar os gestos e atitudes corporais. Valorizar as procissões e movimentos, inserindo crianças na procissão de entrada, na procissão com o Evangeliário, na procissão com os dons; por vezes, propor às crianças um gesto concreto, ou o associar-se a um gesto do presidente, como por exemplo, rezar o Pai-Nosso de mão erguidas (mas com cuidado e muito discernimento...).

* Elementos visuais. Ao longo do ano litúrgico, há uma série de elementos visuais que é importante valorizar: o círio pascal, no tempo pascal; a cruz na semana da paixão, as vestes litúrgicas, etc. É claro que aqui põe-se o problema da riqueza ou pobreza dos nossas igrejas: pedagogicamente, é importantíssimo o programa iconográfico, a qualidade e beleza das imagens, uma criteriosa ornamentação floral (já para não falar da indispensável limpeza e arrumação do lugar). Além destes elementos, podem inserir-se outros elementos visuais. Uma das propostas do Directório é o “emprego de imagens preparadas pelas próprias crianças” (n.º 36) para ilustrar a homilia, para realçar as intenções da oração universal, para inspirar a meditação.

* Silêncio. É significativo o cuidado do Directório em sublinhar a importância do silêncio nas Missas com crianças, como parte integrante da celebração, “pois mesmo as crianças são capazes, à sua maneira, de meditar” (n.º 37). É claro que o silêncio é sempre difícil, mesmo para adultos. Por isso, as crianças têm de ser motivadas ao silêncio, de forma gradual e progressiva, valorizando momentos como o tempo depois da homilia ou depois da comunhão.

As várias partes da Missa

Vejamos, agora, a Missa parte por parte, vendo as adaptações possíveis ou desejáveis, no sentido de aproximar a Eucaristia das crianças.

Antes de mais não são adaptáveis ou substituíveis as aclamações da assembleia e as respostas do povo ou a oração do Pai-Nosso, para que as crianças aprendam as intervenções na Missa da comunidade (n.º 39). Também a estrutura da celebração, nas suas linhas gerais, se mantém sempre inalterável. Contudo, há muitos elementos adaptáveis, e uma grande margem para escolha de opções diversas, que possam ajudar as crianças a participar melhor na Eucaristia.

a) Ritos iniciais (n.º 40). Os ritos iniciais têm carácter introdutório, visam prepara a assembleia para a celebração. Como é uma parte da celebração caracterizada por uma pluralidade de ritos, é permitido omitir alguns desses ritos nas Missas com crianças. Deve manter-se sempre a introdução à celebração e a oração colecta. Os outros elementos (acto penitencial, Kyrie, Glória) devem ser trabalhados, escolhendo e valorizando apenas um deles e deixando cair os outros. Contudo, adverte o Directório, não se deve omitir sempre o mesmo elemento, dando a impressão às crianças de que não tem valor.

b) Liturgia da Palavra (n.º 41-49). Uma vez que as leituras constituem “a parte principal da liturgia da Palavra”, mesmo nas Missas com crianças nunca podem faltar. Há contudo uma grande liberdade de opção:

– Nos Domingos e solenidades, em vez das 3 leituras, podem fazer-se apenas duas ou até, excepcionalmente, apenas uma. Contudo, nunca pode ser omitida a proclamação do Evangelho. E na escolha da leitura que omite, deve ter-se sempre em conta os critérios de escolha das leituras, que estão na base do leccionário. Por exemplo, a 1ª leitura é normalmente escolhida em função do Evangelho e o Salmo Responsorial depende da primeira leitura. Se se omite a primeira leitura, não se pode usar o Salmo do dia ou um cântico que vá no mesmo sentido, pois desapareceu a leitura que o justificava; o normal será, contudo, omitir a 2ª leitura, sem ligação com as restantes.

– Se nenhuma das leituras do dia parecer oportuna para a compreensão das crianças, podem escolher-se outras mais adequadas, mas respeitando o sentido da festa ou do tempo litúrgico.

– Na selecção das leituras, deve ter-se em conta o tipo de texto e o género literário. Uma leitura de conteúdo mais teológico terá de ser muito breve; uma leitura narrativa poderá ser bem mais longa.

– Respeito pela Palavra de Deus: implica proclamar o texto litúrgico, em tradução aprovada, sem paráfrases; não mutilar o texto bíblico, a não ser que se julgue de facto muito importante suprir parte de um texto, que traria dificuldade às crianças. Nunca substituir textos bíblicos por outros textos (é ser-se demasiado pretensioso...), nem usar textos não bíblicos no meio das leituras, o que criaria confusão nas crianças.

– O Salmo deve ser escolhido, tendo em conta a capacidade das crianças e as leituras proclamadas. Pode, eventualmente, escolher-se um outro cântico, mesmo não sendo um Salmo bíblico. É de grande importância a participação das crianças pelo canto, quer no Salmo, quer na Aclamação ao Evangelho. No caso de se escolher apenas o Evangelho como única leitura, pode cantar-se um cântico depois do Evangelho.

– As admonições podem ser uma ajuda de excepcional valor para a compreensão das leituras, desde que sejam bem feitas: breves, interpelativas, motivando para a escuta (e não dizendo já, por outras palavras, o que diz a leitura, nem enveredando por discursos moralistas).

– Pode ser de grande ajuda, quando a leitura a isso se presta, distribuir as várias personagens pelas crianças, como se faz na leitura da Paixão, na Semana Santa. Contudo, isto não significa encenar as leituras. A encenação não tem lugar na celebração! Primeiro, porque a encenação é já uma interpretação, restritiva, da Palavra de Deus. Depois, porque a Palavra, fundamental no cristianismo, se destina à escuta, não à visualização.

– Lugar de destaque merece a homilia. Esta pode ser feita dialogando com as crianças, que é um modo de as envolver directamente e de prender a sua atenção. Mas este é apenas um modo, entre muitos. Pode fazer-se a homilia em estilo narrativo, se aquele que a faz tem uma particular apetência para a narração (um bom “contador de histórias” consegue sempre prender a atenção das crianças). A homilia pode fazer-se pela via da visualização, utilizando desenhos feitos pelas crianças ou outros, cartazes, ou outros meios visuais (“slides”, projectores, eventualmente vídeo). O melhor será alternar estas diversas modalidades, conforme sejam mais adequadas para a explicação vivêncial da Palavra de Deus escutada.

– Profissão de fé. Pode usar-se o credo apostólico, mais breve e menos conceptual; mas deve usar-se também o credo niceno-constantinapolitano, habitualmente usado nas assembleias dominicais. Por vezes, pode recorrer-se à forma de profissão de fé baptismal.

– Oração universal pode ser particularmente significativa, pois pode interpelar directamente as crianças, quer na preparação, quer na celebração. Claro que isso exige que, para cada celebração se prepare um formulário próprio para a oração universal...

c) Liturgia eucarística (n.º 50-54). Envolver as crianças na liturgia eucarística deve ser o esforço, motivando-as para as atitudes (exteriores e interiores) a adoptar em cada momento.

– Apresentação dos dons. As crianças são particularmente sensíveis aos símbolos. Daí que se possam envolver na procissão dos dons para o altar. Não abusar da inserção de símbolos neste momento. Os símbolos fundamentais são sempre o pão e o vinho para a eucaristia. Neste ponto, muito há a corrigir... Não tem sentido levar um pão, que fica sobre o altar, mas que não tem qualquer relação com a celebração. O pão é aquele que vai ser consagrado. Não tem qualquer sentido um símbolo de um símbolo, isto é, um pão caseiro para simbolizar o pão eucarístico... Se as partículas são pouco expressivas, por muito estilizadas, mudem-se as partículas!

– Orações presidenciais (colecta, sobre os dons e depois da comunhão). O sacerdote tem faculdade de escolher qualquer formulário do Missal Romano, desde que respeite o sentido da festa ou do tempo litúrgico, por forma a adoptar orações mais adaptadas às crianças. Se a escolha não for suficiente para tornar acessível o conteúdo da oração, podem fazer-se adaptações, desde que se respeite o género da oração e o seu sentido; se seja fiel aos conteúdos (a adaptação é da expressão, não propriamente dos conteúdos); não se insiram elementos estranhos a estas (como exortações moralizantes) ou linguagem demasiado infantil. Claro está que nunca se fazem estas adaptações durante a celebração! Será sempre um trabalho preparado previamente (a improvisação é um “cancro” a evitar sempre), que exige conhecer exactamente o específico de cada oração, a sua função própria na celebração e as características próprias da sua estrutura...

– Oração eucarística. É fundamental que toda a celebração eucarística aponte a grande oração eucarística como centro da celebração. Tranquilidade e respeito devem pautar esta parte da celebração. O presidente deve pôr particular na entoação e no modo de pronunciar a oração, cativando assim as crianças a acompanhar o desenrolar da oração. Não sendo possível às crianças a audição para cativar a sua atenção, são fundamentais as intervenções da assembleia (e por isso as orações eucarísticas para as Missas com crianças prevê várias aclamações e intervenções intercalares). Como atrás se referiu, a oração eucarística uma acção de graças, podem as crianças, antes do diálogo do prefácio, apresentar os motivos de acção de graças, a juntar aos já presentes no prefácio. Neste momento, dispomos de 3 orações eucarísticas para estas celebrações. A primeira oração eucarística é a que utiliza uma linguagem mais simples. A Segunda é recomendada pelo seu carácter mais dialogal, sendo o texto intercalado de uma série de intervenções da assembleia. A terceira destas orações é a mais rica e variada e, por isso, a mais indicada para crianças mais velhas.

– Ritos da comunhão. “Terminada a oração eucarística seguir-se-á sempre a oração dominical, a fracção do pão e o convite para a comunhão” (n.º 53). O gesto da paz, rico de significado, pode fazer-se ou não. Quanto aos “cânticos da paz”, liturgicamente não existem: neste momento, o que existe é o canto do “Cordeiro de Deus”. Apenas excepcionalmente se podem usar, numa celebração em que se sublinhe particularmente essa dimensão da paz. Mas será sempre uma excepção e algo a evitar (para não deformar, em vez de formar...). // Segue-se a Comunhão, que deverá decorrer em ambiente tranquilo, acompanhada de um cântico apropriado. Depois da comunhão, convidem-se as crianças ao silêncio orante e ajudem-se com indicações e sugestões para a sua oração pessoal. Será muito conveniente, antes da oração, um cântico de carácter festivo e jubiloso.

d) Ritos conclusivos (n.º 54). Evitem-se, o mais possível os avisos paroquiais. E tenha-se presente a recomendação do Directório: “Nas missas com crianças, a admonição que precede a bênção final é da maior importância pois elas, antes de serem despedidas, têm necessidade de que, em brevíssimas palavras, se lhes recorde e faça uma certa aplicação do que ouviram na celebração. É sobretudo neste momento que convém fazer compreender a ligação entre liturgia e vida”.

Observações finais

* Estas sugestões não são para usar todas numa única celebração... Deve fazer-se um discernimento, para cada celebração, das adaptações a adoptar. É claro que isso impõe um cuidado muito especial (e trabalhoso) de preparação.

* Uma reparação cuidadosa e pormenorizada de todos os aspectos da celebração é sempre necessária, bem como uma avaliação, feita por catequistas e sacerdote.

* Na escolha das adaptações e elementos a valorizar, ter sempre o cuidado de não impor às crianças os nossos gostos pessoais, com a desculpa de que elas gostam mais...

* Ter sempre presente a totalidade da celebração e o seu equilíbrio interno.

* No decorrer da celebração, nunca perder de vista que o ritmo é fundamental. E que o tempo da celebração nunca se pode alongar...

* As alterações implicam conhecimento do sentido e valor de cada elemento, para respeitar a sua natureza e sentido – formação litúrgica
Carlos Cabecinhas | Diocese Leiria-Fátima





VI – Os Milagres Eucarísticos

















Uma antiga tradição, que vai desde a origem do Cristianismo até os nossos dias, atesta a existência de milagres Eucarísticos. De modo geral, revelam a presença de Cristo no Sacramento e manifestam a natureza e os efeitos da mesma. Há tempos, foi traçado um "Mapa Eucarístico", que registra o local e a data de mais de 130 milagres, metade dos quais ocorridos na Itália.
Escolhemos dentre estes dois milagres verificados entre 700 e 1700. Selecionamo-los dentre os mais bem documentados e os mais eloqüentes, visto que não há para todos, como se compreende, um abono de provas históricas e científicas igualmente rigoroso e persuasivo.
I– em Turim - em 1453, houve a queda do Império Romano do Oriente. Renato (Duque de Anjou e de Lorena – Itália) foi vencido em batalha muito sangrenta após a qual os Piemonteses saquearam todas as residências da cidade; ao chegarem a Igreja, forçaram o Tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no qual se guardava o corpo de cristo ocultando-no dentro de uma carruagem juntamente com os outros objetos roubados, e dirigiram-se para Turim. Crônicas antigas relatam que, na altura da Igreja de São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a carruagem – o que ocasionou a queda, por terra, do ostensório – dizem que então o ostensório se levantou nos ares "com grande esplendor e com raios que pareciam os do sol". Os espectadores chamaram o Bispo da cidade, Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local do prodígio. Quando chegou, "O ostensório caiu por terra, ficando o corpo de Cristo nos ares a emitir raios refulgentes". O Bispo, diante dos fatos, pediu que lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu a hóstia, que foi levada para a catedral com grande solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem testemunhos contemporâneos do acontecimento (Atti Capitolari de 1454 a 1456). No século seguinte, a Câmara Municipal mandou construir uma Capela ou Oratório sobre o lugar do milagre. O oratório foi destruído para ceder à construção da Igreja de "Corpus Domini" (1609), que até hoje atesta o prodígio.
II – Em Lanciano – Estamos em data não claramente definida do séc. VIII. Um monge da ordem de São Basílio estava celebrando na Igreja dos santos Degonciano e Domiciano. Terminada a Consagração, que ele realizara provavelmente em estado de dúvidas interiores, senão de incredulidade, a hóstia transformou-se em carne e o vinho em sangue depositado dentro do cálice. Ao ver isto, o monge, perturbado e atônito, procurou ocultar o fato; mas depois, reagindo à emoção, manifestou-o aos fiéis, que, feitos testemunhas do milagre, espalharam a notícia pela cidade. – O exame das relíquias, segundo critérios rigorosamente científicos, ocorrido pela última vez em 1970, levou aos seguintes resultados muito significativos:
A) A hóstia, que a tradição diz ter-se transformado em carne, é realmente constituída por fibras musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio. Acrescente-se que a massa sutil de carne humana que foi retirada dos bordos, deixando amplo vazio no centro é totalmente homogênea. Com outras palavras: não apresenta lesões, como os apresentaria se se tratasse de um pedaço de carne cortada com uma lâmina.
B) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que pertencem os vestígios de sangue, o sangue contido na carne e o sangue do cálice revelam tratar-se sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’ (sangue comum aos Judeus). Este é também o grupo que o professor Pierluigi Baima Bollone, da universidade de Turim, identificou na Sagrada Mortalha (Santo Sudário).
C) Apesar da sua antigüidade, a carne e o sangue se apresentam com uma estrutura de base intacta e sem sinais de alterações substanciais; este fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou outros fatores aptos a conservar a matéria humana, mas, ao contrário, apesar da ação dos mais variados agentes físicos, atmosféricos, ambientais e biológicos. A linguagem das relíquias de Lanciano é clara e fascinante: verdadeira carne e verdadeiro sangue humano, na sua inalterada composição que desafia os tempos; trata-se mesmo da carne do coração, daquele coração do qual, conforme a fé, jorrou o sangue que dá a vida.

VII – Conclusão
A Eucaristia é a maneira que Jesus escolheu para permanecer conosco e nos alimentar de sua própria vida. Deus quer que todos os homens tenham alimento para o sustento do corpo e busquem a Eucaristia para alimento espiritual. Alimento este para reforçar a vida daquele que participa deste banquete, a fim de poder realizar em nós, aqui na terra, as boas obras e um testemunho vivo da presença de nosso Senhor Jesus Cristo na Santa Eucaristia.

Dom Estêvão Bittencourt

A Eucaristia é "Fonte de toda a vida cristã".






















Trecho do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica
I - Introdução
A Eucaristia é "Fonte de toda a vida cristã".

A palavra Eucaristia vem do grego Eucharistein que quer dizer "Dar Graças a Deus", c.f. Lc 22,19: "E tomou um pão, deu graças, partiu e distribuiu-o a eles, dizendo: ‘Isto é o meu corpo...". Este texto lembra as bênçãos judaicas que proclamam, sobretudo durante a refeição, as obras de Deus: a Criação, a Redenção e a Santificação.
É o sacrifício e Sacramento da nova lei, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, no qual sob as espécies de "pão e vinho", está presente e vivo, e o fruto é recebido. Enquanto Sacrifício a Eucaristia é chamada "Missa", enquanto Sacramento é chamada "Sagrada Comunhão" ou "Santíssimo Sacramento".
A Eucaristia, quer como Sacrifício quer como Sacramento, é o centro de toda a vida e de todo o culto cristão, porque leva o homem a Deus e traz Deus ao homem.

II – Anúncios da Páscoa
A Ceia Pascal no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, a Ceia Pascal era um memorial que pelos gestos e alimentos (Cordeiro Pascal, Pão sem fermento ou pães ázimos e Ervas amargas) lembrava a libertação milagrosa do povo de Israel da escravidão do Egito e sua partida para a Terra Prometida. Em Ex 12,5-6 lê-se: "O cordeiro será macho, sem defeito e de um ano. Vós o escolhereis entre os cordeiros ou entre os cabritos, e o guardareis até o décimo quarto dia desse mês; e toda a assembléia da comunidade de Israel o imolará ao crepúsculo". (c.f. Lv 23, 4-14; Nm 28, 16-25).
Comentário: "A Páscoa Judaica preparava assim a Páscoa Cristã: Cristo, Cordeiro de Deus, é imolado (cruz) e comido (ceia) no quadro da Páscoa Judaica (Semana Santa). Ele traz a salvação ao mundo, e a renovação mística deste ato de redenção torna-se o centro da Liturgia Cristã que se organiza tendo por centro a Missa, Sacrifício e Redenção" (c.f. nota ‘q’ - bíblia de Jerusalém, pág. 121).

III - A Eucaristia na Igreja hoje (enquanto Sacrifício)
O Sacrifício foi instituído por Cristo para que, segundo suas palavras, fosse perpetuado pelos séculos, até a sua volta (c.f. I Cor 11, 23-26). "Os sacerdotes reapresentam e aplicam no sacrifício da Missa, o Sacrifício de Cristo, que como hóstia imaculada se ofereceu ao Pai." (c.f. Lumen Gentium).
É necessário portanto que estejamos puros de alma para que, como visto acima, sirvamos ao Deus Vivo e festejemos a festa da vida eterna. Para finalizar este tópico, atentemos a Eucaristia como celebração. É impressionante que todas as orações se dirijam não a Cristo mas, através dele, ao Pai. Se tivermos que destacar um ponto culminante na Celebração enquanto tal, sem dúvida esse ponto seria na Doxologia: "Por cristo, Com Cristo e em Cristo". E a história humana poderá encerrar-se quando o cristo da páscoa houver reunido em si todos os homens. "Deus será tudo em todos".(c.f. I Cor 15, 28).

IV - A Eucaristia na Igreja hoje (enquanto Sacramento)
O que a Igreja vive ao nível da sua compreensão do mistério, ela o atualiza em sua vida litúrgica e sacramental, particularmente na Celebração da Eucaristia. Esta celebração está no centro da vida da Igreja, e não é um momento isolado de sua existência, mas é tudo na vida da Igreja e da qual procede toda a força do anúncio evangélico. Vejamos em Jo 3, 16: "Pois deus amou tanto o mundo , que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna".
Comentário: a Igreja em nome de toda a humanidade, rende graças ao Pai, por seu incrível amor. Deus respondeu ao egoísmo dos homens com a caridade do dom de seu Filho, e enviou-lhe cheio dos dons do espírito. A Igreja sabe disso e dá graças.
Graças ao Concílio Vaticano II. nós nos demos conta, com vigor renovado, desta verdade: assim como a igreja "faz a Eucaristia, a Eucaristia constrói a Igreja". A Igreja foi fundada como comunidade nova do povo de Deus, na comunidade apostólica daqueles doze que durante a "Última Ceia", se tornaram participantes do Corpo e do Sangue do Senhor "sob as espécies do pão e do vinho". Vejamos em 1 Cor 11, 23-26: "Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu Corpo que é para vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo, após a Ceia, também tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança em meu Sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim’. Todas as vezes, pois, que comeis deste pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha."
Comentário: Os Doze, cumprindo sua ordem, entram pela primeira vez em comunhão Sacramental com o filho de Deus, que é penhor de vida eterna. E a partir daquele momento, até o fim dos séculos, a Igreja se constrói, mediante a mesma comunhão com o "Filho de Deus" que é penhor da Páscoa Eterna. (c.f. Mt 26, 26-29; Mc 14, 22-24; Lc 22, 19-20).
Para finalizar esta quinta parte do nosso estudo, vejamos a principal mensagem que a Igreja passa para os seus fiéis em relação à seriedade deste Sacramento: "Eis porque todo aquele que comer do pão e beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe a própria condenação". (1 Cor 11, 29). Vejamos também em Jo 6, 53-56: "Então Jesus lhes respondeu: ‘Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna. e Eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim, e Eu nele."
Comentário: a intenção da Igreja não é fazer com que os cristãos tenham receio de comungar, mas que cada um compreenda melhor que a comunhão obriga a imitar aquele que morreu perdoando, e a interiorizar plenamente uma conversão Pascal e Batismal. Aquele que recebe o pão aceita tornar-se ele mesmo pão, entendendo assim que deve doar-se aos irmãos como Cristo se doou para nós.

V - Presença real de Jesus na Eucaristia
Vimos anteriormente, o quanto Cristo é claro no que se refere a importância de seu corpo e sangue. Para crermos na presença real de Jesus na Eucaristia, vejamos algumas questões importantes:
1 - Os Evangelhos foram escritos na língua Grega, de alta cultura, na qual existem muitas expressões para os verbos simbolizar, significar (=em grego "Semanei"), representar, lembrar, etc. no entanto, os três evangelistas (Mt 26, 26-28; Mc 14, 22-24; Lc 22, 19-20) e São Paulo (1 Cor 11,23-26) no descreverem a última Ceia de Jesus, usam exclusivamente a forma grega "Esti", que somente significa "É". Desta maneira transmitiram-nos, unanimemente a interpretação autêntica das palavras de Jesus: " Isto é o meu corpo...; este é o cálice do meu sangue...".
2 - Na língua de Jesus, o aramaico, também escreveu-se, isto é o meu corpo e não, isto representa (simboliza, relembra) o meu corpo.
3 - Se não houvesse a presença real de Jesus na Eucaristia, São Paulo não escreveria em 1 Cor 11, 27-29: "Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe a própria condenação".
4 - O evangelista São João em seu evangelho no capítulo 6, versículo 22 ao 71, nos fala do discurso de Jesus aos judeus e aos seus discípulos ( que eram centenas deles) na Sinagoga de Cafarnaum.
Nesta Sinagoga Jesus diz com palavras claras e compreensíveis a todos: "Eu sou o Pão da vida", "Eu desci do céu", "Quem comer deste pão viverá eternamente", "O Pão que eu darei é a minha carnepara a vida do mundo; se não comerdes a carne do filho do homem e não beberdes o seu sangue, nãotereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna".
Os judeus e os seus discípulos entenderam, perfeitamente, que Jesus dissera comer a sua carne e beber o seu sangue, como diz o versículo 52: "os Judeus discutiam entre si dizendo: ’Como essehomem pode dar-nos a sua carne a comer ? ‘. Ora se Jesus tivesse falado algo que tivesse sido interpretado erroneamente, ele esclareceria o verdadeiro sentido das suas palavras, pois ele é ocaminho, a verdade e a vida.
Mas não esclareceu. Diz o versículo 60: "Muitos de seus discípulos, ouvindo-o disseram: ‘Essapalavra é dura! quem pode escutá-la ? ‘ ; e Jesus fala no versículo 61: "... Isto vos escandaliza?". Porém como nos narra no versículo 66: "A partir daí, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e não andavammais com ele". Parece até que os versículos 64 e 65 foram escritos para aqueles que negam a presença real de Jesus na Eucaristia, quando Jesus disse: "Alguns de vós , porém não crêem" .
Jesus sabia , com efeito , desde o princípio , quais os que não criam e dizia : "Por isso vos afirmei que ninguém pode vir a Mim , se isso não lhe for concedido pelo Pai".
Importante: A clareza e a insistência destas palavras, exigem que sejam entendidas em seu pleno realismo. No versículo 52 é usado o verbo grego "Phagein" (comer), já no versículo 54 ["Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia"], o verbo usado é "Trogo" (dilacerar, mastigar).
Assim compreendemos que Jesus não desfaz nenhum mal entendido, porque simplesmente não há mal entendido! A respeito desta questão, o humorista , crítico irônico, Erasmo de Rotterdam, que escrevia sobre as reformas Eucarísticas de Lutero e Zwínglio (fundadores do Protestantismo) disse em torno de 1529 o seguinte texto: "Jamais me pude persuadir de que Jesus, a verdade e a bondade mesmas, tenha permitido que por tantos séculos a sua Esposa, a Igreja, tenha prestado adoração a um pedaço de pão em lugar de adorar a Jesus mesmo.".
Há alguns casos de milagres Eucarísticos que parecem ter por finalidade pôr em evidência o realismo e a eficácia da presença de Cristo sob os sinais do pão e do vinho, é o que chamamos de milagre da Transubstanciação – muda-se a matéria sem mudar os acidentes. Podemos citar 130 milagres, dentre os quais os dois mais famosos são os de Lanciano e Turim.